Olá, Visitante. Por favor entre ou registe-se se ainda não for membro.

Entrar com nome de utilizador, password e duração da sessão
 

Autor Tópico: Bitcoin - Tópico principal  (Lida 378976 vezes)

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re: Bitcoin - Tópico principal
« Responder #1760 em: 2017-12-13 15:50:27 »
Mas depositam como? Levam numa mala cheia de dinheiro a uma off shore?

Para isso, se conseguirem - deixam na off shore, não precisam de mais esquema nenhum.

Nos esquemas de lavagem de dinheiro com origem em drogas a primeira dificuldade é pôr o dinheiro no banco, no fundo é transformar em “electrónico”.


Pelo que posso inferir, as offshores são as maiores compradoras de bitcoins
em troca das quais recebem as notas de banco vivas dos seus clientes ilegais?
E depois, os bancos capitalistas já aceitam comprar bitcoins contra depósitos
legais de dinheiro vivo aos seus balcões? E depois transferem as bitcoins para
os seus balcões de offshore? E vão lucrando as margens desta actividade em
circuito fechado? E será algures neste processo que os bancos podem ficar
despojados por imparidades das bitcoinas!?

Surreal.

Não seria melhor procurares informação antes de teres opiniões desse género?

Os bancos não aceitam bitcoins. Aceitam dinheiro. E diga-se, podem nem aceitar dinheiro se não compreenderem e vetarem a origem.
« Última modificação: 2017-12-13 15:51:45 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Vanilla-Swap

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 5059
    • Ver Perfil
Re: Bitcoin - Tópico principal
« Responder #1761 em: 2017-12-13 16:03:03 »

pedferre

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2599
    • Ver Perfil
Re: Bitcoin - Tópico principal
« Responder #1762 em: 2017-12-13 16:51:51 »
Este artigo do Observador está engraçado a explicar a Bitcoin.

http://observador.pt/opiniao/o-bitcoin-o-paradoxo-do-oxigenio-e-a-estupidez-humana/

O Bitcoin, o paradoxo do oxigénio e a estupidez humana

Muitos têm comparado a bolha especulativa em torno do Bitcoin com a crise das túlipas na Holanda do século XVII. As semelhanças são grandes, mas os bolbos de túlipa ao menos serviam para alguma coisa.

Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, dizia há dias que se um trader do banco fosse apanhado a negociar Bitcoins era despedido nesse mesmo segundo. Primeiro, porque era contra as regras do banco e, segundo, porque mostrava que era estúpido. Nunca pensei que ser simpático era uma das virtudes do CEO do maior banco de investimento do mundo, mas acho a opinião dele sobre o Bitcoin demasiado benevolente.

Como gosto de relembrar as pessoas, eu não sou economista. Por isso, quando tenho fenómenos económicos à minha frente (só durante 10 ou 12 horas por dia…) posso ter algumas dificuldades em termos de metalinguagem e de formalismo. Qualquer economista principiante me dá um baile em “ismos”, em grandes autores e pensadores do passado e em grandes correntes de pensamento. Podem chamar-me de casca-grossa, mas nutro um profundo desprezo por onanismos intelectuais. Se isto traz desvantagens numas coisas, traz grandes vantagens noutras. Entre estas, tenho que entender exatamente o que significam as coisas e nunca dou por autoevidentes afirmações de alguém só porque arrasta uma considerável autoridade. E como as pessoas que trabalham comigo também têm formações em áreas quantitativas e são pouco fluentes em economês, sou obrigado muitas vezes a explicar aquilo que aprendi para que as pessoas das ciências duras, como eu, compreendam.

Um dos exemplos que costumo dar para explicar a questão dos recursos é aquilo a que chamo de paradoxo do oxigénio e que se explica da seguinte forma: quando chegamos a uma bomba de gasolina, com a patroa e a miudagem, enchemos o depósito e pagamos metade dos componentes necessários ao funcionamento do motor de combustão que a viatura usa. O outro componente, que não só é fundamental para o funcionamento do motor, como para o nosso funcionamento, da patroa, da miudagem e da senhora da bomba, nós não o pagamos. Na verdade, o oxigénio é o mais crítico de todos os componentes em jogo neste problema, nada é mais necessário (útil) para todos os agentes económicos envolvidos e, no entanto, nem sequer entra no sistema económico. Não tem valor em termos económicos.

A razão física para isso é relativamente fácil de entender, para que a gasolina chegasse à bomba, alguém trabalhou para tirar o petróleo da terra, transportá-lo para a refinaria, refiná-lo, transportá-lo para a bomba e, finalmente, vendê-lo. O oxigénio chegou ali porque sim. A conclusão que se tira é que as coisas não têm valor intrínseco, valem o trabalho que dão para as querermos. Isto é, para que seja um recurso económico, um ser humano trabalhou nele. E esta é a característica comum a tudo o que é economia, aquilo que realmente se troca: trabalho.

Ora, as coisas não têm valor intrínseco, mas têm o valor do trabalho para que sejam consumidas. Os economistas chamam-lhes bens, incorporam coisas, mas também trabalho de muitas pessoas. Aquele que foi usado para trazer as matérias-primas, mas mais, até o trabalho de ensinar as pessoas que o fizeram, a fazer. Não o trabalho que dão por si, mas o trabalho que dão para eu, consumidor, as ter. O aeroporto de Beja deu muito trabalho, mas como ninguém quer aquilo, não tem valor nenhum. O trabalho de que falamos é económico, não é dissipação de energia.

Ou seja, as coisas podem carregar o valor do trabalho até ser trocado e a economia pode ser baseada exclusivamente na troca de bens e serviços diretamente. Em inglês chama-se bartering, mas em português chama-se chatice. Imaginem andar a fazer conversões de uma hora de canalizador para 15 minutos de programador, de uma perna de ovelha para galinha e meia. E por isso, um sujeito muito esperto da antiguidade inventou uma coisa para fazer esse transporte de trabalho de forma muito fácil de dividir e chamou-lhe dinheiro. Algo que poderia trocar todos os bens e serviços na quantidade que quiséssemos. A diferença face a tudo o resto de que falámos é que não incorpora trabalho, apenas incorpora a promessa de ser entregue trabalho em troca.

Do ponto de vista físico isto é brutalmente abstrato e é aqui aparecem os custos do entendimento do dinheiro. Quando recebemos dinheiro pelo nosso trabalho isso representa o trabalho de alguém que nos será entregue no futuro. Mas em cada dia que passa há mais trabalho feito e, por isso, mais trabalho no futuro é esperado em troca. Isto é, em cada dia terá que haver mais dinheiro. Lindo, não é? E esta é uma das questões mais abstratas e apaixonantes daquilo que podemos observar da fenomenologia económica. Isto significa que o dinheiro não tem um valor absoluto, apesar da invariância óbvia do número impresso na face de uma nota ou moeda. O valor de 10 euros impresso naquela nota com um desenho pavoroso é, de facto, variável. Vale aquilo que em cada instante compra 10 euros de trabalho que hoje é uma coisa, amanhã é outra. Mas é a forma de trocar o trabalho feito no passado por aquele que queremos seja consumido hoje. O fundamental nesta história é que o dinheiro, como coisa que é, também não vale nada, representa apenas o trabalho que comprou no passado. E esta é a natureza do dinheiro, não é defeito, é feitio.

Mas se só o trabalho tem valor económico, as coisas não têm valor intrínseco, porque é que as pessoas associavam o valor do dinheiro ao ouro? Na verdade, nunca o fizeram. Aquilo que faziam era associar o valor do dinheiro ao trabalho que dava escavar uma mina, limpar o mineral, fundir e filtrar o ouro e transportá-lo até um banco central. Porque o ouro, por si só, não tem valor e se fosse tão abundante como o oxigénio teria o mesmo valor económico, zero, sem ter sequer a mesma utilidade prática. Quando isto era complicado, mas possível, era simplesmente uma forma difícil de ter um standard para que as pessoas dissessem “pode valer trabalho no futuro, mas se não valer, vale ouro”. Temos que compreender que tudo na história tem o seu caminho para fazer e até o dinheiro teve que fazê-lo. Mas como o planeta é finito, o trabalho que dá trazer o ouro de uma mina para um banco central foi crescendo à medida que as reservas foram sendo esgotadas. Portanto, o referencial que dava valor aos 10 euros ia crescendo e a mesma nota de 10 euros ia comprando uma quantidade cada vez maior de trabalho, não porque representasse mais trabalho do passado, mas porque o dinheiro era mais caro. Ou seja, o trabalho que dava fazer dinheiro era maior que o trabalho que este deveria comprar. Ou seja, era estúpido.

E por falar em estúpido, voltemos ao Bitcoin, a cryptomoeda que é comprada e vendida a 17 mil dólares no instante em que estou a escrever. Daquilo que redigi acima, podemos perceber que o dinheiro, sendo uma invenção humana, tem também um papel extremamente abstrato e cuja compreensão não é fácil, tal como, aliás, boa parte dos mecanismos económicos. Nada impediria, à partida, o Bitcoin de ser uma moeda de facto, mas o facto é que não é. Para o ser precisava de representar trabalho humano do passado, precisava de ter comprado trabalho no passado para conseguir ser uma promessa de trabalho futuro. E para isso precisava de ser produzido à medida que crescesse o trabalho que eu, consumidor, preciso. Diz-se escasso.

O Bitcoin confunde o conceito económico de escassez com raridade. Mais raro que o aeroporto de Beja seria difícil e, no entanto, não vale nada. Escassez é um conceito abstrato (mais um) que reflete a necessidade que tenho de consumir algo que, normalmente, se reduz à medida que consumo. Mas cuja ligação a raridade não existe. Ora o senhor que inventou o Bitcoin achou que se o dinheiro usava o ouro como padrão era porque o ouro era raro e, portanto, o fabrico de Bitcoins é muito difícil e consome quantidades de recursos computacionais gigantescos. Devo dizer que muitas cabeças bem-pensantes acreditam a mesma coisa, por isso devo ser suave nas minhas críticas, dizendo que isto é apenas pateta (afinal já posso ser CEO do JP Morgan porque também consigo ser simpático).

O Bitcoin é apenas um bem sem qualquer utilidade, cuja produção é cara como foi o aeroporto de Beja. Sim, custou muito a produzir, até deu muito trabalho, mas não serve para nada. O valor económico de um Bitcoin é, pois, igual ao do aeroporto de Beja. Então como explicar que seja transacionado àquele valor? Pois, não tem explicação. Tal como as obrigações do subprime eram enroladas em matemática com um ar sofisticado, o Bitcoin é enrolado em tecnologia com um ar sofisticado, o blockchain, que há muitos anos se diz o futuro, mas cuja utilidade prática parece difícil de encontrar. Muita gente tem feito a analogia entre esta bolha especulativa em torno do Bitcoin com a crise das túlipas na Holanda do século XVII. As semelhanças são grandes, mas os bolbos de túlipa, pelo menos, serviam para alguma coisa.

Sabe-se hoje que a energia necessária para manter o sistema Bitcoin, com uma implantação residual, é hoje equivalente a 3 milhões de casas americanas, ou seja, quase tanto como o consumo de todas as casas portuguesas. Para ter uma ideia do que isto significa, a rede VISA que funciona há décadas e tem uma implantação global, consome tanta energia como as casas de Cascais. Por isso, até do ponto de vista tecnológico, parece estarmos perante um completo disparate.

Mas, se é verdade que a história não se repete, também é verdade que a estupidez humana atravessa gerações de forma imparável. Esta história tem tudo o que o subprime tinha, tem tudo o que a Dona Branca tinha, mas com um ar simultaneamente tecnológico e revolucionário. Um pouco como a fotografia do Che num iPhone. Sabe-se que os períodos em que as taxas de juro são excessivamente baixas dão origem a fenómenos deste tipo. O que parece crescer é o nível de absurdo. Mas até entre os agentes económicos terá que haver seleção natural e espero que nesta, ao contrário da do subprime, não necessite que seja eu a pagá-la no fim.

vbm

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 13774
    • Ver Perfil
Re: Bitcoin - Tópico principal
« Responder #1763 em: 2017-12-13 17:40:59 »
Mas depositam como? Levam numa mala cheia de dinheiro a uma off shore?

Para isso, se conseguirem - deixam na off shore, não precisam de mais esquema nenhum.

Nos esquemas de lavagem de dinheiro com origem em drogas a primeira dificuldade é pôr o dinheiro no banco, no fundo é transformar em “electrónico”.


Pelo que posso inferir, as offshores são as maiores compradoras de bitcoins
em troca das quais recebem as notas de banco vivas dos seus clientes ilegais?
E depois, os bancos capitalistas já aceitam comprar bitcoins contra depósitos
legais de dinheiro vivo aos seus balcões? E depois transferem as bitcoins para
os seus balcões de offshore? E vão lucrando as margens desta actividade em
circuito fechado? E será algures neste processo que os bancos podem ficar
despojados por imparidades das bitcoinas!?

Surreal.

Não seria melhor procurares informação antes de teres opiniões desse género?

Os bancos não aceitam bitcoins. Aceitam dinheiro. E diga-se, podem nem aceitar dinheiro se não compreenderem e vetarem a origem.

Tens razão, Incognitus e eu peço, um bocado, de desculpa.

Não faço ideia como se movimentam fundos depositados à ordem
nos bancos, se trocam por bitcoins, estes por notas, e estas retornam a depósitos.

Mas sempre tive a  noção (não sei ao certo se errada) que depositar dinheiro numa offshore
consiste em ir a um balcão de um banco e indicar-lhe ,- ou perguntar-lhe -, qual a offshore para
onde deve mandar o dinheiro. Que imposto paga e que imposto não paga na ordem de transferência
que ordena é problema aritmético-legal do  próprio banco e decidido pela concorrência com os demais.

É, foi, deste ponto  de partida que figurei uma actividade, se bem que nem esteja bem consciente
se fui, ou estou, coerente e sem contradição. De algum modo, é mais interrogativo
do que afirmativo que me coloco no tema... Asseguro, porém,  não era, não é,
para chatear, só para compreender, (se não for muito difícil).


vbm

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 13774
    • Ver Perfil
Re: Bitcoin - Tópico principal
« Responder #1764 em: 2017-12-13 18:44:57 »
Estive a ler o artigo do Observador
Está muito giro.

Não percebi, porém, este enunciado:

Quando recebemos dinheiro pelo nosso trabalho isso representa o trabalho de alguém que nos será entregue no futuro. [Certo!] Mas em cada dia que passa há mais trabalho feito e, por isso, mais trabalho no futuro é esperado em troca. [Nem sempre! Se a população estivera decrescer, o consumo a aumentar, e o investimento em meios de produção  a diminuir, não há mais trabalho feito com o tempo, antes há menos.] Isto é, em cada dia terá que haver mais dinheiro. [Sim. No caso de investimento útil acumulado e mais produção comerciável] 

Isto significa que o dinheiro não tem um valor absoluto, apesar da invariância óbvia do número impresso na face de uma nota ou moeda. [Sim, mas, das duas uma: se o maior volume de bens se transacciona  pela mesma quantidade de dinheiro, os preços  diminuem e o dinheiro valoriza-se; se os preços se mantêm ou sobem, o dinheiro desvaloriza-se porque perde poder de compra, e a economia de produção tende a sucumbir]

A seguir é introduzido o ouro com um raciocínio interessante:

como o planeta é finito, o trabalho que dá trazer o ouro de uma mina para um banco central foi crescendo à medida que as reservas foram sendo esgotadas. Portanto, o referencial que dava valor [ao dinheiro], [isto  é a ligação ao ouro] ia crescendo e comprando uma quantidade cada vez maior de trabalho, [não vejo que assim fosse necessariamente, ou seja: se o custo de vida do assalariado e sua família se mantiver, sim, o dinheiro valorizado compra mais horas de trabalho produtivo; mas se esse custo de vida do trabalhador subir na mesma proporção do valor do dinheiro-ouro, a quantidade de trabalho comprável não aumenta] não porque representasse mais trabalho do passado, mas porque o dinheiro era mais caro. [conclusão  prejudicada na situação anterior argumentada] Ou seja, o trabalho que dava fazer dinheiro era maior que o trabalho que este deveria comprar.

Ou seja, era estúpido.
[Interessante! Quer dizer, não seria estúpido se o próprio custo de trabalho e o respectivo nível de vida do trabalhador e sua família também requeresse mais bens para ser realizado, tudo reflectindo uma prosperidade geral da sociedade. Ora, mesmo que possa ser essa a tendência civilizacional das sociedades, é facto que o trabalho, a capacidade de trabalho de um vivente humano, vale o que vale a sua subsistência e reposição segundo o padrão histórico da coesão social de cada comunidade histórica, estado político ou união política de estados. Por isso, se levar dinheiro da mina para os cofres dos bancos custar muito mais do que a existência do trabalhador e sua família, o dinheiro ligado ao ouro, torna-se estúpido - e só favoreceria os aforradores que o houvessem acumulado. Conclusão: o  dinheiro deve valer o que vale (e custa) viver.]
« Última modificação: 2017-12-14 09:15:47 por vbm »

rnbc

  • Ordem dos Especialistas
  • Sr. Member
  • *****
  • Mensagens: 495
    • Ver Perfil
Re: Bitcoin - Tópico principal
« Responder #1765 em: 2017-12-13 23:01:07 »
O problema do artigo do Observador é que já há bastantes anos que há instrumentos financeiros a serem negociados em larga escala cuja utilidade é zero ou próxima disso. Portanto o pessoal já está habituado a isso. Ok, há sempre um subjacente sólido lá no fundo, mas às vezes é tão lá no fundo que mal se vê. E daí a negociar gambuzinos e futuros sobre gambuzinos vai um pequeno passo...

Desculpem lá eu dar uma no cravo e outra na ferradura em relação à bitcoin: acho o conceito interessante (sempre achei) embora a implementação seja comprovadamente péssima para os objetivos iniciais, que eram criar um meio de troca fácil.

Em relação à valorização absurda: no credo en brujas, pero que las hay, hay! Eu não as visito, mas elas fazem negócio, lá isso fazem!

Vanilla-Swap

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 5059
    • Ver Perfil
Re: Bitcoin - Tópico principal
« Responder #1766 em: 2017-12-14 17:57:55 »

kitano

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 8677
    • Ver Perfil
Re: Bitcoin - Tópico principal
« Responder #1767 em: 2017-12-14 22:37:22 »
http://observador.pt/2017/12/14/banco-de-portugal-avisa-que-bitcoin-nao-e-considerada-segura-como-moeda/

Citar
O administrador do Banco de Portugal Hélder Rosalino disse esta quinta-feira que as moedas virtuais não são consideradas seguras, apesar de lhes reconhecer vantagens, e avisou os bancos que têm de tornar os pagamentos rápidos até para concorrerem com estas inovações.


Este administrador do BdP também percebe da poda a dizer que os bancos têm que tornar o pagamentos mais rápidos... WTF?
"Como seria viver a vida que realmente quero?"

Automek

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30976
    • Ver Perfil
Re: Bitcoin - Tópico principal
« Responder #1768 em: 2017-12-14 23:05:26 »
É impressão minha ou o gajo confunde transferências com pagamentos ?

Além disso, se os bancos demoram muito tempo com operações, é porque os deixam. Não sei se é culpa do BP ou não, mas como regulador já devia ter tomado medidas ou sugerido alteração à legislação.

Como é que num sistema electrónico integrado uma transferência só chega no dia seguinte ou passados dois dias se for feita depois de uma certa hora ?
Ou um cheque que leva não-sei-quantos dias, como se ainda fosse por CTT ou pela rodoviária para ser conferido noutra agência ?

lee

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 882
    • Ver Perfil
Re: Bitcoin - Tópico principal
« Responder #1769 em: 2017-12-14 23:19:31 »
Para poderem cobrar-se das transferências urgentes 25€ na CGD salvo erro.

Hoje no ginásio estive a discutir bitcoin com uns menes, um comprou meia bitcoin a 16k mas está descansado, porque tem stop loss, nunca pode perder o dinheiro  8) e todas as grandes empresas americanas usam bitcoin para fazer grandes transferências  8)

PS: e também me garantiram que o trump usa bitcoin há já alguns anos  8)
« Última modificação: 2017-12-14 23:27:33 por lee »

zAPPa

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2376
    • Ver Perfil
Re: Bitcoin - Tópico principal
« Responder #1770 em: 2017-12-14 23:34:31 »
Como é que num sistema electrónico integrado uma transferência só chega no dia seguinte ou passados dois dias se for feita depois de uma certa hora ?
Ou um cheque que leva não-sei-quantos dias, como se ainda fosse por CTT ou pela rodoviária para ser conferido noutra agência ?

Não sei se esse diferencial de horas, entre a saída do banco A e a entrada no banco B, não se deve a uma tentativa generalizada dos bancos em evitar o pagamento da  taxa de juro overnight.
Jim Chanos: "We Are In The Golden Age of Fraud".

Moppie85

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1170
    • Ver Perfil
Re: Bitcoin - Tópico principal
« Responder #1771 em: 2017-12-15 00:01:19 »
Como é que num sistema electrónico integrado uma transferência só chega no dia seguinte ou passados dois dias se for feita depois de uma certa hora ?
Ou um cheque que leva não-sei-quantos dias, como se ainda fosse por CTT ou pela rodoviária para ser conferido noutra agência ?

Não sei se esse diferencial de horas, entre a saída do banco A e a entrada no banco B, não se deve a uma tentativa generalizada dos bancos em evitar o pagamento da  taxa de juro overnight.

no uk sai de uma às 19:01 e chega à outra conta no outro banco (imaginem!) às 19:01!

Ingenting

  • Full Member
  • ***
  • Mensagens: 153
    • Ver Perfil
Re: Bitcoin - Tópico principal
« Responder #1772 em: 2017-12-15 07:19:02 »
O Banco de Portugal anda sempre a dormir e, de quando em vez, lá acorda para fazer a prova de vida e justificar a sua existência como regulador. É um fartote de rir.

vbm

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 13774
    • Ver Perfil
Re: Bitcoin - Tópico principal
« Responder #1773 em: 2017-12-15 08:37:01 »
Sabem dizer-me qual é o Ministério de Tutela da Ordem dos Contabilistas Certificados,
ex-Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC)?

Ingenting

  • Full Member
  • ***
  • Mensagens: 153
    • Ver Perfil
Re: Bitcoin - Tópico principal
« Responder #1774 em: 2017-12-15 08:57:56 »
Sabem dizer-me qual é o Ministério de Tutela da Ordem dos Contabilistas Certificados,
ex-Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC)?

O google é compincha; de acordo com os Estatutos da Ordem:

"Artigo 8.º
Tutela administrativa
A tutela administrativa sobre a Ordem cabe ao membro do Governo responsável pela área das finanças."

vbm

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 13774
    • Ver Perfil
Re: Bitcoin - Tópico principal
« Responder #1775 em: 2017-12-15 10:07:12 »
Obrigado, Ingenting.

Quero chateá-los porque não ordenam que o débito directo da quota
deixe de constar na lista impressa pelas máquinas multibanco
quando já deixei há mais de dois ou três anos de estar
inscrito na Ordem da profissão que aliás nunca
exerci.

(Se bem que goste da teoria da contabilidade de Luca Pacioli, Eugen Schmalenbach e Gino Zappa)

Automek

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30976
    • Ver Perfil
Re: Bitcoin - Tópico principal
« Responder #1776 em: 2017-12-15 10:23:21 »
Obrigado, Ingenting.

Quero chateá-los porque não ordenam que o débito directo da quota
deixe de constar na lista impressa pelas máquinas multibanco
quando já deixei há mais de dois ou três anos de estar
inscrito na Ordem da profissão que aliás nunca
exerci.

(Se bem que goste da teoria da contabilidade de Luca Pacioli, Eugen Schmalenbach e Gino Zappa)
Eu já reparei que tenho muitas ordens de DD inactivas (ou seja, não estão activas mas também não desapareceram)

Nos Cadernos do BP sobre DD, página 9, diz isto:

Citar
O devedor pode deixar
de efetuar os seus pagamentos
através de débito direto?
Sim. O devedor pode, a qualquer momento, cancelar
a Autorização de Débito em Conta (ADC) junto
do credor.
Poderá também proceder à inativação da ADC junto
da sua instituição e no Multibanco.
O devedor poderá ainda solicitar à sua instituição
que coloque determinado credor numa lista negativa
de credores ou, até, denunciar o contrato de
prestação de serviços de pagamento celebrado
com a sua instituição.
As ações levadas a cabo pelo devedor junto da sua
instituição (ao balcão ou através do Multibanco),
embora impeçam os débitos na sua conta, não têm
qualquer efeito na relação entre o devedor e o credor,
a quem o cancelamento da ADC deve necessariamente
ser comunicado, sob pena de incumprimento
contratual.

Dá a impressão que há dois estados possíveis: inactivo e cancelado.
Não sei como é que se procede a um e a outro.

De qualquer das formas se a tua questão é a ordem dos OTOCs estar activa, então podes tu próprio cancelá-la no MB.

vbm

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 13774
    • Ver Perfil
Re: Bitcoin - Tópico principal
« Responder #1777 em: 2017-12-15 13:12:15 »
Automec,

Obrigado, tens tentado ajudar nesta questão por resolver.
Eu não tenho razão de queixa, nem da OTOC, nem do Barclays ,
nem do meu ex-Spa local. Ninguém me debita coisa nenhuma,
e o débito directo já não deve estar activado.

O que se passa é que nem os bancos nem a Sibs nem o B. Portugal
têm a obrigação de mandar cancelar a menção das suas contas
nas listas que as Caixas Multibanco imprimem a dar a relação
dos débitos directos que não são os autorizados mas
os que são autorizados ou alguma vez o foram.

É o que não aceito e hei-de protestar sempre.
Informo porém que quer o BP quer a SIBS
quer o meu banco sempre responderam
que são os credores que têm de tratar
do que eu quero: só que NÃO TRATAM.

Por isso, quero agora insistir com os próprios,
- menos o meu ex-Spa, porque hei-de para lá voltar
por causa da piscina, que interrompi, porque, por cirurgia,
passei a ver bem ao longe e mal ao pé, e por isso, tenho
de comprar uns óculos de natação, não graduados, pois
os que tenho não servem!  lol
-, beneficiários
mas com cópia a cada ministério de Tutela administrativa,
solicitando a esta que admoestem os tutelados!
« Última modificação: 2017-12-15 13:15:28 por vbm »

Automek

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30976
    • Ver Perfil
Re: Bitcoin - Tópico principal
« Responder #1778 em: 2017-12-15 13:51:21 »
vê aqui o artigo 8º se alguma das alineas encaixa no que procuras.
https://www.bportugal.pt/sites/default/files/anexos/legislacoes/dl141ano2013.PDF

Tridion

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2928
    • Ver Perfil
    • Tridion.twitter.com
Re: Bitcoin - Tópico principal
« Responder #1779 em: 2017-12-15 13:57:29 »
Se o blockchain é uma transacção segura entre duas entidades, sem necessidade de uma terceira, qual é o futuro dos nossos brokers tradicionais?
______________________________________
Bons Negócios
http://twitter.com/TridionTrader
http://theknownothinginvestor.com/