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Autor Tópico: Eutanásia, suicídio assistido e afins  (Lida 32332 vezes)

Incognitus

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #40 em: 2014-06-05 15:05:02 »
Estás a assumir que as pessoas querem morrer, mas as pessoas que querem morrer, não querem morrer.
Todas as pessoas querem viver.
Pegando de novo no exemplo dei, uma criança que é violada em criança e que quando chega à idade adulta quer morrer, ela não quer verdadeiramente morrer.
As pessoas decidem morrer porque não se sentem bem com a vida que têm, ou não chamam vida aquilo que têm.
O que se tem que mudar não é legalizar a eutanásia para todos os adultos, mas sim ajudar essas pessoas a viver.
Eu, se um dia tiver Alzheimer, por exemplo, quero lá saber que me digam que há morfina para as dores e que estará alguém a dar-me a sopa e a mudar-me a fralda até morrer. Para mim era inconcebível chegar ao ponto de perguntar ao meu próprio filho quem é que ele é. Muito antes disso meto-me no avião e tomo um xarope num qualquer país onde respeitem a vontade das pessoas.
Portanto, quanto dizes que não se deve legalizar a eutanásia, aquilo que estás é a negar a minha própria vontade de morrer, dizendo que a tua opinião é superior à minha, sobre uma vida que é minha e não tua.

Estamos a falar de pessoas com saúde, e não de pessoas com doenças terminais, ou pessoas acamadas, ou com doenças muito débeis.

Pouco importa, o valor das coisas (incluindo a vida) está apenas na cabeça de cada um.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Joao-D

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #41 em: 2014-06-05 15:07:20 »
Pode ser uma pessoa que está habituada a um nível de vida e que perde um emprego que lhe dava esse nível de vida, fica desempregado, a mulher deixa-o, os filhos também, e decide que quer morrer.
Essa pessoa não quer morrer. O que ela quer é ter um emprego.


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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #42 em: 2014-06-05 15:10:31 »
Pode ser uma pessoa que está habituada a um nível de vida e que perde um emprego que lhe dava esse nível de vida, fica desempregado, a mulher deixa-o, os filhos também, e decide que quer morrer.
Essa pessoa não quer morrer. O que ela quer é ter um emprego.

Certamente, mas pode ser quase impossível arranjar esse emprego. Pode ser mais fácil morrer. A pessoa é que sabe. Não faz sentido condenares essa pessoa a uma existência na sua perspectiva atroz apenas porque achas tu que existem outros caminhos melhores.

Nota ainda que o ser humano tem mecanismos próprios para lidar com esse tipo de situações. As pessoas habituam-se rápido, pelo que a esmagadora maioria das pessoas nessa situação não quererá matar-se.


--------------

Nota acima de tudo que as pessoas vão, de qualquer modo, suicidar-se. A defesa da eutanásia tem apenas a ver com tornar esse suicídio mais digno. Não tem a ver com deixar de se explorar caminhos de apoio alternativos. Na realidade é até provável que a existência de um mecanismo de eutanásia possa mitigar muitos casos de suicídio que de outra forma não seriam identificados até ser tarde demais. Isto porque a pessoa ao dirigir-se ao sistema daria conta das suas intenções, e portanto existiria uma hipótese de tentar demover a pessoa.
« Última modificação: 2014-06-05 15:14:55 por Incognitus »
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Automek

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #43 em: 2014-06-05 15:14:08 »
E é preciso referir que nesses casos não é chegar lá de manhã e dá cá a injecção. É óbvio que a abordagem a alguém que quer morrer, que tem cancro fase 4 e que já quase que não se consegue mexer tem de ser diferente de quem acordou deprimido nesse dia.

Joao-D

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #44 em: 2014-06-05 15:21:42 »
Pode ser uma pessoa que está habituada a um nível de vida e que perde um emprego que lhe dava esse nível de vida, fica desempregado, a mulher deixa-o, os filhos também, e decide que quer morrer.
Essa pessoa não quer morrer. O que ela quer é ter um emprego.

Certamente, mas pode ser quase impossível arranjar esse emprego. Pode ser mais fácil morrer. A pessoa é que sabe. Não faz sentido condenares essa pessoa a uma existência na sua perspectiva atroz apenas porque achas tu que existem outros caminhos melhores.

Nota ainda que o ser humano tem mecanismos próprios para lidar com esse tipo de situações. As pessoas habituam-se rápido, pelo que a esmagadora maioria das pessoas nessa situação não quererá matar-se.

Podia também ser uma pessoa que tinha um rendimento que mal chegava para pagar a casa em que vivia, e que deixa de ter emprego, e opta por morrer em vez de ir viver para a rua.
Isto não é um opção que ela queira, mesmo.
Ela quer é um emprego para ter uma casa. Mas existem muitos mais exemplos.


Para mim, a maioria das pessoas que dizem que querem morrer, não quereriam se lhes ajudassem a viver.
Se a eutanásia fosse legalizada para todos os adultos sem doenças graves de saúde, muitas pessoas iriam morrer sem quererem mesmo morrer ou mesmo por motivos passageiros. Em 1000 pessoas, provavelmente, só uma é que iria morrer porque queria mesmo morrer. Ou seja, 999 pessoas iriam morrer desnecessariamente.


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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #45 em: 2014-06-05 15:28:49 »
Essa visão condena uma pessoa à decadência, até que ela chegue a uma das tais situação em que já concordas com a eutanásia. Ou seja, não concebes que possa haver pessoas que queriam morrer antes de lá chegarem.
Se eu tiver 70 anos, for saudável e achar que já gozei o suficiente, qual é o direito moral que tu tens para me impedires de morrer antes de eu ter cancro, uma trombose ou outra coisa qualquer ?

Incognitus

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #46 em: 2014-06-05 15:31:32 »
Pode ser uma pessoa que está habituada a um nível de vida e que perde um emprego que lhe dava esse nível de vida, fica desempregado, a mulher deixa-o, os filhos também, e decide que quer morrer.
Essa pessoa não quer morrer. O que ela quer é ter um emprego.

Certamente, mas pode ser quase impossível arranjar esse emprego. Pode ser mais fácil morrer. A pessoa é que sabe. Não faz sentido condenares essa pessoa a uma existência na sua perspectiva atroz apenas porque achas tu que existem outros caminhos melhores.

Nota ainda que o ser humano tem mecanismos próprios para lidar com esse tipo de situações. As pessoas habituam-se rápido, pelo que a esmagadora maioria das pessoas nessa situação não quererá matar-se.

Podia também ser uma pessoa que tinha um rendimento que mal chegava para pagar a casa em que vivia, e que deixa de ter emprego, e opta por morrer em vez de ir viver para a rua.
Isto não é um opção que ela queira, mesmo.
Ela quer é um emprego para ter uma casa. Mas existem muitos mais exemplos.


Para mim, a maioria das pessoas que dizem que querem morrer, não quereriam se lhes ajudassem a viver.
Se a eutanásia fosse legalizada para todos os adultos sem doenças graves de saúde, muitas pessoas iriam morrer sem quererem mesmo morrer ou mesmo por motivos passageiros. Em 1000 pessoas, provavelmente, só uma é que iria morrer porque queria mesmo morrer. Ou seja, 999 pessoas iriam morrer desnecessariamente.

Nota acima de tudo que as pessoas vão, de qualquer modo, suicidar-se. A defesa da eutanásia tem apenas a ver com tornar esse suicídio mais digno. Não tem a ver com deixar de se explorar caminhos de apoio alternativos. Na realidade é até provável que a existência de um mecanismo de eutanásia possa mitigar muitos casos de suicídio que de outra forma não seriam identificados até ser tarde demais. Isto porque a pessoa ao dirigir-se ao sistema daria conta das suas intenções, e portanto existiria uma hipótese de tentar demover a pessoa.


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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #47 em: 2014-06-05 15:34:53 »
É curioso porque a maioria das pessoas deseja que quando a morte chegar, seja rápida, tipo um enfarte fulminante, mas depois nega essa possibilidade a quem a queira ter por antecipação.

Joao-D

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #48 em: 2014-06-05 15:51:54 »
Pode ser uma pessoa que está habituada a um nível de vida e que perde um emprego que lhe dava esse nível de vida, fica desempregado, a mulher deixa-o, os filhos também, e decide que quer morrer.
Essa pessoa não quer morrer. O que ela quer é ter um emprego.

Certamente, mas pode ser quase impossível arranjar esse emprego. Pode ser mais fácil morrer. A pessoa é que sabe. Não faz sentido condenares essa pessoa a uma existência na sua perspectiva atroz apenas porque achas tu que existem outros caminhos melhores.

Nota ainda que o ser humano tem mecanismos próprios para lidar com esse tipo de situações. As pessoas habituam-se rápido, pelo que a esmagadora maioria das pessoas nessa situação não quererá matar-se.

Podia também ser uma pessoa que tinha um rendimento que mal chegava para pagar a casa em que vivia, e que deixa de ter emprego, e opta por morrer em vez de ir viver para a rua.
Isto não é um opção que ela queira, mesmo.
Ela quer é um emprego para ter uma casa. Mas existem muitos mais exemplos.


Para mim, a maioria das pessoas que dizem que querem morrer, não quereriam se lhes ajudassem a viver.
Se a eutanásia fosse legalizada para todos os adultos sem doenças graves de saúde, muitas pessoas iriam morrer sem quererem mesmo morrer ou mesmo por motivos passageiros. Em 1000 pessoas, provavelmente, só uma é que iria morrer porque queria mesmo morrer. Ou seja, 999 pessoas iriam morrer desnecessariamente.

Nota acima de tudo que as pessoas vão, de qualquer modo, suicidar-se. A defesa da eutanásia tem apenas a ver com tornar esse suicídio mais digno. Não tem a ver com deixar de se explorar caminhos de apoio alternativos. Na realidade é até provável que a existência de um mecanismo de eutanásia possa mitigar muitos casos de suicídio que de outra forma não seriam identificados até ser tarde demais. Isto porque a pessoa ao dirigir-se ao sistema daria conta das suas intenções, e portanto existiria uma hipótese de tentar demover a pessoa.




Mesmo em Portugal já existem vários serviços para demover as pessoas de se suicidar.
SOS Voz amiga, Telefone amizade etc... mas isso não é suficiente.

Não acho que se o suicido fosse legalizado haveria menos pessoas a morrer. Obviamente que seria o oposto. Então se a eutanásia fosse feita por serviços privados... 

Lembrei agora de um episódio do Bart Simpson, em que o avô do Bart decide que quer morrer, porque ouviu as pessoas da família a falar mal dele por ele ser velho e dar trabalho e coisas assim, e vai a um sitio para morrer, mas quando já está preparado para morrer, aparece os tipos da policia e fecham aquilo. Passado umas horas, ele já não quer morrer e já se sente bem por estar vivo.
Se a eutanásia fosse legalizada, imagino os velhotes como o avô do Bart a fazerem fila para se suicidarem... e a morrerem desnecessariamente.
« Última modificação: 2014-06-05 18:57:15 por João-D »

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #49 em: 2014-06-05 15:55:19 »
É diferente um serviço que visa demover alguém de se suicidar, de ter esse mesmo serviço à entrada de um local onde as pessoas só vão para se suicidarem.
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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #50 em: 2014-06-05 16:12:13 »
É diferente um serviço que visa demover alguém de se suicidar, de ter esse mesmo serviço à entrada de um local onde as pessoas só vão para se suicidarem.

Sim, é diferente. Se uma pessoa vai a um local para se suicidar, já interiorizou a decisão de que se quer matar, e mesmo que uma pessoa lhe diga para não se matar, ela muito provavelmente não vai ligar nenhuma para o que essa pessoa diz. Nem se quer conhece a pessoa de nenhum lado, e até porque já lá está no local, não vai querer voltar atrás...

Só mudaria de opinião tão rapidamente se alguém lhe desse um tiro e quando ela estivesse mesmo quase a morrer lhe perguntasse é isto que queres? e ela diria provavelmente que não...

O que demove alguém de se matar é dar-lhes melhores condições de vida, apoio psicológico continuado, etc... e não um qualquer serviço em que seja mais fácil de morrer.

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #51 em: 2014-06-05 16:24:15 »
Portanto a tua opinião contra a eutanásia resume-se a dois factores:

1) Achas que não deve ser permitida porque se fosse permitida era mais fácil do que um suicídio convencional. Ou seja, alguém que decida matar-se deve sofrer mais por isso visto que a sua opinião colide com a tua, e nesses casos quem desrespeite a tua opinião deve ter uma penalização associada;

2) Achas que a tua opinião sobre outra pessoa viver ou morrer deve sobrepor-se à opinião da outra pessoa sobre viver ou morrer.

Compreendes que é basicamente isto que estás a dizer?
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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #52 em: 2014-06-05 16:52:49 »
Portanto a tua opinião contra a eutanásia resume-se a dois factores:

1) Achas que não deve ser permitida porque se fosse permitida era mais fácil do que um suicídio convencional. Ou seja, alguém que decida matar-se deve sofrer mais por isso visto que a sua opinião colide com a tua, e nesses casos quem desrespeite a tua opinião deve ter uma penalização associada;

2) Achas que a tua opinião sobre outra pessoa viver ou morrer deve sobrepor-se à opinião da outra pessoa sobre viver ou morrer.

Compreendes que é basicamente isto que estás a dizer?

Não disse nada disso.

Eu disse que a eutanásia poderia existir para doenças terminais, em pessoas muito débeis de saúde, ou com deficiência física grave.
Não acho é que a eutanásia deva existir para as outras pessoas que estejam de boa saúde, nem no publico, e muito menos no privado, embora fosse engraçado um negócio em que o objectivo é a morte do maior número de pessoas.

A questão essencial é que acredito, como disse, que a grande maioria das pessoas que se suicidam (algumas são tentativas),que estão de boa saúde, não quer morrer (em termos estatísticos, 1000 em uma, não quer morrer), apenas se sente insatisfeita com a vida que tem e precisa de ajuda para gostar mais de si mesmas e de melhorarem a vida que têm, e não de uma morte fácil.

Incognitus

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #53 em: 2014-06-05 16:57:02 »
Há pessoas de boa saúde que se suicidam. Tu disseste que não as queres deixar suicidar de uma forma confortável, portanto disseste também que se suicidarem devem ser penalizadas por isso e suicidarem-se de uma forma desconfortável...

Adicionalmente, queres claramente impor a tua opinião à dos outros. Pois então se estás a defender que deve ser proibido ...
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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #54 em: 2014-06-05 17:08:28 »
Essa visão condena uma pessoa à decadência, até que ela chegue a uma das tais situação em que já concordas com a eutanásia. Ou seja, não concebes que possa haver pessoas que queriam morrer antes de lá chegarem.
Se eu tiver 70 anos, for saudável e achar que já gozei o suficiente, qual é o direito moral que tu tens para me impedires de morrer antes de eu ter cancro, uma trombose ou outra coisa qualquer ?

No teu caso, irias morrer sem nenhum motivo, apenas porque "te apeteceu"...
Isso não tinha nada de mal. O problema não é esse.

O problema é que a grande maioria não se quer matar sem motivo. A maioria das pessoas quer se matar porque estão a sofrer. Podem estar a sofrer porque estão com depressão ou têm traumas ou não têm dinheiro ou o namorado as deixou ou .... um grande número de fatores, que não são impeditivos de elas viverem. Podem ser até questões temporárias, que são facilmente recuperáveis se tiverem os apoios necessários para ultrapassarem a situação.

Mas, se existisse um sitio onde elas pudessem morrer facilmente, essas pessoas iriam mais facilmente para aí, sem que obtivessem a ajuda necessária para viver.

Ou seja, apenas para uma ou outra pessoa querer morrer apenas porque "lhe apeteceu", muitas outras pessoas iriam morrer apenas porque seria o caminho mais fácil para terminarem com o sofrimento.
E na minha opinião, não faz sentido que isso aconteça.


Para concluir, se tiveres de boa saúde (física e psicológica) e quiseres morrer, podes atirar-te do 5º andar, que não me interessa.  ;D

« Última modificação: 2014-06-05 19:00:10 por João-D »

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #55 em: 2014-06-05 17:25:33 »
Há pessoas de boa saúde que se suicidam. Tu disseste que não as queres deixar suicidar de uma forma confortável, portanto disseste também que se suicidarem devem ser penalizadas por isso e suicidarem-se de uma forma desconfortável...

Adicionalmente, queres claramente impor a tua opinião à dos outros. Pois então se estás a defender que deve ser proibido ...

Não disse que se deva punir alguém por se suicidar.

Acho que o que acabei de escrever no post de cima entende-se bem, independentemente de se concordar ou não.

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #56 em: 2014-06-05 17:42:46 »
Citar
Alguns números acerca das características das pessoas que tendem a suicidar-se…

Mais frequente nos homens que nas mulheres (2:1).
Presença de problema psiquiátrico/psicológico em pelo menos, 93% dos casos.
Perturbação do humor (depressão, bipolaridade) ou alcoolismo em 57-86 % dos casos.

Doença terminal em 4-6% dos casos.
Cerca de 66% comunicaram a intenção suicida (40% de forma clara).
Cerca de 33% tiveram tentativas anteriores de suicídio.
Cerca de metade não tinham contactado técnicos de saúde mental.
90% tinham contactado serviços de saúde.
http://oficinadepsicologia.com/depressao/suicidio


Citar
Para algumas pessoas, em determinados momentos da vida, pensar na morte como a única saída para uma situação de sofrimento intolerável, talvez pareça a única solução possível.

Incognitus

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #57 em: 2014-06-05 17:48:24 »
Há pessoas de boa saúde que se suicidam. Tu disseste que não as queres deixar suicidar de uma forma confortável, portanto disseste também que se suicidarem devem ser penalizadas por isso e suicidarem-se de uma forma desconfortável...

Adicionalmente, queres claramente impor a tua opinião à dos outros. Pois então se estás a defender que deve ser proibido ...

Não disse que se deva punir alguém por se suicidar.

Acho que o que acabei de escrever no post de cima entende-se bem, independentemente de se concordar ou não.

João, se dizes que deve ser proibido alguém suicidar-se de forma confortável, simultaneamente está implícito (mesmo que não o digas) que quem se suicida deve fazê-lo em condições menos favoráveis. Condições menos favoráveis = ser penalizado.

É o mesmo que quem diz que os alunos que optem pelo privado devem pagar do seu bolso. O que essa pessoa está a dizer é que quem opta pelo privado deve ser penalizado, mesmo que não o diga abertamente.
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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #58 em: 2014-06-05 18:12:51 »
Há pessoas de boa saúde que se suicidam. Tu disseste que não as queres deixar suicidar de uma forma confortável, portanto disseste também que se suicidarem devem ser penalizadas por isso e suicidarem-se de uma forma desconfortável...

Adicionalmente, queres claramente impor a tua opinião à dos outros. Pois então se estás a defender que deve ser proibido ...

Não disse que se deva punir alguém por se suicidar.

Acho que o que acabei de escrever no post de cima entende-se bem, independentemente de se concordar ou não.

João, se dizes que deve ser proibido alguém suicidar-se de forma confortável, simultaneamente está implícito (mesmo que não o digas) que quem se suicida deve fazê-lo em condições menos favoráveis. Condições menos favoráveis = ser penalizado.

É o mesmo que quem diz que os alunos que optem pelo privado devem pagar do seu bolso. O que essa pessoa está a dizer é que quem opta pelo privado deve ser penalizado, mesmo que não o diga abertamente.

A minoria (uma percentagem extremamente reduzida) das pessoas que têm saúde psicológica e física, que se querem suicidar, são penalizadas para favorecer a maioria das pessoas que estão a sofrer e precisam de ajuda para retomar as suas vidas.

Pelo motivo que escrevi em cima, para mim, é melhor ser assim do que a maioria das pessoas ser prejudicada por uma minoria.

No entanto, para doenças terminais ou com um grande grau de deficiência física..., acho que pode fazer sentido a eutanásia.

Johny

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #59 em: 2014-06-05 19:40:43 »

Não acho é que a eutanásia deva existir para as outras pessoas que estejam de boa saúde, nem no publico, e muito menos no privado, embora fosse engraçado um negócio em que o objectivo é a morte do maior número de pessoas.

Até não era assim tão difícil de ultrapassar a questão. Bastava pores o KPI ao contrário - nr de utentes que mudou de ideias em relação aos que se deslocaram para praticar eutanásia. Uma outra avaliação qualitativa para o tipo de pessoas que efectivaram o suicídio (doentes? saudáveis?...etc) com penalização para os casos em que se suspeita-se de falta de acompanhamento adequado. O foco seria concerteza o de fazer o máximo possível para que as pessoas mudassem de ideias (partindo da insinuação que essa situação promoveria o suicídio assistido).

Isto lembrei-me eu agora em cima do joelho .... De qualquer das formas havia de sair um serviço carote  :D. Quem quisesse suicidar-se por problemas financeiros estava bem arranjado....