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Autor Tópico: Agricultura - Tópico principal  (Lida 169422 vezes)

Incognitus

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #360 em: 2014-12-31 20:07:00 »
É normal que ou comprem ao produtor, ou comprem a alguém com margens esmagadíssimas que compra ao produtor. As grandes superfícies regra geral compram tudo bem - ou seja, com margens esmagadas para quem quer que lhes venda alguma coisa, excepto se esse alguém tiver uma diferenciação qualquer (marca, etc) para a qual a grande superfície não consiga alternativa (a alternativa última aqui são os produtos brancos, mas não é a mesma coisa).

Bem, penso que é mesmo isso: compram a quem esmaga as margens do produtor, e, doppo, acordam um preço de transferência do intermediário para o supermercado, e qualquer outra combinação ad lattere ser-nos -á desconhecida e porventura inauditável.

Hoje por acaso até fui a uma loja Continente, e aquilo é impressionante: parece a Caverna do Ali-Babá e os 40 Ladrões! Realmente, há muitos outros produtos a comerciar e vender, para lá dos alimentares, e porventura 50% serão mesmo importados e margens de 'transferência' comercialmente negociáveis à la carte.

Sim, [isto sobre o  teu outro postal] prender pessoas por  meras suspeitas é ignóbil, mas é o que a polícia por cá faz!

Há uma ´camouflage´ no teu argumento quando dizes que o «negócio está aberto à concorrência». Não está. É de uma escala que cerra portas a  muitos interessados. Depois, há o próprio espaço, limitado, que força a negar licenciamentos a concorrentes. Por fim, dizes algo que te aproxima da minha impressão: a margem dos 5% é depois de vários overheads. A natureza analítica destes tem de passar pelo crivo da sua racionalidade. É certo que juros têm de creditar-se a quem avance os capitais para os activos que o negócio requeira. Mas já  nem falo do procurement de tais investimentos e dos valores 'arbitrados' para cada negócio montado.

Mas, Incognitus, eu ouço-te com atenção sempre que criticas o que eu digo, porque evidentemente que já percebi há muito tempo que estruturas as tuas posições em sistema lógico bem concatenado. E eu posso até dar-te razão em muitas conclusões e  apreciar vários argumentos. O que mais censuro no sistema de suporte da tua argumentação é o relativismo indiferente de valores, a abstração da necessidade da governação política da sociedade de cada país independente, e a suposição de que os mercados resolvem tudo da melhor maneira, o que me faz sorrir. Mas estou consciente de uma coisa: toda a concorrência tende para uma estruturação regulada da actividade produtiva e comercial, que terá porventura facetas positivas e vantajosas mesmo para os consumidores, mas tende a ser um ónus de encarecimento e prejuízo social em benefício de poucos.

Quanto aos 'nossos merceeiros duopolistas' é para mim um gosto apodá-los assim, mas concedo que ignoro os meandros da distribuição, embora gostasse que ela fosse 'monografada' por economistas para eventualmente mais beneficiar não só as cidades como a lavoura e o produto nacional (e acho o belmiro melhor que o soares dos santos na preferência do produto português).

1) Não, a polícia cá não prende por meras suspeitas (estás a pensar no Sócrates). O juíz que manteve o Sócrates preso preventivamente tem MAGOTES de provas sobre a sua secretária incluindo escutas bem óbvias. O Sócrates pode não ser condenado, mas o ser preso preventivamente significa que a prova que existe é mais que suficiente para se saber o que aconteceu (novamente, não significa que seja condenado).

2) É natural que o que quer que comercies seja suficiente para pagar os custos fixos que tens para comerciar. Daí que a margem bruta possa ser 20%, 30%, e a margem operacional possa ser 5%. Não faria com isso sentido dizer "ah estão a explorar na margem bruta!", porque se reduzissem essa nums meros 5%, a margem operacional desaparecia totalmente. E os custos incorridos apenas respeitam a quem os paga, não têm que passar no crivo de ninguém que isto não é a URSS. Se esses custos forem excessivos, tanto melhor para quem queira concorrer.

3) Sobre barreiras à entrada, elas são mínimas. Existirão algumas regras, alguns licenciamentos, mas nada de mais para quem queira comprar a um produtor e vender aos consumidores. A escala obviamente é irrelevante - não é o Zé que por exemplo vai decidir fazer uma refinaria se as refinarias estiverem a cobrar margem a mais.

4) A concorrência faz tudo MENOS encarecer os produtos para os outros os comprarem. A ausência de concorrência é que faz isso.

5) Eu não acho que os mercados fazem tudo. Há muita função para o Estado, mas tal como nem tudo é adequado para os mercados - pois quando mais não seja, os mercados não fazem nada por quem não consiga produzir algo para trocar com os outros - igualmente nem tudo é adequado para os Governos (nomeadamente meterem-se em mercados que não necessitam da sua intervenção, como mercados culturais, linhas aéreas, canais de TV, estaleiros navais e afins).

6) Sobre o duopólio, também eu acho que foi cometido um erro pela Autoridade da Concorrência ao não se opôr à aquisição do Carrefour Portugal por um dos líderes já estabelecidos. È raro que a AdC seja necessária, mas a ser necessária esse era um caso óbvio em que deveria ter procedido de forma diferente.

Por fim, nota ainda que não existe um preço ou margem "correctos". Excepto em actividades reguladas, o preço que é "correcto" resulta da interacção entre compradores e vendedores. E do ponto de vista do vendedor, o preço/margem correcto é "o máximo que o mercado aguentar". Os únicos que se desviam desta lógica e a quem passa pela cabeça começar a ditar preços e margens são os comunistas/socialistas. O resultado final de tal lógica regra geral é acabares a procurar papel higiénico que ninguém tem para vender, como acontece na Venezuela.

« Última modificação: 2014-12-31 20:16:14 por Incognitus »
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vbm

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #361 em: 2015-01-01 12:13:40 »
Concordo inteiramente com os enunciados 2), 4), 6).

Sobre o 3) em parte é inverdade, há barreiras sim,
em parte até concordas ao referires a decisão do fecho do Carrefour.

O 5) discordo quanto aos mercados culturais, especialmente o dos canais
de televisão para o entretenimento das massas populares
que ficam cada vez mais embrutecidas e ignaras
com a oferta 'cultural' da 'iniciativa' privada!

Sobre o 1), a ser como dizes, e a recear-se prejuízo
para a investigação do processo, silêncio
absoluto deveria reinar sobre o que
vai sendo divulgado do que o
acusam sem consentirem
que a defesa aja
em publico,
taco a taco.


Sobre a questão de fundo das margens dos supermercados
eu seria o primeiro a dar-te razão se o sector estivesse estudado
por economistas que o monografassem e concluíssem como o admites.



jeab

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #362 em: 2015-01-01 12:32:41 »
Já existe a PARCA - Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Agroalimentar  http://www.gpp.pt/parca/


 A PARCA - Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Agroalimentar, estabelecida pelo Despacho conjunto n.º 15480/2011 dos Ministérios da Economia e do Emprego e da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, foi criada para fomentar a equidade e o equilíbrio da cadeia alimentar, promovendo o diálogo para permitir o aumento da transparência do mercado e o equilíbrio na distribuição de valor entre os diferentes setores da produção, da transformação e da distribuição de produtos agrícolas e agroalimentares.

Pretende-se com esta plataforma desenvolver a competitividade da economia portuguesa estabelecendo uma concorrência saudável e contribuindo para o aumento da produção nacional e da autossuficiência, em valor, deste setor.

Os trabalhos desenvolvem-se através de reuniões plenárias em que são apresentados os temas considerados como pertinentes pelos intervenientes e extraordinárias, em que são apresentados e discutidos os trabalhos realizados, podendo ainda ser constituídas subcomissões de apoio técnico com missões específicas ou de carácter setorial.
« Última modificação: 2015-01-01 12:34:02 por jeab »
O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
O verdadeiro homem inteligente é aquele que parece ser um idiota na frente de um idiota que parece ser inteligente!

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #363 em: 2015-01-01 14:32:55 »
Concordo inteiramente com os enunciados 2), 4), 6).

Sobre o 3) em parte é inverdade, há barreiras sim,
em parte até concordas ao referires a decisão do fecho do Carrefour.

O 5) discordo quanto aos mercados culturais, especialmente o dos canais
de televisão para o entretenimento das massas populares
que ficam cada vez mais embrutecidas e ignaras
com a oferta 'cultural' da 'iniciativa' privada!

Sobre o 1), a ser como dizes, e a recear-se prejuízo
para a investigação do processo, silêncio
absoluto deveria reinar sobre o que
vai sendo divulgado do que o
acusam sem consentirem
que a defesa aja
em publico,
taco a taco.


Sobre a questão de fundo das margens dos supermercados
eu seria o primeiro a dar-te razão se o sector estivesse estudado
por economistas que o monografassem e concluíssem como o admites.

Não precisas de economistas a dizer coisa nenhuma. As contas destas empresas são públicas e auditadas.
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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #364 em: 2015-01-01 17:20:45 »
Já existe a PARCA - Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Agroalimentar  http://www.gpp.pt/parca/


Compõe-na

 MAM - Ministério da Agricultura e do Mar
 ME - Ministério da Economia
 DGAE - Direção-Geral das Atividades Económicas
 GPP - Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral do MAM 
 AdC - Autoridade da Concorrência
 APED - Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição
 CAP - Confederação dos Agricultores de Portugal
 CCP - Confederação do Comércio e Serviços de Portugal 
 CENTROMARCA – Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca 
 CIP – Confederação Empresarial de Portugal
 CNA - Confederação Nacional da Agricultura
 CONFAGRI - Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal, CCRL
 FIPA - Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares

Parece-me bem, mas para além de órgãos governamentais e corporações agrícolas, industriais e comerciais, gostaria de ver participar associações de defesa dos consumidores, universidades e ordens profissionais de macroeconomistas, estaticistas e dietistas.

vbm

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #365 em: 2015-01-01 17:41:16 »
Não precisas de economistas a dizer coisa nenhuma. As contas destas empresas são públicas e auditadas.

E concluem como tu?


É que não basta inferir da aparente
rentabilidade moderada do sector
e consequente não-atractividade
de novos operadores

que a concorrência fica demonstrada existir.


É preciso avaliar a razão de ser do custeio
financiado pela margem do preço que
separa o auferido pelo lavrador
do pago pelo consumidor
da cidade.


Por exemplo, o dumping na importação
de alimentos para forçar os produtores
a aceitar preços tão baixos
que prefiram queimar
a sua colheita,

é prova da rigidez dos trusts de compra
que tudo fazem para preservar
o seu poder monopolista:
tudo menos diminuir-lhe
os lucros.

bezanas

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #366 em: 2015-01-01 20:51:39 »
MAM - Ministério da Agricultura e do Mar
 ME - Ministério da Economia
 DGAE - Direção-Geral das Atividades Económicas
 GPP - Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral do MAM 
 AdC - Autoridade da Concorrência
 APED - Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição
 CAP - Confederação dos Agricultores de Portugal
 CCP - Confederação do Comércio e Serviços de Portugal 
 CENTROMARCA – Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca 
 CIP – Confederação Empresarial de Portugal
 CNA - Confederação Nacional da Agricultura
 CONFAGRI - Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal, CCRL
 FIPA - Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares
-------------------------------------------------------
as margens já são pequenas, e ainda temos que sustentar estes todos.... vai lá vai...

Incognitus

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #367 em: 2015-01-01 21:27:45 »
Não precisas de economistas a dizer coisa nenhuma. As contas destas empresas são públicas e auditadas.

E concluem como tu?


É que não basta inferir da aparente
rentabilidade moderada do sector
e consequente não-atractividade
de novos operadores

que a concorrência fica demonstrada existir.


É preciso avaliar a razão de ser do custeio
financiado pela margem do preço que
separa o auferido pelo lavrador
do pago pelo consumidor
da cidade.


Por exemplo, o dumping na importação
de alimentos para forçar os produtores
a aceitar preços tão baixos
que prefiram queimar
a sua colheita,

é prova da rigidez dos trusts de compra
que tudo fazem para preservar
o seu poder monopolista:
tudo menos diminuir-lhe
os lucros.

Os trusts de compra nacionais não influenciam preços mundiais.

E o que quer que os distribuidores queiram cobrar ao retalho, é intrisecamente justo (pois o objectivo do vendedor tem que ser vender pelo maior preço possível). E mesmo assim, as contas auditadas dos distribuidores não indicam margens elevadas (além de que não existe tal coisa como seja uma margem excessiva).
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vbm

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #368 em: 2015-01-01 22:48:12 »
Os trusts compradores da produção agrícola portuguesa
esmagam preços - sem que tal se repercuta no preço
final ao consumidor - importando, se necessário,
os produtos de consumo que os estrangeiros
exportam agilmente a preços dumping
de escoamento de excedentes.


Deste modo, a agricultura, seja o ano de boa ou má colheita,
é sempre presidiada no mediania de rendimento
determinado unilateralmente pelos trusts
compradores.

Nenhum incentivo nem desincentivo afecta assim
a gestão das empresas agrícolas e imperturbável
mantém-se a margem global do negócio
entre a produção e o consumo.

Se hipostasiar o transporte, o desperdício,
a rede de frio, o custo do dinheiro, constantes,
se tais custos não absorverem a diferença total
do preço ao consumidor do pago ao produtor,
se aceitar que a venda a retalho é de 5%,
então o lucro restante é embolsado
pelos trusts compradores, 
é excessivo, e subsiste
por monopólio.


bezanas

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #369 em: 2015-01-01 22:56:07 »
o Sr vbm vende alguma coisa? sabe do buisness  ou é mais youtubes? wtf!?

vbm

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #370 em: 2015-01-01 22:57:13 »
o Sr vbm vende alguma coisa? sabe do buisness  ou é mais youtubes? wtf!?

Sou mais you tubes.

bezanas

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #371 em: 2015-01-01 22:59:24 »
ok.. eu é carne com red!  :D

Incognitus

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #372 em: 2015-01-02 00:26:21 »
Os trusts compradores da produção agrícola portuguesa
esmagam preços - sem que tal se repercuta no preço
final ao consumidor - importando, se necessário,
os produtos de consumo que os estrangeiros
exportam agilmente a preços dumping
de escoamento de excedentes.


Deste modo, a agricultura, seja o ano de boa ou má colheita,
é sempre presidiada no mediania de rendimento
determinado unilateralmente pelos trusts
compradores.

Nenhum incentivo nem desincentivo afecta assim
a gestão das empresas agrícolas e imperturbável
mantém-se a margem global do negócio
entre a produção e o consumo.

Se hipostasiar o transporte, o desperdício,
a rede de frio, o custo do dinheiro, constantes,
se tais custos não absorverem a diferença total
do preço ao consumidor do pago ao produtor,
se aceitar que a venda a retalho é de 5%,
então o lucro restante é embolsado
pelos trusts compradores, 
é excessivo, e subsiste
por monopólio.

Não existe tal coisa como preços internacionais esmagados, MESMO que estejam esmagados. Naturalmente, um comprador irá comprar onde for mais barato e prático, pelo que se os preços internacionais estiverem esmagados, será esses aos quais comprará, a nacionais ou estrangeiros.

Vbm, para manteres opiniões absurdas vais criando mais e mais ideias absurdas umas em cima das outras. Não seria melhor acreditares na realidade óbvia de que ninguém vai pagar mais aos produtores nacionais do que o preço a que puder obter o produto noutro lugar qualquer? E que não é preciso TRUST nenhum para actuar dessa forma?

E qual lucro restante? Os 5% SÃO o lucro dos supostos trusts compradores ... a grande distribuição, depois de pagos todos os custos para operarem. Enfim, a conversa fica um bocado surreal essencialmente porque tu queres acreditar numa coisa que não faz sentido. Mais valia estares a dizer que a alunagem tinha sido feita num estúdio em Hollywood, sempre seria mais realista.
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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #373 em: 2015-01-02 13:22:13 »
Não existe tal coisa como preços internacionais esmagados, MESMO que estejam esmagados. Naturalmente, um comprador irá comprar onde for mais barato e prático, pelo que se os preços internacionais estiverem esmagados, será esses aos quais comprará, a nacionais ou estrangeiros.

Vbm, para manteres opiniões absurdas vais criando mais e mais ideias absurdas umas em cima das outras. Não seria melhor acreditares na realidade óbvia de que ninguém vai pagar mais aos produtores nacionais do que o preço a que puder obter o produto noutro lugar qualquer? E que não é preciso TRUST nenhum para actuar dessa forma?

E qual lucro restante? Os 5% SÃO o lucro dos supostos trusts compradores ... a grande distribuição, depois de pagos todos os custos para operarem. Enfim, a conversa fica um bocado surreal essencialmente porque tu queres acreditar numa coisa que não faz sentido. Mais valia estares a dizer que a alunagem tinha sido feita num estúdio em Hollywood, sempre seria mais realista.

Na verdade, há que ser rigoroso. E tu tens de sê-lo, bem como eu.

É falso atribuíres-me algo contrário à tua primeira frase.
Justamente, parto dessa premissa: os preços
de compra ao produtor são esmagados
sejam nacionais sejam externos.

O que digo é, se o produtor nacional
tiver a veleidade de cobrar caro a sua safra,
bem fica com ela na terra, porque o comprador
adquirirá o que precisa directo do estrangeiro,
ainda que este animadamente aplique o dumping adequado.

Não estão em causa os custos directos do negócio da distribuição,
os quais pressuponho esmagados, neles incluindo, hoje em dia -
após a reforma laboral de Álvaro Santos Pereira - o custo
da mão-d'obra, porquanto podendo ser despedida
nada impede que se proporcione estrictamente
ao giro da actividade média
na unidade de tempo.

Justo, o inexplicado é o diferencial do custo directo para
o preço ao consumidor da cidade! Eu não estou a sustentar
que tal diferencial é puro efeito de monopólio: estou
a dizer que é surpreendente essa margem
ser tão elevada e aparentemente
mais que suficiente para cobrir
juros, rendas e transportes,
caso estejam excluídos
do preço pago ao
produtor.

Se tal sobre-suficiência se confirmar
demonstrado ficará haver ganhos de monopólio,
mesmo que a 'escrita' dos supermercados
aponte para ganhos de 5%.


E, a propósito, as facturas dos supermercados
com número de contribuinte, entram para o concurso
dos Audis e dedução ao irs? Será que é em  2015,
que os 5% dobram para 25%?


E nota que o meu discorrer
é mais perguntar do que afirmar,
embora seja desconfiar.

Incognitus

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #374 em: 2015-01-02 13:26:46 »
É um desconfiar pouco saudável, igual ao de 80% da população do país. O mercado é suficientemente livre que se alguém achar que pode ficar rico a comprar ao produtor e vender ao consumir, pode fazê-lo. É a tentativa de ficar rico nesses termos que aproxima os preços do produtor e do consumidor, não as desconfianças ou acusações ou leis. Quando se usam leis para alcançar o mesmo objectivo, o resultado ou são pilhas de produtos produzidos sem terem quem os compre, ou são prateleiras vazias no supermercado.
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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #375 em: 2015-01-02 13:56:02 »
É um desconfiar pouco saudável, igual ao de 80% da população do país. O mercado é suficientemente livre que se alguém achar que pode ficar rico a comprar ao produtor e vender ao consumir, pode fazê-lo. É a tentativa de ficar rico nesses termos que aproxima os preços do produtor e do consumidor, não as desconfianças ou acusações ou leis. Quando se usam leis para alcançar o mesmo objectivo, o resultado ou são pilhas de produtos produzidos sem terem quem os compre, ou são prateleiras vazias no supermercado.

Não creio doentio suspeitar
funcionamento imperfeito
dos mercados com diferenciais
de preço tão elevados. A serem
reais e incompressíveis, porventura
devesse ser revisto o ordenamento
do território no  sentido de uma
maior dispersão da população e
dos recursos, com diminuição
do tamanho das cidades.


E é bom notar que o país, ou seja
a população residente, empobreceu,
as coisas caminham para pior e não para melhor,
porquanto o empobrecimento continua.

Incognitus

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #376 em: 2015-01-02 14:00:38 »
É um desconfiar pouco saudável, igual ao de 80% da população do país. O mercado é suficientemente livre que se alguém achar que pode ficar rico a comprar ao produtor e vender ao consumir, pode fazê-lo. É a tentativa de ficar rico nesses termos que aproxima os preços do produtor e do consumidor, não as desconfianças ou acusações ou leis. Quando se usam leis para alcançar o mesmo objectivo, o resultado ou são pilhas de produtos produzidos sem terem quem os compre, ou são prateleiras vazias no supermercado.

Não creio doentio suspeitar
funcionamento imperfeito
dos mercados com diferenciais
de preço tão elevados. A serem
reais e incompressíveis, porventura
devesse ser revisto o ordenamento
do território no  sentido de uma
maior dispersão da população e
dos recursos, com diminuição
do tamanho das cidades.


E é bom notar que o país, ou seja
a população residente, empobreceu,
as coisas caminham para pior e não para melhor,
porquanto o empobrecimento continua.

Tens demasiada vontade de ditar como os outros devem viver no primeiro parágrafo.

E incompreensão do que aconteceu, no segundo. O nível de vida a partir do qual empobrecemos só existiu devido a uma subida forte do endividamento privado e público. Ou seja, esse nível de vida nunca existiu realmente (de forma sustentável). A única forma de sustentarmos esse nível de vida é produzirmos mais para os outros. E enquanto não o fizermos, de facto é possível continuarmos a andar para pior - o que até é facilitado se pessoas suficientes acreditarem ou desconfiarem das coisas como tu fazes em vez de tentarem aproveitar esses supostos lucros chorudos na exploração do produtor/consumidor.
« Última modificação: 2015-01-02 14:01:06 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #377 em: 2015-01-02 19:36:07 »
Tens demasiada vontade de ditar como os outros devem viver no primeiro parágrafo.

Concordo. Mas não a penso demasiada, antes adequada.

Citar
E incompreensão do que aconteceu, no segundo. O nível de vida a partir do qual empobrecemos só existiu devido a uma subida forte do endividamento privado e público. Ou seja, esse nível de vida nunca existiu realmente (de forma sustentável).

Concordo. E a responsabilidade é da inépcia dos governos na direcção da economia (designadamente, via bancos, incluindo a CGD)

Citar
A única forma de sustentarmos esse nível de vida é produzirmos mais para os outros. E enquanto não o fizermos, de facto é possível continuarmos a andar para pior

É o que me parece, também.

Citar
- o que até é facilitado se pessoas suficientes acreditarem ou desconfiarem das coisas como tu fazes

Concordo. Não há confiança colectiva nos políticos, nos bancos, nem nos empresários quer sediados no estrangeiro, quer no país. E também não há confiança  nos partidos nem nos sindicatos.

Citar
em vez de tentarem aproveitar esses supostos lucros chorudos na exploração do produtor/consumidor.

Ora aqui discordo e separo-me do desconfiança do vulgo. Sei muito bem, e estudei-o em economia, que o conceito de acumulação primitiva não se restringe a um qualquer fenómeno histórico de formação inicial de uma fortuna. Acumulação primitiva é algo que ocorre contemporaneamente, de modo constante ou recorrente, e não só  por aforro e economias  de uma vida  de  trabalho, mas também por roubo, herança, jogo, pirataria, corrupção, assaltos, e ganhos monopolistas de rendimento. A economia abstrai da origem do capital acumulado antes traça a aplicação de tais recursos no investimento em instrumentos e meios de produção.

De modo que concordo contigo, o decisivo seria que os nossos duopolistas e outros capitalistas estrangeiros investissem em Portugal empregando a nossa mão-d'obra produtiva. Ora, não o fazem. Mas uma governação apta criaria as condições de atracção de investidores: não só na área fiscal, mas também na da justiça, da instrução pública e administração do estado não burocrática e incorrupta e requalificada.

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #378 em: 2015-01-18 14:04:34 »
O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
O verdadeiro homem inteligente é aquele que parece ser um idiota na frente de um idiota que parece ser inteligente!

jeab

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Re:Agricultura- novos caminhos
« Responder #379 em: 2015-01-29 18:14:27 »
200 milhões para jovens agricultores




 As candidaturas aos fundos europeus destinados aos jovens agricultores abrem já no próximo mês, de acordo com o calendário divulgado pelo Portugal 2020, contando com cerca de 200 milhões de euros. Agricultores e empresários agropecuários e florestais vão contar com mais de quatro mil milhões de euros até 2020, no âmbito do novo quadro comunitário de apoios. O Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020 visa dar competitividade ao setor agrícola e florestal, a organização da cadeia alimentar e melhorar os ecossistemas circundantes. Os interessados nas candidaturas já têm disponível o calendário para o ano de 2015. O objetivo do financiamento europeu é o de constituir um "complemento ao apoio à instalação de jovens agricultores, aumentando o nível de rendimento garantido e reforçando assim a sua capacidade de fazer face aos primeiros anos de atividade". Mais de 35 mil projetos De acordo com as regras, os apoios são concedidos à instalação de explorações agrícolas a pessoas com idade igual ou superior a 18 anos e não mais de 40 anos. O programa nacional para o setor é um dos dez maiores programas de desenvolvimento rural da União Europeia, de acordo com a própria ministra da agricultura, Assunção Cristas. Recorde-se que apesar de se tratar de candidaturas no âmbito do Portugal 2020, foram abertas medidas, em novembro do ano passado, de investimento agrícola e a pequenos investidores na exploração agrícola. Um em cada quatro projetos financiados pelo anterior programa para apoio ao desenvolvimento rural pertence a um jovem agricultor, tendo sido financiados 37 500 projetos, dos quais nove mil de jovens agricultores até aos 39 anos.

 http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/economia/detalhe/200_milhoes_para_jovens_agricultores.html
O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
O verdadeiro homem inteligente é aquele que parece ser um idiota na frente de um idiota que parece ser inteligente!