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Autor Tópico: Autárquicas 2013  (Lida 22103 vezes)

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Re:Autárquicas 2013
« Responder #20 em: 2013-09-27 10:24:49 »
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Câmaras mais eficazes do que o Governo no controlo da dívida

Em pouco mais de três anos a dívida das autarquias reduziu-se em 1300 milhões. Em 2008, o seu peso na dívida pública era de 4,27%; agora, está nos 2,45%

http://www.publico.pt/destaque/jornal/camaras-mais-eficazes-do-que-o-governo-no-controlo-da-divida-27156173
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
Urmas Reinsalu

jeab

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Re:Autárquicas 2013
« Responder #21 em: 2013-09-27 17:53:07 »
Autárquicas 2013
O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
O verdadeiro homem inteligente é aquele que parece ser um idiota na frente de um idiota que parece ser inteligente!

valves1

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Re:Autárquicas 2013
« Responder #22 em: 2013-09-27 20:02:45 »
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Câmaras mais eficazes do que o Governo no controlo da dívida

Em pouco mais de três anos a dívida das autarquias reduziu-se em 1300 milhões. Em 2008, o seu peso na dívida pública era de 4,27%; agora, está nos 2,45
%

... excepto empresas municipais ... ( eh eh )
eu ate acho que Portugal nao tem grande alternativa se meter algum  dinheiro nas camaras porque em muitas regioes e a camara e empresas municipais e o resto e literalmente paisagem ...
"O poder só sobe a cabeça quando encontra o local vazio."

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Re:Autárquicas 2013
« Responder #23 em: 2013-09-27 20:45:44 »
empresas municipais incluídas... ;)

Sem elas os resultados talvez fossem ainda melhores.
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
Urmas Reinsalu

JoaoAP

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Re:Autárquicas 2013
« Responder #24 em: 2013-09-27 21:04:02 »
Local,

Apesar de haver um pouco mais de controlo, não chega!
Aliás, basta ver algumas empresas municipais e ver como são geridas...

Se não gastassem o dinheiro mal gasto ...
poderiam diminuir os impostos municipais...
e esta poupança nos impostos... estás a ver o que as pessoas poderiam fazer com as estas poupanças?
DE certeza que faziam melhor à economia.
Às vezes vou aos arames, como determinadas associações, que servem para 3 ou 4 amigos se divertirem e recebem dinheiro.. etc.... mas isto ainda é o somenos... agora outras... nem se fala.

As autarquias "comem" uma boa fatia dos nosso impostos...
e já agora, os salários deles são pagos pelo autarquia ou via estado?
E qual é valor que sai do Estado Central para as autarquias?

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Re:Autárquicas 2013
« Responder #25 em: 2013-09-27 21:19:11 »
João, nisso estamos de acordo. Mas quantos é que têm essa preocupação? Se não há quem questione, as coisas mantêm-se como estão.

As autarquias comem, salvo erro, 8% do total da despesa pública.
Como têm autonomia administrativa e financeira são as autarquias a pagar os salários.
O valor das transferências da administração central depende de cada autarquia. Mas pode-se verificar o top 50 dos que têm maior e menor independência finaceira aqui:
http://www.calameo.com/read/00032498151bf8b149e4b
pág. 35 e 36
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
Urmas Reinsalu

valves1

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Re:Autárquicas 2013
« Responder #26 em: 2013-09-28 18:34:14 »
Citar
Às vezes vou aos arames, como determinadas associações, que servem para 3 ou 4 amigos se divertirem e recebem dinheiro.. etc.... mas isto ainda é o somenos... agora outras... nem se fala.

O problema das fundacoes e associacoes e um problema grave uma vez que e uma variante maligna do   "penduranco" relativamente generalizado dos Portugueses no estado e que contribui decisivamente para o seu estado de falencia.
uma forma de se aproximar o estado dos cidadaos seria por exemplo permitir que ao longo da sua carreira profissional todas as pessoas pudessem trabalhar no estado / sector empresarial do estado    um numero de anos limitado rodando (entre si ) trabalhando o resto da vida profissional fora  do estado;
Se existem 5 milhoes de pessoas activas e 500 000 funcionarios publicos cada pessoa teria um credito em anos para trabalhar no estado em qualquer funcao e depois tinha de sair.






« Última modificação: 2013-09-28 19:18:15 por valves1 »
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Re:Autárquicas 2013
« Responder #27 em: 2013-09-29 13:09:27 »
...ora aqui vai um caso, no mínimo inexplicável.....eh,.eh....

http://www.mynetpress.com/mailsystem/noticia.asp?ref4=4%23k&ID=%7B43CD7A55-4528-4F86-932C-CAF963C3C2F0%7D


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Governo mantém fundação que há 30 anos não cumpre objectivos
    
Publico.pt 

   É em Albarraque, Sintra, que a FAS quer construir um hospital e um lar.

 O Governo mantém, pela voz do secretário de Estado da Segurança Social, Pedro Marques, a vontade de que a Fundação António Sardinha (FAS) continue a funcionar. A FAS, instituída há três décadas por Maria Sardinha com o nome do seu marido de quem enviuvara, tinha o objectivo de construir um hospital e um centro de dia para idosos. Mas, até hoje, nunca concretizou o objectivo.

Em resposta escrita ao PÚBLICO, Marques remete para o futuro próximo a realização dos fins da fundação: "Espera-se que o projecto apresentado, e que visa a construção de uma unidade de cuidados continuados e um lar de idosos, esteja em condições de ser aprovado pela Câmara Municipal de Sintra, permitindo a abertura, a breve trecho, do concurso para início da obra. A estimativa de custos de construção é de 6.715.504,00 euros. Depois de se obter o licenciamento a construção demorará 1,5 a 2 anos."

Certo é que, já em Novembro de 2005, o actual presidente do conselho de administração da Fundação, Luís Garcês Palha, prometia que as obras teriam início no final de 2006. Passaram quatro anos. O responsável da FAS justifica os atrasos com problemas com a aprovação do projecto na Câmara de Sintra e outros entraves burocráticos. "Espero que em 2011 comecem as obras", diz.

Petições às tutelas

Não é tempo de mais? Garcês Palha atira responsabilidades para "entidades exteriores que não deixam trabalhar - e mesmo interiormente há problemas". Refere-se, sobretudo, a Rui Leitão, um dos vogais do conselho de administração - o único executor do testamento escolhido por Maria Sardinha -, e à Casa do Gaiato.

No testamento, a testadora estabelecera que, se a FAS não cumprisse os objectivos, os bens reverteriam para a Casa do Gaiato (CG). Após dez anos de inactividade, os sobrinhos da viúva foram ter com os responsáveis da CG, dando-lhes a conhecer o teor do testamento e pedindo que estes interviessem.

Sucessivas petições aos ministros que tutelam as fundações foram preparadas por Leitão e também pela CG através de um advogado (ver texto ao lado). A CG instruiu mesmo um processo em tribunal, mas este julgou-se incompetente para decidir, remetendo-a para a tutela. Apesar disso, o tribunal dizia ser "chocante" que, nessa altura (Março de 2005), tivessem já decorrido 25 anos "sem que o património tenha efectivamente revertido em favor da obra determinada".

Dez anos antes, em 95, Salter Cid, secretário de Estado do último Governo de Cavaco Silva, aceitara a argumentação e extinguira a FAS. Só que este governante não tinha competência formal para tal decisão - a tutela passara, em 1987, para a Administração Interna. O novo ministro, Ferro Rodrigues, revogou o despacho, chamou de novo a si a tutela das fundações e mandou fazer uma inspecção à FAS.

As inspecções sucederam-se como resposta às petições da CG - e um dos relatórios era particularmente violento com a instituição. Em 2002, o auditor jurídico do Ministério da Segurança Social, então já com Bagão Félix, aconselhava de novo que seria de "deferir a pretensão" da CG, "no sentido da extinção da fundação". Outras inspecções apontavam falhas na prossecução dos objectivos, mas sugeriam que se desse uma nova oportunidade. Até hoje.

Moradia em Lisboa

O secretário de Estado diz que só avalia a acção da FAS desde o início do seu mandato, em 2005. E sobre este período não tem dúvidas: "A actividade desenvolvida pelo conselho de administração foi sendo escrutinada, ao longo dos últimos anos, pelos órgãos sociais da Fundação, pela Inspecção-Geral do Ministério do Trabalho, pelo auditor jurídico do ministério e pelo Departamento de Investigação e Acção Penal [DIAP]."

A queixa ao DIAP foi entregue por Teresa Venda, vogal do conselho fiscal da FAS e deputada independente pelo PS. Mas não foi atendida porque estava fora das competências do departamento. Venda criticou, no conselho fiscal, as orientações do conselho de administração. Num relatório da Inspecção-Geral da Segurança Social, de Fevereiro de 2006, as relatoras dizem que os argumentos de Venda "se reputam válidos e pertinentes". Mas, a seguir, fazem um conjunto de considerações que defendem o conselho de administração.

Outro caso é o de uma moradia na Rua de Rodrigo da Fonseca, em Lisboa. A víuva deixou escrito no testamento que a moradia "jamais" deveria ser "alienada, demolida ou transformada em prédio de rendimento", antes preferindo vê-la transformada em museu, legando-a ao Museu Nacional de Arte Antiga, que não aceitou o legado. A FAS prepara-se agora para a vender, depois de anteriores tentativas falhadas devido a providências cautelares, por parte de Leitão ou da CG.

O estado de degradação agravou-se com um incêndio em 2005. A câmara intimou a FAS a realizar obras. Por isso, a fundação "decidiu alienar o imóvel, afectando os recursos financeiros à construção do complexo de Albarraque, fim principal da fundação", diz Marques, que sustenta a resolução em "dois pareceres jurídicos que concluíram pela legitimidade" da decisão.
« Última modificação: 2013-09-29 13:10:42 por Batman »

Incognitus

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Re:Autárquicas 2013
« Responder #28 em: 2013-09-29 14:12:11 »
Pelas citações parece uma notícia de antes de 2011.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re:Autárquicas 2013
« Responder #29 em: 2013-09-29 14:31:35 »
Pelas citações parece uma notícia de antes de 2011.

.....nada disso, bem actual:

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A longa história de uma fundação que não existe 
 
FANTASMA É reconhecida há 29 anos e até integra a lista das entidades para que pode ser 'doada' parte do IRS. No entanto, o património da Fundação António Sardinha está degradado, e nenhum dos fins para os quais foi constituída está, realmente, em prática. Ou seja, a fundação nunca saiu do papel. 
 
A longa história de uma fundação 
 
Apoio aos pobres. Foi reconhecida como fundação e goza de benefícios fiscais. 
 
Tem património, conselho de administração e, até, balanço social e relatórios e contas. 
 
Mas, ao fim de três décadas, o hospital que devia ter construído não passou do papel 
 
SÓNIA SIMÕES 
 
É reconhecida como fundação há 29 anos, integra a lista das mais de 900 entidades de beneficência às quais o contribuinte pode doar parte do que desconta para o IRS, mas na verdade a sua existência resume-se ao papel. Quase três décadas depois, o património da Fundação António Manuel Figueiredo Sardinha, destinado à criação de um hospital para doentes "pobres e incuráveis", está degradado. E nenhum dos seus fins - como denunciam as inspecções feitas ao instituto - foi posto em prática. 
 
A fundação foi instituída por vontade de Maria Isabel Sardinha num testamento assinado em 1978. No documento, a que o DN teve acesso, a sua vontade era clara. A fortuna já deixada pelo marido, empresário, seria investida na construção de um hospital destinado aos "pobres com doenças incuráveis". Referem os estatutos da instituição que a ideia é acolher todos os doentes para os quais a medicina esgotou a "possibilidade de intervenção curativa", casos de deficiência e, ainda, idosos. O dinheiro e o património deixados seriam suficientes para pôr o projecto de pé e, até, mantê-lo durante algum tempo. 
 
Os primeiros estatutos que conferiram o reconhecimento da fundação datam de 1983 e estabeleciam que a obra devia estar completa em cinco anos. Mais de 30 anos passados e o orçamento previsto para a obra que desejava ver construída numa quinta comprada em Albarraque, Sintra, mais que duplicou de preço. A título de exemplo, em 1999 (17anos após a constituição da fundação), o primeiro orçamento foi de 2 780 060 euros, 24 anos depois (2006) de 3 919 820 euros (mais 41%) e, em 2009, de cerca de 4,5 milhões de euros (mais 62% que em 1999). 
 
Se os sucessivos episódios que levaram ao adiamento do projecto fossem passados a livro, já muitos capítulos havia para escrever. A maior parte consta de uma queixa apresentada há mais de um ano ao Ministério Público, por suspeita de gestão danosa, que reúne documentos de Rui Leitão, o único elemento do Conselho de Administração escolhido pela testadora Isabel Sardinha. 
 
Teresa Venda, deputada do PS, é membro do conselho fiscal desta fundação desde 2005 e já foi contra algumas decisões da administração. Da resposta que obteve à queixa que apresentou à Procuradoria, percebeu que o processo só podia andar para a frente se ela indicasse o nome dos suspeitos de gestão danosa. "Eu não sei quem são os responsáveis, só sei que em 30 anos nada foi feito e o património está a degradar-se" disse ao DN. 
 
A história da fundação é pautada por processos em tribunal e conta já com várias auditorias levadas a cabo pela Inspecção-Geral do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social. Entre tantas peripécias, até chegou a ser alvo de um despacho de extinção, mas este acabou revogado dois meses depois (ver texto secundário). 
 
A queixa enviada ao MP também seguiu para o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, que abriu um processo interno. Em resposta às acusações, o presidente do Conselho de Administração, Garcês Palha, afastou qualquer responsabilidade na degradação do património e explicou que a mudança no projecto da obra se prendeu com exigências a nível legislativo. "Será preferível não obter os financiamentos para a construção e para internamento por pessoa/dia, previstas na legislação do Ministério da Saúde e da Segurança Social?" interrogou na carta que consta do volumoso dossier com todos os episódios da fundação. 
 
Já o presidente do Conselho Fiscal, Paulo Morbey, lembra que os frequentes processos judiciais de que foi alvo a fundação "foram sempre arquivados, não por falta de provas mas por observância de que os procedimentos tinham sido sempre os correctos". Tanto a Procuradoria, como o ministé- Há dinheiro e património mas ninguém se entende 
 
Mas afinal porque é que os objectivos da Fundação ainda não foram cumpridos? A última auditoria do Ministério da Segurança Social e do Trabalho, feita em 2005, assegura que há património e não há risco de insolvência, e resume a questão a três problemas: no Conselho de Administração (CA) ninguém se entende, o Conselho Fiscal (CF) é contra a venda de uma moradia cujo valor podia ajudar na construção da obra e, por outro lado, a Casa do Gaiato tem pedido a extinção da fundação. 
 
Segundo o testamento deixado por Maria Isabel Sardinha, caso o hospital que queria ver construído num quinta em Sintra não fosse concluído, devia a fundação ser extinta e o património reverter a favor da Obra do Padre Américo - Casa do Gaiato. 
 
Foi partindo desse pressuposto que, 14 anos após a fundação ter sido instituída e nada ter sido feito, a Casa do Gaiato pediu a sua extinção e reclamou a herança. 
 
O pedido originou a primeira de várias auditorias. Em 1998, indeferiu-se a pretensão da Obra do Padre Américo, dando nova oportunidade ao CA. Só quatro anos depois surgiu um novo parecer do Auditor Jurídico, sugerindo que, se nada fosse feito, devia o património ser entregue à Casa do Gaiato. O relatório da Inspecção-Geral dava conta de um "impasse" nas longas diligências efectuadas para a prossecução dos objectivos e de divergências de opinião entre os membros do CA sobre o rumo a ser seguido. Sugestão: novo prazo, até Fevereiro de 2003, para a chegada de novos elementos ao CA "de perfil dinâmico e empreendedor", refere o relatório. 
 
No relatório de 2005, reconhecem-se adaptações à vontade da testadora, consagrando-se duas valências que o testamento não refere: um centro de dia e serviço de apoio domiciliário integrado. Os inspectores constataram, ainda, que, em 2003, o presidente do CA decidiu traçar um plano de de execução da obra, recorrendo aos meios da fundação. 
 
Entre outras propostas, quis que se vendessem as casas da Rua Rodrigo da Fonseca, Lisboa, e o apartamento em Paris. Não obteve consenso. Ao longos dos anos, os objectivos não foram cumpridos porque, diz o relatório, a nível do CA, surgiram "obstáculos resultantes dos votos contra do testamenteiro, Rui Leitão". A nível do CF, relativamente à venda da moradia na Rua Rodrigo da Fonseca - por a venda ser contrária à vontade da testadora. E, a nível externo, as acções da Casa do Gaiato, através da tentativa de extinção. Em suma, "o seu fim não se tomou impossível", conclui. 
 
O projecto que Maria Isabel pensou e deixou em testamento Sem herdeiros e com uma fortuna deixada pelo marido, empresário de sucesso, Maria Isabel Sardinha fez um testamento dois anos antes de falecer, em 1978. Aos poucos familiares que lhe restavam limitou-se a deixar pequenos bens. 
 
O bolo maior foi destinado ao projecto que pensou antes de morrer e para o qual tinha já comprado uma quinta de 4,6 hectares em Albarraque, Sintra. 
 
Para tal, seria criado naquele espaço um hospital com o nome "Casa do Sagrado Coração para Alívio do Sofrimento". Devia ainda ser construído um pavilhão para internar pessoas idosas, doentes ou não, sob o pagamento de uma mensalidade. Ao longo do testamento, Maria Isabel Sardinha prevê ainda como fazer face às despesas. Para a construção do complexo seria vendido um terreno que possuía na terra natal do marido, em Vila Nova de Gaia, e um apartamento em Paris cidadeonde mantinha uma recheada conta bancária. 
 
Subiram a pulso e viveram felizes... 
 
Negócios. António Sardinha nasceu em Vila Nova de Gaia. Era pobre, mas tinha alma de empresário. Foi com ela que conquistou a representação da General Motors em Portugal e que multiplicou património. Morreu sem filhos e deixou a imensa fortuna à mulher 
 
Das memórias que tem de Maria Isabel Sardinha, guarda o sorriso aberto de quando lhe conseguiu, finalmente, um camarote vitalício no Teatro de São Carlos. Vivia-se a década de 70. O Tivoli era para espectáculos de mal vestidos, já ali só se entrava de smoking e vestido de gala para ver a ópera. 
 
"Sempre que havia ópera ela mandava fazer um vestido novo à modista, grande amiga dela", recorda Rui Leitão, o único testamenteiro vivo e com lugar vitalício no Conselho de Administração da Fundação Sardinha, a pedido da própria por via do testamento. António Sardinha morrera um ano antes de Rui Leitão ter conseguido o tão desejado camarote no São Carlos. "Era muito difícil conseguir, só quando morria alguém." 
 
Os seus quase 80 anos obrigam-no a perder-se na memória. 
 
Só viu António Sardinha uma vez, mas após a sua morte depressa se tomou no braço-direito de Maria Isabel. O camarote foi um dos muitos pedidos que lhe concedeu. Recorda "o preto" que lhe arranjou para servir à mesa. "Fazia tudo na perfeição, desde o serviço à comida." Maria Isabel andava feliz, mas poucas vezes o demonstrava. 
 
"Era uma mulher altiva e muito exigente", lembra. Que o sublinhem as dezenas de motoristas que a conduziram e que acabaram por desistir do trabalho antes de a noite cair. Foi muitas vezes Rui Leitão que a guiou, e tratou das rendas do vasto património deixado pelo marido. 
 
António Manuel Sardinha conheceu-a em Vila Nova de Gaia já era rico. Começou com uma oficina na terra até ganhar a representação da General Motors e trazer, em primeira mão, os modelos automóveis que então saíam. Rui Leitão lembra-se de os ver chegar de Bentley ao Tivoli. Já depois de ele morrer, a General Motors continuava a emprestar carros a Maria Isabel quando ela ia à ópera ao São Carlos. "Assim fazia publicidade." 
 
Na década de 50, crê Rui Leitão, António Sardinha adquire um palacete na Rua Rodrigo da Fonseca, em Lisboa. Era aqui que Maria Isabel passava grande parte do tempo tentando relacionar-se com as famílias mais nobres. O marido comprou um apartamento em Paris, perto do Arco do Triunfo, só para arrendar. Seguiram-se compras de vários apartamentos em Lisboa. 
 
António era visto como um homem generoso, de grande coração. Mas foi o coração que o traiu já na década de 60 - num fulminante ataque cardíaco. Viúva, Maria Isabel entregou a oficina em Gaia aos empregados e vivia do arrendamento das casas. Mais tarde comprou uma quinta de quatro hectares em Albarraque, Sintra. Era aqui que passava todos os fins-de-semana. E foi ali que imaginou a obra que queria concluída após a sua morte. No álbum de fotografias de Rui Leitão vê-se Maria Isabel a passear com as amigas na quinta em Sintra. Fazia questão de manter os jardins impecáveis. 
 
No testamento, que assinou dois anos antes de morrer (1980), Maria Isabel deixa bem clara a pretensão de criar uma fundação com o nome do marido. Do palacete no centro de Lisboa queria uma Casa-Museu da Família Sardinha- a ser gerida pelo Museu de Arte Antiga. 
 
Em Albarraque, um hospital para pobres incuráveis e um lar de idosos. Nenhum dos desejos foi até agora cumprido. 
 
A casa que seria o museu da família está quase em ruínas 
 
Por vontade de Maria Isabel Sardinha, esta vivendana Rua Rodrigo da Fonseca, em Lisboa, tinha como destino ser a casa-museu da família, deixada como legado ao Museu de Arte Antiga. O museu renunciou e, por decisão do tribunal, os bens que estavam no seu interior foram entregues à Fundação Sardinha. Depois de o palacete ter sido assaltado, o Conselho de Administração decidiu leiloar todo o recheio, que era imenso e com muito valor. Logo de seguida houve um incêndio, o que apressou a ideia da venda da propriedade. O imóvel foi avaliado em 1 487 500 euros - mas a avaliação foi feita para dar lugar a um prédio com menos três ou quatro pisos que os do lado. Logo, refere a queixa apresentada ao Ministério Público, o imóvel foi subavaliado. A vogal e deputada Teresa Venda, membro do Conselho Fiscal, votou contra a venda da casa Neste momento corre em tribunal um processo interposto pela empresa que chegou a assinar o contrato-promessa de compra e venda, alegando ter tido prejuízos vários. De sublinhar que, em 2006, a autarquia intimou a fundação a fazer obras de melhoramento no imóvel. Nada foi feito, e o que resta da casa-museu da família está, neste momento, ao abandono. 
 
Sobrinhos ficaram de fora da herança 
 
Mal recebeu o envelope fechado da tia Isabel, Manuel Dias estremeceu. Conta que só na zona de Santarém, a caminho da sua casa em Leiria, teve coragem de o abrir. Ainda pensou que estava rico. Mas quando os corajosos dedos abriram o invólucro, percebeu que não. Tinha de trabalhar. 
 
Aos 77 anos, já reformado, Manuel conta com ironia ao DN a única ajuda que a tia rica lhe deu mal ele chegou de Moçambique, após o 25 de Abril, com duas filhas nos braços e um caminho para o desemprego. "Eram 50 contos...", desabafa. Naquela altura, diz ele, pensou em comprar "uma camioneta" para começar um negócio. "Custava 500 contos", refere. Ainda tocou no assunto à tia, mas ela disse-lhe que desde a morte do marido já não tinha nada. Ajudou-o com o envelope. 
 
Só quando ela morreu, Manuel percebeu a verdadeira dimensão do património. No testamento, houve quem recebesse apartamentos; o jardineiro, um carro; o filho do jardineiro, um terreno que hoje é valioso. Mas aos sobrinhos não chegou tanto. Uma recebeu um broche e uns brincos de ouro entre as várias peças que acabariam-anos depois-por ser leiloadas. Outra recebeu o usufruto de um apartamento, a extinguir-se caso não tenha filhos. Outros receberam apartamentos num prédio que é indiviso, e que não será fácil de dividir por todos. Manuel não recebeu nada. 
 
"Um dia fui a Paredes à Obra do Padre Américo e falei com o padre", recorda. Estava ao volante do camião da empresa em que encontrou trabalho. O padre, recorda, nem queria acreditar. "Mas você é sobrinho da madame Sardinha?" A Obra do Padre Américo asseguroulhe que se um dia a herança revertesse a favor daquela instituição - como está consignado em testamento - Manuel seria ajudado. "Já não espero nada", sorri. 
 
Dos 50 contos pagou as primeiras rendas de um café que abriu na terra, perto de Leiria. Não deu para mais. Do "Senhor Sardinha" recorda um homem trabalhador e bondoso. Da tia, uma mulher altiva com quem lidou pouco. 
 
E lembra o recorte de jornal que ainda guarda em casa, publicado anos depois da morte do empresário. "Melhor que o Totobola", indicava o título, referindo-se a um empregado da "Garagem Sardinha", em Vila Nova de Gaia, que foi despedido por Maria Isabel e impugnou o despedimento por não haver justa causa. "O tribunal deu-lhe razão e a minha tia teve de lhe pagar cinco mil contos. Foi uma fortuna", conta, ajudado pela mulher com quem se casou ainda em Moçambique. Até o empregado ficou a ganhar, só Manuel é que não. E não espera muito mais. 
 


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Re:Autárquicas 2013
« Responder #30 em: 2013-09-29 14:33:02 »
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Afluência às urnas ao meio-dia era de 19,44%

 
  PÚBLICO   29/09/2013 - 14:11
 

Percentagem de eleitores que votaram até às 12h é inferior ao das últimas duas eleições autárquicas e também ao das legistivas de 2011





......bla, bla......


Citar
Resultados eleitorais vão demorar mais tempo devido à agregação das freguesias

 http://www.publico.pt/politica/noticia/resultados-eleitorais-vao-demorar-mais-tempo-devido-a-agregacao-das-freguesias-admite-mai-1607394
    
 

Ministro Miguel Macedo diz que o apuramento de votos deve ser mais demorado devido à cadeia de transmissão das informações, mas não sabe quanto.
« Última modificação: 2013-09-29 14:37:56 por Batman »

Incognitus

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Re:Autárquicas 2013
« Responder #31 em: 2013-09-29 14:42:32 »
Essa história da fundação parece indicar que anda alguém a mamar - provavelmente toda a administração. Vivem daquilo. E vivem bem.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re:Autárquicas 2013
« Responder #32 em: 2013-09-29 15:17:56 »
....."preparado" para a queda do PSD/CDS........eh, eh.....


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Cavaco: Futuro do Governo não depende das autárquicas

Lusa   29/09/13 14:27

 O Presidente da República recusou hoje que o futuro do Governo dependa das eleições autárquicas.

Questionado se a "vida" do Governo depende das eleições autárquicas, Cavaco Silva disse de forma perentória: "Eu penso que é claro que não depende, são eleições autárquicas, dizem respeito a cada junta de freguesia do nosso país, a cada concelho do nosso país".

Happy_TheOne

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Re:Autárquicas 2013
« Responder #33 em: 2013-09-29 20:15:23 »
PS nao se destaca quase nada em relação ao PsD  :-\  :o  ;D

Zenith

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Re:Autárquicas 2013
« Responder #34 em: 2013-09-29 21:04:58 »
Em Oeiras gritam Islatino, Isaltino
Com uns copitos de tinto para aquecer e ainda fazem uma marcha até à prisão para o libertar  ;D

Automek

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Re:Autárquicas 2013
« Responder #35 em: 2013-09-29 21:12:30 »
Em Oeiras gritam Islatino, Isaltino
Com uns copitos de tinto para aquecer e ainda fazem uma marcha até à prisão para o libertar  ;D
Rouba mas faz  :D
Se o TC não o tivesse banido amanhã éramos notícia lá fora. Seria melhor que o Tiririca.

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Re:Autárquicas 2013
« Responder #36 em: 2013-09-29 21:44:49 »
PS nao se destaca quase nada em relação ao PsD  :-\  :o  ;D

Diferença de 5% com um PSD que cortou em tudo o que havia a cortar e so perde para uma margem de 5% .....acho que  derrota e maior para PS .
Cdu e BE muito fraquinhos o que mostra que os portugueses sabem bem que seja quem for nao ha milagres porque pedimos dinheiro para viver e os portugueses mostraram que sabem disso .

Automek

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Re:Autárquicas 2013
« Responder #37 em: 2013-09-29 22:03:16 »
O BE perdeu inclusivamente a única câmara que tinha (Salvaterra de Magos)

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Re:Autárquicas 2013
« Responder #38 em: 2013-09-29 22:04:22 »
No meu concelho passou de maioria absoluta do PSD para relativo do PC.
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
Urmas Reinsalu

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Re:Autárquicas 2013
« Responder #39 em: 2013-09-29 22:09:30 »
Mudança radical  :D
O PCP não costumava ganhar câmaras aí em baixo, pois não ?