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Autor Tópico: Krugman et al  (Lida 606397 vezes)

Deus Menor

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Re: Krugman et al
« Responder #2340 em: 2015-09-09 12:42:39 »
quando o stiglitz chega ao cúmulo de dar o exemplo da Venezuela como mostra dos resultados das escolhas macroeconómicas que ele defende, está tudo dito


Nitidamente, e ensinam Economia.

Esta tendência de discurso é uma tentativa de manter o status quo de uma nobreza que o é à base de financiamento Público. Eles sabem que num mundo em concorrência justa seriam preteridos.

Esta nova Nobreza defende-se e sobrevive, mas está cada vez mais difícil
contrariar com discursos aquilo que se torna evidente aos olhos de todos.

Thunder

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Re: Krugman et al
« Responder #2341 em: 2015-09-09 16:05:08 »

Eu até entendo o ponto de vista que ele quer transmitir.
Mas penso que há um aspecto crucial que ele menospreza. A má alocação de capital e recursos que estas taxas baixas (baixíssimas) estão a gerar.

Lark, tu que segues com regularidade os artigos dele, sabes se ele já se pronunciou sobre essa questão?


essa exactamente não. mas o facto é que ele não entende a zirp (zero interest rate) como uma coisa artificial. é o que é e não poderia ser de outra maneira.
logo, perante um fenómeno económico 'natural' , os agentes económicos respondem como entendem. é um mercado livre.
se fazem ou não má alocação de capital é problema deles - e nosso, mas isso é sempre, seja para um lado ou para o outro.
a minha opinião é que é um non-issue.

é como se os capitalistas necessitassem de um pastor que os guiasse para não fazerem asneiras e alocarem mal o capital. e esse pastor seria a FED.
nem a FED é pastorinha nem os agentes económicos são criancinhas que necessitem de pastoreio (digo eu, na volta são mesmo).

por isso não estou a ver o krugman a pronunciar-se sobre uma questão que nem sequer se levanta.
a má alocação de capital, o asset inflation, a inflação escondida etc etc são mitos propagandistas, fazem parte de uma certa narrativa. não são factos reais.

é assim o que me ocorre dizer mr t...

L


Eu li bastantes artigos dele porque no fórum antigo havia um tópico igual a este.
Para mim foi interessante e educativo, pois o meu bias era bastante laissez-faire e liberal quando era novito e aos poucos fui moderando essa veia.
E os artigos do Krugman e outros fizeram questionar-me sobre muita coisa. E acho que fiquei com uma visão mais ampla das coisas.
Mas para ser-te 100% sincero ele "perdeu-me" como leitor com este artigo:
http://krugman.blogs.nytimes.com/2011/10/10/if-banks-are-outlawed-only-outlaws-will-have-banks/?_r=0
Para mim, e dado a inteligência dele, acho que ele foi intelectualmente desonesto.
Colocou as coisas em termos de 8 ou 80 .
Há quem critique o sistema FR não querendo que voltemos a um sistema de "reserva a 100%" mas porque acha que os níveis de reserva que foram atingidos em 2007/2008 são insanos e basicamente uma garantia de que as coisas mais cedo ou mais tarde correrão mal. Na altura chegou-se a falar que o Citi tinha 3% de reserva e outros pouco mais que isso.
Era essa capacidade de arrebentar completamente com o sistema, tipo "nuke the system" (pois a reserva de praticamente todos os grandes bancos tinham reservas baixíssimas) que infelizmente dá um poder enorme aos TBTF.
E eu acho que o Krugman e outros entendem bem este mecanismo.
Logo, ele poderia por exemplo explicar que os níveis muito baixos são péssimos, que níveis de "100%" de reserva são rígidos demais, mas que podem existir patamares intermédios que no futuro poderiam ser mais saudáveis e sustentáveis.
Ele até teria um argumento bom para usar, dizendo que um aumento muito rápido no nível de reserva requerido, num cenário de econômico de marasmo, poderia precipitar uma ainda maior desaceleração da economia. Logo que tal deveria ser feito com cautela e gradualmente.
Logo ele ao por as opções entre; apenas é possível o cenário actual, ou um sistema a "100%" está implicitamente a compactuar com um ambiente operativo que dá poder aos banksters que ele tanto odeia.

... voltando ao teu post ...
Como vês eu acredito que ele têm um bias bastante forte.
E assim se explica que ele possa achar o ZIRP algo natural e não artificial.
Eu também tenho o meu bias e acho precisamente o oposto. Que o ZIRP é uma aberração.
O ZIRP é uma versão em larga escala daquilo que tantos simpatizantes de esquerda se queixaram que aconteceu na Grécia.
Foi uma forma de portadores de grandes quantidades de bonds governamentais ( os rentiers tantas vezes criticados), e activos ligados a bancos (bonds ou acções) terem tempo de fazerem uma rotação de activos e saltarem fora dos activos que iriam implodir.
Logo da mesma forma que o Stiglitz, Krugman, et al, são críticos de taxas altas, pois no prisma deles isso beneficia muito os rentiers (que passam a ter mais rendimento) as custas da população em geral (pelo arrefecimento da economia), acho que eles deviam também perceber que as ZIRP ou quase ZIRP permitiram a muitos fat-cats safarem o couro.
Eu acho estranho eles não abordarem esse lado da moeda.

Continuando;
Os agentes econômicos não estão a agir num mercado livre. O mercado das obrigações está distorcido, pois existem agentes (BCs) que compram obrigações governamentais na quantidade
que for precisa. Isso distorceu completamente o mercado das bonds de empresas e principalmente empresas em dificuldades.
Para mim isto não é mercado livre.
Uma empresa em dificuldade por norma teve uma má gestão, estará num nicho em extinção, tem uma marca a degradar-se, sei lá, algo do gênero. Se ela tem capacidade de financiar-se o investimento que ela fará com esse financiamento em princípio (e pelo histórico) será mau, pouco inovar, etc ...

Os próprios estados são excelentes exemplos. Supostamente endividam-se para investir em algo que no futuro fará o PIB expandir-se (educação, infraestruturas, etc) a um ritmo superior ao da aquisição de dívida. Mas se isso na maioria dos países raramente acontece (como as dívidas em constante expansão o mostram), não estará a qualidade do investimeno a ser de qualidade inferior ao prometido?
Não é a mesma coisa construir uma AE a ligar nada a coisa nenhuma (como infelizmente nós temos) ou investir num plano de educação com pés e cabeça, num sistema judicial ágil e eficaz, etc. A produtividade e rentabilidade para a nação e gerações futuras, são completamente diferentes.
Para os USA é igual enterrar biliões no Dep. Defesa, ou por exemplo arrancar com algo tipo "Proj Manhattam" para melhorar a independência energética do país?

Os capitalistas não precisam do tal cão pastor, mas o mercado tem que operar; e no fundo o FED está a fazer não de cão pastor, mas sim de cão de guarda, infelizmente para apenas alguns sectores da economia (os que tem acesso a emitir bonds).
E quando o problema das bonds for grave vamos lá ver se a populaça não terá que chegar-se com a barriga ao balcão como é costume.

E em relação à inflação de activos, pelo menos em um mercado (enorme e muito importante) ela existe. No que estive a falar anteriormente (bonds)

Sorry pelo testamento Mr L

-----------

Tommy será possível não insistires tanto com a história da Venezuela/Chávez/Maduro/comunismo quando se discutem estas coisas? (e não estou a querer ser agressivo)
Thanks
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Re: Krugman et al
« Responder #2342 em: 2015-09-09 16:05:29 »
pois... desacreditemos o mensageiro, não a mensagem.
caros, comigo estão a perder o vosso tempo.
nem sequer vou aprofundar essa questão da venezuela. do que conheço do stiglitz é BS de certezinha.

L
Be Kind; Everyone You Meet is Fighting a Battle.
Ian Mclaren
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If you have more than you need, build a longer table rather than a taller fence.
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So, first of all, let me assert my firm belief that the only thing we have to fear is...fear itself — nameless, unreasoning, unjustified terror which paralyzes needed efforts to convert retreat into advance.
Franklin D. Roosevelt

Incognitus

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Re: Krugman et al
« Responder #2343 em: 2015-09-09 16:18:54 »
pois... desacreditemos o mensageiro, não a mensagem.
caros, comigo estão a perder o vosso tempo.
nem sequer vou aprofundar essa questão da venezuela. do que conheço do stiglitz é BS de certezinha.

L


É um erro alheares-te de factos e fazes isso frequentemente quando contrariam algo que defendes ideologicamente.

Joseph Stiglitz, in Caracas, Praises Venezuela’s Economic Policies
http://venezuelanalysis.com/news/2719

Naturalmente que naquele momento a Venezuela estava com um bom crescimento, estava a ser fortemente favorecida pelo petróleo.

--------------

O Stiglitz é membro da Internacional Socialista. Não devem surpreender determinadas opiniões.
« Última modificação: 2015-09-09 16:25:57 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

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Re: Krugman et al
« Responder #2344 em: 2015-09-09 16:29:51 »

Eu até entendo o ponto de vista que ele quer transmitir.
Mas penso que há um aspecto crucial que ele menospreza. A má alocação de capital e recursos que estas taxas baixas (baixíssimas) estão a gerar.

Lark, tu que segues com regularidade os artigos dele, sabes se ele já se pronunciou sobre essa questão?


essa exactamente não. mas o facto é que ele não entende a zirp (zero interest rate) como uma coisa artificial. é o que é e não poderia ser de outra maneira.
logo, perante um fenómeno económico 'natural' , os agentes económicos respondem como entendem. é um mercado livre.
se fazem ou não má alocação de capital é problema deles - e nosso, mas isso é sempre, seja para um lado ou para o outro.
a minha opinião é que é um non-issue.

é como se os capitalistas necessitassem de um pastor que os guiasse para não fazerem asneiras e alocarem mal o capital. e esse pastor seria a FED.
nem a FED é pastorinha nem os agentes económicos são criancinhas que necessitem de pastoreio (digo eu, na volta são mesmo).

por isso não estou a ver o krugman a pronunciar-se sobre uma questão que nem sequer se levanta.
a má alocação de capital, o asset inflation, a inflação escondida etc etc são mitos propagandistas, fazem parte de uma certa narrativa. não são factos reais.

é assim o que me ocorre dizer mr t...

L


Eu li bastantes artigos dele porque no fórum antigo havia um tópico igual a este.
Para mim foi interessante e educativo, pois o meu bias era bastante laissez-faire e liberal quando era novito e aos poucos fui moderando essa veia.
E os artigos do Krugman e outros fizeram questionar-me sobre muita coisa. E acho que fiquei com uma visão mais ampla das coisas.
Mas para ser-te 100% sincero ele "perdeu-me" como leitor com este artigo:
http://krugman.blogs.nytimes.com/2011/10/10/if-banks-are-outlawed-only-outlaws-will-have-banks/?_r=0
Para mim, e dado a inteligência dele, acho que ele foi intelectualmente desonesto.
Colocou as coisas em termos de 8 ou 80 .
Há quem critique o sistema FR não querendo que voltemos a um sistema de "reserva a 100%" mas porque acha que os níveis de reserva que foram atingidos em 2007/2008 são insanos e basicamente uma garantia de que as coisas mais cedo ou mais tarde correrão mal. Na altura chegou-se a falar que o Citi tinha 3% de reserva e outros pouco mais que isso.
Era essa capacidade de arrebentar completamente com o sistema, tipo "nuke the system" (pois a reserva de praticamente todos os grandes bancos tinham reservas baixíssimas) que infelizmente dá um poder enorme aos TBTF.
E eu acho que o Krugman e outros entendem bem este mecanismo.
Logo, ele poderia por exemplo explicar que os níveis muito baixos são péssimos, que níveis de "100%" de reserva são rígidos demais, mas que podem existir patamares intermédios que no futuro poderiam ser mais saudáveis e sustentáveis.
Ele até teria um argumento bom para usar, dizendo que um aumento muito rápido no nível de reserva requerido, num cenário de econômico de marasmo, poderia precipitar uma ainda maior desaceleração da economia. Logo que tal deveria ser feito com cautela e gradualmente.
Logo ele ao por as opções entre; apenas é possível o cenário actual, ou um sistema a "100%" está implicitamente a compactuar com um ambiente operativo que dá poder aos banksters que ele tanto odeia.

... voltando ao teu post ...
Como vês eu acredito que ele têm um bias bastante forte.
E assim se explica que ele possa achar o ZIRP algo natural e não artificial.
Eu também tenho o meu bias e acho precisamente o oposto. Que o ZIRP é uma aberração.
O ZIRP é uma versão em larga escala daquilo que tantos simpatizantes de esquerda se queixaram que aconteceu na Grécia.
Foi uma forma de portadores de grandes quantidades de bonds governamentais ( os rentiers tantas vezes criticados), e activos ligados a bancos (bonds ou acções) terem tempo de fazerem uma rotação de activos e saltarem fora dos activos que iriam implodir.
Logo da mesma forma que o Stiglitz, Krugman, et al, são críticos de taxas altas, pois no prisma deles isso beneficia muito os rentiers (que passam a ter mais rendimento) as custas da população em geral (pelo arrefecimento da economia), acho que eles deviam também perceber que as ZIRP ou quase ZIRP permitiram a muitos fat-cats safarem o couro.
Eu acho estranho eles não abordarem esse lado da moeda.

Continuando;
Os agentes econômicos não estão a agir num mercado livre. O mercado das obrigações está distorcido, pois existem agentes (BCs) que compram obrigações governamentais na quantidade
que for precisa. Isso distorceu completamente o mercado das bonds de empresas e principalmente empresas em dificuldades.
Para mim isto não é mercado livre.
Uma empresa em dificuldade por norma teve uma má gestão, estará num nicho em extinção, tem uma marca a degradar-se, sei lá, algo do gênero. Se ela tem capacidade de financiar-se o investimento que ela fará com esse financiamento em princípio (e pelo histórico) será mau, pouco inovar, etc ...

Os próprios estados são excelentes exemplos. Supostamente endividam-se para investir em algo que no futuro fará o PIB expandir-se (educação, infraestruturas, etc) a um ritmo superior ao da aquisição de dívida. Mas se isso na maioria dos países raramente acontece (como as dívidas em constante expansão o mostram), não estará a qualidade do investimeno a ser de qualidade inferior ao prometido?
Não é a mesma coisa construir uma AE a ligar nada a coisa nenhuma (como infelizmente nós temos) ou investir num plano de educação com pés e cabeça, num sistema judicial ágil e eficaz, etc. A produtividade e rentabilidade para a nação e gerações futuras, são completamente diferentes.
Para os USA é igual enterrar biliões no Dep. Defesa, ou por exemplo arrancar com algo tipo "Proj Manhattam" para melhorar a independência energética do país?

Os capitalistas não precisam do tal cão pastor, mas o mercado tem que operar; e no fundo o FED está a fazer não de cão pastor, mas sim de cão de guarda, infelizmente para apenas alguns sectores da economia (os que tem acesso a emitir bonds).
E quando o problema das bonds for grave vamos lá ver se a populaça não terá que chegar-se com a barriga ao balcão como é costume.

E em relação à inflação de activos, pelo menos em um mercado (enorme e muito importante) ela existe. No que estive a falar anteriormente (bonds)

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Tommy será possível não insistires tanto com a história da Venezuela/Chávez/Maduro/comunismo quando se discutem estas coisas? (e não estou a querer ser agressivo)
Thanks


yep, tens aí alguns fair points.
a atitude do krugman perante a banca é dúbia. nunca o vi condenar claramente os banksters. e variadíssimas vezes o vi citar artigos da goldman para sustentar alguma ideia que estivesse a descrever. refere-se à goldman como ' the guys at goldman said', ' the guys at goldman showed that', ' the guys at goldman proved'.
não é dizer que o departamento de research macro da goldman não preste ou tenha uma agenda (deve ter concerteza...), mas é mostrar uma familiaridade e uma proximidade muito grande com 'the great vampire squid wrapped around the face of humanity, relentlessly jamming its blood funnel into anything that smells like money.' como o colocou o Matt Taibi.

Quanto ao investimento do estado: acho que estás a laborar num erro. não há investimento do estado. ou este é mínimo. Os QEs não se qualificam como investimento.
tanto nos US como na alemanha as infraestruturas estão num estado lastimável. e o estado não se tem chegado à frente para as reparar, num programa bem pensado que daria empregos bem pagos a uma fatia enorme de trabalhadores. Isso são estímulos fiscais de que a FED está arredada. não é a sua função.
por outro lado a FED não está a gastar dinheiro ou a deitá-lo à rua. pelo contrário. Os QEs deram e continuam a dar lucros astronómicos. ainda não vi nenhum cálculo desses lucros considerados como percentagem do PIB, mas não devem ser coisa pouca. Esses lucros são fonte de receita do tesouro americano.

Quanto às bonds. O QE terminou na américa. isso não fez baixar as yields ou o preço das bonds. neste momento as duas coisas (que são uma só ao fim e ao cabo) estão como estão porque o mercado quer. o mercado não vê nem crescimento nem inflação no futuro. isso faz as yield manterem-se como estão. A FED já não está actuar no mercado e a situação mantém-se.

penso que cobri mais ou menos os pontos que citaste. se faltar alguma coisa é só dEzer...

L
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Re: Krugman et al
« Responder #2345 em: 2015-09-09 16:36:55 »
pois... desacreditemos o mensageiro, não a mensagem.
caros, comigo estão a perder o vosso tempo.
nem sequer vou aprofundar essa questão da venezuela. do que conheço do stiglitz é BS de certezinha.

L


É um erro alheares-te de factos e fazes isso frequentemente quando contrariam algo que defendes ideologicamente.

Joseph Stiglitz, in Caracas, Praises Venezuela’s Economic Policies
http://venezuelanalysis.com/news/2719

Naturalmente que naquele momento a Venezuela estava com um bom crescimento, estava a ser fortemente favorecida pelo petróleo.

--------------

O Stiglitz é membro da Internacional Socialista. Não devem surpreender determinadas opiniões.


como é membro da internacional socialista? só os partidos são membros da internacional socialista.
mas mesmo que seja um social-democrata confesso, não estou a ver a relevância disso. o que não deve faltar por aí são economistas com pendor social-democrata.
é irrelevante. ou só se pode ser um bom economista se se for de direita?
O Milton Friedman era abertamente um conservador e não deixou de ser um dos economistas mais marcantes do séc passado, reconhecido da esquerda à direita.
isso como argumento é void...

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« Última modificação: 2015-09-09 16:37:18 por Lark »
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Re: Krugman et al
« Responder #2346 em: 2015-09-09 16:44:08 »
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Joseph Stiglitz, in Caracas, Praises Venezuela’s Economic Policies
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By KIRAZ JANICKE – VENEZUELANALYSIS.COM
Caracas, October 11, 2007 (venezuelanalysis.com) - Nobel Prize winning economist and former vice-president of the World Bank, Joseph Stiglitz, praised Venezuela's economic growth and "positive policies in health and education" during a visit to Caracas on Wednesday.

"Venezuela's economic growth has been very impressive in the last few years," Stiglitz said during his speech at a forum on Strategies for Emerging Markets sponsored by the Bank of Venezuela.

Venezuela, the fourth largest exporter of crude oil to the United States, has experienced the highest economic growth rate in Latin America in recent years, with fifteen successive quarters of expansion and looks set to close the year with 8-9% growth. Despite the high rate of growth, high public spending and increased consumer demand have contributed to inflationary pressures, pushing inflation up to 15.3%, also the highest in Latin America. However, Stiglitz, who won the Nobel Prize for economics in 2001, argued that relatively high inflation isn't necessarily harmful to the economy.

He added that while Venezuela's economic growth has largely been driven by high oil prices, unlike other oil producing countries, Venezuela has taken advantage of the boom in world oil prices to implement policies that benefit its citizens and promote economic development.

"Venezuelan President Hugo Chavez appears to have had success in bringing health and education to the people in the poor neighborhoods of Caracas, to those who previously saw few benefits of the countries oil wealth," he said.

In his latest book "Making Globalization Work," Stiglitz argues that left governments such as in Venezuela, "have frequently been castigated and called ‘populist' because they promote the distribution of benefits of education and health to the poor."

"It is not only important to have sustainable growth," Stiglitz continued during his speech, "but to ensure the best distribution of economic growth, for the benefit of all citizens."

Although Stiglitz praised Venezuela's "positive policies" in areas of health and education and policies to promote economic diversification, he assured that Venezuela still faces the challenge of overcoming structural problems associated with an economy overwhelmingly geared towards oil production.

In terms of economic development Stiglitz argued it was not good for the Central Bank to have "excessive" autonomy. Chavez's proposed constitutional reforms, if approved in December, will remove the autonomy of the country's Central Bank.

However, Stiglitz claimed, developing nations must strike a balance between public and private control of the market.

"The key to success is to find the correct equilibrium between the private sector and the government, which is different for each nation," he said.

Stiglitz also welcomed Venezuela's initiative to create the Bank of the South; due to be founded in Caracas on November 3, saying it would benefit the countries of South America and boost development.

"One of the advantages of having a Bank of the South is that it would reflect the perspectives of those in the South," said Stiglitz, whereas, he argued, the World Bank and International Monetary Fund often impose conditions that "hinder the development effectiveness."

Stiglitz also criticized the "Washington Consensus" of implementing neo-liberal policies in Latin America, in particular the US free trade agreements with Colombia and other countries, saying they failed to bring benefits to the peoples of those countries.

The Washington Consensus "is undermining the Andean cooperation, and it is part of the American strategy of divide and conquer, a strategy trying to get as much of the benefits for American companies," and little for developing countries, he said.

Stiglitz also met with Venezuelan President Hugo Chavez in Miraflores, where they exchanged points of view on the global economic situation, economic indicators and the behavior of world markets.

para lá de ser algo de 2007 (antes do rebenta a bolha, que mudou muitas mentes e opiniões) o que vejo aqui é o stiglitz a ser simpático com quem o convidou.
não diz nada de especial e faz algumas críticas.
se é isto que é apresentado como evidência que o stiglitz não é bom economista, não me convence.

só para os fanáticos anti 'Venezuela!!!' isto significa alguma coisa.
se alguém disser bem do cão do primo do vizinho da prima do maduro, é um perigoso comunista.

como suspeitava não é nada de especial e a crítica é BS como d'habitude.

L
« Última modificação: 2015-09-09 16:44:49 por Lark »
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Re: Krugman et al
« Responder #2347 em: 2015-09-09 16:53:11 »
Bem, se até é chair de uma comissão na mesma ...

http://www.socialistinternational.org/viewArticle.cfm?ArticleID=1993

A questão é que a Internacional Socialista geralmente defende posições mais extremas do que as que associamos com partidos social-democratas ou mesmo socialistas como o PS (apesar de os líderes do PS pertencerem à mesma, também).

Essas posições mais extremas vêm de procurar um socialismo internacional, ou seja, socialismo entre países. O socialismo tem uma componente coerciva, pelo que não casa bem com um socialismo internacional.

----------

Pertencendo à mesma, não espanta que as opiniões de Stiglitz reflictam as posições políticas da Internacional Socialista. E de facto, em 2007 essas opiniões eram favoráveis ao que se passava na Venezuela:

Where is Venezuela going?
http://www.isreview.org/issues/54/venezuela.shtml

Naturalmente que isso agora, recentemente, está a mudar um pouco devido ao mau aspecto óbvio -- isto embora ainda não se oponha de forma clara (desconta o titulo da notícia abaixo e lê a notícia, é claro que ainda não estão firmes):

Socialist International rejects political persecution in Venezuela
http://www.eluniversal.com/nacional-y-politica/150707/socialist-international-rejects-political-persecution-in-venezuela

--------------

O problema dos economistas está mais em quando esquecem a economia e se concentram na ideologia. O falhanço de políticas demasiado socialistas deveria ser óbvio para qualquer economista, de esquerda ou direita.

« Última modificação: 2015-09-09 16:53:24 por Incognitus »
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Re: Krugman et al
« Responder #2348 em: 2015-09-09 17:19:59 »

Eu até entendo o ponto de vista que ele quer transmitir.
Mas penso que há um aspecto crucial que ele menospreza. A má alocação de capital e recursos que estas taxas baixas (baixíssimas) estão a gerar.

Lark, tu que segues com regularidade os artigos dele, sabes se ele já se pronunciou sobre essa questão?


essa exactamente não. mas o facto é que ele não entende a zirp (zero interest rate) como uma coisa artificial. é o que é e não poderia ser de outra maneira.
logo, perante um fenómeno económico 'natural' , os agentes económicos respondem como entendem. é um mercado livre.
se fazem ou não má alocação de capital é problema deles - e nosso, mas isso é sempre, seja para um lado ou para o outro.
a minha opinião é que é um non-issue.

é como se os capitalistas necessitassem de um pastor que os guiasse para não fazerem asneiras e alocarem mal o capital. e esse pastor seria a FED.
nem a FED é pastorinha nem os agentes económicos são criancinhas que necessitem de pastoreio (digo eu, na volta são mesmo).

por isso não estou a ver o krugman a pronunciar-se sobre uma questão que nem sequer se levanta.
a má alocação de capital, o asset inflation, a inflação escondida etc etc são mitos propagandistas, fazem parte de uma certa narrativa. não são factos reais.

é assim o que me ocorre dizer mr t...

L


Eu li bastantes artigos dele porque no fórum antigo havia um tópico igual a este.
Para mim foi interessante e educativo, pois o meu bias era bastante laissez-faire e liberal quando era novito e aos poucos fui moderando essa veia.
E os artigos do Krugman e outros fizeram questionar-me sobre muita coisa. E acho que fiquei com uma visão mais ampla das coisas.
Mas para ser-te 100% sincero ele "perdeu-me" como leitor com este artigo:
http://krugman.blogs.nytimes.com/2011/10/10/if-banks-are-outlawed-only-outlaws-will-have-banks/?_r=0
Para mim, e dado a inteligência dele, acho que ele foi intelectualmente desonesto.
Colocou as coisas em termos de 8 ou 80 .
Há quem critique o sistema FR não querendo que voltemos a um sistema de "reserva a 100%" mas porque acha que os níveis de reserva que foram atingidos em 2007/2008 são insanos e basicamente uma garantia de que as coisas mais cedo ou mais tarde correrão mal. Na altura chegou-se a falar que o Citi tinha 3% de reserva e outros pouco mais que isso.
Era essa capacidade de arrebentar completamente com o sistema, tipo "nuke the system" (pois a reserva de praticamente todos os grandes bancos tinham reservas baixíssimas) que infelizmente dá um poder enorme aos TBTF.
E eu acho que o Krugman e outros entendem bem este mecanismo.
Logo, ele poderia por exemplo explicar que os níveis muito baixos são péssimos, que níveis de "100%" de reserva são rígidos demais, mas que podem existir patamares intermédios que no futuro poderiam ser mais saudáveis e sustentáveis.
Ele até teria um argumento bom para usar, dizendo que um aumento muito rápido no nível de reserva requerido, num cenário de econômico de marasmo, poderia precipitar uma ainda maior desaceleração da economia. Logo que tal deveria ser feito com cautela e gradualmente.
Logo ele ao por as opções entre; apenas é possível o cenário actual, ou um sistema a "100%" está implicitamente a compactuar com um ambiente operativo que dá poder aos banksters que ele tanto odeia.

... voltando ao teu post ...
Como vês eu acredito que ele têm um bias bastante forte.
E assim se explica que ele possa achar o ZIRP algo natural e não artificial.
Eu também tenho o meu bias e acho precisamente o oposto. Que o ZIRP é uma aberração.
O ZIRP é uma versão em larga escala daquilo que tantos simpatizantes de esquerda se queixaram que aconteceu na Grécia.
Foi uma forma de portadores de grandes quantidades de bonds governamentais ( os rentiers tantas vezes criticados), e activos ligados a bancos (bonds ou acções) terem tempo de fazerem uma rotação de activos e saltarem fora dos activos que iriam implodir.
Logo da mesma forma que o Stiglitz, Krugman, et al, são críticos de taxas altas, pois no prisma deles isso beneficia muito os rentiers (que passam a ter mais rendimento) as custas da população em geral (pelo arrefecimento da economia), acho que eles deviam também perceber que as ZIRP ou quase ZIRP permitiram a muitos fat-cats safarem o couro.
Eu acho estranho eles não abordarem esse lado da moeda.

Continuando;
Os agentes econômicos não estão a agir num mercado livre. O mercado das obrigações está distorcido, pois existem agentes (BCs) que compram obrigações governamentais na quantidade
que for precisa. Isso distorceu completamente o mercado das bonds de empresas e principalmente empresas em dificuldades.
Para mim isto não é mercado livre.
Uma empresa em dificuldade por norma teve uma má gestão, estará num nicho em extinção, tem uma marca a degradar-se, sei lá, algo do gênero. Se ela tem capacidade de financiar-se o investimento que ela fará com esse financiamento em princípio (e pelo histórico) será mau, pouco inovar, etc ...

Os próprios estados são excelentes exemplos. Supostamente endividam-se para investir em algo que no futuro fará o PIB expandir-se (educação, infraestruturas, etc) a um ritmo superior ao da aquisição de dívida. Mas se isso na maioria dos países raramente acontece (como as dívidas em constante expansão o mostram), não estará a qualidade do investimeno a ser de qualidade inferior ao prometido?
Não é a mesma coisa construir uma AE a ligar nada a coisa nenhuma (como infelizmente nós temos) ou investir num plano de educação com pés e cabeça, num sistema judicial ágil e eficaz, etc. A produtividade e rentabilidade para a nação e gerações futuras, são completamente diferentes.
Para os USA é igual enterrar biliões no Dep. Defesa, ou por exemplo arrancar com algo tipo "Proj Manhattam" para melhorar a independência energética do país?

Os capitalistas não precisam do tal cão pastor, mas o mercado tem que operar; e no fundo o FED está a fazer não de cão pastor, mas sim de cão de guarda, infelizmente para apenas alguns sectores da economia (os que tem acesso a emitir bonds).
E quando o problema das bonds for grave vamos lá ver se a populaça não terá que chegar-se com a barriga ao balcão como é costume.

E em relação à inflação de activos, pelo menos em um mercado (enorme e muito importante) ela existe. No que estive a falar anteriormente (bonds)

Sorry pelo testamento Mr L

-----------

Tommy será possível não insistires tanto com a história da Venezuela/Chávez/Maduro/comunismo quando se discutem estas coisas? (e não estou a querer ser agressivo)
Thanks



Muito interessante, Thunder.

Pena, eu apanhar isto assim um pouco disperso e cibernético.

Porque esta 'brincadeira' com os mercados de obrigações,
na escala em que tal sucede no presente, nesta crise,
é realmente algo inédito! Os estados emprestam
a 0%, os bancos elevam a >0%,
vão melhorando as margens;
os estados resgatam
baratos os títulos;
e a economia
afunda-se

e ninguém se endireita
embora votem na direita!

É confuso. Não 'intelijo'
a economia em blogs e fóruns... :(

Incognitus

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Re: Krugman et al
« Responder #2349 em: 2015-09-09 17:21:49 »
E porque é que essa economia seria "de direita"?

Por regra, quanto maior a intervenção Estatal, mais de esquerda uma economia é.

(Já agora, os Estados não emprestam a 0%)
« Última modificação: 2015-09-09 17:22:06 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re: Krugman et al
« Responder #2350 em: 2015-09-09 17:26:39 »
Eu confessei: <é uma confusão!>

Mas voltar ao padrão-ouro,
ou a reservas de 100%,
reduzir o Estado a
polícia de bairro,

e deixar os trusts
a governar

é tão péssimo
quanto sermos governados
                   por trastes.


Thunder

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Re: Krugman et al
« Responder #2351 em: 2015-09-09 17:47:09 »

yep, tens aí alguns fair points.
a atitude do krugman perante a banca é dúbia. nunca o vi condenar claramente os banksters. e variadíssimas vezes o vi citar artigos da goldman para sustentar alguma ideia que estivesse a descrever. refere-se à goldman como ' the guys at goldman said', ' the guys at goldman showed that', ' the guys at goldman proved'.
não é dizer que o departamento de research macro da goldman não preste ou tenha uma agenda (deve ter concerteza...), mas é mostrar uma familiaridade e uma proximidade muito grande com 'the great vampire squid wrapped around the face of humanity, relentlessly jamming its blood funnel into anything that smells like money.' como o colocou o Matt Taibi.

Quanto ao investimento do estado: acho que estás a laborar num erro. não há investimento do estado. ou este é mínimo. Os QEs não se qualificam como investimento.
tanto nos US como na alemanha as infraestruturas estão num estado lastimável. e o estado não se tem chegado à frente para as reparar, num programa bem pensado que daria empregos bem pagos a uma fatia enorme de trabalhadores. Isso são estímulos fiscais de que a FED está arredada. não é a sua função.
por outro lado a FED não está a gastar dinheiro ou a deitá-lo à rua. pelo contrário. Os QEs deram e continuam a dar lucros astronómicos. ainda não vi nenhum cálculo desses lucros considerados como percentagem do PIB, mas não devem ser coisa pouca. Esses lucros são fonte de receita do tesouro americano.

Quanto às bonds. O QE terminou na américa. isso não fez baixar as yields ou o preço das bonds. neste momento as duas coisas (que são uma só ao fim e ao cabo) estão como estão porque o mercado quer. o mercado não vê nem crescimento nem inflação no futuro. isso faz as yield manterem-se como estão. A FED já não está actuar no mercado e a situação mantém-se.

penso que cobri mais ou menos os pontos que citaste. se faltar alguma coisa é só dEzer...

L

Por exemplo em relação à questão da % de reserva, penso que foram países como a Alemanha que queriam maiores %s de reserva (Basileia III ? 12% ? ... não sou expert na matéria) e que queriam ver portadores de bonds a arder. Isto mais ou menos em 2009 salvo erro. Seria uma posição desfavorável para rentiers, banksters, status quo ... mas levam porrada forte e feio da imprensa com veia mais anglo-saxônica.

Em relação a posição dele em relação aos banksters, do que eu me lembro ele tinha uma posição bastante ácida. No fundo tinha uma posição de repulsa, asco.
Assim sendo não entendo como ele não aborda o facto de como o plano Paulson (TARP ?), QE, ZIRP terem literalmente salvo quantidades enormes de patrimônio a esses mesmos banksters.
Em relação ao ZIRP permite que o estado se financie a taxas baixíssimas. Logo poderá mais facilmente investir. Penso que é isso que o Krugman advoga. Aproveitar taxas historicamente baixas para fazer investimento público. Daí ter referido a questão da qualidade do investimento a ser realizado.
É outra coisa que não entendo quando por exemplo a Grécia estava sob foco.
As pessoas não entendem que não é a mesma coisa investimento público na Dinamarca ou na Grécia, Brasil, etc. Há um mundo de diferença na qualidade do investimento.
Se isto não for debatido, se for uma questão de investir por investir, as diferenças só se agravarão. O país investirá o dinheiro, construtoras e parasitas colados aos partidos vão coletar parte desse capital. O país terá uma infraestrutura que não serve para nada (e muitas vezes ainda dá despesa) e ainda terá que suportar o serviço da dívida.
Do pouco que sei sobre Keynes (que sei que admiras) pois sou um ignorante na matéria, ele era um argumentador ácido, que não se importava de pensar "out of the box", mas acima de tudo parecia ser muito inteligente e culto. Do que li no livro "Keynes vs Hayek" acho que ele as vezes deve andar as voltas na campa com as ideias que são advogadas usando-o como "suporte".
Ele parece deixar bem claro que as suas políticas de tentar reavivar a economia através do estado, funcionarão muito melhor em sociedades políticas evoluídas do que em "repúblicas das bananas". E se assim pensava, para mim, revela a sua perspicácia. 
No fundo vai ao encontro do que falava anteriormente.

Em relação as infraestruturas no USA estarem más, não posso pronunciar-me. Mas na Alemanha do que conheço (que não é muito) não achei. Autobahns boas, com multiplas faixas, sinalização impecável. Em sítios estavam em obras de melhoramento (zona de Dortmund).
Nacionais em excelente estado.
O centro de Munster, Berlim, Dortmund, pareceram-me num bom ou excelente estado. Munster então adorei.
Berlim com bons sistemas de transportes e montes de obras. Quando aquilo acabar deve ficar um luxo.
Os aeroportos pareceram-me bem razoáveis. Nada de luxos, mas funcionais para o fluxo que vi.
Convém lembramos que os gastos com a reintegração da ex-RDA foram (estimativas que li) perto de 1 000 G Euros ... muita coisa nessa zona ainda deve estar em excelente estado (bem sei que não foi tudo gasto em obras públicas).

Eu entendo que QE não é direto para investimento, mas o ZIRP, conjugado com a alteração nas curvas de yields (em que o QE tem efeito) permitem que o estado gaste aquilo que num cenário diferente (taxas mais altas) não poderia continuar a realizar.

O QE pode ter terminada nos USA mas as alterações que provocou nas curvas de yield, na minha singela opinião, ainda são visíveis. E não esquecer que há sempre o espectro dum novo QE que pode sempre aparecer e isso condiciona o mercado.
E temos a bazuka do Draghi em pleno funcionamento.


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Divide et Impera
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Zel

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Re: Krugman et al
« Responder #2352 em: 2015-09-09 19:08:00 »
o razao porque as ideias do krugman favorecem tanto os banksters eh porque ele nao percebe o papel do dinheiro e a instabilidade/arbitragens resultantes
para perceber isso... steve keen. eh o economista que tem as ideias mais parecidas com as minhas (passe a imodestia  :D)

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Re: Krugman et al
« Responder #2353 em: 2015-09-09 19:47:17 »
o razao porque as ideias do krugman favorecem tanto os banksters eh porque ele nao percebe o papel do dinheiro e a instabilidade/arbitragens resultantes
para perceber isso... steve keen. eh o economista que tem as ideias mais parecidas com as minhas (passe a imodestia  :D)
irra... já se sabe.
só ainda não ouvia as palestras do keen porque acho que a minha bateria está a dar o berro. só consigo ouvir os videos até metade se tanto.
é esquisito. as colunas estão directamente ligadas à bateria do portáril. mesmo ligado à corrente, se a a bateria pifar, não há som.

L
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Re: Krugman et al
« Responder #2354 em: 2015-09-09 20:35:58 »
o razao porque as ideias do krugman favorecem tanto os banksters eh porque ele nao percebe o papel do dinheiro e a instabilidade/arbitragens resultantes
para perceber isso... steve keen. eh o economista que tem as ideias mais parecidas com as minhas (passe a imodestia  :D)
irra... já se sabe.
só ainda não ouvia as palestras do keen porque acho que a minha bateria está a dar o berro. só consigo ouvir os videos até metade se tanto.
é esquisito. as colunas estão directamente ligadas à bateria do portáril. mesmo ligado à corrente, se a a bateria pifar, não há som.

L

É provável que consigas comprar uma bateria para o portátil em questão no Ebay.com.

Ou então, que seja possível mudar as células dentro desta, se forem standard (tipo 18650).
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Re: Krugman et al
« Responder #2355 em: 2015-09-09 20:47:28 »
o razao porque as ideias do krugman favorecem tanto os banksters eh porque ele nao percebe o papel do dinheiro e a instabilidade/arbitragens resultantes
para perceber isso... steve keen. eh o economista que tem as ideias mais parecidas com as minhas (passe a imodestia  :D)
irra... já se sabe.
só ainda não ouvia as palestras do keen porque acho que a minha bateria está a dar o berro. só consigo ouvir os videos até metade se tanto.
é esquisito. as colunas estão directamente ligadas à bateria do portáril. mesmo ligado à corrente, se a a bateria pifar, não há som.

L

É provável que consigas comprar uma bateria para o portátil em questão no Ebay.com.

Ou então, que seja possível mudar as células dentro desta, se forem standard (tipo 18650).

é uma coisa que ainda não consegui compreender.
com o portátil ligado à corrente, deve-se retirar a bateria? isso não deveria ser automático? o sistema operativo detectava que a máquina estava a ser alimentada pela rede, quando muito carregava a bateria até ao máximo e passava a a alimentar o computador directamente.
 a energia da rede passa sempre pela bateria e depois é que alimenta o portátil?

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Re: Krugman et al
« Responder #2356 em: 2015-09-09 20:57:58 »
Não passa pela bateria, é possível ligar o portátil sem bateria. Aliás, ter o portátil ligado com a bateria faz mal à bateria (porque mantém esta próxima/nos 100%, o que é mau para a longevidade da mesma. As baterias li-ion dão-se mal com manter cargas muito elevadas, muito baixas ou com temperaturas elevadas para a longevidade ou baixas para a capacidade).
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Re: Krugman et al
« Responder #2357 em: 2015-09-09 21:03:19 »
Não passa pela bateria, é possível ligar o portátil sem bateria. Aliás, ter o portátil ligado com a bateria faz mal à bateria (porque mantém esta próxima/nos 100%, o que é mau para a longevidade da mesma. As baterias li-ion dão-se mal com manter cargas muito elevadas, muito baixas ou com temperaturas elevadas para a longevidade ou baixas para a capacidade).

pois. é isso que não percebo. é muito difícil fazer reconhecer ao portátil que está a ser alimentado pela rede, e passar ao lado da bateria?
lá vou ter que substituir a bateria.

L
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Re: Krugman et al
« Responder #2358 em: 2015-09-09 21:05:36 »
Não passa pela bateria, é possível ligar o portátil sem bateria. Aliás, ter o portátil ligado com a bateria faz mal à bateria (porque mantém esta próxima/nos 100%, o que é mau para a longevidade da mesma. As baterias li-ion dão-se mal com manter cargas muito elevadas, muito baixas ou com temperaturas elevadas para a longevidade ou baixas para a capacidade).

pois. é isso que não percebo. é muito difícil fazer reconhecer ao portátil que está a ser alimentado pela rede, e passar ao lado da bateria?
lá vou ter que substituir a bateria.

L

aliás, o que um sistema gestor da alimentação devia fazer era reconhecer quando estava ligado a corrente e ir fazendo automaticamente a manutenção da bateria.
não a deixar descarregar demasiado nem carregá-la ao máximo. parece-me tão básico que nunca me preocupei com isso.
assumi que era assim. urso.

L
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Re: Krugman et al
« Responder #2359 em: 2015-09-09 21:06:31 »
Não passa pela bateria, é possível ligar o portátil sem bateria. Aliás, ter o portátil ligado com a bateria faz mal à bateria (porque mantém esta próxima/nos 100%, o que é mau para a longevidade da mesma. As baterias li-ion dão-se mal com manter cargas muito elevadas, muito baixas ou com temperaturas elevadas para a longevidade ou baixas para a capacidade).

pois. é isso que não percebo. é muito difícil fazer reconhecer ao portátil que está a ser alimentado pela rede, e passar ao lado da bateria?
lá vou ter que substituir a bateria.

L

Experimenta ligar o portátil directamente à corrente. Não penso que exista razão para não funcionar, ou para o som não funcionar. Experimenta headphones. Curiosamente o meu antigo o som também não funciona pelas colunas mas funciona via headphones.
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