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Autor Tópico: Eutanásia, suicídio assistido e afins  (Lida 32337 vezes)

Zenith

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #20 em: 2014-06-05 13:26:08 »
Se me prometessem um funeral co tanta pompa e emoção como o do Eusébio, eu suicidava-me já amanhã  ;D

Automek

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #21 em: 2014-06-05 13:32:00 »
E mandavas um duplo para poderes assistir.  ;D

É curioso como o aborto já está totalmente resolvida, que é muito mais polémica por causa da discussão de se estar ou não a matar uma nova vida, e a questão da eutanásia, mesmo em doentes terminais, nem uma luzinha se vê ao fundo do túnel.

Incognitus

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #22 em: 2014-06-05 13:36:21 »
É o sindrome depressivo que não o deixa ver que está melhor que a maior parte das outras pessoas. Depois tudo é desculpa para esse sentimento, como sejam as pessoas que deixaram de se relacionar com ele (muito provavelmente devido a esse estado depressivo).

Quando ele diz que não tem património acrescido (e acreditando na palavra dele) quer dizer que nos 27 anos em que esteve como presidente da câmara o que ganhava, gastou. Não estou a ver como é que isto se liga a corrupção. No meu entender até é bem o contrário. Há por aí muitos políticos que enriqueceram momentaneamente e não é necessário estar a indicar nomes, pois são bem conhecidos. Este não enriqueceu, apesar da reforma boa que lhe foi atribuida.

A corrupção não está no que fez, está sim no que desejava agora dos amigos. A forma correcta de se obter riqueza adicional não é a apelar para favores de amigos.
« Última modificação: 2014-06-05 13:36:44 por Incognitus »
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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #23 em: 2014-06-05 13:39:25 »
Até mostra bem que alguém que ocupa estes cargos, mesmo que não se deixe corromper, espera posteriormente alguns favores. Não me parece que o funcionário que andou toda a vida a recolher o lixo espere favores dos moradores quando se reforma.

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #24 em: 2014-06-05 13:46:19 »
O que está na notícia é apenas insto
Citar
Ele sentia--se traído por alguns dos ditos amigos

Tudo o resto são voçês que estão a conjecturar e a chamar de corrupção. É abusivo...
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
Urmas Reinsalu

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #25 em: 2014-06-05 13:49:01 »
O que está na notícia é apenas insto
Citar
Ele sentia--se traído por alguns dos ditos amigos

Tudo o resto são voçês que estão a conjecturar e a chamar de corrupção. É abusivo...

Novamente, a forma de obter riqueza adicional (e repara que ele se queixa da riqueza) não é pedir favores aos amigos. Tendo ele estado na câmara tanto tempo, é óbvio que ele esperava compensação de amigos em função disso. Mesmo que não fosse devido a isso, ainda assim as cunhas são uma forma de corrupção.

O que é um facto é que em momento nenhum parece ter passado pela cabeça do senhor que a obtenção de riqueza adicional deve vir essencialmente de fazer coisas, prestar bens e serviços, à restante sociedade.
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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #26 em: 2014-06-05 13:58:08 »
Não consigo ler dessa forma. Ele reclama do valor da pensão, cujo valor líquido ele não considerava suficiente.

Se ele quizesse riqueza teria-o obtido quando era presidente da câmara, pois seria nessa altura que tinha "a faca e o queijo na mão". E se essa fosse uma componente importante ele não teria sido presidente durante 27 anos (isto apesar do ordenado de presidente ser muito bom).

Por isso acho excessivo passar uma frase de
Citar
Ele sentia--se traído por alguns dos ditos amigos
para uma relação de corrupção.
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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #27 em: 2014-06-05 13:59:53 »
É algo que mostra o que todos esperam, se não corrupção activa, no mínimo favores de amigos.

É incrivelmente pouco saudável. Nunca parece estar na cabeça de nenhuma destas pessoas "quero mais riqueza, preciso de fazer algo para os outros".
« Última modificação: 2014-06-05 14:00:27 por Incognitus »
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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #28 em: 2014-06-05 14:02:46 »
Resumindo, o tipo estoira os miolos à companheira, está reformado com 59 anos. Tem uma reforma melhor que 90% dos reformados e queixa-se. E por fim ainda acha que devia ter tido uns favores de amigos para ter um rendimento ainda maior.
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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #29 em: 2014-06-05 14:15:21 »
Não acho isso, porque há pessoas que estão muito bem de saúde, mas querem morrer, porque simplesmente sentem-se velhas, ou o marido ou esposa já morreram e querem morrer também, ou porque têm uma depressão, mesmo sendo novas... etc

Na minha opinião, a eutanásia a ser aplicada, só de deveria ser aplicada em casos de pessoas acamadas para toda a vida ou com grande grau de deficiência física.
Mas o foco não deverá estar ai, mas sim em melhorar-se a saúde das pessoas.
Mas eu não digo que o foco não deva ser a melhoria da saúde, neste caso psicológica, das pessoas. Mas passado um determinado tempo (que deverá variar consoante a patologia), ninguém deve poder negar a morte a quem quer que seja. Caso contrário estamos a colocar-nos num plano moral superior ao achar que temos mais direito de decidir sobre a vida duma pessoa do que ela própria. Isso não é eticamente aceitável IMO.

A titulo de exagero, se um gajo achou que viveu uma boa vida, porque diabo é que não há-de poder marcar a data da sua morte, gastando, por exemplo, todo o dinheiro que tem até lá, fazendo uma festa de despedida com amigos, etc. A partir do momento em que existe um consentimento consciente e que esteja sempre salvaguardados o arrependimento last minute, não vejo porque é que se há-de impedir isso.
Saiu uma noticia há poucos dias que diz que em média duas crianças em Portugal são abusadas sexualmente por dia.
A maioria dessas crianças não vai esquecer isso nunca e existe uma grande probabilidade de viverem infelizes durante décadas da vida delas, ou a totalidade da vida delas.
Caso existisse eutanásia para maiores de 18, muitas morreriam de livre vontade, por “n” factores (não conseguirem esquecer, não conseguirem dormir, sentirem infelizes etc)… que não foram da responsabilidade delas. Muitas não têm apoios psicológicos para recuperar por motivos financeiros ou porque os psicólogos gratuitos não querem saber delas.
Este é um exemplo que serve para mostrar que em vez de legalizar a eutanásia, deve-se é melhorar a saúde das pessoas. Há muitas coisas que faltam fazer em relação a isso.

A questão do arrependimento “last minute” também não é simples. Infelizmente, eu já tive uma pessoa da minha família que deu um tiro nela própria, e que depois disse: ”O que é que fui fazer?”, e acabou por morrer no hospital.
Acredito que se a eutanásia fosse legalizada a maioria das pessoas se iria arrepender quando já não havia nada a fazer.
« Última modificação: 2014-06-05 16:29:24 por João-D »

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #30 em: 2014-06-05 14:23:17 »
Não acho isso, porque há pessoas que estão muito bem de saúde, mas querem morrer, porque simplesmente sentem-se velhas, ou o marido ou esposa já morreram e querem morrer também, ou porque têm uma depressão, mesmo sendo novas... etc

Na minha opinião, a eutanásia a ser aplicada, só de deveria ser aplicada em casos de pessoas acamadas para toda a vida ou com grande grau de deficiência física.
Mas o foco não deverá estar ai, mas sim em melhorar-se a saúde das pessoas.
Mas eu não digo que o foco não deva ser a melhoria da saúde, neste caso psicológica, das pessoas. Mas passado um determinado tempo (que deverá variar consoante a patologia), ninguém deve poder negar a morte a quem quer que seja. Caso contrário estamos a colocar-nos num plano moral superior ao achar que temos mais direito de decidir sobre a vida duma pessoa do que ela própria. Isso não é eticamente aceitável IMO.

A titulo de exagero, se um gajo achou que viveu uma boa vida, porque diabo é que não há-de poder marcar a data da sua morte, gastando, por exemplo, todo o dinheiro que tem até lá, fazendo uma festa de despedida com amigos, etc. A partir do momento em que existe um consentimento consciente e que esteja sempre salvaguardados o arrependimento last minute, não vejo porque é que se há-de impedir isso.
Saiu uma noticia há poucos dias que em média duas crianças em Portugal são abusadas sexualmente por dia.
A maioria dessas crianças não vai esquecer isso nunca e existe uma grande probabilidade de viverem infelizes durante décadas da vida delas, ou a totalidade da vida delas.
Caso existisse eutanásia para maiores de 18, muitas morreriam de livre vontade, por “n” factores (não conseguirem esquecer, não conseguirem dormir, sentirem infelizes etc)… que não foram da responsabilidade delas. Muitas não têm apoios psicológicos para recuperar por motivos financeiros ou porque os psicólogos gratuitos não querem saber delas.
Este é um exemplo que serve para mostrar que em vez de legalizar a eutanásia, deve-se é melhorar a saúde das pessoas. Há muitas coisas que faltam fazer em relação a isso.

A questão do arrependimento “last minute” também não é simples. Infelizmente, eu já tive uma pessoa da minha família que deu um tiro nela própria, e que depois disse: ”O que é que fui fazer?”, e acabou por morrer no hospital.
Acredito que se a eutanásia fosse legalizada a maioria das pessoas se iria arrepender quando já não havia nada a fazer.

Muita gente se arrepende por exemplo depois de saltar de uma ponte. Mas na eutanásia seria possível evitar a morte até praticamente ao último momento, pelo que existirem pessoas que se arrependem não seria um problema. É de crer que depois de mortas também não se arrependam. E impedir todos de morrerem porque alguns se podem arrepender (nos últimos segundos e até podendo evitar a morte!) também não faz sentido.
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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #31 em: 2014-06-05 14:28:45 »
Saiu uma noticia há poucos dias que em média duas crianças em Portugal são abusadas sexualmente por dia.
A maioria dessas crianças não vai esquecer isso nunca e existe uma grande probabilidade de viverem infelizes durante décadas da vida delas, ou a totalidade da vida delas.
Caso existisse eutanásia para maiores de 18, muitas morreriam de livre vontade, por “n” factores (não conseguirem esquecer, não conseguirem dormir, sentirem infelizes etc)… que não foram da responsabilidade delas. Muitas não têm apoios psicológicos para recuperar por motivos financeiros ou porque os psicólogos gratuitos não querem saber delas.
Este é um exemplo que serve para mostrar que em vez de legalizar a eutanásia, deve-se é melhorar a saúde das pessoas. Há muitas coisas que faltam fazer em relação a isso.

A questão do arrependimento “last minute” também não é simples. Infelizmente, eu já tive uma pessoa da minha família que deu um tiro nela própria, e que depois disse: ”O que é que fui fazer?”, e acabou por morrer no hospital.
Acredito que se a eutanásia fosse legalizada a maioria das pessoas se iria arrepender quando já não havia nada a fazer.
Então o aborto também devia ser terminantemente proibido com o argumento de que o que se deve fazer é campanhas de informação, mais consultas de planeamento familiar, mais apoios familiares, etc.

Ou seja, usando os mesmos argumentos com que recusas a eutanásia livre, podemos dizer que o que se deve é melhorar a qualidade de vida das pessoas, para que possam ter e criar os filhos e, portanto, o aborto tem de ser absolutamente proibido (eventualmente a não ser que coloque em risco a vida da mãe).

Joao-D

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #32 em: 2014-06-05 14:40:58 »
Não acho isso, porque há pessoas que estão muito bem de saúde, mas querem morrer, porque simplesmente sentem-se velhas, ou o marido ou esposa já morreram e querem morrer também, ou porque têm uma depressão, mesmo sendo novas... etc

Na minha opinião, a eutanásia a ser aplicada, só de deveria ser aplicada em casos de pessoas acamadas para toda a vida ou com grande grau de deficiência física.
Mas o foco não deverá estar ai, mas sim em melhorar-se a saúde das pessoas.
Mas eu não digo que o foco não deva ser a melhoria da saúde, neste caso psicológica, das pessoas. Mas passado um determinado tempo (que deverá variar consoante a patologia), ninguém deve poder negar a morte a quem quer que seja. Caso contrário estamos a colocar-nos num plano moral superior ao achar que temos mais direito de decidir sobre a vida duma pessoa do que ela própria. Isso não é eticamente aceitável IMO.

A titulo de exagero, se um gajo achou que viveu uma boa vida, porque diabo é que não há-de poder marcar a data da sua morte, gastando, por exemplo, todo o dinheiro que tem até lá, fazendo uma festa de despedida com amigos, etc. A partir do momento em que existe um consentimento consciente e que esteja sempre salvaguardados o arrependimento last minute, não vejo porque é que se há-de impedir isso.
Saiu uma noticia há poucos dias que em média duas crianças em Portugal são abusadas sexualmente por dia.
A maioria dessas crianças não vai esquecer isso nunca e existe uma grande probabilidade de viverem infelizes durante décadas da vida delas, ou a totalidade da vida delas.
Caso existisse eutanásia para maiores de 18, muitas morreriam de livre vontade, por “n” factores (não conseguirem esquecer, não conseguirem dormir, sentirem infelizes etc)… que não foram da responsabilidade delas. Muitas não têm apoios psicológicos para recuperar por motivos financeiros ou porque os psicólogos gratuitos não querem saber delas.
Este é um exemplo que serve para mostrar que em vez de legalizar a eutanásia, deve-se é melhorar a saúde das pessoas. Há muitas coisas que faltam fazer em relação a isso.

A questão do arrependimento “last minute” também não é simples. Infelizmente, eu já tive uma pessoa da minha família que deu um tiro nela própria, e que depois disse: ”O que é que fui fazer?”, e acabou por morrer no hospital.
Acredito que se a eutanásia fosse legalizada a maioria das pessoas se iria arrepender quando já não havia nada a fazer.

Muita gente se arrepende por exemplo depois de saltar de uma ponte. Mas na eutanásia seria possível evitar a morte até praticamente ao último momento, pelo que existirem pessoas que se arrependem não seria um problema. É de crer que depois de mortas também não se arrependam. E impedir todos de morrerem porque alguns se podem arrepender (nos últimos segundos e até podendo evitar a morte!) também não faz sentido.

Estás a assumir que as pessoas querem morrer, mas as pessoas que querem morrer, não querem morrer.
Todas as pessoas querem viver.
Pegando de novo no exemplo que dei, uma criança que é violada em criança e que quando chega à idade adulta quer morrer, ela não quer verdadeiramente morrer.
As pessoas decidem morrer porque não se sentem bem com a vida que têm, ou não chamam vida aquilo que têm.
O que se tem que mudar não é legalizar a eutanásia para todos os adultos, mas sim ajudar essas pessoas a viver.
« Última modificação: 2014-06-05 16:27:14 por João-D »

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #33 em: 2014-06-05 14:44:12 »
Saiu uma noticia há poucos dias que em média duas crianças em Portugal são abusadas sexualmente por dia.
A maioria dessas crianças não vai esquecer isso nunca e existe uma grande probabilidade de viverem infelizes durante décadas da vida delas, ou a totalidade da vida delas.
Caso existisse eutanásia para maiores de 18, muitas morreriam de livre vontade, por “n” factores (não conseguirem esquecer, não conseguirem dormir, sentirem infelizes etc)… que não foram da responsabilidade delas. Muitas não têm apoios psicológicos para recuperar por motivos financeiros ou porque os psicólogos gratuitos não querem saber delas.
Este é um exemplo que serve para mostrar que em vez de legalizar a eutanásia, deve-se é melhorar a saúde das pessoas. Há muitas coisas que faltam fazer em relação a isso.

A questão do arrependimento “last minute” também não é simples. Infelizmente, eu já tive uma pessoa da minha família que deu um tiro nela própria, e que depois disse: ”O que é que fui fazer?”, e acabou por morrer no hospital.
Acredito que se a eutanásia fosse legalizada a maioria das pessoas se iria arrepender quando já não havia nada a fazer.
Então o aborto também devia ser terminantemente proibido com o argumento de que o que se deve fazer é campanhas de informação, mais consultas de planeamento familiar, mais apoios familiares, etc.

Ou seja, usando os mesmos argumentos com que recusas a eutanásia livre, podemos dizer que o que se deve é melhorar a qualidade de vida das pessoas, para que possam ter e criar os filhos e, portanto, o aborto tem de ser absolutamente proibido (eventualmente a não ser que coloque em risco a vida da mãe).

O aborto é completamente diferente. A criança ainda nem se quer nasceu. Não mistures.

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #34 em: 2014-06-05 14:45:40 »
Ena João-D, isso é como aquela história das tipas que dizem que não mas que o não é sim.

Eu diria que se a pessoa quer morrer e não muda de ideias até morrer, é porque quer mesmo morrer. Diria também que pressupor que não quer e por isso proibi-la de o fazer é querer efectivamente mandar na vida dessa pessoa.

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #35 em: 2014-06-05 14:51:53 »
Estás a assumir que as pessoas querem morrer, mas as pessoas que querem morrer, não querem morrer.
Todas as pessoas querem viver.
Pegando de novo no exemplo dei, uma criança que é violada em criança e que quando chega à idade adulta quer morrer, ela não quer verdadeiramente morrer.
As pessoas decidem morrer porque não se sentem bem com a vida que têm, ou não chamam vida aquilo que têm.
O que se tem que mudar não é legalizar a eutanásia para todos os adultos, mas sim ajudar essas pessoas a viver.
Eu, se um dia tiver Alzheimer, por exemplo, quero lá saber que me digam que há morfina para as dores e que estará alguém a dar-me a sopa e a mudar-me a fralda até morrer. Para mim era inconcebível chegar ao ponto de perguntar ao meu próprio filho quem é que ele é. Muito antes disso meto-me no avião e tomo um xarope num qualquer país onde respeitem a vontade das pessoas.
Portanto, quanto dizes que não se deve legalizar a eutanásia, aquilo que estás é a negar a minha própria vontade de morrer, dizendo que a tua opinião é superior à minha, sobre uma vida que é minha e não tua.

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #36 em: 2014-06-05 14:58:01 »
Ena João-D, isso é como aquela história das tipas que dizem que não mas que o não é sim.

Eu diria que se a pessoa quer morrer e não muda de ideias até morrer, é porque quer mesmo morrer. Diria também que pressupor que não quer e por isso proibi-la de o fazer é querer efectivamente mandar na vida dessa pessoa.

Se fizeres um bocadinho de esforço e imaginares uma criança que foi violada e que chega à idade adulta e diz querer morrer, porque se lembra continuadamente de que foi violada e não conseguir dormir, nem conseguir constituir uma família, nem ter uma vida normal como as outras pessoas, entendes que essa pessoa não quer morrer, mas sim não se lembrar do que aconteceu, e que precisa de ajuda para ter uma vida como as outras pessoas.

 
« Última modificação: 2014-06-05 16:26:24 por João-D »

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #37 em: 2014-06-05 14:59:50 »
Estás a assumir que as pessoas querem morrer, mas as pessoas que querem morrer, não querem morrer.
Todas as pessoas querem viver.
Pegando de novo no exemplo dei, uma criança que é violada em criança e que quando chega à idade adulta quer morrer, ela não quer verdadeiramente morrer.
As pessoas decidem morrer porque não se sentem bem com a vida que têm, ou não chamam vida aquilo que têm.
O que se tem que mudar não é legalizar a eutanásia para todos os adultos, mas sim ajudar essas pessoas a viver.
Eu, se um dia tiver Alzheimer, por exemplo, quero lá saber que me digam que há morfina para as dores e que estará alguém a dar-me a sopa e a mudar-me a fralda até morrer. Para mim era inconcebível chegar ao ponto de perguntar ao meu próprio filho quem é que ele é. Muito antes disso meto-me no avião e tomo um xarope num qualquer país onde respeitem a vontade das pessoas.
Portanto, quanto dizes que não se deve legalizar a eutanásia, aquilo que estás é a negar a minha própria vontade de morrer, dizendo que a tua opinião é superior à minha, sobre uma vida que é minha e não tua.

Estamos a falar de pessoas com saúde, e não de pessoas com doenças terminais, ou pessoas acamadas, ou com doenças muito débeis.

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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #38 em: 2014-06-05 15:00:28 »
Estás a assumir que as pessoas querem morrer, mas as pessoas que querem morrer, não querem morrer.
Todas as pessoas querem viver.
Pegando de novo no exemplo dei, uma criança que é violada em criança e que quando chega à idade adulta quer morrer, ela não quer verdadeiramente morrer.
As pessoas decidem morrer porque não se sentem bem com a vida que têm, ou não chamam vida aquilo que têm.
O que se tem que mudar não é legalizar a eutanásia para todos os adultos, mas sim ajudar essas pessoas a viver.
Eu, se um dia tiver Alzheimer, por exemplo, quero lá saber que me digam que há morfina para as dores e que estará alguém a dar-me a sopa e a mudar-me a fralda até morrer. Para mim era inconcebível chegar ao ponto de perguntar ao meu próprio filho quem é que ele é. Muito antes disso meto-me no avião e tomo um xarope num qualquer país onde respeitem a vontade das pessoas.
Portanto, quanto dizes que não se deve legalizar a eutanásia, aquilo que estás é a negar a minha própria vontade de morrer, dizendo que a tua opinião é superior à minha, sobre uma vida que é minha e não tua.

É basicamente essa a ideia sempre que se quer ilegalizar algo opcional. Não está em questão o que a própria pessoa pensa porque ninguém é obrigado a matar-se. Está somente em questão poder impor-se um caminho a quem pensa de forma diferente.

Nem sequer se considera que aquilo que a pessoa que está a impor considera importante, pode ser diferente daquilo considerado importante por quem sofre a imposição. É uma imposição forçada de valores, para lá de opiniões. E é totalmente arbitrária, pelo que facilmente o impositor "deixa" as coisas serem diferentes noutra coisa qualquer (como o aborto). A chave aqui também é o "deixar". Não se trata de achar que os outros podem decidir pela sua cabeça - trata-se, mais ainda, não só de decidir pelos outros em muitos casos como ainda decidir QUANDO é que magnanimamente, se deixa os outros decidir alguma coisa.

Isto provavelmente é genético, está imbuído em muitas pessoas. É o não conseguir separar "o que eu acho" daquilo que os outros podem achar. "Tudo aquilo que eu gosto devia ser apoiado, tudo aquilo que eu não gosto devia ser proibido (ou de alguma forma penalizado)".
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Re:Eutanásia, suicídio assistido e afins
« Responder #39 em: 2014-06-05 15:03:28 »
Ena João-D, isso é como aquela história das tipas que dizem que não mas que o não é sim.

Eu diria que se a pessoa quer morrer e não muda de ideias até morrer, é porque quer mesmo morrer. Diria também que pressupor que não quer e por isso proibi-la de o fazer é querer efectivamente mandar na vida dessa pessoa.

Se fizeres um bocadinho de esforço e imaginares uma criança que foi violada e que chega à idade adulta e diz querer morrer, porque se lembrar continuadamente de que foi violada e consegue constituir uma família, não consegue dormir, entendes que essa pessoa não quer morrer, mas sim não se lembrar do que aconteceu, e conseguir ter uma vida como as outras pessoas e que precisa de ajuda para fazer isso.

O valor que tu atribuis a ser violada, e que as próprias pessoas atribuem a serem violadas, tem uma componente cultural forte. E varia fortemente de pessoa para pessoa. Uma pessoa que queira morrer por ter sido violada, pode estar dentro do seu direito. Muito embora seja de a tentar demover, se em último caso se decidir suicidar, seria melhor ter um sistema de eutanásia decente para o fazer.

Quereres que esse sistema exista não implica que queiras que as pessoas se matem. Nem que queiras que não sejam ajudadas. Implica sim que se nada disso funcionar, se possam matar de uma forma digna.

 
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