O título do programa, A barca do inferno, capta
o coração da comunicação que nele ocorre: a cacofonia.
O mesmo acontece no Eixo do Mal, onde
a participação mais interessante é,
de longe, a da Clara Ferreira Alves!
{Não fazia a mínima ideia que o Daniel de Oliveira
fosse filho do Herberto Hélder! Realmente,
é parecido ao Pai, este em novo!}
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O contraste entre este conversar que as televisões
transmitem aos telespectadores e aquilo que uma vez
eu vi na Culturgest intitulado Cinema do pensamento
não poderia ser mais notável! Uma roda de filósofos
franceses, uns sete talvez, sentados em cadeiras
em círculo; quando um tinha a palavra, num
discorrer de princípio, meio e fim,
o silêncio era absoluto
a escutá-lo.
Assim que se calava, o silêncio imperava.
Até que algum dos sete tomava a palavra,
por sua livre iniciativa. E repetia-se o evento:
um discurso reflectido, fluente, sem retórica,
fundado em razões com princípio, meio e fim,
todos a escutar; nós, olhando aquela roda
de gente; eu abismado com uma coisa
que nunca vi na vida!