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Autor Tópico: Até Cavaco percebe ...  (Lida 20838 vezes)

Luisa Fernandes

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Cavaco
« Responder #20 em: 2014-06-11 20:29:36 »
Só tenho pena é do dias loureiro e do relvas !

“Desta vez”, não foram medalhados…  :D

Mas também se percebe, não dá para condecorar os amigos todos os anos  :-\


ps- A do Borges não percebi. Era alguém?
Quem não Offshora não mama...

Mystery

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Re:Até Cavaco percebe ...
« Responder #21 em: 2014-06-18 19:41:26 »
Este tipo de medidas faz  questionar quem e que afinal governa;  Um presidente da republica que por definicao e uma entidade diferente do governo  exonera dois assessores por assinarem um manifesto que aponta caminhos diferentes do preconizado pelo atual governo;
Em relacao a restruturacao da divida ( reducao das taxas dejuros /dilatacao de prazos/ perdao de divida  ) existe apenas a duvida de quando e que sera feita e nao "se" sera feita.

a restruturação da dívida não vai resolver nada pela simples razão que não é restruturável (é dívida emitida ao abrigo de leis internacionais). Veja-se a experiência argentina...
A fool with a tool is still a fool.

valves1

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Re:Até Cavaco percebe ...
« Responder #22 em: 2014-06-19 19:02:36 »
A divida publica ja vai em 130 % do PIB
Se nao  houver uma de 3 coisas : reducao das taxas dejuros /dilatacao de prazos/ perdao de divida  Portugal simplesmente incumpre a nao ser claro que lhe vao emprestando cada vez mais dinheiro para pagar os compromissos que tem;
a Matematica financeira sinaliza a impossibilidade de pagar dividas de 130 % do PIB;
« Última modificação: 2014-06-19 19:19:14 por valves1 »
"O poder só sobe a cabeça quando encontra o local vazio."

Luisa Fernandes

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Re:Até Cavaco percebe ...
« Responder #23 em: 2014-09-06 17:29:14 »
Quem não Offshora não mama...

vbm

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Re:Até Cavaco percebe ...
« Responder #24 em: 2014-09-06 19:23:42 »
A divida publica ja vai em 130 % do PIB
Se nao  houver uma de 3 coisas : reducao das taxas dejuros /dilatacao de prazos/ perdao de divida  Portugal simplesmente incumpre a nao ser claro que lhe vao emprestando cada vez mais dinheiro para pagar os compromissos que tem;
a Matematica financeira sinaliza a impossibilidade de pagar dividas de 130 % do PIB;

Triplica o PIB do devedor,
equilibra-lhe o comércio externo,
e a matemática mostra como a dívida
se paga bem. É o que a zona do euro
planeia fazer: triplicar o dinheiro em circulação.

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Re:Até Cavaco percebe ...
« Responder #25 em: 2014-09-10 15:10:04 »
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Conheça a história da relação entre Cavaco e Salgado


PR tem sido criticado por ter dito em Julho que o banco estava estável. No domingo justificou que só pode saber do que se passa verdadeiramente no banco quando o governo ou as entidades oficiais lhe comunicam

O Presidente da República respondeu este fim de semana a quem o acusa de ter induzido em erro os pequenos investidores que compraram acções do BES poucos dias antes da decisão de recapitalização do banco. Cavaco Silva justificou que as suas declarações de Julho, dando conta que o BES estava estável, tinham por base a informação oficial de que dispunha e adiantou mesmo que espera ter sido avisado atempadamente pelo executivo de Passos Coelho e pelas entidades oficiais assim que houve conhecimento dos reais problemas do banco. Os canais de informação, porém, entre Cavaco e o universo Espírito Santo sempre existiram. Nesta última declaração, o chefe de Estado disse não ter “ministérios”, “serviços de execução política”, nem “serviços de fiscalização ou investigação” para conseguir informação além da que o executivo lhe disponibiliza. Mas desde há muitos anos que são conhecidas as ligações com a família Espírito Santo e a amizade com Ricardo Salgado.

O i foi recuperar o início de uma relação entre professor e aluno que começou na década de 60 e os encontros que mais tarde começaram a traçar uma maior proximidade: desde jantares privados a apoios financeiros à corrida a Belém de 2006.

A REUNIÃO DAVOS  O mediático encontro de 1989 num hotel da Suíça foi um marco nas relações entre o banqueiro e o então primeiro ministro, mas não o início. Salgado já havia sido aluno de Cavaco no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (actual ISEG) na década de 60. É, no entanto, naquela reunião que é comunicada por Salgado e Manuel Ricardo Espírito Santo a Cavaco Silva a intenção da família de retomar parte do império perdido. O chefe do executivo encontrava-se naquele país para estar presente no Fórum Mundial de Davos. Nos últimos 20 anos muita coisa tinha mudado e é ali – no bar do pequeno hotel encerrado para aquela reunião – que Cavaco fica a conhecer os planos da família Espírito Santo para o futuro próximo. Queriam regressar a Portugal com o objectivo de ganhar a privatização do Banco Espírito Santo Comercial de Lisboa – nacionalizados em 1975 – no âmbito da política de liberalização económica promovida pelos governos de Cavaco.   

PRESSÃO PARA CANDIDATURA A BELÉM O retorno em força dos Espírito Santo ao país acontece dois anos depois da reunião no hotel da Suíça, ainda durante o executivo liderado por Cavaco Silva. Mas se até então as conversações poderiam não passar de meras formalidades, as dúvidas ficam desfeitas quando anos mais tarde, em 2004, Salgado convida Cavaco para um jantar na casa do Estoril, onde em Julho deste ano foi detido no âmbito da Operação Monte Branco.

Aníbal Cavaco Silva chegou com a sua mulher ao jantar onde além de Ricardo Salgado estava Durão Barroso – então primeiro-ministro –, Margarida Sousa Uva, Marcelo Rebelo de Sousa e Rita Amaral Cabral. Na altura o semanário “Expresso” adiantou que o convite tinha como objectivo “pressionar Cavaco a candidatar-se às eleições presidenciais [de 2006]”. O banqueiro terá referido nesse encontro que a presença de Cavaco em Belém seria importante para o país, uma vez que se encontrava numa situação económico-financeira cada vez mais complicada.

A conversa privada rapidamente se tornara pública, uma vez que dentro do PSD havia movimentações para a corrida a Belém e alguns sectores do partido estavam preocupados com a possibilidade de Pedro Santana Lopes avançar.

Contactado então pelo “Expresso”, Ricardo Salgado confirmou o encontro e admitiu a existência de uma relação de amizade: “[Tratou-se] de um jantar privado de casais que têm laços de amizade.”

MAIS QUE AMIZADE Mas o apoio à candidatura não se ficou pelas palavras dessa noite. Ricardo Salgado fez questão de, no ano seguinte, doar o máximo permitido por lei à candidatura de Cavaco – que entretanto já havia anunciado que estava na corrida a Belém. De acordo com o “Diário de Notícias”, que consultou as contas das campanhas de 2006, a família Espírito Santo foi uma das grandes financiadoras do actual Presidente da República, tendo doado 104 928 euros – o que representa mais  de 5% do total. Só Salgado doou 22 482 euros, o máximo então permitido por lei. O banqueiro foi mais longe que Oliveira Costa, então presidente do BPN, que apenas doou 15 mil euros.

Os apoios da banca a Cavaco não foram exclusivos da família de Ricardo Salgado, mas os dos Espírito Santo foram exclusivamente para Cavaco. Segundo o mesmo jornal, por exemplo, a candidatura de Mário Soares – ainda que tenha tido financiamento da banca – não recebeu qualquer donativo proveniente do universo Espírito Santo.

Ainda assim, no livro “O Último Banqueiro” é referido que Ricardo Salgado também terá incentivado Soares a concorrer contra o social-democrata. Apesar de haver mais apoios para uns que para outros, a obra refere que o objectivo do banqueiro era que o BES fosse “o banco de todos os regimes”.   

UMA RELAÇÃO QUE SE MANTEVE  Apesar de  dizer várias vezes que o banco agradava a todas as cores políticas, a verdade é que Salgado volta a dar a mão a Cavaco em 2010. Num evento organizado pelo “Económico” o banqueiro defendeu a recandidatura: “O presidente Cavaco Silva é uma referência nacional. Acho que se deve recandidatar.” As contas das presidenciais de 2011 ainda aguardam publicação de acórdão, pelo que não são conhecidos os valores das doações.

Outros factos comprovam a proximidade entre o Presidente da República e os Espírito Santo. Um deles foi a compra do Pavilhão Atlântico pelo consórcio liderado por Luís Montez, o empresário de comunicação genro de Cavaco Silva, numa operação financiada pelo BESInvestimento.

 

Cronologia

1989 Cavaco Silva, então primeiro-ministro, e Ricardo Salgado encontram-se na Suíça, juntamente com Manuel Ricardo Espírito Santo. Os membros da família Espírito Santo revelam que têm vontade de regressar ao país e assumir novamente a Tranquilidade e o Banco Espírito Santo.

2004 Um jantar na casa do Estoril de Ricardo Salgado juntava o primeiro ministro Durão Barroso, Marcelo Rebelo de Sousa e Cavaco Silva. O “Expresso” noticiou que o encontro tinha a finalidade de mostrar apoio à candidatura de Cavaco nas eleições presidenciais de 2006.

2004 Cinco membros da família Espírito Santo doaram mais de 104 mil euros à Campanha de Cavaco. Segundo o “Diário de Notícias”, a família Espírito Santo foi mesmo uma das grandes financiadoras, representando mais de 5% do total doado a Cavaco Silva. Salgado doou o máximo permitido, na altura, por lei: 22 482 euros.

2010 Ricardo Salgado pressiona Cavaco a recandidatar-se à presidência da República. E chega a dar a sua posição em público, num evento organizado pelo “Negócios”: “O Presidente Cavaco é uma referência nacional. Acho que se deve recandidatar”. Cavaco respondeu, numa entrevista à RTP a partir de Luanda, dizendo que ira pensar em família nesse cenário.

2014
21 Julho - Durante uma viagem à Coreia do Sul, Cavaco acalma os ânimos e diz que o BES está estável. Adianta que a entidade bancária não é permeável aos problemas do Grupo Espírito Santo.
03 Agosto - É anunciada a recapitalização do Banco Espírito Santo e a sua divisão em dois bancos: um bom e um mau.   
07 Setembro - Após criticas de que terá induzido investidores em erro ao dizer que o banco estava estável, Cavaco reage dizendo que as suas declarações tinham em conta as informações que lhe foram prestadas pelo executivo de Passo Coelho, bem como pelas entidades oficiais. Disse esperar que o Governo lhe tenha dado as informações assim que teve acesso às mesmas.
 

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Zel

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Re:Até Cavaco percebe ...
« Responder #27 em: 2014-09-11 14:09:16 »
o nosso presidente parece um bebe chorao que so pensa na imagem pessoal, nao ha pachorra

vbm

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Re:Até Cavaco percebe ...
« Responder #28 em: 2014-09-11 15:06:04 »
Cuida muito mal dessa imagem.

Contraste-se com Ramalho Eanes, colocando-se de pé  na viatura descapotável, algures no Alentejo (suponho foi aí), numa perturbação popular em que soaram tiros, desafiando que o atingissem; e lembre-se a triste figura de Cavaco, cancelando uma visita à escola de miúdos de Francisco Arruda, só por saber que iria ser recebido com gritaria e apupos!

E, em conclusão, se foi mal informado pelo governo, e os partidos da coligação nada censuram ao governo por não informar correctamente o presidente, este no exercício dos seus poderes pode dissolver o parlamento e convocar eleições imediatas, para que outro governo se forme.

Governar é exercer os poderes que se têm, e exercê-los bem, como é o caso de dissolver o parlamento actual.

Ou ainda, segunda conclusão: - Cavaco ainda não percebe que lugar exerce e como exercê-lo.
« Última modificação: 2014-09-11 15:07:46 por vbm »

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Re:Até Cavaco percebe ...
« Responder #29 em: 2014-09-14 14:26:53 »
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Cavaco - o que o Presidente sabe sobre o BES



A pedido de Sua Excelência (sua dele) e de várias famílias residentes no estrangeiro, em especial na Suiça, Luxemburgo, Panamá e Ilhas Caimão, somos a publicar um comunicado inteiramente falso - mas mesmo falso a sério - do inquilino do Palácio de Belém
 
O Presidente Cavaco Silva não sabe quase nada sobre o BES e tudo o que sabe foi-lhe dito pelo primeiro-ministro Passos Coelho e pelo Governador do Banco de Portugal Carlos Costa.
 
O que o Presidente Cavaco Silva não sabe sobre o BES dava para fazer um livro do tamanho da lista telefónica de Tóquio antes da invenção do telemóvel, mas o Presidente Cavaco Silva fez-nos saber que confia nas informações do primeiro-ministro Passos Coelho e do Governador do Banco de Portugal Carlos Costa.
 
O Presidente Cavaco Silva nem sabia bem o que era o BES. Confessou a um colaborador que pensava ser um clube de futebol chamado Benfica E Saudade ou, em contrapartida, um acrónimo de Banco do Estado Sólido.
 
O Presidente Cavaco Silva não se dava com o presidente do BES porque o médico, consabidamente, recomendou-lhe evitar os salgados.
 
O Presidente Cavaco Silva não sabia de vigarices no BES porque pensava que todas as vigarices em bancos eram feitas por pessoas diferentes, algumas das quais ele conhecia bem.
 
O Presidente Cavaco Silva nunca comprou ações do GES porque desconfiou que tinha feito mal quando comprou ações da SLN, dona do BPN, e ganhou muito dinheiro, porque o Presidente Cavaco Silva desconfia sempre quando ganha dinheiro, porque está mais habituado a perder dinheiro com os cortes nas pensões e reformas.
 
O Presidente Cavaco Silva confia, no entanto, em que este caso será diferente, até porque não está metido nenhum conselheiro do Estado nomeado por si ao barulho, embora um conselheiro de Estado nomeado por si viva maritalmente com uma ex-administradora do Banco.
 
O Presidente Cavaco Silva deseja a todos os pequenos acionistas do BES a mesma sorte que ele teve na SLN e que consigam vender as ações com um lucro de 150 por cento, ou mais.
 
O Presidente Cavaco Silva quer deixar muito claro que, desta vez, não teve culpa e que confia plenamente no critério do Governador Costa e do primeiro-ministro Coelho.
 
O Presidente Cavaco Silva já pôs todo o escasso dinheiro que tem debaixo de um colchão Repimpa, porque deixou de acreditar no sistema bancário, na curva de Laffer, na Lei de Gresham, nos ciclos de Kondratiev e só acredita no sistema do 4-4-2, na curva do Mónaco, na Lei da Oferta e da Procura e nos ciclos da natureza.
 
O Presidente da República está sempre disposto a esclarecer todos os portugueses.
 
A Bem da Nação, publique-se!


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/-cavaco-o-que-o-presidente-sabe-sobre-o-bes=f889303#ixzz3DIPzg6yd

Oddjob

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Re:Até Cavaco percebe ...
« Responder #30 em: 2014-09-14 17:51:33 »
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Conheça a história da relação entre Cavaco e Salgado


PR tem sido criticado por ter dito em Julho que o banco estava estável. No domingo justificou que só pode saber do que se passa verdadeiramente no banco quando o governo ou as entidades oficiais lhe comunicam

O Presidente da República respondeu este fim de semana a quem o acusa de ter induzido em erro os pequenos investidores que compraram acções do BES poucos dias antes da decisão de recapitalização do banco. Cavaco Silva justificou que as suas declarações de Julho, dando conta que o BES estava estável, tinham por base a informação oficial de que dispunha e adiantou mesmo que espera ter sido avisado atempadamente pelo executivo de Passos Coelho e pelas entidades oficiais assim que houve conhecimento dos reais problemas do banco. Os canais de informação, porém, entre Cavaco e o universo Espírito Santo sempre existiram. Nesta última declaração, o chefe de Estado disse não ter “ministérios”, “serviços de execução política”, nem “serviços de fiscalização ou investigação” para conseguir informação além da que o executivo lhe disponibiliza. Mas desde há muitos anos que são conhecidas as ligações com a família Espírito Santo e a amizade com Ricardo Salgado.

O i foi recuperar o início de uma relação entre professor e aluno que começou na década de 60 e os encontros que mais tarde começaram a traçar uma maior proximidade: desde jantares privados a apoios financeiros à corrida a Belém de 2006.

A REUNIÃO DAVOS  O mediático encontro de 1989 num hotel da Suíça foi um marco nas relações entre o banqueiro e o então primeiro ministro, mas não o início. Salgado já havia sido aluno de Cavaco no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (actual ISEG) na década de 60. É, no entanto, naquela reunião que é comunicada por Salgado e Manuel Ricardo Espírito Santo a Cavaco Silva a intenção da família de retomar parte do império perdido. O chefe do executivo encontrava-se naquele país para estar presente no Fórum Mundial de Davos. Nos últimos 20 anos muita coisa tinha mudado e é ali – no bar do pequeno hotel encerrado para aquela reunião – que Cavaco fica a conhecer os planos da família Espírito Santo para o futuro próximo. Queriam regressar a Portugal com o objectivo de ganhar a privatização do Banco Espírito Santo Comercial de Lisboa – nacionalizados em 1975 – no âmbito da política de liberalização económica promovida pelos governos de Cavaco.   

PRESSÃO PARA CANDIDATURA A BELÉM O retorno em força dos Espírito Santo ao país acontece dois anos depois da reunião no hotel da Suíça, ainda durante o executivo liderado por Cavaco Silva. Mas se até então as conversações poderiam não passar de meras formalidades, as dúvidas ficam desfeitas quando anos mais tarde, em 2004, Salgado convida Cavaco para um jantar na casa do Estoril, onde em Julho deste ano foi detido no âmbito da Operação Monte Branco.

Aníbal Cavaco Silva chegou com a sua mulher ao jantar onde além de Ricardo Salgado estava Durão Barroso – então primeiro-ministro –, Margarida Sousa Uva, Marcelo Rebelo de Sousa e Rita Amaral Cabral. Na altura o semanário “Expresso” adiantou que o convite tinha como objectivo “pressionar Cavaco a candidatar-se às eleições presidenciais [de 2006]”. O banqueiro terá referido nesse encontro que a presença de Cavaco em Belém seria importante para o país, uma vez que se encontrava numa situação económico-financeira cada vez mais complicada.

A conversa privada rapidamente se tornara pública, uma vez que dentro do PSD havia movimentações para a corrida a Belém e alguns sectores do partido estavam preocupados com a possibilidade de Pedro Santana Lopes avançar.

Contactado então pelo “Expresso”, Ricardo Salgado confirmou o encontro e admitiu a existência de uma relação de amizade: “[Tratou-se] de um jantar privado de casais que têm laços de amizade.”

MAIS QUE AMIZADE Mas o apoio à candidatura não se ficou pelas palavras dessa noite. Ricardo Salgado fez questão de, no ano seguinte, doar o máximo permitido por lei à candidatura de Cavaco – que entretanto já havia anunciado que estava na corrida a Belém. De acordo com o “Diário de Notícias”, que consultou as contas das campanhas de 2006, a família Espírito Santo foi uma das grandes financiadoras do actual Presidente da República, tendo doado 104 928 euros – o que representa mais  de 5% do total. Só Salgado doou 22 482 euros, o máximo então permitido por lei. O banqueiro foi mais longe que Oliveira Costa, então presidente do BPN, que apenas doou 15 mil euros.

Os apoios da banca a Cavaco não foram exclusivos da família de Ricardo Salgado, mas os dos Espírito Santo foram exclusivamente para Cavaco. Segundo o mesmo jornal, por exemplo, a candidatura de Mário Soares – ainda que tenha tido financiamento da banca – não recebeu qualquer donativo proveniente do universo Espírito Santo.

Ainda assim, no livro “O Último Banqueiro” é referido que Ricardo Salgado também terá incentivado Soares a concorrer contra o social-democrata. Apesar de haver mais apoios para uns que para outros, a obra refere que o objectivo do banqueiro era que o BES fosse “o banco de todos os regimes”.   

UMA RELAÇÃO QUE SE MANTEVE  Apesar de  dizer várias vezes que o banco agradava a todas as cores políticas, a verdade é que Salgado volta a dar a mão a Cavaco em 2010. Num evento organizado pelo “Económico” o banqueiro defendeu a recandidatura: “O presidente Cavaco Silva é uma referência nacional. Acho que se deve recandidatar.” As contas das presidenciais de 2011 ainda aguardam publicação de acórdão, pelo que não são conhecidos os valores das doações.

Outros factos comprovam a proximidade entre o Presidente da República e os Espírito Santo. Um deles foi a compra do Pavilhão Atlântico pelo consórcio liderado por Luís Montez, o empresário de comunicação genro de Cavaco Silva, numa operação financiada pelo BESInvestimento.

 

Cronologia

1989 Cavaco Silva, então primeiro-ministro, e Ricardo Salgado encontram-se na Suíça, juntamente com Manuel Ricardo Espírito Santo. Os membros da família Espírito Santo revelam que têm vontade de regressar ao país e assumir novamente a Tranquilidade e o Banco Espírito Santo.

2004 Um jantar na casa do Estoril de Ricardo Salgado juntava o primeiro ministro Durão Barroso, Marcelo Rebelo de Sousa e Cavaco Silva. O “Expresso” noticiou que o encontro tinha a finalidade de mostrar apoio à candidatura de Cavaco nas eleições presidenciais de 2006.

2004 Cinco membros da família Espírito Santo doaram mais de 104 mil euros à Campanha de Cavaco. Segundo o “Diário de Notícias”, a família Espírito Santo foi mesmo uma das grandes financiadoras, representando mais de 5% do total doado a Cavaco Silva. Salgado doou o máximo permitido, na altura, por lei: 22 482 euros.

2010 Ricardo Salgado pressiona Cavaco a recandidatar-se à presidência da República. E chega a dar a sua posição em público, num evento organizado pelo “Negócios”: “O Presidente Cavaco é uma referência nacional. Acho que se deve recandidatar”. Cavaco respondeu, numa entrevista à RTP a partir de Luanda, dizendo que ira pensar em família nesse cenário.

2014
21 Julho - Durante uma viagem à Coreia do Sul, Cavaco acalma os ânimos e diz que o BES está estável. Adianta que a entidade bancária não é permeável aos problemas do Grupo Espírito Santo.
03 Agosto - É anunciada a recapitalização do Banco Espírito Santo e a sua divisão em dois bancos: um bom e um mau.   
07 Setembro - Após criticas de que terá induzido investidores em erro ao dizer que o banco estava estável, Cavaco reage dizendo que as suas declarações tinham em conta as informações que lhe foram prestadas pelo executivo de Passo Coelho, bem como pelas entidades oficiais. Disse esperar que o Governo lhe tenha dado as informações assim que teve acesso às mesmas.
 

A mao do cavaco diz tudo
Lie to me

Luisa Fernandes

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Re:Até Cavaco percebe ...
« Responder #31 em: 2014-11-08 19:43:21 »
Alzheimer Guy

Julho de 2013:

Cavaco quer “compromisso de salvação nacional” e põe governo a prazo


O presidente da República recomendou um “compromisso de salvação nacional” entre PS, PSD e CDS e admitiu uma antecipação das eleições, não para já, mas a partir do final do programa de assistência financeira, em junho de 2014.


-----------------------------------------------------------------------

Novembro de 2014:



Cavaco Silva. "Eleições serão na data prevista. Ponto Final"
« Última modificação: 2014-11-08 19:48:46 por Luisa Fernandes »
Quem não Offshora não mama...

vbm

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Re:Até Cavaco percebe ...
« Responder #32 em: 2014-11-08 20:10:23 »
O presidente mais redundante e expendable
que tivemos desde o 25 de abril!

Um desastre, num regime
semi-presidencial, como o nosso.

strutch

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Re:Até Cavaco percebe ...
« Responder #33 em: 2014-11-11 14:49:13 »
.

Sinceramente acho que se devia apurar melhor a eleição de Cavaco.

Para onde quer que me vire só lhe vejo inimigos.

E no entanto ele lá está, eleito democraticamente com quase 3M de votos!

.

The print will continue until the morale improves!

vbm

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Re:Até Cavaco percebe ...
« Responder #34 em: 2014-12-02 23:12:22 »
3M votos!?

Que vigarice é essa?

Teve menos de vinte e pouco
por cento do total de eleitores!

E esses vinte e tal,
há muito estão arrependidos.

Incognitus

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Re:Até Cavaco percebe ...
« Responder #35 em: 2014-12-02 23:16:37 »
Teve 2,2 milhões de votos, 53.14% dos votos expressos. Eu tb n gosto dele, mas que foi eleito, foi.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

vbm

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Re:Até Cavaco percebe ...
« Responder #36 em: 2014-12-02 23:22:15 »
Metade dos votos expressos com abstenção de metade do eleitorado... é só fazer as contas!

Incognitus

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Re:Até Cavaco percebe ...
« Responder #37 em: 2014-12-03 00:58:34 »
Metade dos votos expressos com abstenção de metade do eleitorado... é só fazer as contas!

Significa pouco ou nada, quem se absteve poderia ter ido votar, e a abstenção elevada já é uma característica de várias eleições (para a Europa, para as Presidenciais, etc).
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Automek

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Re:Até Cavaco percebe ...
« Responder #38 em: 2014-12-03 01:25:10 »
vbm, defendes o voto obrigatório com penalizações a quem não for votar ?
« Última modificação: 2014-12-03 01:25:56 por Automek »

Zel

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Re:Até Cavaco percebe ...
« Responder #39 em: 2014-12-03 02:01:00 »
qual era a alternativa, o maluco do manuel alegre? prefiro o bebe chorao.