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Autor Tópico: A Nova pobreza  (Lida 227803 vezes)

Smog

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A Nova pobreza
« em: 2013-01-06 20:25:02 »
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O discurso do "economês", que é hoje uma parte importante do discurso do poder, é uma espécie de marxismo pobre e rudimentar, que acredita a seu modo que a "infraestrutura" condiciona a "superestrutura", ou seja, que é a "economia" que determina a "política". Marx ainda falava da "acção recíproca" e, quando teve que defrontar a questão da arte e da literatura, ainda abriu caminho a uma autonomia complexa da "superestrutura", mas isso é muito complicado para mentes simples educadas por manuais escolares que estavam igualmente impregnados deste marxismo vulgar. Depois, com as modas mediáticas e os blogues, este marxismo vulgar virou uma vulgata liberal com muita facilidade.




Vai tudo com muitas aspas, porque a "economia" é aqui sinónimo de meia dúzia de ideias simples sobre as empresas, mais preconceitos do que ideias, e a "política" é uma gestão técnica condicionada pela "economia" que gere rendimentos, subsídios, impostos, gastos e poupanças, e cujo valor é "libertar" a "economia" das suas baias na Constituição, nas leis, nos sindicatos, nos "direitos adquiridos", nas "ideias antiquadas", no "Portugal do passado" que precisa de ser desmantelado por um "projecto de futuro" com ajuda de muita "coragem" autoproclamada e do memorando salvífico da troika. Parece um programa de uma "jota", e é um programa de uma "jota": ideias feitas, retórica grandiloquente, palavras cheias de "projecto geracional", de "Portugal de futuro", de "amanhãs que cantam" em versão reaccionária. A isto soma-se alguma presunção adâmica e um milenarismo profético - "estamos a mudar Portugal" - que, se tudo não estivesse já tão gasto e mole, mataria de ridículo quem o enunciasse.




Não se pode pois esperar destas pessoas que saiam do conforto das suas abstracções escolares e juvenis, para o mundo que não cabe num qualquer "trabalho de casa". É por isso que o marxismo vulgar, que, sem saberem, lhes molda o pensamento, os faz falar da crise e da pobreza de forma meramente "infraestrutural": pobreza é fome, é não ter casa, é dormir na rua, é tudo aquilo que exige assistência. A pobreza para eles é apenas grande escassez material e remete para um universo assistencialista, com imagens de sopa dos pobres modernizadas, de IPSS que dão pão, roupa e cobertores, da benemerência severa e moralizadora do Estado apenas para os "mais pobres e necessitados". Tudo o resto é perdulário.




Saliente-se que esta forma de ver a pobreza não é muito diferente da que aparece nas reportagens televisivas, porque o universo de experiência e mentalidade de muitos políticos não difere do dos jornalistas. Andaram 30 anos sem ver um pobre, e agora que se fala deles procuram-no com a força do estereótipo. Um pobre, acham eles, é pouco mais do que um mendigo que não pede, mas que se pode perceber pelo modo, tom, face, roupa, que é pobre. Depois há todo um conjunto de reportagens sobre a "pobreza envergonhada", mas elas são casuísticas e por definição feitas com quem não "se envergonha" da sua pobreza. Na pobreza procuram o espectáculo mediático, nada mais.




Estes pobres do estereótipo aliam a sua pobreza a serem humildes e amochados: não protestam, agradecem. Os pobres que aparecem no imaginário discursivo dos políticos e de jornalistas nunca são os pobres perigosos, não vivem em Setúbal, nem no Cerco do Porto, porque nesses a condição de perigosos oculta a de pobres e estão incluídos numa categoria particular, a dos que não querem trabalhar, ou que são subsídio-dependentes, ou drogados e traficantes, mais as suas famílias, ou que são grupos criminosos oriundo de minorias de que não se pode falar, como os ciganos ou os negros dos subúrbios. Não é que não haja alguma verdade nestas caraterizações, mas elas são mais um ecrã de ocultação do que um conhecimento da realidade.




O marxismo vulgar e rudimentar desta visão da pobreza encontra-se na sua descrição assente apenas nos sinais de miséria evidente, acantonando a pobreza em segmentos da população que de há muito vivem na miséria, por causas anteriores à crise actual. Estes pobres, muitos e demais, mas mesmo assim poucos no balanço geral dos dias de hoje, são usados para ocultar os que estão a empobrecer, os "novos pobres", quer porque só agora é que são pobres, ou porque são pobres de maneira diferente. Uma imagem excessiva da pobreza, dos que nada têm, serve para evitar falar do empobrecimento, dos que, para o poder, têm apenas "problemas" a que "sobreviverão". O Governo cuida dos primeiros, os outros que "aguentem".
Ora, é o empobrecimento que caracteriza os tempos de hoje, é o empobrecimento o principal efeito social da crise, e, para o perceber, não serve a visão dos que já estão na miséria, até porque não é entre eles que a crise faz mais estragos. É que os que já estavam na pobreza e na miséria não são os mais atingidos pela crise, mas os que tinham dela escapada nas últimas décadas. O Governo e o discurso do poder usa os muito pobres e alguma protecção que têm tido face à crise como sinal de justiça social, ao mesmo tempo que ignora, fecha os olhos, não faz nada, e fustiga com o moralismo do "viver acima das suas posses" os que estão a empobrecer. Fá-lo de uma maneira perversa, colocando muito abaixo a fasquia dos que para o discurso governamental são "quase ricos", ou seja, um alvo de "ajustamento".




O desdém pela "classe média" vem deste moralismo punitivo sobre os portugueses que melhoraram a sua condição desde o 25 de Abril, fossem operários ou filhos de operários, camponeses ou filhos de camponeses, comerciantes ou filhos de comerciantes, funcionários ou filhos de funcionários. Muitos fizeram uns cursos que não valem nada para serem doutores, mas pela primeira vez na esmagadora maioria das famílias portugueses havia estudantes universitários, muitos foram à República Dominicana ou a Cuba em programas de férias baratas, fazer patetices a crédito, muitos compraram sofás e plasmas e vários telemóveis, mas, tiremos o folclore, o kitsch do gosto, e o que fica é uma real melhoria da vida de muitos portugueses.




O ataque à classe média é um remake do ódio à "burguesia", quer na versão esquerdista, quer na visão direitista, a que tinha, por exemplo, O Independente, que adorava a "velha riqueza" e escarnecia dos que tinham "peúgas brancas", ou, como Macário Correia, tinham pais pobres e isso "via-se". Como sempre acontece, os melhores intérpretes desta sanha são eles próprios típicos membros e representantes dos grupos que escarnecem, falsos senhoritos com pretensões monárquicas, pequeno-burgueses que acham que, como falam o telefone com Ricardo Salgado, estão noutro escalão social, gente que gostava mesmo de ir a Marbella, mas hoje faz de conta que nunca fez nada disso. Os caminhos do Senhor são de facto tortuosos.
A mensagem do "Pedro e da Laura" no Facebook, um casal que resolveu falar-nos no Natal com uma proximidade forçada que incomoda, é um exemplo típico deste marxismo vulgar da "infraestrutura". A pobreza é não ter "na Consoada os pratos que se habituaram", em vez de não ter emprego; é "não poderem dar aos filhos um simples presente", em vez de estarem deprimidos por terem que em Janeiro despedir os seus empregados amigos de sempre; é "não conseguiram ter a família toda à mesa", em vez de terem vergonha por não poderem pagar o que devem.




A todos eles o "Pedro e a Laura" aconselham que não tenham "pesar", por estarem falidos, ou desempregados, ou endividados, ou terem perdido a casa, ou não terem dinheiro para a renda, ou terem que dizer ao filho que não há dinheiro para continuar a estudar, ou que já não podem mais ajudar os pais reformados, ou por estarem tão zangados com a vida que todos à volta pagam um preço elevado em violência verbal e não só. O "Pedro e a Laura" pedem-lhes para terem "orgulho" na sua nova condição de pobres sem futuro e destino, porque, ao tirarem os filhos da escola, ao perderem o emprego, ao caírem na condição de párias sociais, porque não podem pagar ao fisco, ao perderem todos os seus bens, estão a garantir "que os nossos filhos tenham no futuro um Natal melhor".




Não, "Pedro e Laura", na mesa de Natal de muitos portugueses o que preocupa não é a falta de rabanadas, nem brinquedos, nem pessoas, mas sim o facto de lá estar sentado o medo, a indignidade, a vergonha e o desespero, coisas que não vêm em estatística nenhuma. E isso não garante futuro nenhum que valha a pena viver, nem aos pais, nem aos filhos, nem aos netos.


(Versão do Público de 29 de Dezembro de 2012.)

JPP Via Abrupto
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Smog

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Re:A Nova pobreza
« Responder #1 em: 2013-01-06 23:10:31 »
os novos pobres são aqueles que ganham 1000 euros por mês. è quase o que eu vou ganhar depois dos impostos.
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kitano

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Re:A Nova pobreza
« Responder #2 em: 2013-01-06 23:34:45 »
Se isso fosse verdade (pobres a ganhar mil euros líquidos), não tinhamos razão de queixa.
"Como seria viver a vida que realmente quero?"

Smog

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Re:A Nova pobreza
« Responder #3 em: 2013-01-06 23:42:23 »
Mil euros não dá para comer e pagar prestação da casa. os novos pobres são assim. Os muito pobres têm apoios há muito tempo. Concordo com o artigo do JPP. os novos pobres vão entrar agora.
wild and free

kitano

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Re:A Nova pobreza
« Responder #4 em: 2013-01-06 23:49:38 »
Esses tais novos pobres, são pessoas com uma visão distorcida da realidade.

"Como seria viver a vida que realmente quero?"

Smog

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Re:A Nova pobreza
« Responder #5 em: 2013-01-06 23:55:04 »
Há por aí umas pessoas que querem estabelecer a diferença, o fosso entre os pobres e a elite. São umas crianças imberbes e pobres.Vou tentar ajudar.

Para mim os pobres são estes:

São os ricos que tiveram todas as oportunidades na vida e as desperdiçaram, todas as portas abertas, que nunca foram discriminados, que não sabem o que é ser preto num pais de brancos, os que recorrem ás ligações dos papás para ter emprego, os que não se importam de insultar e manipular  a vida dos outros, os que gozam quem não tem defesas ou fica doente, os que mentem para obter o que lhes interessa, os que fazem dos outros parvos para tirar proveito próprio, os que se aproveitam das suas limitações para explorar o parceiro, os que não são leais á sua própria familia, os que condenam sem perguntar, os que preferem roubar a pedir, os que escolhem a mediocridade e deitam para o lixo quem tem sinapses e sonhos.Este tipo de pessoas é sempre pobre e quem tem vergonha deles sou eu.

Os ricos são estes:

Os ricos são sempre aqueles que vão á guerra, não desistem, têm respeito pelo próximo, continuam a trabalhar e a ter prazer no que fazem apesar de doentes, são pragmáticos em termos de escolhas,protestam de forma inteligente e mantém a humildade, mantém a ética e quando perdem a paciência e insultam é em situações-limite porque sabem  mesmo distinguir o que é importante do que acessório


A minha visão está distorcidissima.
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itg00022289

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Re:A Nova pobreza
« Responder #6 em: 2013-01-07 11:57:06 »
Gostava mais do JPP quando ele era de "direita"...

Parece que com a idade está a regressar às suas bases maoistas.


Esses tais novos pobres, são pessoas com uma visão distorcida da realidade.
exactamente!!!!

Smog

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Re:A Nova pobreza
« Responder #7 em: 2013-01-07 12:42:22 »
Os que são solidários com os empregados remediados são de esquerda? Vou ser de esquerda toda a vida.
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muze

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Re:A Nova pobreza
« Responder #8 em: 2013-01-07 17:26:52 »
Mil euros não dá para comer e pagar prestação da casa. os novos pobres são assim. Os muito pobres têm apoios há muito tempo. Concordo com o artigo do JPP. os novos pobres vão entrar agora.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pobreza
Citar
A pobreza pode ser entendida em vários sentidos, principalmente:
Carência cogonal; tipicamente envolvendo as necessidades da vida cotidiana como alimentação, vestuário, alojamento e cuidados de saúde. Pobreza neste sentido pode ser entendida como a carência de bens e serviços essenciais.

uma pessoa não se pode considerar pobre só porque não consegue adquirir uma propriedade...
aqui no ocidente não há assim tantos pobres
« Última modificação: 2013-01-07 17:27:18 por muze »

muze

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Re:A Nova pobreza
« Responder #9 em: 2013-01-07 17:34:56 »
eu até tenho um conceito de pobre mais exigente, para mim só se é realmente pobre quando não se tem acesso a alimentação, habitação e vestuário, nem forma de ter prespectivas de o obter, e com tanta caridade aqui na europa ocidental isso nunca acontece realmente...as pessoas deviam sair daqui sem ser para as aldeias turísticas para verem com os próprios olhos o que é ser pobre, aqui em lisboa não é possível ver-se isso...qualquer arrumador de carros faz mais dinheiro por mês que esses tais 1000 euros

Smog

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Re:A Nova pobreza
« Responder #10 em: 2013-01-07 18:46:16 »
Gabriel o pensador - Lavagem cerebral
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kitano

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Re:A Nova pobreza
« Responder #11 em: 2013-01-07 19:28:46 »
Ao definir a pobreza de forma relativa, na realidade nacional, 1000 euros liquidos está bastante acima da média salarial.

Ninguém nesse patamar pode ser considerado pobre.

Se procurarmos uma definição absoluta...os mil euros estarão ainda mais afastados de qualquer imagem de pobreza.
"Como seria viver a vida que realmente quero?"

jeab

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Re:A Nova pobreza
« Responder #12 em: 2013-01-07 19:42:14 »
Infelizmente o nosso maior problema é a pobreza do espírito ...  :(
« Última modificação: 2013-01-07 19:43:25 por jeab »
O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
O verdadeiro homem inteligente é aquele que parece ser um idiota na frente de um idiota que parece ser inteligente!

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Re:A Nova pobreza
« Responder #13 em: 2013-01-07 21:03:46 »
Ao definir a pobreza de forma relativa, na realidade nacional, 1000 euros liquidos está bastante acima da média salarial.

Ninguém nesse patamar pode ser considerado pobre.

Se procurarmos uma definição absoluta...os mil euros estarão ainda mais afastados de qualquer imagem de pobreza.
Faz uma experiencia. Tenta viver com 1000 euros por mês e diz se consegues.
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Re:A Nova pobreza
« Responder #14 em: 2013-01-07 21:05:19 »
Infelizmente o nosso maior problema é a pobreza do espírito ...  :(
A maior pobreza de espirito é aquela que advoga para os outros aquilo que eles próprios não fazem. Comentadores de sofá.
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Incognitus

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Re:A Nova pobreza
« Responder #15 em: 2013-01-07 21:13:29 »
Ao definir a pobreza de forma relativa, na realidade nacional, 1000 euros liquidos está bastante acima da média salarial.

Ninguém nesse patamar pode ser considerado pobre.

Se procurarmos uma definição absoluta...os mil euros estarão ainda mais afastados de qualquer imagem de pobreza.
Faz uma experiencia. Tenta viver com 1000 euros por mês e diz se consegues.

Isso é um problema daquilo que nós "achamos necessário" para viver.
 
Se achássemos necessário um Ferrari, uma casa na praia, etc, manter 2 famílias e 10 filhoes, etc, nem 10000 chegavam. Não se era "pobre" por isso.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re:A Nova pobreza
« Responder #16 em: 2013-01-07 21:16:56 »
Ao definir a pobreza de forma relativa, na realidade nacional, 1000 euros liquidos está bastante acima da média salarial.

Ninguém nesse patamar pode ser considerado pobre.

Se procurarmos uma definição absoluta...os mil euros estarão ainda mais afastados de qualquer imagem de pobreza.
Faz uma experiencia. Tenta viver com 1000 euros por mês e diz se consegues.

Isso é um problema daquilo que nós "achamos necessário" para viver.
 
Se achássemos necessário um Ferrari, uma casa na praia, etc, manter 2 famílias e 10 filhoes, etc, nem 10000 chegavam. Não se era "pobre" por isso.

Eu conheço um pobre reformado que 10K não lhe chegam ... :D
O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
O verdadeiro homem inteligente é aquele que parece ser um idiota na frente de um idiota que parece ser inteligente!

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Re:A Nova pobreza
« Responder #17 em: 2013-01-07 21:26:03 »
Ao definir a pobreza de forma relativa, na realidade nacional, 1000 euros liquidos está bastante acima da média salarial.

Ninguém nesse patamar pode ser considerado pobre.

Se procurarmos uma definição absoluta...os mil euros estarão ainda mais afastados de qualquer imagem de pobreza.
Faz uma experiencia. Tenta viver com 1000 euros por mês e diz se consegues.

Isso é um problema daquilo que nós "achamos necessário" para viver.
 
Se achássemos necessário um Ferrari, uma casa na praia, etc, manter 2 famílias e 10 filhoes, etc, nem 10000 chegavam. Não se era "pobre" por isso.

pagar casa, luz, água, aquecimento, transporte para trabalho, comida, alguma roupa.
Duas pessoas com 1000 euros, classe média. Faz lá as contas.
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Re:A Nova pobreza
« Responder #18 em: 2013-01-07 21:30:34 »
Eu ajudo: 270  da casa, luz 100, água 50, transporte 200, comida 400, roupa 100. falta a internet e tv- 50 euros. já vou em 1150... só básico.
corta-se na comida?
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Incognitus

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Re:A Nova pobreza
« Responder #19 em: 2013-01-07 21:34:01 »
Duas pessoas com 1000 cada uma, ou só uma trabalha?
 
Estás a considerar custos elevados, e o transporte via transportes públicos é muito mais barato ... enfim, no fundo podemos esticar as necessidades a qualquer nível, mas o kitano já mostrou que em termos relativos e abolutos é difícil de considerar esse nível como pobre em Portugal. De resto, pouca alternativa resta pois a média é inferior a esse nível e ainda assim era demasiado elevada para a nossa produção (produzindo assim um défice com o exterior).
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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