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Autor Tópico: Católicos versus Protestantes  (Lida 1669 vezes)

jeab

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Católicos versus Protestantes
« em: 2013-01-29 17:32:40 »
 Teoria interessante vindo de um prof. catedrático   

Economia feminina
por Pedro Arroja
21-01-2013
(publicado no Vida Económica)

Uma das características do pensamento científico moderno, nas ciências naturais como nas ciências sociais, é a proibição tácita de se falar de Deus. E, no entanto, nenhuma civilização, passada ou presente, alguma vez existiu sem a ideia de Deus. A civilização ocidental ou cristã não é excepção.

A linha que hoje divide os países em dificuldades dentro da Zona Euro – Portugal, Grécia, Itália e Espanha, os chamados PIGS – daqueles que não estão em dificuldades é uma linha religiosa. Aqueles são os países que não foram penetrados pelas ideias da Reforma Religiosa do século XVI e permaneceram católicos (ou no caso da Grécia, ortodoxos, uma concepção do Cristianismo muito próxima do catolicismo).

Devido à sua situação geográfica, e tendo a Espanha como tampão, Portugal é o país da Europa menos tocado pelos ventos das ideias protestantes e permanece até hoje, talvez, o país de cultura mais profundamente católica em toda a Europa.

A Reforma Protestante, que teve origem na Alemanha, rapidamente se espalhou aos outros países do centro e norte da Europa e às Ilhas Britânicas. Os reformadores contestaram a autoridade do Papa e a intermediação da Igreja entre o homem e Deus. Acabaram com a veneração dos santos e também com a veneração de Maria para só aceitarem a veneração de Cristo – o princípio protestante Solo Christus.

A rejeição da Igreja e de Maria não são independentes, porque a Igreja se vê a si própria, teologicamente, como uma figura de Mulher, e vê Maria precisamente como sendo a Primeira Igreja. Ora, a consequência da rejeição protestante de Maria foi a de tirar a mulher do pedestal em que ela se encontra na cultura católica, para dar primazia à figura do homem (Solo Christus).

O catolicismo é uma cultura feminina que atribui primazia à mulher (Maria) e aos valores femininos. O protestantismo tornou-se uma cultura feminina que atribui primazia ao homem (Cristo) e aos valores masculinos. E embora todos os valores humanos se encontrem igualmente em homens e mulheres, eles encontram-se geralmente de uma forma mais acentuada num dos sexos do que no outro. Acontece assim com a agressividade, a amabilidade, a força física, a racionalidade, a emotividade, etc.

As consequências económicas que daqui resultaram são extraordinárias e explicam muito das nossas dificuldades actuais. Levando o argumento ao extremo, o que se pode esperar, em termos de produtividade, se se puser um grupo de homens em concorrência com um grupo de mulheres no campo, numa fábrica ou mesmo num escritório, quem vai ganhar a corrida?

Mais importante ainda é a tendência para gastar em excesso em relação àquilo que se ganha. Devido à sua situação tradicional na família, as mulheres sempre gastaram mais do que aquilo que ganham, a diferença sendo-lhes dada pelo marido. O oposto vale para os homens, a diferença sendo entregue à mulher.

Não surpreende que os países de cultura católica, e feminina, como é Portugal, tenham uma grande tendência para gastar mais do que aquilo que ganham, uma característica que se exprime nos seus desequilíbrios externos permanentes. Uma mulher compra mais do que aquilo que vende, e por isso também Portugal ao longo de toda a sua história, e com raros anos de excepção, teve sempre um défice na sua balança comercial. É precisamente a enormidade dos défices externos que os PIGS tiveram nos últimos anos, e que foi facilitada pela liberalização dos mercados, que constitui hoje a origem de todas as suas dificuldades.

Por mais que se faça, uma mulher nunca será tão produtiva num campo ou numa fábrica, ou mesmo num escritório, como um homem (ceteris paribus). Por mais que se faça, uma economia de cultura feminina, como é Portugal, nunca será tão produtiva como uma economia de cultura masculina, como é a Alemanha ou a Finlândia.

Do mesmo modo, se se der a uma mulher perfeita liberdade para comprar e vender, ela vai comprar mais do que aquilo que vende. O oposto vale para o homem porque, se as coisas não fossem assim, a família há muito tempo que se teria tornado inviável como instituição. Ora, dê-se liberdade aos portugueses, que possuem uma cultura feminina, de comprar e vender no exterior – e foi isso que o Mercado único veio dar - e eles vão comprar mais do que aquilo que vendem. Dê-se idêntica liberdade aos alemães e o resultado oposto vai prevalecer.

Uma economia como a portuguesa não pode ser entregue ao liberalismo das trocas internacionais. Vai importar mais do que aquilo que exporta, vai gerar défices externos, vai endividar-se para financiar esses défices e, no fim, vai falir. As mulheres precisam de ser protegidas, e assim também Portugal, que é uma economia feminina.
http://www.pedroarroja.com/conteudo.aspx?ID=871
O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
O verdadeiro homem inteligente é aquele que parece ser um idiota na frente de um idiota que parece ser inteligente!

jeab

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Re:Católicos versus Protestantes
« Responder #1 em: 2013-01-29 17:37:34 »
Uma das coisas que eu há muito penso que seria uma solução, a nossa saida do euro, temporáriamente e com o apoio dos outros Países, ele também equaciona essa medida.



Protecção
por Pedro Arroja
14-01-2013
(publicado na Vida Económica)

Passaram agora mais de 25 anos desde que Portugal começou a receber dinheiro da União Europeia para a formação profissional e investimento em infraestruturas como estradas, portos e aeroportos. O objectivo era aumentar a produtividade, e tornar Portugal tão produtivo como os países do norte da Europa donde vinha esse dinheiro, como a Alemanha.

Passado todo este tempo, e gasto todo esse capital, a produtividade em Portugal é pouco mais de metade daquela que prevalece nos países do norte da Europa, e a cair. Esta falta de produtividade numa economia aberta, como a do Mercado único, é responsável pela falta de competitividade externa, que se traduziu na última década por défices record na balança de transacções correntes. Os portugueses passaram a importar muito mais do que aquilo que exportavam.

Este é um país em défice, um défice que, depois, ao nível microeconómico, se traduz no défice do Estado, no défice das empresas e no défice dos particulares. Está aqui, no défice externo, a origem dos problemas actuais da economia portuguesa e que levaram à intervenção da Troika. O défice do Estado, o défice das empresas e o défice dos particulares são apenas consequências dele.

Ao colocar o ênfase, porém, no défice do Estado, a Troika e os governantes portugueses estão a tratar um sintoma da doença, e não a própria doença, que é o défice externo. E como é que se trataria esta doença, a do défice externo?

Uma solução seria o abandono do Euro. Aceitando uma moeda que desvalorizasse face ao euro, reflectindo o nossa verdadeira produtividade face aos países do norte da Europa, as exportações subiam e as importações diminuíam, colmatando o défice externo e aumentando o emprego.

Dentro do Euro, a solução seria negociar com a União Europeia uma derrogação às regras do Mercado Único que nos permitisse, ainda que de forma temporária, impor certas restricções às importações e adoptar certos incentivos às exportações.

Enquanto nós não resolvermos de forma duradoura o problema do défice externo, nós vamos ter de continuar a endividarmo-nos perante o estrangeiro, e a recorrer à Troika. É certo que as medidas impostas pela Troika, com o efeito recessivo que produzem, contribuem, de forma indirecta, para atenuar o défice externo, pela diminuição que causam nas importações.

Mas esta diminuição só é conseguida à custa de um desemprego maciço que já ultrapassou os 16% e continua a subir e, no caso do desemprego jovem, já caminha para os 40%. Até onde é que o desemprego terá de subir para que o problema do défice externo fique resolvido por esta via, ninguém sabe. Aquilo que se sabe é que, por qualquer das vias anteriores, o problema do défice externo seria resolvido com o desemprego a cair.

No fim, existem, pelo menos duas conclusões a tirar da experiência portuguesa dos últimos anos dentro da União Europeia, e em especial, dentro do Mercado Único e da Moeda Única.

A primeira é a de que a Moeda Única, a despeito de algumas vantagens que trouxe noutros aspectos, tem sido um ónus para a economia portuguesa, sobrevalorizando-a, impedindo-a de reflectir verdadeiramente aquilo que vale e dificultando o seu ajustamento à realidade.

A segunda é a de que o Mercado Único, representando um ambiente de liberalismo económico entre os países da União Europeia, significou um extraordinário falhanço de Portugal. Devido a razões culturais que deixarei para outra altura tratar, Portugal não tem capacidade para participar nesta corrida.

A economia portuguesa precisa de ser protegida. Sem protecção, definhará, como se está a ver.
http://www.pedroarroja.com/conteudo.aspx?ID=865
« Última modificação: 2013-01-29 17:46:06 por jeab »
O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
O verdadeiro homem inteligente é aquele que parece ser um idiota na frente de um idiota que parece ser inteligente!

valves1

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Re:Católicos versus Protestantes
« Responder #2 em: 2013-01-31 23:10:12 »
Ainda bem que este post foi colocado como um post politico, porque é essencialmente politico este assunto ...a decisão de não saír pode ter sobretudo duas causas :
- Dados que existam sobre a vontade real de se avançar para uma união orçamental com consolidação de dividas  trocando potencial de crescimento economico por federalização de despezas  aqui pela posiiva
- O medo em antecipação de quem vá gerir a moeda   em não controlar  os gastos das paróquias e portanto começar a haver   derrapagens ( descontroladas ) da inflacção
aqui pela negativa
notar que   o banco de Portugal financiará  os defices orçamentais  com emissão de moeda ...

Cumpts
« Última modificação: 2013-01-31 23:12:24 por valves1 »
"O poder só sobe a cabeça quando encontra o local vazio."