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Autor Tópico: Depois de amanhã em Portugal  (Lida 32198 vezes)

Incognitus

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Re:Depois de amanhã em Portugal
« Responder #20 em: 2013-09-29 23:43:53 »
Os lucros da EDP (a PT já deve estar a vê-los reduzidos), se lhes mexessem, não resultaria nada para o Estado. São obtidos muitos deles com opções colectivizantes, mas cujo custo vai directo aos consumidores sem passar pelo Estado.

Como no fundo o Estado está-se a borrifar para as pessoas (e não se pense que o PS é melhor, porque essas opções colectivizantes vêm do seu tempo), o resultado é que o Estado não se lembra de aliviar as pessoas por aí.

Nas PPPs penso que já se anda a negociar.

Nos bancos, bem os bancos estão todos prejudicados, daí que o BCP esteja a 0.10 EUR a acção. Não há assim tanto a ir buscar aí ainda que pareça que há.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Lucky Luke

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Re:Depois de amanhã em Portugal
« Responder #21 em: 2013-10-05 13:52:47 »
Os lucros da EDP (a PT já deve estar a vê-los reduzidos), se lhes mexessem, não resultaria nada para o Estado. São obtidos muitos deles com opções colectivizantes, mas cujo custo vai directo aos consumidores sem passar pelo Estado.

Como no fundo o Estado está-se a borrifar para as pessoas (e não se pense que o PS é melhor, porque essas opções colectivizantes vêm do seu tempo), o resultado é que o Estado não se lembra de aliviar as pessoas por aí.

Nas PPPs penso que já se anda a negociar.

Nos bancos, bem os bancos estão todos prejudicados, daí que o BCP esteja a 0.10 EUR a acção. Não há assim tanto a ir buscar aí ainda que pareça que há.
esses lucros tão desprezíveis da EDP a autoridade tributária holandesa recebeu-os de braços abertos
deve ter sido por amizade

os bancos, coitadinhos, habituados mal a negócio fácil via crédito para habitação, agora têm que ser protegidos
no entanto, no tempo das vacas gordas, não os vi com pena de ninguém e já aí tinham belas isenções fiscais
este governo tem pena de toda a gente menos do vil povo que viveu acima das suas possibilidades e que por isso agora deve pagar
« Última modificação: 2013-10-05 14:05:02 por Lucky Luke »

Incognitus

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Re:Depois de amanhã em Portugal
« Responder #22 em: 2013-10-05 21:10:56 »
Não se trata de serem desprezíveis, e sim de estarem a ser obtidos directamente dos consumidores. Obviamente o Estado poderia ir buscar os lucros mantendo dos consumidores debaixo da pata das opções colectivizantes que já o castigam.


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Lucky Luke

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Re:Depois de amanhã em Portugal
« Responder #23 em: 2013-10-06 17:49:48 »
Não se trata de serem desprezíveis, e sim de estarem a ser obtidos directamente dos consumidores. Obviamente o Estado poderia ir buscar os lucros mantendo dos consumidores debaixo da pata das opções colectivizantes que já o castigam.
todos os lucros são obtidos dos consumidores, ou não ?...não percebo onde estão aqui as tuas famosas opções colectivizantes


já que não gostas nada da tal solidariedade europeia porque alinhas no castigo moralista do preguiçoso devedor do sul o que me dizes deste acordo pontual entre a EDP e a autoridade tributária holandesa ? não é lindo como exemplo de solidariedade ?
« Última modificação: 2013-10-06 17:53:45 por Lucky Luke »

Incognitus

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Re:Depois de amanhã em Portugal
« Responder #24 em: 2013-10-06 18:29:26 »
É normal que empresas Portuguesas procurem regimes fiscais mais favoráveis ... é algo que tu também farias se fosse relativamente simples.

As opções colectivizantes que encarecem a energia, basta olhar para a factura ... são mini-hídricas, energia renovável, taxa de tv, etc.
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Kin2010

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Re:Depois de amanhã em Portugal
« Responder #25 em: 2013-10-06 19:53:30 »
É normal que empresas Portuguesas procurem regimes fiscais mais favoráveis ... é algo que tu também farias se fosse relativamente simples.

Não é óbvio que seja assim tão linear, do ponto de vista ético. Então achas que, nos negócios, as empresas devem sempre fazer o melhor possível para os seus accionistas, mesmo que às custas do país a que pertencem? Se achas isso, então assumes que o nacionalismo pode ir à fava, não gera deveres para com a nação.

Mas então se pode nesse caso, por que não pode também em caso de guerra? Por que não aplaudir os traidores ao país que traem a troco de dinheiro? Estão também a colocar os seus interesse acima dos do país, e isso é natural, não é?

O mesmo para os soldados desertores.

PS- É fácil apanhar os parolos do Partido Republicano americano nestas contradições. A cabecinha galinácia deles não é capaz de muito, por isso não admira que fiquem a vida inteira a cair nestas contradições sem reparar. Mas ti Inc, dado o teu elevadíssimo estatuto intelectual, certamente que já te apercebeste da contradição acima.

Incognitus

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Re:Depois de amanhã em Portugal
« Responder #26 em: 2013-10-06 19:58:00 »
Bem, uma empresa não trai ninguém quando procura produzir o mais barato possível e vender o mais caro possível ... não é uma analogia directa para alguém que vende segredos militares. E deserção de pessoas que não sejam soldados voluntários também não é propriamente reprovável - é punida, mas apenas porque quem pune tem o monopólio da violência na situação, não porque tenha algum ascendente ético sobre o desertor. Pune porque pode.

A deserção de um soldado voluntário já é diferente. Se é soldado quando não há guerra também o deve ser quando esta existe, senão não serve para grande coisa. Mas isso significa que o soldado tem um tipo de contrato para o ser.

(de resto se não me engano muitos dos políticos pós-25 de abril foram desertores antes do 25 de abril, e relativamente poucos lhes apontam isso como uma falha ética)
« Última modificação: 2013-10-06 19:59:45 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Kin2010

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Re:Depois de amanhã em Portugal
« Responder #27 em: 2013-10-06 20:07:46 »
Bem, uma empresa não trai ninguém quando procura produzir o mais barato possível e vender o mais caro possível ... não é uma analogia directa para alguém que vende segredos militares. E deserção de pessoas que não sejam soldados voluntários também não é propriamente reprovável - é punida, mas apenas porque quem pune tem o monopólio da violência na situação, não porque tenha algum ascendente ético sobre o desertor. Pune porque pode.

A deserção de um soldado voluntário já é diferente. Se é soldado quando não há guerra também o deve ser quando esta existe, senão não serve para grande coisa. Mas isso significa que o soldado tem um tipo de contrato para o ser.

(de resto se não me engano muitos dos políticos pós-25 de abril foram desertores antes do 25 de abril, e relativamente poucos lhes apontam isso como uma falha ética)

Quase toda a gente, sobretudo a gente que normalmente vota nos partidos da direita,  reprova a deserção, mesmo que seja de soldados que não são voluntários e foram alistados pelo serviço militar obrigatório. Ok, tu não reprovas, mas nota como a tua opinião sobre isso é minoritária.

Mas de resto, eu posso dar mais exemplos em que há aparente contradição no discurso do pessoal de direita. Por exemplo, quando há uma greve em grande escala que paralisa as autoestradas, os portos, ou os aeroportos, sendo dentro da lei. Nestes casos o pessoal de direita todo (como eu vi expresso aqui neste forum) condena a greve, e condena-a porque os grevistas estão a prejudicar a sociedade em geral e logo a não ser patriotas. Mas então em que ficamos, pode-se lutar pelo interesse próprio impondo grandes danos à nação ou não? Não podem defender uma coisa no caso dos impostos da EDP ou JM, e outra no caso dos grevistas que fazem greves paralisantes mas dentro da lei.

Espero que muitos intervenientes do forum vejam isto.

kitano

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Re:Depois de amanhã em Portugal
« Responder #28 em: 2013-10-06 20:26:51 »
Esses casos de greve podem ser criticados por colocarem em causa os direitos e liberdades dos outros...a crítica não tem nada a ver com patriotismo.
"Como seria viver a vida que realmente quero?"

Kin2010

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Re:Depois de amanhã em Portugal
« Responder #29 em: 2013-10-06 20:35:18 »
Esses casos de greve podem ser criticados por colocarem em causa os direitos e liberdades dos outros...a crítica não tem nada a ver com patriotismo.

Não colocam exactamente em causa os direitos e liberdades dos outros; em vez disso, colocam em causa a facilidade dos outros em usar transportes públicos.

No caso dos impostos deixados de pagar ao estado português pela JM, EDP, PT, etc, eles não colocam em causa a mobilidade, mas fazem um rombo nas finanças públicas, o que não pode deixar de ter consequências sérias para os outros, tal como no caso anterior.

Local

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Re:Depois de amanhã em Portugal
« Responder #30 em: 2013-10-06 20:42:03 »
Se eu pago o passe tenho direito a utilizar esse transporte público.

Por isso sim, a liberdade de uns está em causa com a libertinagem dos outros.
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
Urmas Reinsalu

Zenith

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Re:Depois de amanhã em Portugal
« Responder #31 em: 2013-10-06 20:50:40 »
Colocas as duas palavras juntas mas não é clara a relação.
Para o direito, se pagas o passe e empresa não cumprir deves ser compensado.
Liberdade não entendi bem mas creio que foi apenas jogo de palvras para colocar libertinagem em contraste com liberdade.

Local

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Re:Depois de amanhã em Portugal
« Responder #32 em: 2013-10-06 20:53:33 »
Libertinagem é o uso da liberdade sem o bom senso, parece liberdade, mas é ao contrário por auto se contrariar.
Uma pessoa que não tem senso de respeito, usa de liberdade para ultrapassar limites.
http://www.dicionarioinformal.com.br/libertinagem/
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
Urmas Reinsalu

Incognitus

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Re:Depois de amanhã em Portugal
« Responder #33 em: 2013-10-06 21:03:52 »
Bem, uma empresa não trai ninguém quando procura produzir o mais barato possível e vender o mais caro possível ... não é uma analogia directa para alguém que vende segredos militares. E deserção de pessoas que não sejam soldados voluntários também não é propriamente reprovável - é punida, mas apenas porque quem pune tem o monopólio da violência na situação, não porque tenha algum ascendente ético sobre o desertor. Pune porque pode.

A deserção de um soldado voluntário já é diferente. Se é soldado quando não há guerra também o deve ser quando esta existe, senão não serve para grande coisa. Mas isso significa que o soldado tem um tipo de contrato para o ser.

(de resto se não me engano muitos dos políticos pós-25 de abril foram desertores antes do 25 de abril, e relativamente poucos lhes apontam isso como uma falha ética)

Quase toda a gente, sobretudo a gente que normalmente vota nos partidos da direita,  reprova a deserção, mesmo que seja de soldados que não são voluntários e foram alistados pelo serviço militar obrigatório. Ok, tu não reprovas, mas nota como a tua opinião sobre isso é minoritária.

Mas de resto, eu posso dar mais exemplos em que há aparente contradição no discurso do pessoal de direita. Por exemplo, quando há uma greve em grande escala que paralisa as autoestradas, os portos, ou os aeroportos, sendo dentro da lei. Nestes casos o pessoal de direita todo (como eu vi expresso aqui neste forum) condena a greve, e condena-a porque os grevistas estão a prejudicar a sociedade em geral e logo a não ser patriotas. Mas então em que ficamos, pode-se lutar pelo interesse próprio impondo grandes danos à nação ou não? Não podem defender uma coisa no caso dos impostos da EDP ou JM, e outra no caso dos grevistas que fazem greves paralisantes mas dentro da lei.

Espero que muitos intervenientes do forum vejam isto.

Bem, eu nem condeno essas greves por aí além. Acho apenas que essas empresas deveriam ser livres de trocar esses trabalhadores insatisfeitos por outros que na mesma situação se mostrassem mais satisfeitos, se esses existissem. Se fosse eu a empregar acho que era um direito mínimo que eu deveria ter - afinal estar a forçar-me a pagar e relacionar com alguém insatisfeito se com as mesmas condições fosse possível obter alguém satisfeito, não faz um sentido ético incrível. Nem faz sentido para o empregador, nem para a pessoa que de outra forma estaria satisfeita.

Sobre a deserção eu falo em termos éticos, não de acordo com a moral que possa imperar num ou outro dia. Alguém forçado a algo, principalmente sob risco de vida, compreende-se que possa querer abandonar esse algo.

(nota ainda que essas greves em Portugal geralmente envolvem grupos que já estão muito melhor que o país em geral, e que visam ou manter, ou melhorar, condições para as quais existiriam magotes de outros candidatos se o mercado fosse livre)
« Última modificação: 2013-10-06 21:09:00 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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deMelo

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Re:Depois de amanhã em Portugal
« Responder #34 em: 2013-10-06 22:51:11 »
Mas ainda há alguém que acredite que vamos cumprir?

Porque raio não preparamos a saída do euro desde que entrou este governo?

Como é possivel viabilizar um país com 130% de divida e que nos ultimos meses já foi "assaltada" em todos os bolsos? Como é que se arranja o dinheiro só para os juros? Há petroleo no alentejo?

Há dois anos que deviamos estar com a nossa própria moeda.
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Re:Depois de amanhã em Portugal
« Responder #35 em: 2013-10-06 22:59:01 »
Bem, uma empresa não trai ninguém quando procura produzir o mais barato possível e vender o mais caro possível ... não é uma analogia directa para alguém que vende segredos militares. E deserção de pessoas que não sejam soldados voluntários também não é propriamente reprovável - é punida, mas apenas porque quem pune tem o monopólio da violência na situação, não porque tenha algum ascendente ético sobre o desertor. Pune porque pode.

A deserção de um soldado voluntário já é diferente. Se é soldado quando não há guerra também o deve ser quando esta existe, senão não serve para grande coisa. Mas isso significa que o soldado tem um tipo de contrato para o ser.

(de resto se não me engano muitos dos políticos pós-25 de abril foram desertores antes do 25 de abril, e relativamente poucos lhes apontam isso como uma falha ética)

Quase toda a gente, sobretudo a gente que normalmente vota nos partidos da direita,  reprova a deserção, mesmo que seja de soldados que não são voluntários e foram alistados pelo serviço militar obrigatório. Ok, tu não reprovas, mas nota como a tua opinião sobre isso é minoritária.

Mas de resto, eu posso dar mais exemplos em que há aparente contradição no discurso do pessoal de direita. Por exemplo, quando há uma greve em grande escala que paralisa as autoestradas, os portos, ou os aeroportos, sendo dentro da lei. Nestes casos o pessoal de direita todo (como eu vi expresso aqui neste forum) condena a greve, e condena-a porque os grevistas estão a prejudicar a sociedade em geral e logo a não ser patriotas. Mas então em que ficamos, pode-se lutar pelo interesse próprio impondo grandes danos à nação ou não? Não podem defender uma coisa no caso dos impostos da EDP ou JM, e outra no caso dos grevistas que fazem greves paralisantes mas dentro da lei.

Espero que muitos intervenientes do forum vejam isto.

Bem, eu nem condeno essas greves por aí além. Acho apenas que essas empresas deveriam ser livres de trocar esses trabalhadores insatisfeitos por outros que na mesma situação se mostrassem mais satisfeitos, se esses existissem. Se fosse eu a empregar acho que era um direito mínimo que eu deveria ter - afinal estar a forçar-me a pagar e relacionar com alguém insatisfeito se com as mesmas condições fosse possível obter alguém satisfeito, não faz um sentido ético incrível. Nem faz sentido para o empregador, nem para a pessoa que de outra forma estaria satisfeita.

Sobre a deserção eu falo em termos éticos, não de acordo com a moral que possa imperar num ou outro dia. Alguém forçado a algo, principalmente sob risco de vida, compreende-se que possa querer abandonar esse algo.

(nota ainda que essas greves em Portugal geralmente envolvem grupos que já estão muito melhor que o país em geral, e que visam ou manter, ou melhorar, condições para as quais existiriam magotes de outros candidatos se o mercado fosse livre)
isso seria o mesmo que proibir as greves
sempre foste um grande democrata, Inc  :D

Lucky Luke

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Re:Depois de amanhã em Portugal
« Responder #36 em: 2013-10-06 23:04:13 »
Mas ainda há alguém que acredite que vamos cumprir?

Porque raio não preparamos a saída do euro desde que entrou este governo?

Como é possivel viabilizar um país com 130% de divida e que nos ultimos meses já foi "assaltada" em todos os bolsos? Como é que se arranja o dinheiro só para os juros? Há petroleo no alentejo?

Há dois anos que deviamos estar com a nossa própria moeda.
deviamos preparar-nos nem que fosse para a eventualidade e para ganhar força negocial
mas preferimos ser guiados por quem nos trouxe aqui e tomar tudo como a única via ou a menos dolorosa

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Re:Depois de amanhã em Portugal
« Responder #37 em: 2013-10-06 23:39:51 »
Vejam na primeira página da Bloomberg:

http://www.bloomberg.com/

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Re:Depois de amanhã em Portugal
« Responder #38 em: 2013-10-06 23:51:48 »
Vejam na primeira página da Bloomberg:

http://www.bloomberg.com/

sim...o balão pode rebentar-nos na mão
e com o último presentinho do Gasparinho (fundos da SS a comprar divida nacional) a coisa piorou
todos nos querem empurrar para o caminho único

Incognitus

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Re:Depois de amanhã em Portugal
« Responder #39 em: 2013-10-07 00:05:07 »
Bem, uma empresa não trai ninguém quando procura produzir o mais barato possível e vender o mais caro possível ... não é uma analogia directa para alguém que vende segredos militares. E deserção de pessoas que não sejam soldados voluntários também não é propriamente reprovável - é punida, mas apenas porque quem pune tem o monopólio da violência na situação, não porque tenha algum ascendente ético sobre o desertor. Pune porque pode.

A deserção de um soldado voluntário já é diferente. Se é soldado quando não há guerra também o deve ser quando esta existe, senão não serve para grande coisa. Mas isso significa que o soldado tem um tipo de contrato para o ser.

(de resto se não me engano muitos dos políticos pós-25 de abril foram desertores antes do 25 de abril, e relativamente poucos lhes apontam isso como uma falha ética)

Quase toda a gente, sobretudo a gente que normalmente vota nos partidos da direita,  reprova a deserção, mesmo que seja de soldados que não são voluntários e foram alistados pelo serviço militar obrigatório. Ok, tu não reprovas, mas nota como a tua opinião sobre isso é minoritária.

Mas de resto, eu posso dar mais exemplos em que há aparente contradição no discurso do pessoal de direita. Por exemplo, quando há uma greve em grande escala que paralisa as autoestradas, os portos, ou os aeroportos, sendo dentro da lei. Nestes casos o pessoal de direita todo (como eu vi expresso aqui neste forum) condena a greve, e condena-a porque os grevistas estão a prejudicar a sociedade em geral e logo a não ser patriotas. Mas então em que ficamos, pode-se lutar pelo interesse próprio impondo grandes danos à nação ou não? Não podem defender uma coisa no caso dos impostos da EDP ou JM, e outra no caso dos grevistas que fazem greves paralisantes mas dentro da lei.

Espero que muitos intervenientes do forum vejam isto.

Bem, eu nem condeno essas greves por aí além. Acho apenas que essas empresas deveriam ser livres de trocar esses trabalhadores insatisfeitos por outros que na mesma situação se mostrassem mais satisfeitos, se esses existissem. Se fosse eu a empregar acho que era um direito mínimo que eu deveria ter - afinal estar a forçar-me a pagar e relacionar com alguém insatisfeito se com as mesmas condições fosse possível obter alguém satisfeito, não faz um sentido ético incrível. Nem faz sentido para o empregador, nem para a pessoa que de outra forma estaria satisfeita.

Sobre a deserção eu falo em termos éticos, não de acordo com a moral que possa imperar num ou outro dia. Alguém forçado a algo, principalmente sob risco de vida, compreende-se que possa querer abandonar esse algo.

(nota ainda que essas greves em Portugal geralmente envolvem grupos que já estão muito melhor que o país em geral, e que visam ou manter, ou melhorar, condições para as quais existiriam magotes de outros candidatos se o mercado fosse livre)
isso seria o mesmo que proibir as greves
sempre foste um grande democrata, Inc  :D

Porque é que achas que seria o mesmo que proibir as greves? Isso é implicitamente assumir que sempre que existem greves as condições são injustas (para quem paga) e os insatisfeitos podiam ser substituídos nas mesmas condições por satisfeitos.

Qual é o sentido de um grupo da população fazer uma greve a um serviço público por se mostrar insatisfeito com condições com as quais seria possível ir buscar pessoas satisfeitas à população em geral para providenciar o mesmo serviço? Qual o sentido de algumas pessoas terem ascendente sobre as outras no acesso a essas condições - mostrando-se ainda por cima insatisfeitas - para servir a população em geral?

Não me parece uma coisa lá muito equalitária.
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