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Autor Tópico: Irlanda - Tópico principal  (Lida 34020 vezes)

Deus Menor

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Re: Irlanda - Tópico principal
« Responder #80 em: 2015-09-14 12:07:58 »
pois todas as opiniões são validas, mas minha pergunta vai direta pra todos vocês

Porque não fundam uma empresa?

eu tenho 52 anos e fui fundador de 4, iniciei em 1986 e a ultima tive que encerrar a atividade em 2013

de todas sai com grandes mais valias exceto a ultima, e porque? porque todas as outras tive comprador para elas, a ultima nem dada a quiseram.

Excelente post!

tommy

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Re: Irlanda - Tópico principal
« Responder #81 em: 2015-09-14 12:58:58 »
pois todas as opiniões são validas, mas minha pergunta vai direta pra todos vocês

Porque não fundam uma empresa?

eu tenho 52 anos e fui fundador de 4, iniciei em 1986 e a ultima tive que encerrar a atividade em 2013

de todas sai com grandes mais valias exceto a ultima, e porque? porque todas as outras tive comprador para elas, a ultima nem dada a quiseram.

Eu respondo. Porque regra geral quem tenta criar uma empresa em Portugal é fortemente desencorajado porque:
- é muito complexo, tem muita burocracia;
- pagamos impostos sobre algo que ainda nem sei se vai dar certo - pagamentos por conta;
- o nível de impostos é tão alto que se a empresa não der certo eu levo com tudo, se der certo, quase metade do lucro vai para o estado (derrama+IRC+IRS tx liber+algum que me esteja a esquecer) sem contar com impostos indirectos, porque se eu quiser gastar o lucro provavelmente terei que pagar IVAs+ImpostoSelo+IMI+IUC (dependendo do bem ou serviço);
- porque se a actividade implicar licenciamentos, posso ficar meses (ou anos) à espera de aprovação. Pior que isso ainda posso ter que dar uma parte da empresa a um deputado, presidente da junta para avançar com o processo;
- se quiser contratar alguém tenho de ter conta o ordenado bruto a 14,2 meses (14 meses + os 20 dias de indemnização por ano de trabalho;
- porque se houver um problema de carácter jurídico vou precisar de muito dinheiro e muito tempo para algum dia resolver a questão;
- porque ainda tenho de lutar contra o estigma social de ser empresário (logo capitalista, porco, que só pensa no lucro);
- porque acabo por me sentir quase um escravo da empresa, do estado e dos trabalhadores.
- porque se necessitar de capital, não existe soluções ao nível bolsa de valores para pequenas e médias empresas - basicamente encaminham-nos para os bancos e depois queixam-se do endividamento privado.
- Os bancos por sua vez só emprestam a quem apresenta imenso colateral - ainda mais desde que o país faliu em 2011 - e a juros brutais que inviabilizam o projecto;
- o financiamento europeu que existe normalmente já foi pré-adjudicado aos filhos das cunhas e boys em geral;
- ...

(se me esqueci de algo, faxabor de adicionar, obrigado).

Incognitus

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Re: Irlanda - Tópico principal
« Responder #82 em: 2015-09-14 13:26:12 »
pois todas as opiniões são validas, mas minha pergunta vai direta pra todos vocês

Porque não fundam uma empresa?

eu tenho 52 anos e fui fundador de 4, iniciei em 1986 e a ultima tive que encerrar a atividade em 2013

de todas sai com grandes mais valias exceto a ultima, e porque? porque todas as outras tive comprador para elas, a ultima nem dada a quiseram.

Eu respondo. Porque regra geral quem tenta criar uma empresa em Portugal é fortemente desencorajado porque:
- é muito complexo, tem muita burocracia;
- pagamos impostos sobre algo que ainda nem sei se vai dar certo - pagamentos por conta;
- o nível de impostos é tão alto que se a empresa não der certo eu levo com tudo, se der certo, quase metade do lucro vai para o estado (derrama+IRC+IRS tx liber+algum que me esteja a esquecer) sem contar com impostos indirectos, porque se eu quiser gastar o lucro provavelmente terei que pagar IVAs+ImpostoSelo+IMI+IUC (dependendo do bem ou serviço);
- porque se a actividade implicar licenciamentos, posso ficar meses (ou anos) à espera de aprovação. Pior que isso ainda posso ter que dar uma parte da empresa a um deputado, presidente da junta para avançar com o processo;
- se quiser contratar alguém tenho de ter conta o ordenado bruto a 14,2 meses (14 meses + os 20 dias de indemnização por ano de trabalho;
- porque se houver um problema de carácter jurídico vou precisar de muito dinheiro e muito tempo para algum dia resolver a questão;
- porque ainda tenho de lutar contra o estigma social de ser empresário (logo capitalista, porco, que só pensa no lucro);
- porque acabo por me sentir quase um escravo da empresa, do estado e dos trabalhadores.
- porque se necessitar de capital, não existe soluções ao nível bolsa de valores para pequenas e médias empresas - basicamente encaminham-nos para os bancos e depois queixam-se do endividamento privado.
- Os bancos por sua vez só emprestam a quem apresenta imenso colateral - ainda mais desde que o país faliu em 2011 - e a juros brutais que inviabilizam o projecto;
- o financiamento europeu que existe normalmente já foi pré-adjudicado aos filhos das cunhas e boys em geral;
- ...

(se me esqueci de algo, faxabor de adicionar, obrigado).

Tens que dar aos refugiados mais desse dinheiro sujo monopolístico que estás a roubar ao povo e trabalhadores, para espiar os teus pecados.  :D
« Última modificação: 2015-09-14 13:27:07 por Incognitus »
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Thunder

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Re: Irlanda - Tópico principal
« Responder #83 em: 2015-09-16 12:52:35 »
pois todas as opiniões são validas, mas minha pergunta vai direta pra todos vocês

Porque não fundam uma empresa?

eu tenho 52 anos e fui fundador de 4, iniciei em 1986 e a ultima tive que encerrar a atividade em 2013

de todas sai com grandes mais valias exceto a ultima, e porque? porque todas as outras tive comprador para elas, a ultima nem dada a quiseram.

Eu respondo. Porque regra geral quem tenta criar uma empresa em Portugal é fortemente desencorajado porque:
- é muito complexo, tem muita burocracia;
- pagamos impostos sobre algo que ainda nem sei se vai dar certo - pagamentos por conta;
- o nível de impostos é tão alto que se a empresa não der certo eu levo com tudo, se der certo, quase metade do lucro vai para o estado (derrama+IRC+IRS tx liber+algum que me esteja a esquecer) sem contar com impostos indirectos, porque se eu quiser gastar o lucro provavelmente terei que pagar IVAs+ImpostoSelo+IMI+IUC (dependendo do bem ou serviço);
- porque se a actividade implicar licenciamentos, posso ficar meses (ou anos) à espera de aprovação. Pior que isso ainda posso ter que dar uma parte da empresa a um deputado, presidente da junta para avançar com o processo;
- se quiser contratar alguém tenho de ter conta o ordenado bruto a 14,2 meses (14 meses + os 20 dias de indemnização por ano de trabalho;
- porque se houver um problema de carácter jurídico vou precisar de muito dinheiro e muito tempo para algum dia resolver a questão;
- porque ainda tenho de lutar contra o estigma social de ser empresário (logo capitalista, porco, que só pensa no lucro);
- porque acabo por me sentir quase um escravo da empresa, do estado e dos trabalhadores.
- porque se necessitar de capital, não existe soluções ao nível bolsa de valores para pequenas e médias empresas - basicamente encaminham-nos para os bancos e depois queixam-se do endividamento privado.
- Os bancos por sua vez só emprestam a quem apresenta imenso colateral - ainda mais desde que o país faliu em 2011 - e a juros brutais que inviabilizam o projecto;
- o financiamento europeu que existe normalmente já foi pré-adjudicado aos filhos das cunhas e boys em geral;
- ...

(se me esqueci de algo, faxabor de adicionar, obrigado).

Excelentes pontos.
E um dos que referes (último ponto) acho que se repetirá com o "Portugal 2020"

No tópico "Portugal Falido" há uns meses atrás fiz um tópico com algumas questões que tocam nas mesmas do teu post.
Basicamente os cancros são a corrupção, a lentidão e ineficácia do sist. judicial e a dificuldade em avançar com projectos, pela elevada burocracia envolvida.

Anda-se a discutir muito a SS nesta campanha eleitoral.
Eu acho que a maioria da população não tem bem noção do que é descontado para a SS. A parte paga pela entidade patronal, mais a parte paga pelo trabalhador dão algo de absurdo e lunático.
Se mesmo com estes montantes, a SS está com problemas de sustentabilidade, algo de muito errado está embutido no sistema.
« Última modificação: 2015-09-16 13:50:50 por Thunder »
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Re: Irlanda - Tópico principal
« Responder #84 em: 2015-09-16 13:05:19 »

E um dos que referes (último ponto) acho que se repetirá com o "Portugal 2020"


O Portugal 2020, um valor enorme, parte dessa verba fica em operações
não produtivas e intermediários .
O empresário fica com as dívidas e cara a elegre :D

Incognitus

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Re: Irlanda - Tópico principal
« Responder #85 em: 2015-09-16 13:33:06 »
pois todas as opiniões são validas, mas minha pergunta vai direta pra todos vocês

Porque não fundam uma empresa?

eu tenho 52 anos e fui fundador de 4, iniciei em 1986 e a ultima tive que encerrar a atividade em 2013

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Eu respondo. Porque regra geral quem tenta criar uma empresa em Portugal é fortemente desencorajado porque:
- é muito complexo, tem muita burocracia;
- pagamos impostos sobre algo que ainda nem sei se vai dar certo - pagamentos por conta;
- o nível de impostos é tão alto que se a empresa não der certo eu levo com tudo, se der certo, quase metade do lucro vai para o estado (derrama+IRC+IRS tx liber+algum que me esteja a esquecer) sem contar com impostos indirectos, porque se eu quiser gastar o lucro provavelmente terei que pagar IVAs+ImpostoSelo+IMI+IUC (dependendo do bem ou serviço);
- porque se a actividade implicar licenciamentos, posso ficar meses (ou anos) à espera de aprovação. Pior que isso ainda posso ter que dar uma parte da empresa a um deputado, presidente da junta para avançar com o processo;
- se quiser contratar alguém tenho de ter conta o ordenado bruto a 14,2 meses (14 meses + os 20 dias de indemnização por ano de trabalho;
- porque se houver um problema de carácter jurídico vou precisar de muito dinheiro e muito tempo para algum dia resolver a questão;
- porque ainda tenho de lutar contra o estigma social de ser empresário (logo capitalista, porco, que só pensa no lucro);
- porque acabo por me sentir quase um escravo da empresa, do estado e dos trabalhadores.
- porque se necessitar de capital, não existe soluções ao nível bolsa de valores para pequenas e médias empresas - basicamente encaminham-nos para os bancos e depois queixam-se do endividamento privado.
- Os bancos por sua vez só emprestam a quem apresenta imenso colateral - ainda mais desde que o país faliu em 2011 - e a juros brutais que inviabilizam o projecto;
- o financiamento europeu que existe normalmente já foi pré-adjudicado aos filhos das cunhas e boys em geral;
- ...

(se me esqueci de algo, faxabor de adicionar, obrigado).

Muito bons tópicos.
E um dos que referes (último ponto) acho que se repetirá com o "Portugal 2020"

No tópico "Portugal Falido" há uns meses atrás fiz um tópico com algumas questões que tocam nas mesmas do teu post.
Basicamente os cancros são a corrupção, a lentidão e ineficácia do sist. judicial e a dificuldade em avançar com projectos, pela elevada burocracia envolvida.

Anda-se a discutir muito a SS nesta campanha eleitoral.
Eu acho que a maioria da população não tem bem noção do que é descontado para a SS. A parte paga pela entidade patronal, mais a parte paga pelo trabalhador dão algo de absurdo e lunático.
Se mesmo com estes montantes, a SS está com problemas de sustentabilidade, algo de muito errado está embutido no sistema.

Além do envelhecimento da população e da esperança média de vida mais elevada, tens ainda um monte de pessoas que recebem não não contribuíram. Ora, essas pensões mínimas somadas dão bastantes pensões médias ... tipo 2.5-3 pensões mínimas dão uma média.
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vdap

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Re: Irlanda - Tópico principal
« Responder #86 em: 2015-09-16 13:37:54 »
pois todas as opiniões são validas, mas minha pergunta vai direta pra todos vocês

Porque não fundam uma empresa?

eu tenho 52 anos e fui fundador de 4, iniciei em 1986 e a ultima tive que encerrar a atividade em 2013

de todas sai com grandes mais valias exceto a ultima, e porque? porque todas as outras tive comprador para elas, a ultima nem dada a quiseram.

Eu respondo. Porque regra geral quem tenta criar uma empresa em Portugal é fortemente desencorajado porque:
- é muito complexo, tem muita burocracia;
- pagamos impostos sobre algo que ainda nem sei se vai dar certo - pagamentos por conta;
- o nível de impostos é tão alto que se a empresa não der certo eu levo com tudo, se der certo, quase metade do lucro vai para o estado (derrama+IRC+IRS tx liber+algum que me esteja a esquecer) sem contar com impostos indirectos, porque se eu quiser gastar o lucro provavelmente terei que pagar IVAs+ImpostoSelo+IMI+IUC (dependendo do bem ou serviço);
- porque se a actividade implicar licenciamentos, posso ficar meses (ou anos) à espera de aprovação. Pior que isso ainda posso ter que dar uma parte da empresa a um deputado, presidente da junta para avançar com o processo;
- se quiser contratar alguém tenho de ter conta o ordenado bruto a 14,2 meses (14 meses + os 20 dias de indemnização por ano de trabalho;
- porque se houver um problema de carácter jurídico vou precisar de muito dinheiro e muito tempo para algum dia resolver a questão;
- porque ainda tenho de lutar contra o estigma social de ser empresário (logo capitalista, porco, que só pensa no lucro);
- porque acabo por me sentir quase um escravo da empresa, do estado e dos trabalhadores.
- porque se necessitar de capital, não existe soluções ao nível bolsa de valores para pequenas e médias empresas - basicamente encaminham-nos para os bancos e depois queixam-se do endividamento privado.
- Os bancos por sua vez só emprestam a quem apresenta imenso colateral - ainda mais desde que o país faliu em 2011 - e a juros brutais que inviabilizam o projecto;
- o financiamento europeu que existe normalmente já foi pré-adjudicado aos filhos das cunhas e boys em geral;
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Antes de mais concordo com tudo o que dizes!


Relativamente à frase a negrito:

Não é quase é mesmo escravo! um empresário que esteja a começar, ou ainda não se possa desligar do negócio é um escravo. Chega mais cedo que todos, sai mais tarde que todos, ainda atende uns telefonemas em casa, quando devia estar com a familia, trabalha aos fins de semana pode não ser na empresa, mas tem que estar disponivel ao telefone, e quando vai até ao café contar umas anedotas, 60% está com atenção à conversa na mesa 40% está no negócio.

Repare-se que normalmente o que nos rouba atenção é tudo procedimentos legais, contabilidade e mais umas m*rd*s que não devíamos ter que nos preocupar. Devíamos estar preocupados com o serviço / produto que estamos a entregar, mas não, estamos preocupados com toda a burocracia.

Já trabalhei para outros, trabalho agora por conta própria, o meu esforço e horário passou de 8H de trabalho diário(quando trabalhava para os outros) para 12H diárias às vezes mais. Sim sou muito melhor renumerado, mas pago com vida, e tempo de lazer, já me perguntei diversas vezes se isto é forma de viver...

Contudo quem trabalha comigo acha sempre que está a ser roubado (no bom sentido, é sempre pouco), vá se lá entender :/

Eu sei que para muita gente e principalmente desempregada o que eu digo é música! Mas eu desafio sempre quem está desempregado a ir trabalhar para as vendas, por exemplo imobiliárias, estão sempre a meter gente e se venderes nem que seja uma casa por mês (valor de 100.000€), tens um ordenado! contudo nunca ninguém quer... porque?

vai se lá saber :/
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Re: Irlanda - Tópico principal
« Responder #87 em: 2015-09-16 13:47:17 »

E um dos que referes (último ponto) acho que se repetirá com o "Portugal 2020"


O Portugal 2020, um valor enorme, parte dessa verba fica em operações
não produtivas e intermediários .
O empresário fica com as dívidas e cara a elegre :D

É um problema do caraças ...
São 25 G euros que entrarão no país. E andamos na campanha sem ninguém falar disto. O valor que o Troika emprestou foram 66 G euros (78 G euros com a parte alocada a inst. financeiras). É uma quantidade enorme de capital, que se fosse bem aplicado, seria uma ótima ajuda.
A população anda muito mal informada e não tem noção dos tópicos que realmente interessam.

A UE é acusada de não ajudar, de não investir.
Para eles é um pau de dois bicos.
Tenho quase a certeza que sabem que o dinheiro será mal aplicado, tal como nas iniciativas anteriores. Não são parvos.
Mas por outro lado tem que ajudar, tem que apoiar, pois o país está estagnado; só que não podem decidir o que será feito com o capital em termos concretos, apenas em termos gerais. Se assim o fizessem seriam acusados de interferir com a soberania dos estados.
É uma situação complicada.
« Última modificação: 2015-09-16 13:49:54 por Thunder »
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Re: Irlanda - Tópico principal
« Responder #88 em: 2015-09-16 13:56:13 »
É uma pena as pessoas estarem tão mal informadas. A degradação da nossa democracia assenta muito nisso.

Como é possível que apenas na TSU haja logo uma coleta de 34,75% do valor dum salário?
Que sistema insano é este, que para supostamente ter um estado social a operar, num só imposto leva um valor desta dimensão?
E mesmo assim a SS está arrombada ... as pessoas deviam questionar fortemente este tipo de coisas.
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Re: Irlanda - Tópico principal
« Responder #89 em: 2015-09-16 14:04:03 »
vdap, espero que tenhas sucesso e recompensa por essa dedicação.

Realmente existe uma mentalidade anti-lucro muito forte.

Há um paradoxo.
Por um lado as pessoas querem que os funcionários sejam bem pagos, que sejam bem atendidas, que os produtos e serviços tenham qualidade. Que as instalações sejam modernas. Que haja higiene e limpeza. Que haja sempre stock variado e em quantidade dos produtos.
Que não haja fuga aos impostos.
Por outro lado, acham que tal será possível com margens ridículas nos produtos.
É o tal fantasma do:
"Fonix esta água custa 20 cents no LIDL e estes gajos vendem isto a 80 cents ... gatunos, fdp, 400% de margem!!"
« Última modificação: 2015-09-16 14:06:35 por Thunder »
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Re: Irlanda - Tópico principal
« Responder #90 em: 2015-09-16 14:06:19 »
É uma pena as pessoas estarem tão mal informadas. A degradação da nossa democracia assenta muito nisso.

Como é possível que apenas na TSU haja logo uma coleta de 34,75% do valor dum salário?
Que sistema insano é este, que para supostamente ter um estado social a operar, num só imposto leva um valor desta dimensão?
E mesmo assim a SS está arrombada ... as pessoas deviam questionar fortemente este tipo de coisas.

As pessoas questionam é porque é que esses empresários malandros fogem tanto as contribuições que as reformas mínimas e médias são uma miséria...  :D
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Re: Irlanda - Tópico principal
« Responder #91 em: 2015-09-16 14:11:40 »
A cultura do pais  e socialista/catolica

mentalidade apelicada e tipo  o lucro e pecado tem ser distribuido
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

Robusto

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Re: Irlanda - Tópico principal
« Responder #92 em: 2015-09-16 16:23:03 »
Contudo quem trabalha comigo acha sempre que está a ser roubado (no bom sentido, é sempre pouco), vá se lá entender :/
Bom, mas aí talvez seja algo que esteja a falhar na tua comunicação com os teus funcionários, talvez eles não estejam a ver devidamente os esforços que tens com a estrutura.

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Re: Irlanda - Tópico principal
« Responder #93 em: 2015-09-16 16:40:54 »
Eu sei que para muita gente e principalmente desempregada o que eu digo é música! Mas eu desafio sempre quem está desempregado a ir trabalhar para as vendas, por exemplo imobiliárias, estão sempre a meter gente e se venderes nem que seja uma casa por mês (valor de 100.000€), tens um ordenado! contudo nunca ninguém quer... porque?

vai se lá saber :/

vdap dá para perceber pelo que escreves que "já meteste às mãos na massa", por isso da minha parte é reforçar os desejos de sucesso e recompensa pelo trabalho, que o thunder desejou.

Para mim não são passos coelhos, antónios costas, nicolás gaitans ou o padre da paróquia que são as minhas referências. Para mim são pessoas como tu.

vdap

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Re: Irlanda - Tópico principal
« Responder #94 em: 2015-09-16 17:21:33 »
Eu sei que para muita gente e principalmente desempregada o que eu digo é música! Mas eu desafio sempre quem está desempregado a ir trabalhar para as vendas, por exemplo imobiliárias, estão sempre a meter gente e se venderes nem que seja uma casa por mês (valor de 100.000€), tens um ordenado! contudo nunca ninguém quer... porque?

vai se lá saber :/

vdap dá para perceber pelo que escreves que "já meteste às mãos na massa", por isso da minha parte é reforçar os desejos de sucesso e recompensa pelo trabalho, que o thunder desejou.

Para mim não são passos coelhos, antónios costas, nicolás gaitans ou o padre da paróquia que são as minhas referências. Para mim são pessoas como tu.

Apesar de ter escrito com o coração na boca já estou nisto à uns anos... pelo que já não é dramático como no inicio, contudo ainda vejo que trabalho muito no negócio em vez de trabalhar o negócio, que são coisas totalmente diferentes!

Um abraço,
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D. Antunes

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Re: Irlanda - Tópico principal
« Responder #95 em: 2015-09-16 17:27:54 »
Eu sei que para muita gente e principalmente desempregada o que eu digo é música! Mas eu desafio sempre quem está desempregado a ir trabalhar para as vendas, por exemplo imobiliárias, estão sempre a meter gente e se venderes nem que seja uma casa por mês (valor de 100.000€), tens um ordenado! contudo nunca ninguém quer... porque?

vai se lá saber :/

vdap dá para perceber pelo que escreves que "já meteste às mãos na massa", por isso da minha parte é reforçar os desejos de sucesso e recompensa pelo trabalho, que o thunder desejou.

Para mim não são passos coelhos, antónios costas, nicolás gaitans ou o padre da paróquia que são as minhas referências. Para mim são pessoas como tu.

É mesmo isso. Que sejas bem sucedido.
“Price is what you pay. Value is what you get.”
“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
Warren Buffett

“O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
René Descartes

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Re: Irlanda - Tópico principal
« Responder #96 em: 2015-12-10 17:17:41 »

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Re: Irlanda - Tópico principal
« Responder #97 em: 2015-12-10 17:29:31 »

By
Paul Hannon















 
Updated Dec. 10, 2015 8:10 a.m. ET
 
 1 COMMENTS   
 
Ireland remains on course to be the world’s fastest-growing developed economy for the second straight year, recording an expansion during the third quarter that outpaced that of China.

Ireland’s Central Statistics Office Thursday said that gross domestic product, a broad measure of the output of goods and services, was 1.4% higher in the three months through September than in the second quarter of this year, and 7% up on the third quarter of 2014.

The annual rate of growth far outpaced the rest of the 28-member European Union, and also exceeded China’s 6.9% growth rate. It leaves Ireland on course to grow more rapidly than any other developed economy this year, repeating its performance in 2014.

The Organization for Economic Cooperation and Development also expects Ireland to top the growth charts among its 34 members in 2016, before being overtaken by South Korea and Turkey in 2017.

“Today’s figures are once again very strong and provide further confirmation that economic recovery is now firmly embedded,” said Minister for Finance  Michael Noonan.

The sharp acceleration in growth since the start of 2014 has largely been driven by exports to the U.K. and U.S., but that changed in the third quarter, with household and investment spending leading the way. Export growth slowed, and was outpaced by the growth of imports, meaning that trade was a drag on growth.

The economy’s spectacular turnaround has led to a surge in tax revenues that has allowed the government to beat its targets for cutting the budget deficit while cutting taxes and raising spending.

The coalition faces elections that must be held by April 2016, and the campaign is likely to be dominated by disagreements over the way the government managed the economic crisis it inherited on coming to power in early 2011, just months after Ireland agreed a bailout program with the European Union and the International Monetary Fund.

The country completed that bailout program in late 2013, meeting all of its budget targets in the process. The government is once again borrowing on the bond markets, and is able to fund itself at such low interest rates that it has repaid a large chunk of its debts to the IMF by selling new bonds.

The unemployment rate has fallen steadily over recent years, and house prices are rising. But recent opinion polls suggest the government is still short of the share of votes it would need to return to power, as many Irish people continue to resent some of the measures taken to cut spending during the bailout program, and in particular new charges for water use.

There are also concerns that the government is loosening the purse strings too soon, given that it has debts that are roughly equivalent to a year of economic output. Ireland’s recent debt crisis was its second in three decades, and some voters fear a repeat of the booms and busts that have characterized recent Irish economic history.

Some leading Irish economists, including former Central Bank of Ireland Governor  Patrick Honohan, caution that the economic growth figures may be misleading.

While relatively small, Ireland’s economy is one of the most globalized on earth, hosting a variety of multinational companies that account for a large share of its economic output.

One issue is the profits made by all those multinational companies, many of which are American. They show up in GDP figures, and are likely to be exaggerated by tax-avoidance schemes, but don’t stay in Ireland. So gross national product is a more accurate reflection of Irish incomes. During the three months to September, GNP fell by 0.8%.

But there are other complications, ranging from the expiration of patents on drugs produced by international pharmaceutical companies to changes in the way information technology companies record profits and the headquartering of companies in Ireland that do very little in the country.

“Overall, doubts will remain both about the underlying strength of the economy, given the distortions from tax inversion, and about its sustainability given Ireland’s history of boom and bust,” said  Jonathan Loynes, an economist at Capital Economics. “For now, though, the Celtic Tiger is roaring.”

The country’s budget watchdog has criticized the government’s decision to boost spending this year, saying it relies on a pickup in tax revenues that may not be sustained.

“Using unexpected incoming revenues to fund permanent increases in expenditure at a time of strong economic growth has worrying echoes of past fiscal policy errors and goes against the spirit of the new budgetary framework,” the Irish Fiscal Advisory Council said late last month.

Write to Paul Hannon at paul.hannon@wsj.com

purehawk

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Re: Irlanda - Tópico principal
« Responder #98 em: 2016-07-12 23:16:45 »
É mesmo verdade. PIB da Irlanda cresceu 26,3% em 2015
NUNO CARREGUEIRO | nc@negocios.pt | 12 Julho 2016, 16:22

A deslocalização de multinacionais para a Irlanda fez o PIB do país explodir. Há efeitos positivos, mas não só.

Não foi na China, nem na Índia, nem num qualquer pequeno país com uma economia muito volátil. Foi mesmo um país da Zona Euro que conseguiu um crescimento nunca visto no seu produto interno bruto (PIB) no ano passado.
 
O PIB da Irlanda registou uma taxa de crescimento de 26,3% no ano passado, de acordo com os valores revistos que foram anunciados esta terça-feira, 12 de Julho, pelo instituto de estatística do país que foi alvo de um resgate em 2010.
 
A anterior estimativa já apontava para um crescimento assinalável (7,8%), mas o novo valor deixou os economistas "sem palavras", como salienta a Bloomberg.
 
A economia irlandesa está em forte recuperação dos vários anos de recessão que se seguiram ao resgate, mas esta explosão no PIB, como não poderia deixar de ser, tem a ver com factores extraordinários e com a especificidade da economia irlandesa.
 
A revisão do valor do PIB está relacionada com a contabilização de activos das multinacionais que têm sede no país. A baixa taxa de impostos que a Irlanda cobra às empresas (IRC de 12,5%) tem atraído cada vez mais companhias para o país, o que provocou uma forte subida no valor dos activos que são contabilizados no PIB.
 
Muitas das empresas alteram a sede para Dublin depois de comprarem pequenas empresas neste país. Foi o que fizeram empresas como a Allergan, Tyco, Medtronic e muitas outras. 
 
"O que aconteceu aqui é que um balanço inteiro de uma empresa que deslocaliza a sede para a Irlanda passa a estar incluído no nosso stock de capital e posição de investimento internacional", explica Michael Connolly, do instituto de estatística do país, citado pelo Guardian.
 
Dados de 2014 citados pela Bloomberg mostram que empresas com activos avaliados em 523 mil milhões de euros alteraram a sua sede para a Irlanda nesse ano, passando a pagar impostos neste país. Desde 2008 o produto nacional bruto (PNB) da Irlanda aumentou 7 mil milhões de euros à custa destes processos de relocalização de empresas para o país.
 
"Temos uma economia muito pequena, e se tivermos um grande aumento de activos, é isto que acontece", disse Connolly para justificar o crescimento de 26,3% no PIB, ao mesmo tempo que garante que os números são "fiáveis".
 
Também a dar um forte impulso à economia está o facto de na Irlanda estarem sedeadas muitas companhias de leasing de aviões e o ano passado ter sido muito forte neste sector.
 
Em resultado, as exportações mais do que duplicaram. Contudo, outros indicadores que não são afectados por estes movimentos mostram uma evolução bem mais contida da economia irlandesa. O consumo das famílias cresceu 4,5%.
 
Se à partida ter a economia a registar taxas de crescimento de 26% só pode ser positivo, o ministro das Finanças da Irlanda, Michael Noonan (na foto) já veio lançar alguns alertas. É que o emprego não acompanha o crescimento do PIB e o país tem que efectuar maiores contribuições para o orçamento comunitário, que é feito com base na dimensão do PIB.
 
Por outro lado, para medir o real estado da economia irlandesa, o PIB tenderá a ser um indicador cada vez menos utilizado. "A Irlanda está a crescer a uma taxa razoável", em redor de 5,5%, "mas não dramática", como 26,3%. "Há tantas transacções a acontecer que ninguém compreende", afirmou à Bloomberg o economista Jim Power, confessando que não sabe ainda o que irá dizer numa palestra sobre a economia irlandesa agendada para esta semana em Londres. Certo é que não dirá que a economia cresceu 26% em 2015, assegurou.
 
Entre os efeitos positivos desta revisão do PIB está o facto de a Irlanda apresentar agora rácios de endividamento e défice público bem mais reduzidos. A dívida pública é agora inferior a 80% do PIB.
 
Também esta terça-feira foram revelados os dados do primeiro trimestre de 2016 e a evolução foi contrária, com o PIB a recuar 2,1%. Uma variação que os economistas desvalorizam dada a evolução anómala registada em 2015.

http://www.jornaldenegocios.pt/economia/europa/uniao_europeia/detalhe/e_mesmo_verdade_pib_da_irlanda_cresceu_263_em_2015.html

Incognitus

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Re: Irlanda - Tópico principal
« Responder #99 em: 2016-11-24 13:43:52 »
Se o Trump cortar os impostos sobre lucros nos EUA de 35% para 15% como prometeu, isso deve ter um impacto positivo nos EUA (daí muitas das subidas recentes) e ... negativo na Irlanda.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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