A desvantagem de um sistema progressivo destes é que o focus, em vez de estar exclusivamente no negócio, passaria a incluir muito a questão fiscal.
Logo desde cedo, com vários escalões de impostos, um tipo teria de começar a pensar que, se passar um determinado limiar, mais vale criar uma empresa de contabilidade (no papel) e enfiar lá o pessoal do departamento financeiro. Idem para o armazém que se tornaria numa empresa de logística. Etc.
Ou seja, todos a trabalharem como no dia anterior, mas diferente em papel e burocracia, além de promover o esquema de sobre facturação de serviços entre empresas (o que não causaria problema de lucros excessivos nas empresas 'externas' porque iriam estar num nível de imposto muito baixo).
Eu estou mais perto da visão do Friedman (só as pessoas pagam impostos e não as empresas) do que desta apresentada pelo Inc.
Repare-se que quando uma empresa tem lucros estes são distribuídos (havendo imposto pessoal cobrado aos accionistas) ou é reinvestido. O reinvestimento não é uma coisa nefasta se houver limites a algumas categorias de investimento (e de despesas).
Tenderia a concordar mais com uma flat rate muito baixa para empresas, que não levasse a grande distinção entre grandes e pequenas (ou seja, minimizando o interesse da optimização fiscal e que, mesmo feita, não levasse uma grande empresa a ter uma taxa efectiva muito mais baixa do que outra empresa pequena). De resto o IRC representa 13% da receita, aproximadamente, mas é de uma complexidade brutal.