Olá, Visitante. Por favor entre ou registe-se se ainda não for membro.

Entrar com nome de utilizador, password e duração da sessão
 

Autor Tópico: Krugman et al  (Lida 606335 vezes)

Kin2010

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 3989
    • Ver Perfil
Re:Krugman et al
« Responder #540 em: 2012-12-04 02:22:22 »
O sistema não se trata do primado da avaliação mercantil sobre as coisas. Trata-se sim do primado de que cada indivíduo existe para viver a vida em função dos seus próprios interesses e não em função dos interesses de outras pessoas (a menos, claro, que ele queira fazer isso mesmo).
 
Nota que nem tem que ser relação comercial nenhuma. É possível, e seria possível, os indivíduos voluntários organizarem-se numa qualquer comuna para avançar um qualquer interesse específico de que falas.
 
A única coisa que se perderia seria a capacidade de obrigar os outros a viverem em função de interesses que não são os seus.
 
Sabes que mais, este tipo de discussões nem sequer é sobre se é de apoiar o MO ou não é de apoiar o MO. Isto porque eu sou inteiramente a favor de apoiar o MO, desde que apenas quem o quer fazer, o faça. Portanto este tipo de discussões são, na realidade, sobre a tua (e de outros) vontade de obrigar ESPECIFICAMENTE quem não concorda com os interesses que vocês acham que devem ser apoiados, a apoiá-los.
 
Como podes imaginar essa posição não é lá muito ética ou defensável.

Rejeito esta tua afirmação completamente. A sociedade precisa que pessoas especialistas tomem decisões que abarcam todos, mesmo cobrando impostos ou forçando os outros a certas coisas (ex: expropriações, etc). Isto porque em qq época, e sobre qq assunto, há uma minoria de pessoas especialistas que sabem mais sobre o assunto do que a maioria, e assim a decisão entregue à maioria seria desastrosa. Seria como um navio conduzido pelos passageiros.

Mas o que eu rejeito completamente é tu estares a implicar que o que eu disse acima é pouco ético. Não é, é um sistema ético coerente que simplesmente se baseia no facto de que há uma profunda desigualdade de informação entre as pessoas, e que por isso, muitas vezes, os especialistas é que devem alocar os recursos e as decisões, mesmo contra vontade de grande parte das pessoas, pois isso é vantajoso, mesmo para as pessoas que não tinham a mesma opinião.

Podes dizer que esta é uma visão paternalista, ok, mas não é pouco ética.


Kin2010

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 3989
    • Ver Perfil
Re:Krugman et al
« Responder #541 em: 2012-12-04 02:30:48 »
Mas poder-se-iam dar muitos mais exemplos. Um deles é um tema muito focado aqui, o das políticas monetárias dos bancos centrais. Aí, é-se geralmente a favor (e tu também és) da independência do banco central em relação ao poder político, precisamente para evitar que ele fique mais refém da vontade popular. Mas assim, ao ser independente, ele é capturado por um directório de especialistas (Bernanke et al). Para mim, está muito bem assim, entregue a quem sabe. Não tenho ilusões de que o voto popular sobre as decisões sobre taxas de juro ou emissão de moeda só pioraria a política monetária. Neste, como em muitos outros casos, considera-se que um directório de especialistas, mesmo se não eleitos, pode decidir das políticas que vão afectar todos, e mesmo pode tomar decisões que são equivalentes a cobrar impostos (logo "tirar $$ aos outros") sem isso resultar de escrutínio popular. Tu também defendes isto e eu também. É inevitável, senão a civilização simplesmente colapsa, fecha as portas.

A questão coloca-se até na natureza do sistema monetário, se é mesmo este que queremos ter ou algo minimamente mais justo e transparente. Este, centralizado e vulnerável a aproveitamentos e a arbitrariedade política, não é necessariamente o mais desejável.

Sim, poderia haver outro melhor, mas era bom que estivesse sempre nas mãos dos que sabem, e não dos abaixo-assinados recolhidos pelo Ron Paul!  ;)   (o Ron Paul tem a mania de se pronunciar muito sobre a Fed e suas políticas e, seguindo a tendência Tea Party, também gosta de se guiar pelos milhares de emails e tweets dos seus constituintes)

Esse é que era o meu ponto, não era a dizer que este sistema não pode ser melhorado.


Kin2010

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 3989
    • Ver Perfil
Re:Krugman et al
« Responder #542 em: 2012-12-04 02:33:20 »
Inc:
"(quanto à defesa eu acho que o desejável seria uma coisa mínima, com contornos similares aos da Suiça)"

Não foi isso que eu perguntei. Não perguntei quais as tuas escolhas para a defesa, mas sim se concordavas que as despesas com a defesa também ficassem dependentes dos donativos voluntários dos cidadãos e, qq que fosse a resposta, porquê.

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re:Krugman et al
« Responder #543 em: 2012-12-04 02:34:19 »
O sistema não se trata do primado da avaliação mercantil sobre as coisas. Trata-se sim do primado de que cada indivíduo existe para viver a vida em função dos seus próprios interesses e não em função dos interesses de outras pessoas (a menos, claro, que ele queira fazer isso mesmo).
 
Nota que nem tem que ser relação comercial nenhuma. É possível, e seria possível, os indivíduos voluntários organizarem-se numa qualquer comuna para avançar um qualquer interesse específico de que falas.
 
A única coisa que se perderia seria a capacidade de obrigar os outros a viverem em função de interesses que não são os seus.
 
Sabes que mais, este tipo de discussões nem sequer é sobre se é de apoiar o MO ou não é de apoiar o MO. Isto porque eu sou inteiramente a favor de apoiar o MO, desde que apenas quem o quer fazer, o faça. Portanto este tipo de discussões são, na realidade, sobre a tua (e de outros) vontade de obrigar ESPECIFICAMENTE quem não concorda com os interesses que vocês acham que devem ser apoiados, a apoiá-los.
 
Como podes imaginar essa posição não é lá muito ética ou defensável.

Rejeito esta tua afirmação completamente. A sociedade precisa que pessoas especialistas tomem decisões que abarcam todos, mesmo cobrando impostos ou forçando os outros a certas coisas (ex: expropriações, etc). Isto porque em qq época, e sobre qq assunto, há uma minoria de pessoas especialistas que sabem mais sobre o assunto do que a maioria, e assim a decisão entregue à maioria seria desastrosa. Seria como um navio conduzido pelos passageiros.

Mas o que eu rejeito completamente é tu estares a implicar que o que eu disse acima é pouco ético. Não é, é um sistema ético coerente que simplesmente se baseia no facto de que há uma profunda desigualdade de informação entre as pessoas, e que por isso, muitas vezes, os especialistas é que devem alocar os recursos e as decisões, mesmo contra vontade de grande parte das pessoas, pois isso é vantajoso, mesmo para as pessoas que não tinham a mesma opinião.

Podes dizer que esta é uma visão paternalista, ok, mas não é pouco ética.

As pessoas no decurso da sua vida sabem geralmente quando devem delegar algo. Não vês nenhum passageiro a tentar conduzir o navio. Não vês muitas pessoas a tentarem arranjar o seu automóvel mesmo sendo livres para o tentar, e por aí adiante.
 
A tua visão é apenas mais uma forma de justificar que os interesses que são teus mas tens medo não serem partilhados por suficientes pessoas voluntariamente, sejam apoiados mesmo contra a vontade das restantes pessoas.
 
Nota ainda que alguns desses interesses nem sequer exigirão muitos recursos, pelo que ainda mais absurdo é. O MO por exemplo dividido entre um milhão de pessoas (arranja-se um milhão, não? com tanto prestígio) custaria apenas 0.70 EUR por apoiante/ano.
 
Resumindo, existindo evidência óbvia de que as pessoas delegam - aliás, toda a sociedade está estruturada em termos de nos especializarmos e trocarmos produções - não colhe a necessidade de ter uma elite especialista a obrigar todos os outros (excepto em coisas muito específicas em que se regulam interferências, tipo regras de trânsito, poluição, fraudes, etc).
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re:Krugman et al
« Responder #544 em: 2012-12-04 02:36:34 »
Inc:
"(quanto à defesa eu acho que o desejável seria uma coisa mínima, com contornos similares aos da Suiça)"

Não foi isso que eu perguntei. Não perguntei quais as tuas escolhas para a defesa, mas sim se concordavas que as despesas com a defesa também ficassem dependentes dos donativos voluntários dos cidadãos e, qq que fosse a resposta, porquê.

Quando falamos do que temos falado, é no contexto de um Estado que mantém uma série de funções ainda assim financiadas por todos, desde educação, saúde, segurança, segurança social, justiça, etc. Ainda que esses sistemas pudessem ser desenhados com cláusulas de "opting out" que os legitimariam ainda mais - mas isso teria que ser feito com muito cuidado para evitar o fenómeno da selecção adversa. Portanto a segurança, que inclui a defesa ainda que esta devesse ser mínima, estaria dentro das responsabilidades "core" do Estado.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re:Krugman et al
« Responder #545 em: 2012-12-04 02:38:15 »
Mas poder-se-iam dar muitos mais exemplos. Um deles é um tema muito focado aqui, o das políticas monetárias dos bancos centrais. Aí, é-se geralmente a favor (e tu também és) da independência do banco central em relação ao poder político, precisamente para evitar que ele fique mais refém da vontade popular. Mas assim, ao ser independente, ele é capturado por um directório de especialistas (Bernanke et al). Para mim, está muito bem assim, entregue a quem sabe. Não tenho ilusões de que o voto popular sobre as decisões sobre taxas de juro ou emissão de moeda só pioraria a política monetária. Neste, como em muitos outros casos, considera-se que um directório de especialistas, mesmo se não eleitos, pode decidir das políticas que vão afectar todos, e mesmo pode tomar decisões que são equivalentes a cobrar impostos (logo "tirar $$ aos outros") sem isso resultar de escrutínio popular. Tu também defendes isto e eu também. É inevitável, senão a civilização simplesmente colapsa, fecha as portas.

A questão coloca-se até na natureza do sistema monetário, se é mesmo este que queremos ter ou algo minimamente mais justo e transparente. Este, centralizado e vulnerável a aproveitamentos e a arbitrariedade política, não é necessariamente o mais desejável.

Sim, poderia haver outro melhor, mas era bom que estivesse sempre nas mãos dos que sabem, e não dos abaixo-assinados recolhidos pelo Ron Paul!  ;)   (o Ron Paul tem a mania de se pronunciar muito sobre a Fed e suas políticas e, seguindo a tendência Tea Party, também gosta de se guiar pelos milhares de emails e tweets dos seus constituintes)

Esse é que era o meu ponto, não era a dizer que este sistema não pode ser melhorado.

Idealmente seria um sistema transparente e que não estivesse na mão de ninguém nem pudesse ser manipulado com o objectivo de melhorar ou piorar alguma situação. A criação monetária seria ou inexistente, ou sempre ao mesmo ritmo independentemente da economia.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re:Krugman et al
« Responder #546 em: 2012-12-04 02:57:29 »
Nem de propósito ...
 
Can Art be Games?
http://www.sophiehoulden.com/can-art-be-games/


Pessoas diferentes podem ter uma opinião radicalmente diferente. Uma pessoa nâo deve ter um ascendente sobre outra de forma a retirar-lhe recursos para avançar os seus próprios interesses.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Kin2010

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 3989
    • Ver Perfil
Re:Krugman et al
« Responder #547 em: 2012-12-04 03:08:13 »
Inc:
"(quanto à defesa eu acho que o desejável seria uma coisa mínima, com contornos similares aos da Suiça)"

Não foi isso que eu perguntei. Não perguntei quais as tuas escolhas para a defesa, mas sim se concordavas que as despesas com a defesa também ficassem dependentes dos donativos voluntários dos cidadãos e, qq que fosse a resposta, porquê.

Quando falamos do que temos falado, é no contexto de um Estado que mantém uma série de funções ainda assim financiadas por todos, desde educação, saúde, segurança, segurança social, justiça, etc. Ainda que esses sistemas pudessem ser desenhados com cláusulas de "opting out" que os legitimariam ainda mais - mas isso teria que ser feito com muito cuidado para evitar o fenómeno da selecção adversa. Portanto a segurança, que inclui a defesa ainda que esta devesse ser mínima, estaria dentro das responsabilidades "core" do Estado.

Ah... Então no caso da defesa, por exemplo, já a inseririas no sistema "core", pago pelos impostos de todos, não com donativos voluntários, certo? Bom, então tenho que inferir que estás a cair no "pecado" que apontaste aos outros. Estás a considerar uma certa função como muito importante (e isso é a tua opinião), tão importante que te achas no direito de fazer os outros pagar impostos para satisfazer essa tua preferência na alocação de recursos. Não resisto a comentar: não tens vergonha de, assim estar a querer escravizar os outros (mais acima utilizaste essa expressão para referir o pagamento de impostos).


Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re:Krugman et al
« Responder #548 em: 2012-12-04 13:11:51 »
Inc:
"(quanto à defesa eu acho que o desejável seria uma coisa mínima, com contornos similares aos da Suiça)"

Não foi isso que eu perguntei. Não perguntei quais as tuas escolhas para a defesa, mas sim se concordavas que as despesas com a defesa também ficassem dependentes dos donativos voluntários dos cidadãos e, qq que fosse a resposta, porquê.

Quando falamos do que temos falado, é no contexto de um Estado que mantém uma série de funções ainda assim financiadas por todos, desde educação, saúde, segurança, segurança social, justiça, etc. Ainda que esses sistemas pudessem ser desenhados com cláusulas de "opting out" que os legitimariam ainda mais - mas isso teria que ser feito com muito cuidado para evitar o fenómeno da selecção adversa. Portanto a segurança, que inclui a defesa ainda que esta devesse ser mínima, estaria dentro das responsabilidades "core" do Estado.

Ah... Então no caso da defesa, por exemplo, já a inseririas no sistema "core", pago pelos impostos de todos, não com donativos voluntários, certo? Bom, então tenho que inferir que estás a cair no "pecado" que apontaste aos outros. Estás a considerar uma certa função como muito importante (e isso é a tua opinião), tão importante que te achas no direito de fazer os outros pagar impostos para satisfazer essa tua preferência na alocação de recursos. Não resisto a comentar: não tens vergonha de, assim estar a querer escravizar os outros (mais acima utilizaste essa expressão para referir o pagamento de impostos).

Tal como eu disse, para tal coisa ser mais legítima, deveria ser concebida com cláusulas de opting out, desde que se conseguisse acautelar a selecção adversa.
 
Aquilo que separa as coisas que falámos antes destas, é que para estas existe uma razoável certeza de termos consensualidade nelas. Ao passo que atrás se falava claramente de interesses de partes muito pequenas da sociedade. As cláusulas de opting out, seriam para o caso de a consensualidade não ser absoluta (já que consensualidade pura é difícil de atingir realmente). No caso de existirem cláusulas de opting out para prevenir a selecção adversa custos bastante acima dos reais deveriam ser cobrados às pessoas que usassem algum dos serviços gerais (bastante acima, porque se alguém os usasse tendo "opted out" estaria numa posição de falta de alternativas).
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Lark

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 4627
    • Ver Perfil
Re:Krugman et al
« Responder #549 em: 2012-12-04 13:43:18 »
Three-Card Budget Monte

It goes without saying that the Republican “counteroffer” is basically fake. It calls for $800 billion in revenue from closing loopholes, but doesn’t specify a single loophole to be closed; it calls for huge spending cuts, but aside from raising the Medicare age and cutting the Social Security inflation adjustment — moves worth only around $300 billion — it doesn’t specify how these cuts are to be achieved. So it’s basically the Paul Ryan method: scribble down some numbers and pretend that you’re a budget wonk with a Serious plan.

What I haven’t seen pointed out here is the longer arc of GOP strategy. Does anyone recall how the Bush tax cuts were passed? The 2001 cut was passed based on the claim that the government was running an excessive surplus; the 2003 cut on the claim that it would provide an economic boost. Then the surplus went away, and the economy did not, to say the least, perform very well.

So now we face a substantial long-run deficit largely created by those tax cuts:


And the GOP says that because of that deficit we must raise the Medicare age and cut Social Security!

Oh, and for all the seniors or near-seniors who voted Republican because you thought they would protect Medicare from that bad guy Obama: you’ve been had.

krugman
Be Kind; Everyone You Meet is Fighting a Battle.
Ian Mclaren
------------------------------
If you have more than you need, build a longer table rather than a taller fence.
l6l803399
-------------------------------------------
So, first of all, let me assert my firm belief that the only thing we have to fear is...fear itself — nameless, unreasoning, unjustified terror which paralyzes needed efforts to convert retreat into advance.
Franklin D. Roosevelt

hermes

  • Global Moderator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2836
    • Ver Perfil
Re:Krugman et al
« Responder #550 em: 2012-12-04 18:49:55 »
Nota ainda que DEPOIS de implementado, já não teria problema nenhum em ser aceite. A questão seria mesmo implementá-lo. A forma como um sistema destes pode alguma vez surgir, é com um Governo a prometer outra coisa qualquer e quando for eleito, implementar isto "instead".


A 1ª parte já aconteceu... Nada como um bom isco de fundos estruturais e corda abundante na capacidade dos governos se endividarem, não obstante o BCE já deter alguns mecanismos [limitados e grosseiros] antes da crise para controlar o endividamento dos estados / economias [alterando o montante de reservas dos sistemas bancários dos respectivos países], todavia teria sido politicamente bastante complicado e desgastante combater a tendência... Não há nada como deixar os países aprenderem a sua lição e como bónus estes ainda entregarem de livre e expontânea vontade o controlo das suas políticas monetárias.

As consequências virão a seu tempo. Quando não há virtude, a necessidade encarrega-se que ela apareça!

Citação de: Herbert Spencer
The ultimate result of shielding men from the effects of folly, is to fill the world with fools.


perdão...qual virtude ? que virtude vês tu na situação actual ?


Ainda vejo pouca, o que é natural pois estamos no início. Todavia estou confiante na democracia directa ao estilo grego classico formada pelos 27 cidadãos países da zona Euro.
« Última modificação: 2012-12-04 18:50:40 por hermes »
"Everyone knows where we have been. Let's see where we are going." – Another

Lark

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 4627
    • Ver Perfil
Re:Krugman et al
« Responder #551 em: 2012-12-08 18:12:08 »
Rise of the Robots
Catherine Rampell and Nick Wingfield write about the growing evidence for “reshoring” of manufacturing to the United States. They cite several reasons: rising wages in Asia; lower energy costs here; higher transportation costs. In a followup piece, however, Rampell cites another factor: robots.

The most valuable part of each computer, a motherboard loaded with microprocessors and memory, is already largely made with robots, according to my colleague Quentin Hardy. People do things like fitting in batteries and snapping on screens.

As more robots are built, largely by other robots, “assembly can be done here as well as anywhere else,” said Rob Enderle, an analyst based in San Jose, Calif., who has been following the computer electronics industry for a quarter-century. “That will replace most of the workers, though you will need a few people to manage the robots.”
Robots mean that labor costs don’t matter much, so you might as well locate in advanced countries with large markets and good infrastructure (which may soon not include us, but that’s another issue). On the other hand, it’s not good news for workers!

This is an old concern in economics; it’s “capital-biased technological change”, which tends to shift the distribution of income away from workers to the owners of capital.

Twenty years ago, when I was writing about globalization and inequality, capital bias didn’t look like a big issue; the major changes in income distribution had been among workers (when you include hedge fund managers and CEOs among the workers), rather than between labor and capital. So the academic literature focused almost exclusively on “skill bias”, supposedly explaining the rising college premium.

But the college premium hasn’t risen for a while. What has happened, on the other hand, is a notable shift in income away from labor:


If this is the wave of the future, it makes nonsense of just about all the conventional wisdom on reducing inequality. Better education won’t do much to reduce inequality if the big rewards simply go to those with the most assets. Creating an “opportunity society”, or whatever it is the likes of Paul Ryan etc. are selling this week, won’t do much if the most important asset you can have in life is, well, lots of assets inherited from your parents. And so on.

I think our eyes have been averted from the capital/labor dimension of inequality, for several reasons. It didn’t seem crucial back in the 1990s, and not enough people (me included!) have looked up to notice that things have changed. It has echoes of old-fashioned Marxism — which shouldn’t be a reason to ignore facts, but too often is. And it has really uncomfortable implications.

But I think we’d better start paying attention to those implications.

krugman
« Última modificação: 2012-12-08 20:28:01 por Lark »
Be Kind; Everyone You Meet is Fighting a Battle.
Ian Mclaren
------------------------------
If you have more than you need, build a longer table rather than a taller fence.
l6l803399
-------------------------------------------
So, first of all, let me assert my firm belief that the only thing we have to fear is...fear itself — nameless, unreasoning, unjustified terror which paralyzes needed efforts to convert retreat into advance.
Franklin D. Roosevelt

Zel

  • Visitante
Re:Krugman et al
« Responder #552 em: 2012-12-08 23:56:30 »
Lark, discordas do Krugman em alguma coisa ?   ;)

Lark

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 4627
    • Ver Perfil
Re:Krugman et al
« Responder #553 em: 2012-12-09 00:28:45 »
Lark, discordas do Krugman em alguma coisa ?   ;)

que pergunta...
isso é o mesmo que perguntar a um estudante de física do secundário se discorda de einstein ou shcroedinger ou lorentz ou marconi.
o que sabe ele para discordar?

o que me espanta é que tu tenhas em tal conta que permitas a ti próprio discordar.
Be Kind; Everyone You Meet is Fighting a Battle.
Ian Mclaren
------------------------------
If you have more than you need, build a longer table rather than a taller fence.
l6l803399
-------------------------------------------
So, first of all, let me assert my firm belief that the only thing we have to fear is...fear itself — nameless, unreasoning, unjustified terror which paralyzes needed efforts to convert retreat into advance.
Franklin D. Roosevelt

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re:Krugman et al
« Responder #554 em: 2012-12-09 01:32:24 »
Lark, discordas do Krugman em alguma coisa ?   ;)

que pergunta...
isso é o mesmo que perguntar a um estudante de física do secundário se discorda de einstein ou shcroedinger ou lorentz ou marconi.
o que sabe ele para discordar?

o que me espanta é que tu tenhas em tal conta que permitas a ti próprio discordar.

Não é bem a mesma coisa porque a economia é uma ciência um bocado manhosa.
 
Para ser uma comparação justa, na melhor das hipóteses terias que comparar o estudante a alguém anterior a Copérnico ou algo assim. A alguém com um modelo fraco que explicasse alguma da realidade mas falhasse imenso (tipo o sol a girar em volta da terra).
« Última modificação: 2012-12-09 01:42:51 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Zel

  • Visitante
Re:Krugman et al
« Responder #555 em: 2012-12-09 03:34:17 »
claro que nao eh a mesma coisa, a economia eh uma soft sciente da treta, totalmente permeavel a ideologias fraudulentas e onde eh qs impossivel de provar cientificamente o que quer que seja devido a complexidade e impossibilidade de isolamente das variaveis

mas agora estamos esclarecidos que a tua atitude e de fe total, amen  ;)

Lark

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 4627
    • Ver Perfil
Re:Krugman et al
« Responder #556 em: 2012-12-09 11:55:15 »
claro que nao eh a mesma coisa, a economia eh uma soft sciente da treta, totalmente permeavel a ideologias fraudulentas e onde eh qs impossivel de provar cientificamente o que quer que seja devido a complexidade e impossibilidade de isolamente das variaveis

mas agora estamos esclarecidos que a tua atitude e de fe total, amen  ;)

nada do que eu escrevi te permite tirar essa conclusão.
como a ciência económica não está a validar neste momento os teus preconceitos ideológicos chamas-lhe ciência da treta.

algo que acho curioso: começo a pensar que estou a ficar um bocado marxista. engraçado.

L
Be Kind; Everyone You Meet is Fighting a Battle.
Ian Mclaren
------------------------------
If you have more than you need, build a longer table rather than a taller fence.
l6l803399
-------------------------------------------
So, first of all, let me assert my firm belief that the only thing we have to fear is...fear itself — nameless, unreasoning, unjustified terror which paralyzes needed efforts to convert retreat into advance.
Franklin D. Roosevelt

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re:Krugman et al
« Responder #557 em: 2012-12-09 12:14:15 »
Lark, é óbvio que a economia é uma ciência fraca.
 
Tu não vês um físico, ou um engenheiro, com grandes dúvidas sobre como é que determinado sistema físico vai evoluir. A ciência permite-lhe prever o comportamento do dito, é isso que está na base da tecnologia toda que observamos, máquinas, computadores, etc, tudo se comporta exactamente como previso na esmagadora maioria do tempo.
 
A economia? Nem por isso. Um mero preço de uma commodity ninguém tem uma certeza absoluta da sua evolução. Para lá da inércia dos grandes agregados, existe muito pouca ciência na economia, e muitos economistas escudam-se precisamente nessa inércia (prevêm que o que está a ocorrer irá continuar a ocorrer), isto mesmo quando existem provas sólidas de grandes avarias (como nesta última bolha de crédito).
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Zel

  • Visitante
Re:Krugman et al
« Responder #558 em: 2012-12-09 14:39:48 »
se tens a certeza absoluta que o krugman tem razao em tudo eh impossivel que nao tenhas preconceitos ideologicos
« Última modificação: 2012-12-09 14:54:07 por Zel »

Lark

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 4627
    • Ver Perfil
Re:Krugman et al
« Responder #559 em: 2012-12-09 18:56:25 »
se tens a certeza absoluta que o krugman tem razao em tudo eh impossivel que nao tenhas preconceitos ideologicos

mas de onde é que tiraste essa ideia? de que eu penso que o krugman tem razão em tudo?
não faço ideia se tem ou não. não tenho os conhecimentos para o saber.
se tu achas que tens, more power to you.

L
Be Kind; Everyone You Meet is Fighting a Battle.
Ian Mclaren
------------------------------
If you have more than you need, build a longer table rather than a taller fence.
l6l803399
-------------------------------------------
So, first of all, let me assert my firm belief that the only thing we have to fear is...fear itself — nameless, unreasoning, unjustified terror which paralyzes needed efforts to convert retreat into advance.
Franklin D. Roosevelt