Olá, Visitante. Por favor entre ou registe-se se ainda não for membro.

Entrar com nome de utilizador, password e duração da sessão
 

Autor Tópico: Grécia - Tópico principal  (Lida 1840856 vezes)

Castelbranco

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 929
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #9120 em: 2015-07-26 12:22:32 »
o referendo na Inglaterra deverá ser antecipado, segundo alguns meios de comunicação

5555

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 5555
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #9121 em: 2015-07-26 12:53:24 »
Citar
La Grèce s’enfonce dans la misère

CriseLe gouvernement a dû émettre des tickets d’approvisionnement alors que l’Eglise et les ONG amplifient leurs efforts.

«En Grèce, les enfants et les familles connaissent l’horreur de la faim et du dénuement», a alerté cette semaine Julien Lauprêtre, président du Secours populaire français, en lançant un appel à la générosité. La situation, qui n’a cessé de se dégrader ces derniers mois, devient en effet dramatique.

Le gouvernement a ainsi décidé de mettre en circulation des cartes alimentaires prépayées, utilisables dans 5000 magasins d’alimentation. Elles sont destinées à près de 150'000 personnes: familles nombreuses, monoparentales, avec enfants handicapés, ou chômeurs de longue durée. Cette mesure a été prise en urgence, car le filet social existant ne suffit plus.

Le rapport 2014 des œuvres sociales de l’Eglise orthodoxe faisait pourtant déjà état de plus de 500'000 personnes secourues par 280 soupes populaires et plus de 75'000 Grecs aidés dans 150 «magasins sociaux», pour un coût total de 120 millions d’euros. Les mairies sont aussi impliquées, dont celle d’Athènes qui a vu la demande en aliments, médicaments et habits exploser ces dernières semaines.

Des associations offrent également des douches et des générateurs à ceux qui n’ont plus d’eau ou d’électricité. Avec l’aide de nombreux bénévoles, souvent démunis eux-mêmes. Mais pour eux, aider les autres est le seul antidépresseur qu’il leur reste.

Les entreprises s’y mettent à leur tour. Venetis, une chaîne boulangère de 80 magasins, distribue ainsi gratuitement plus de 100'000 pains par jour, le tiers de sa production. Car pour Panagiotis Monembasiotis, son directeur général, «avec ce 3e plan de rigueur qui commence, il n’y aura bientôt plus de consommateurs en Grèce, il ne restera que des mendiants».

Dans les beaux quartiers, les gens vont discrètement le soir chercher leur pain offert. Ailleurs, on n’a plus cette honte. Fotis Pedikas, peintre au chômage, attend chaque jour la dernière heure pour aller au marché en plein air, quand les prix baissent de moitié. Les plus mauvais jours, il ramasse les fruits jetés, ou récupère autour des poubelles les sacs plastiques avec les restes des repas que d’autres laissent exprès. Et dans un grand éclat de rire, il interpelle le premier ministre Alexis Tsipras, qui a signé le fameux accord avec les créanciers du pays afin de rester dans la zone euro: «Pour que la Grèce continue d’appartenir au Club, faut-il que les Grecs meurent?»

(24 heures.ch, Créé: 26.07.2015, 08h14)

tommy

  • Visitante
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #9122 em: 2015-07-26 13:22:01 »
http://observador.pt/2015/07/26/varoufakis-tsipras-pediu-lhe-plano-b-em-dezembro/

Citar
Yanis Varoufakis partilhou na semana passada numa conversa com investidores internacionais que desde dezembro, um mês antes das eleições, Alexis Tsipras o autorizou a planear um sistema paralelo de transações bancárias que funcionaria em euros mas que tivesse a capacidade de ser convertido em dracmas “da noite para o dia”. Varoufakis chegou a ter uma equipa de cinco peritos, liderada por um amigo de infância, a fazer hacking no sistema do Ministério das Finanças, escrutinado pela troika.

O Syriza ascendeu ao governo em finais de janeiro com as promessas de acabar com a austeridade e renegociar a dívida continuando um membro de pleno direito da zona euro. Mas, segundo uma bomba publicada este domingo pelo jornal grego eKathimerini, o ex-ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, já tinha sido autorizado por Tsipras a preparar um “Plano B”.

A revelação por Varoufakis deu-se no dia 16 de julho, quase duas semanas depois do pedido de demissão, numa conversa em teleconferência com representantes de hedge funds (fundos de cobertura de risco, que fazem essencialmente investimentos rápidos e especulativos). A teleconferência terá sido organizada por um antigo ministro das Finanças do Reino Unido, Norman Lamont.

Varoufakis sabia que estava a ser gravado. A gravação chegou, agora, às mãos do eKathimerini.

FRANKFURT AM MAIN, GERMANY - FEBRUARY 04:  Greek Finance Minister Yanis Varoufakis speaks to journalists after a meeting with the President of the European Central Bank Mario Draghi, on February 4, 2015 in Frankfurt am Main, Germany. Varoufakis has travelled to Germany to re-negotiate the terms of Greece's debt. The finance minister has described the meeting with the European Central Bank as 'fruitful' as he prepares to meet with German Finance Minister Wolfgang Schäuble tomorrow.    (Photo by Hannelore Foerster/Getty Images)
Revelações de Varoufakis foram feitas em teleconferência com investidores, a 16 de julho. (Hannelore Foerster/Getty Images)

O plano

Varoufakis trabalhou com uma pequena equipa de cinco pessoas, liderada por um amigo de infância. A ter avançado, contudo, o plano precisaria do envolvimento de algo como mil pessoas.

O plano, explicou Varoufakis, passaria por fazer hacking (intrusão de sistemas informáticos) das informações fiscais dos contribuintes e das empresas, informações essas constantes dos servidores centrais do Fisco.

Com essas informações, a equipa iria modelar um sistema paralelo que poderia ser ativado caso os bancos fossem obrigados a fechar. Os pagamentos poderiam, graças a essa plataforma paralela, continuar a ser feitos entre o Estado e agentes económicos, desde empresas a salários ou pensões da Função Pública. Daí à criação de uma moeda paralela seria um passo.

Seria necessário uma intrusão tecnicamente sofisticada – razão por que Varoufakis aproveitou a confiança desse amigo de infância, professor da Universidade da Columbia – porque apesar de o Ministério das Finanças ter acesso a estes dados, o sistema é constantemente monitorizado pela troika. Além disso, disse Varoufakis, “o secretário-geral do Fisco é nomeado, na realidade, por um processo que é controlado pela troika”.

Segundo o eKathimerini, uma semana depois de Varoufakis se tornar ministro das Finanças, o amigo telefonou-lhe a dizer que “tinha assumido o controlo do hardware” mas que “o software pertence à troika“. Porque o sistema pertencia à troika, Varoufakis disse, a sós, ao amigo para avançar para o hacking para copiar os dados sem que a troika se apercebesse.

“Autorizei-o [o amigo] – e não podem dizer isto a ninguém, é totalmente entre nós”, afirmou Varoufakis na teleconferência, altura em que é interrompido por Norman Lamont, que diz: “Há certamente outras pessoas a ouvir mas elas não dirão aos seus amigos”. Varoufakis ri e diz que “mesmo que elas o façam eu desmentirei que disse isto”.

Greek finance minister Varoufakis in Germany

“Julgo que tínhamos mandato para sair do euro”

Numa das passagens transcritas pelo eKathimerini, Varoufakis diz, a respeito de o governo ter ou não mandato para tirar o país do euro:

Tenho de admitir que não tínhamos um mandato para tirar a Grécia do euro. Tínhamos um mandato para negociar com o Eurogrupo e o BCE um acordo que permitisse que a Grécia conseguisse permanecer na zona euro, de forma sustentável. Mas o mandato ia um pouco mais longe, na minha opinião. Julgo que o povo grego nos deu um mandato para tentar, de forma energética e vigorosa, negociar até ao ponto de poder dizer que se não houver um acordo viável, então deveríamos admitir a saída da zona euro“.
Na gravação, Varoufakis acusou, também, o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, de estar empenhado em fazer sair a Grécia da zona euro. Porquê? “Ele acredita que para que a união política funcione sem uma federação, sem a legitimidade de um parlamento federal, tudo isto terá de ser feito de forma muito disciplinar”.

“E [Schäuble] disse-me, explicitamente, que a Grexit iria dar-lhe força negocial suficiente, terror suficiente para impor aos franceses aquilo que Paris tem resistido – isto é, alguma transferência de poderes de Paris para Bruxelas”, afirmou Varoufakis.



Mentiroso e manipulador.
gregos merecem tudo o que lhes vai acontecer, por terem dado poder a esta escumalha totalitária.
« Última modificação: 2015-07-26 13:22:55 por 7passos-atras »

tommy

  • Visitante
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #9123 em: 2015-07-26 15:38:06 »
Citar
Anatole Kaletsky
Anatole Kaletsky is Chief Economist and Co-Chairman of Gavekal Dragonomics and Chairman of the Institute for New Economic Thinking. A former columnist at the Times of London, the International New York Times and the Financial Times, he is the author of Capitalism 4.0, The Birth of a New

JUL 22, 2015 33
Why the Greek Deal Will Work

LONDON – Now that Greek banks have reopened and the government has made scheduled payments to the European Central Bank and the International Monetary Fund, does Greece’s near-death experience mark the end of the euro crisis? The conventional answer is a clear no.
According to most economists and political commentators, the latest Greek bailout was little more than an analgesic. It will dull the pain for a short period, but the euro’s deep-seated problems will metastasize, with a dismal prognosis for the single currency and perhaps even the European Union as a whole.

But the conventional wisdom is likely to be proved wrong. The deal between Greece and the European authorities is actually a good one for both sides. Rather than marking the beginning of a new phase of the euro crisis, the agreement may be remembered as the culmination of a long series of political compromises that, by correcting some of the euro’s worst design flaws, created the conditions for a European economic recovery.
To express guarded optimism about the Greek deal is not to condone the provocative arrogance of former Greek Finance Minister Yanis Varoufakis or the pointless vindictiveness of German Finance Minister Wolfgang Schäuble. Neither is it to deny the economic criticism of the bailout provisions presented by progressives like Joseph Stiglitz and conservatives like Hans-Werner Sinn.
The arguments against creating a European single currency and then allowing Greece to cheat its way into membership were valid back in the 1990s – and, in theory, they still are. But this does not mean that breaking up the euro would be desirable, or even tolerable. Joining the euro was certainly ruinous for Greece, but there is always “a great deal of ruin in a nation,” as Adam Smith remarked 250 years ago, when losing the American colonies seemed to threaten Britain with financial devastation.
The great virtue of capitalism is that it adapts to ruinous conditions and even finds ways of turning them to advantage. The United States in the mid-nineteenth century was badly suited for a single currency and a single economic structure, as evidenced by the Civil War, which was provoked as much by single-currency tensions as by moral abhorrence to slavery. Italy would probably be better off today if Garibaldi had never launched unification.
But once unification has happened, the pain of dismantling the political and economic settlement usually overwhelms the apparent gains from a break-up. This seems to be the case in Europe, as clear majorities of voters are saying in all eurozone countries, including Germany and Greece.
Thus, the question was never whether the single currency would break up, but what political reversals, economic sacrifices, and legal subterfuges would occur to hold it together. The good news is that Europe now has some persuasive answers.
Indeed, Europe has overcome what could be described as the “original sin” of the single-currency project: the Maastricht Treaty’s prohibition of “monetary financing” of government deficits by the ECB and the related ban on mutual support by national governments of one another’s debt burdens. In January, ECB President Mario Draghi effectively sidestepped both obstacles by launching a program of quantitative easing so enormous that it will finance the entire deficits of all eurozone governments (now including Greece) and mutualize a significant proportion of their outstanding bonds.
Moreover, European governments have belatedly understood the most basic principle of public finance. Government debts never have to be repaid, provided they can be extended in a cooperative manner or bought up with newly created money, issued by a credible central bank.
But for this to be possible, interest payments must always be made on time, and the sanctity of debt contracts must always take precedence over electoral promises regarding pensions, wages, and public spending. Now that Prime Minister Alexis Tsipras’s government has been forced to acknowledge the unqualified priority of debt servicing, and can now benefit from unlimited monetary support from the ECB, Greece should have little problem supporting its debt burden, which is no heavier than Japan’s or Italy’s.
Finally, Germany, Spain, Italy, and several northern European countries required, for domestic political reasons, a ritual humiliation of radical Greek politicians and voters who openly defied EU institutions and austerity demands. Having achieved this, EU leaders have no further reason to impose austerity on Greece or strictly enforce the terms of the latest bailout. Instead, they have every incentive to demonstrate the success of their “tough love” policies by easing austerity to accelerate economic growth, not only in Greece but throughout the eurozone.
This raises a key issue that the Tsipras government and many others misunderstood throughout the Greek crisis: the role of constructive hypocrisy in Europe’s political economy. Gaps between public statements and private intentions open up in all political systems, but these become huge in a complex multinational structure like the EU. On paper, the Greek bailout will impose a fiscal tightening, thereby aggravating the country’s economic slump. In practice, however, the budget targets will surely be allowed to slip, provided the government carries out its promises on privatization, labor markets, and pension reform.
These structural reforms are much more important than fiscal targets, both in symbolic terms for the rest of Europe and for the Greek economy. Moreover, the extension of ECB monetary support to Greece will transform financial conditions: interest rates will plummet, banks will recapitalize, and private credit will gradually become available for the first time since 2010. If budget targets were strictly enforced by bailout monitors, which seems unlikely, this improvement in conditions for private borrowers could easily compensate for any modest tightening of fiscal policy.
In short, the main conditions now seem to be in place for a sustainable recovery in Greece. Conventional wisdom among economists and investors has a long record of failing to spot major turning points; so the near-universal belief today that Greece faces permanent depression is no reason to despair.

Read more at http://www.project-syndicate.org/commentary/why-the-greek-deal-will-work-by-anatole-kaletsky-2015-07#5JR1ks0j43vPwOY7.99

SrSniper

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2013
  • Lose your opinion, not your money
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #9124 em: 2015-07-26 17:28:40 »
Custa-me a acreditar nisto...

vbm

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 13828
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #9125 em: 2015-07-26 18:10:24 »
Citar
But the conventional wisdom is likely to be proved wrong. The deal between Greece and the European authorities is actually a good one for both sides. Rather than marking the beginning of a new phase of the euro crisis, the agreement may be remembered as the culmination of a long series of political compromises that, by correcting some of the euro’s worst design flaws, created the conditions for a European economic recovery.


Vai ter de ser. Por certo, será. Novas regras emergirão.

Citar
This raises a key issue that the Tsipras government and many others misunderstood throughout the Greek crisis: the role of constructive hypocrisy in Europe’s political economy. Gaps between public statements and private intentions open up in all political systems, but these become huge in a complex multinational structure like the EU. On paper, the Greek bailout will impose a fiscal tightening, thereby aggravating the country’s economic slump. In practice, however, the budget targets will surely be allowed to slip, provided the government carries out its promises on privatization, labor markets, and pension reform.

Como sucedeu connosco.
Sem o que, o nosso PM
só teria dado passos
da UE pra fora.


« Última modificação: 2015-07-26 22:06:44 por vbm »

Lark

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 4627
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #9126 em: 2015-07-26 20:57:43 »
Custa-me a acreditar nisto...

na história da carochinha de prenderem o governador do banco da grécia?
hoje já saiu nos jornais em portugal.

até parece que é uma novidade; nós discutimos isso aqui há mais de uma semana.
há mais de uma semana que o varoufakis tinha dado uma entrevista sobre precisamente isso.

havia um grupo a discutir a possibilidade da saída do euro e passagem para o dracma. evidentemente que tinha que haver.
tal como em portugal devia haver um plano de contigência de passagem para o escudo.
sabe-se lá o que pode acontecer que nos force a isso.

esse grupo não tinha, no entanto, chegado a nenhuma decisão.
a logística de uma coisa dessa estava para lá do possível no tempo que os gregos (governo) tinham para decidir, sob pressão da UE.
e não estavam mandatados para isso.

o máximo que poderiam fazer era imprimir IOUs, socorrerem-se de uma linha de crédito qualquer - rússia, china, até do diabo os gregos aceitariam reservas - que lhes permitissem respirar até terem os dracmas impressos.

por uma série de factores, alguns dos quais não temos perfeito conhecimento, isto não foi feito. enquanto o varoufakis estava pronto para começar a emitir IOUs,
a pressão da UE foi tão forte e tão agressiva que o tsipras aceitou racionalmente que assinar o acordo era o menor de dois males.
não queria estar na pele do tsipras de certeza. forçado a aceitar um acordo que não queria e que o eleitorado tinha dito há dias, muito claramente, que também não queria.

mas é nestes momentos que se vêem de que fibra os homens são feitos: e na minha opinião tomara muitos serem feitos da fibra do tsipras.
assumiu o que tinha a fazer e não se demitiu.

e mais: conseguiu persuadir um número suficiente de deputados do syriza a acompanhá-lo na decisão. e conseguiu recolher o apoio da oposição para o mesmo fim.
outros no lugar dele ter-se-iam demitido e e ido para casa meter-se na cama bem aconchegados e em posição fetal.

quando (mal ou bem, haveremos de saber melhor no futuro) o tsipras cede, o varoufakis não tem outro caminho senão a demissão. aliás porque a partir daquele momento só estava a atrapalhar. a postura negocial dele, insubmissiva e confrontacional, já não era necessária e era contraproducente no contexto da negociação de um novo acordo.

o plano hipotético de passagem ao dracma, nunca passou à prática. era um long shot.

mas nós aqui no forum soubemos tudo isso em tempo real.
comprar a narrativa do golpe de estado e querer meter o governador do BdG na prisão e outra passaradas, é de uma ignorância total ou de uma má-fé ainda maior.

é uma narrativa que está agora a desenvolver-se para acompanhar a humilhação ritualizada da Grécia no altar do euro.
para garantir que mais ninguém tem ideias atrevidas.

mas só a compra quem quiser.
os espanhóis por exemplo, não a vão comprar de certeza.

aqui no burgo infelizmente compra-se essa historietas com muita facilidade.
é pena.

L

« Última modificação: 2015-07-26 20:58:50 por Lark »
Be Kind; Everyone You Meet is Fighting a Battle.
Ian Mclaren
------------------------------
If you have more than you need, build a longer table rather than a taller fence.
l6l803399
-------------------------------------------
So, first of all, let me assert my firm belief that the only thing we have to fear is...fear itself — nameless, unreasoning, unjustified terror which paralyzes needed efforts to convert retreat into advance.
Franklin D. Roosevelt

Lark

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 4627
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #9127 em: 2015-07-26 22:39:19 »
Não sei se conheces Lark, mas acho que gostas:

http://forwardeconomics.net/2015/07/14/wealth-inequality-3/

(Sempre gostei de ajudar as vítimas de bullying)


é bastante interessante.
uma ideia que retive logo de início é a uma inovação económica/sociológica.
em vez das duas classe marxistas clássicas, o autor do artigo parece identificar três classes.
a dos trabalhadores, a dos capitalistas (industriais, manufactureiros) e - a novidade - uma classe financeira parasitária.

a dada altura a classe capitalista acaba por juntar-se à classe trabalhadora, na exploração pela classe financeira.
quando os trabalhadores já foram 'espremidos' até já não terem mais nada para dar, passam os capitalistas a ser os 'espremidos'.

tenho que ler com mais atenção mas é algo muito interessante e inovador.
thanks mr D.

L
Be Kind; Everyone You Meet is Fighting a Battle.
Ian Mclaren
------------------------------
If you have more than you need, build a longer table rather than a taller fence.
l6l803399
-------------------------------------------
So, first of all, let me assert my firm belief that the only thing we have to fear is...fear itself — nameless, unreasoning, unjustified terror which paralyzes needed efforts to convert retreat into advance.
Franklin D. Roosevelt

Castelbranco

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 929
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #9128 em: 2015-07-26 23:06:01 »
greece bailout monitors question acess to ministries

fonte FT

D. Antunes

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 5284
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #9129 em: 2015-07-26 23:20:41 »
Lark: Acho que, em parte, é verdade.
Mas também há o efeito da concorrência externa, nos bens transaccionáveis. Começa por reduzir a margem de lucro do empresários (repara que os primeiros a perder até são os empresários capitalistas). Estes, pressionados nas margens, começam a cortar ordenados e a despedir: é a vez dos trabalhadores. Quando já não há mais para cortar, voltam a ser os empresários a perder.
Mas, de qualquer modo, se o gráfico continuasse, penso que chegaria a fase em que os bancos perdem (como está a acontecer desde 2008).

De qualquer modo, a % do PIB que vai para o sector financeira aumentou demasiado nas últimas décadas. Os bancos tornaram-se mestres em comissões escondidas e em produtos complexos para enganar o população.
« Última modificação: 2015-07-26 23:21:16 por D. Antunes »
“Price is what you pay. Value is what you get.”
“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
Warren Buffett

“O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
René Descartes

vbm

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 13828
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #9130 em: 2015-07-27 00:27:53 »
Yesterday, Nomura's Richard Koo presented one of the better assessments of the situation in Greece, when he said that the "IMF is slowly beginning to understand the Greek economy", which explains its strategic U-turn, one which now demands far greater debt cuts than what Europe, and Germany in particular, is willing to concede. [ ]
[ ]

Meet Bernard Connolly.

Barnard is a British economist whose rise to prominence [ ] The catalyst may well have been his book "The Rotten Heart of Europe: The Dirty War for Europe's Money, a negative treatment of the European Exchange Rate Mechanism" which Eurocrats did not take too very lightly.

[ ] Here is euro skepticism flourished and culminated in a report on May 30, 2008, months before the GSEs and Lehman failed, and AIG was bailed out.

The report was titled "Europe - Drive or Driven", and it should have been a must read for all Greek (and Europeans) [ ]
And since this report is as relevant now as it was 7 years ago, we lay out some of its key highlights again.

From May 30, 2008

The Global Economic Crisis and the EMU Crisis
The global crisis is the result of intertemporal misallocation (Greenspan; EMU).

In effect, there has been a global Ponzi game.
In Europe, this was intensified by the myth that “current accounts don’t matter in a monetary union”: EMU is the biggest credit bubble of them all.

The treaty says that government should have the same credit status as private sector borrowers.
Monetary union means greater economic instability.

These two factors should mean a worsened credit standing in EMU, yet government bond spreads actually diminished in EMU and ratings agencies actually upgraded governments

When the bubble bursts…
A collapsing credit bubble in the world means collapsing domestic demand in deficit countries (e.g. US, Britain, Balkans, Baltics – and several euro-area countries)

In the US, and to some extent Britain, domestic demand is being supported by rate cuts and, in the US, by a fiscal stimulus

In the affected euro-area countries, it isn’t

In the absence of support for domestic demand, affected countries will be forced into an improvement in net exports via improved competitiveness

In the US and Britain, this is happening through currency depreciation; in the euro area it isn’t.
[ ]
And the implied real exchange rate movements are enormous…
[ ]
The effect is linear in the size of the current account deficit relative to the size of the traded goods sector, so for the four large euro-area deficit countries we get the required real exchange rate movements as:

Greece: 94%
Spain: 55%
Portugal 36%
Italy: 9%
France 15%

…meaning huge required inflation differentials between blocs within the euro area

If the ECB tries to avoid depression in the deficit bloc (i.e., keeps its inflation rate at, say, 3%) and the deficit countries as a bloc (equivalent to about 2/3 of euro-area GDP) have to improve competitiveness by, say, 30%, over a five-year period,

then that would involve euro depreciation of 50% and (with1/3 passthrough into German Bloc CPI) a rise of 17% (almost 3½% a year) German Bloc price level, taking German Bloc inflation to around 6½% for five years.

The ECB did not. Instead it chose the following, which is also why youth unemployment in the periphery is about 50%:

If instead the ECB tried to keep euro-area inflation at 2% (and no change in the euro), all the competitiveness change would have to come from Latin Bloc deflation; that would almost certainly involve a horrible depression, financial chaos, widespread default, social distress and possibly political instability.

But this would mean substantial euro-area deflation, too, so hitting the euro-area target must involve substantial euro depreciation and a substantial increase in German Bloc inflation.

These are all first-round calculations – they do not take account of wage-price spirals in the German Bloc as economies overheat.
And this is where it all comes home for Greece:

Things are even worse for individual countries

If the ECB decides to avoid depression, deflation and default in the weakest country (Greece), the required depreciation of the euro would be enormous and German Bloc inflation would be well into double digits for several years.

If weak countries have, individually, little political influence, it will be hard for them to get the ECB to bail them out via low interest rates and a weak euro.

But if there is no ECB bailout, vulnerable economies face catastrophe.

That's not only how it all played out, but it has also led - as we have seen - to Greece which clearly had "little political influence" to lose it all, and is now on the verge of abdicating its sovereignty to an oligarchy of unelected political bureaucrats and German industrial interests (remember: German exports account for 40% of GDP and a weak EUR is far, far more valuable than a strong DEM).

In further retrospect, the above assessment and the current events also explain Wolfgang Schauble's cryptic statement to Welt am Sontag in this 2011 interview:

Schauble: "We decided to arrive at a political union via an economic and currency union. We had the hope - and we still have it today - that the Euro will gradually bring about political union. But we're not there yet, and that's one of the reasons why the markets are distrustful.
 
Welt am Sontag: "So will the markets now force us into a political union?"
 
Schauble: "Most member states are not yet fully prepared to accept the necessary constraints on national sovereignty. But trust me the problem can be solved."
And, thanks to Greece, we are about to see precisely how.

So is there an other way out? The answer is yes - and it is precisely the basis for Varoufakis huge "game theory" gamble over the past 6 months, a gamble which was all about "who has more leverage" as we explained in January.

However, thanks to the arrival of QE just in time, it allowed the ECB to set and control market prices (markets which no longer had to discount adverse outcomes and merely frontrun a central bank) of equities and bonds, in the process crushing all Greek leverage.

Current account deficits can be closed without a corresponding reduction in the trade deficit if current transfers are big enough.

The treaty prohibits a takeover of a country’s public debt, but does not prohibit additional transfers to support private spending.

The ECB is in effect already helping some banking systems by accepting increasingly risky collateral (but note that this may be helping German, Dutch/Belgian banks as well as, say, Spanish banks – note public disagreement between Mersch and Weber).

But the numbers involved in a complete fiscal bailout would be staggering: eliminating current-account deficits within the euro area by fiscal bailouts would require the surplus countries (the German Bloc) to make payments equivalent to 16% of their total government revenues (7% of their GDP).

Yes, Varoufakis was right, and will be right in the end: the cost of a Grexit would have been too great in the future. However he did not anticipate that Europe has a just as powerful counterweapon: locking up Greek deposits indefinitely right now.

Greece folded.

Which brings us to the final question: What Europe Wants?

Here is Connolly's answer:

To use global issues as excuses to extend its power:

environmental issues: increase control over member countries; advance idea of global governance

terrorism: use excuse for greater control over police and judicial issues; increase extent of surveillance

global financial crisis: kill two birds (free market; Anglo-Saxon economies) with one stone (Europe-wide regulator; attempts at global financial governance)

EMU: create a crisis to force introduction of “European economic government”

And there it is: in four simple bullet points laid out in a 7 year old presentation, a prediction which is about to be proven right. Because once Greece folds, next will be Italy, Spain, Portugal, and so on, until the European Economic Government, also known as the "European Empire", controlled by a handful of "northern" European players and the bankers financially backing them, shifts from mere vision to reality.

ZH



Gostava de perceber a aritmética dos  cálculos a azul, mas não percebo!

Uma inflação (p) em 5 anos a 3% dá (1+p)^5 = 1.03^5 = 1.159;
que composta por uma elevação da competitividade (r) de 30% em 5 anos,
dá (face às outras zonas monetárias) uma desvalorização do euro, i.e.,
de valorização do  poder aquisitivo das outras moedas
de (1+p)^5 * (1+r)^5 = 1.159 * 1.300 = 1.507 = 1+50.7%.

Depois, parece atribuir 1/3 desta desvalorização da moeda ao bloco germânico
50.7% *1/3 = 16.9% -> 17%; que diz ser, em 5 anos, a desvalorização
acumulada de 3.5% ao ano:  1.035^5 = 1.188 > 1.17 [!?],

o que, afirma, elevaria a inflação nesse bloco
dos desejáveis 3% para 3%+3.5% = 6.5%...


Enfim, não percebo.

Lark

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 4627
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #9131 em: 2015-07-27 01:54:30 »
Citar
If the ECB tries to avoid depression in the deficit bloc (i.e., keeps its inflation rate at, say, 3%) and the deficit countries as a bloc (equivalent to about 2/3 of euro-area GDP) have to improve competitiveness by, say, 30%, over a five-year period,

then that would involve euro depreciation of 50% and (with1/3 passthrough into German Bloc CPI) a rise of 17% (almost 3½% a year) German Bloc price level, taking German Bloc inflation to around 6½% for five years.



Gostava de perceber a aritmética dos  cálculos a azul, mas não percebo!

Uma inflação (p) em 5 anos a 3% dá (1+p)^5 = 1.03^5 = 1.159;
que composta por uma elevação da competitividade (r) de 30% em 5 anos,
dá (face às outras zonas monetárias) uma desvalorização do euro, i.e.,
de valorização do  poder aquisitivo das outras moedas
de (1+p)^5 * (1+r)^5 = 1.159 * 1.300 = 1.507 = 1+50.7%.

Depois, parece atribuir 1/3 desta desvalorização da moeda ao bloco germânico
50.7% *1/3 = 16.9% -> 17%; que diz ser, em 5 anos, a desvalorização
acumulada de 3.5% ao ano:  1.035^5 = 1.188 > 1.17 [!?],

o que, afirma, elevaria a inflação nesse bloco
dos desejáveis 3% para 3%+3.5% = 6.5%...


Enfim, não percebo.

penso que o ganho de competividade seria em relação à alemanha.
quer dizer que a competitividade da alemanha subia zero.

como a alemanha já teria inflação de 3% devido ao BCE, teria que se lhe adicionar em inflação o que os outros países cresciam em competitividade.

L
« Última modificação: 2015-07-27 01:56:00 por Lark »
Be Kind; Everyone You Meet is Fighting a Battle.
Ian Mclaren
------------------------------
If you have more than you need, build a longer table rather than a taller fence.
l6l803399
-------------------------------------------
So, first of all, let me assert my firm belief that the only thing we have to fear is...fear itself — nameless, unreasoning, unjustified terror which paralyzes needed efforts to convert retreat into advance.
Franklin D. Roosevelt

Paquinho

  • Ordem dos Especialistas
  • Full Member
  • *****
  • Mensagens: 200
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #9132 em: 2015-07-27 09:52:20 »
http://joaorendeiro.com/wordpress/?p=2325

Citar
Entre outros infortúnios calhou à Grécia ser cobaia das lutas anti-austeridade.

Derrotados no seu país pela forte recuperação da economia e do emprego americano, Krugman, Stiglitz e os seus “compagnons de route” do Keynesianismo de esquerda transladam, agora, para a Grécia a sua fronteira anticapitalista.

Como parêntesis, acho curioso este epiteto de “Keynesiano de esquerda” pois em 1975 na iminência de uma ditadura comunista em Portugal eu era apelidado de “Keynesiano de esquerda” no ISE – um grave desvio de direita na época que provavelmente ditaria a minha prisão se o PC fosse vencedor em 25 de novembro de 1975. Quem viveu – como a minha geração universitária – os combates estudantis, simultaneamente contra a polícia política/PIDE e os novos totalitarismos Leninistas, Trotskistas e Maoístas, impressiona-se muito pouco com chavões populistas. E é isso justamente o que pareceu a Grécia dos últimos 6 meses: um laboratório das lutas estudantis com 30 anos de atraso.

Pobre país.

O argumento de Krugman e Stiglitz é inacreditavelmente simples. A Grécia está asfixiada em dívida e precisa de crescer, jamais o conseguirá com esta taxa de câmbio. Precisa muito simplesmente de não pagar as suas dívidas e desvalorizar fortemente com a introdução de uma nova moeda.

A Argentina – publicou Stiglitz para que não restem dúvidas – seria um excelente exemplo e passado pouco tempo da reintrodução do Dracma a Grécia voltaria a crescer. Como não pagaria a dívida tudo estaria no melhor dos mundos.

Hoje sabemos que Tzipras e Varoufakis conspiraram a partir de dezembro de 2014 preparando, em segredo, planos para a saída do Euro. Sabemos hoje, também, que Varoufakis deu instruções para, ilegalmente, fazer o Hacking do Ministério das Finanças Grego. Sabemos que o líder da ala esquerda do SYRIZA Panayotis Lafazanis apresentou em 14 de julho de 2015 – ainda Ministro da Energia – um plano de assalto à Casa da Moeda e prisão do Governador do Banco Central da Grécia, preparatório da introdução do Dracma.

É portanto completamente falso que, como argumentou maldosamente Krugman, o SYRIZA fosse tão incompetente que não tivesse um plano B, isto é um plano de introdução do Dracma. Tinha, mas Tzipras recuou no último minuto.

Porquê?

Porque não há um SYRIZA, mas dois. Um, de Lafazanis e Varoufakis – apoiados por Krugman e Stiglitz – sempre pretenderam a saída do EURO. Outro, o SYRIZA de Tzipras pretendeu utilizar a pretensa saída do EURO como arma de chantagem para receber mais dinheiro.

O problema da chantagem Grega foi esquecer que outros poderiam estar interessados na sua saída do EURO. Varoufakis nunca percebeu que não tinha nenhum trunfo e a sua teoria de jogos caiu estrondosamente. À Alemanha poderia, afinal, interessar a saída da Grécia do EURO por assim aterrorizar a França e conseguir vantagem no tabuleiro central europeu.

Um jogo Franco-Alemão muito complexo pois não há dúvidas que têm muito interesse para a Alemanha a permanência das periferias pouco competitivas no EURO. O EURO está subavaliado para a Alemanha e apresenta vantagem competitiva internacional como demonstrou recentemente Ben Bernanke.

Quando o “bluff” grego não surtiu efeito Tzipras capitulou. E Stiglitz – recém-chegado de Atenas – capitulou também e já não fala mais da saída da Grécia do EURO. Dedica, agora, a sua tónica aos aspectos técnicos do programa de ajustamento, nomeadamente à questão do “leite fresco”. Como se pagar leite muito mais caro em Atenas do que Paris ou Londres fosse uma grande conquista dos Gregos.

Sucede que mais de 70% dos Gregos não querem – seja qual seja a austeridade adicional – sair do EURO. Parece ser claro para os Gregos que existe algo bem pior do que a austeridade. A incompreensão disto parece-me constituir o “erro de Krugman”.

Krugman, Stiglitz, et al. erram desde logo ao colocar todo acento tónico na dívida e na necessidade da sua renegociação.

É um absurdo.

Toda a gente sabe que a Grécia não vai pagar a sua dívida e que um substancial perdão – nas múltiplas formas possíveis e imaginárias – vai acontecer à pala dos contribuintes Europeus – portugueses incluídos.

Mais.

O reescalonamento já feito, não coloca a dívida Grega como questão central do Orçamento de Estado Anual pois os encargos com a dívida na Grécia são menores do que em Portugal.

A questão Grega está muito para além da dívida. Alguém responsável – como Krugman deveria ser – que coloque um ecrã sobre os problemas reais está na verdade a prestar um péssimo serviço ao povo Grego.

Na Grécia, o problema da dívida já era.

Mas então quais são os problemas reais da Grécia?

São as questões que um partido revolucionário deveria abraçar, se o SYRIZA o fosse. O deputado Europeu Guy Verhofstadt definiu magistralmente em Plenário do Parlamento Europeu o que implicaria uma tal agenda.

Abro um parêntesis para lembrar um jantar de março corrente em Bogotá onde discuti detalhadamente a situação Grega com um dos seus mais importantes empresários.

Deu-me este meu amigo, sem eu acreditar na altura devo confessar, o caminho das pedras.

Disse-me, mais ou menos textualmente, “Tzipras tem uma magnífica oportunidade de ocupar o centro político, se não o fizer escolheremos outro”.

Neste período, confesso, tive as maiores dúvidas desta capacidade da oligarquia Grega controlar o futuro político de Tzipras.

Mas, “Si non e vero, benne trovato”. A verdade é que Tzipras está a ocupar o centro político, o que o pode catapultar para figura central da política Grega por muitos anos, tal como o meu amigo previu.

Mas a questão de fundo continua sem responder.

Porque preferem os Gregos mais austeridade ao quimero crescimento económico associado à saída do EURO tão apregoado por Varoufakis e Krugman?

Deve notar-se, em primeiro lugar, que os Gregos viveram com o Dracma até 2001 – data da sua adesão ao EURO.

Nos 20 anos até 2001 o Dracma desvalorizou 82%. Passados 15 anos de prosperidade económica sem precedentes, os Gregos não esqueceram o que significa viver na espiral inflação/desvalorização. E como essa receita não resolveu à época nenhum dos seus problemas económicos. Mas os Gregos lembram – se de mais.

Do seu posicionamento histórico no Império Otomano, da brutal guerra de independência com a Turquia e a não menos brutal luta nacionalista com o exército nazi.

E lembram-se ainda de mais.

Como têm sido enganados pelos seus corruptos líderes políticos e como o sistema político foi capturado por interesses particulares.

O EURO – por mais austeridade que tenha – parece um bom preço a pagar pelo bom Povo grego, como âncora externa chave perante os desmandos de quem se quer sentar à mesa do Orçamento. Ou das ameaças externas nos voláteis Balcãs.

Lamentavelmente, alguns economistas brilhantes não entendem verdades tão elementares que um naco de cultura histórica iluminariam.

É este o “erro de Krugman”.



tommy

  • Visitante
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #9133 em: 2015-07-27 10:32:12 »
A expressão "erro krugman" deveria começar a ser sinónimo de "erro básico evidente até para um cego".

Por exemplo há cegos que ainda defendem:
1- que o tsipras vale alguma coisa: quando fez colapsar uma economia atacando idosos, doentes e crianças;
2- varoufakis por na sua tática incompetente e totalitária ter acrescentado algo: quando apenas reforçou o sofrimento de um povo, e depois foi para a ilha apanhar sol e dar um mergulho - esquerda caviar no seu melhor: faz merda e depois foge para o paraíso onde não se sente a crise;
3- que não estavamos perante um golpe de estado, quando sabemos perfeitamente a "fibra" de que é feito boa parte do syriza: anarquia, partir tudo, guerra, etc.

Por isso é que defendo que se deve fazer TUDO ao nosso alcance para colocar na linha estes radicais. TUDO o que for necessário.
E o povo claro vai pagar com fome e miséria as escolhas que fez. Os portugueses que aprendam rápido.

Castelbranco

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 929
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #9134 em: 2015-07-27 12:38:40 »
partidarismos não conseguem levar uma economia ás costas, está-se a ver o caso brasileiro o lula foi o maior enquanto o mercado foi a favor, 2001/2007 matérias primas em alta constante, depois seguiu-se a mesma politica e foi o que se viu e ve, e porque? porque as matérias primas estão em queda o ouro e o crude ainda teem segurado um pouco mas se continuarem a deslizar então instala-se o caos nos emergentes.

os gregos caso não mudassem de partido estavam praticamente na mesma assim como Portugal entre outros que estão na mesma situação, se sofrermos aqui um crash podemos nos preparar para o pior, pois num sistema já enfraquecido basta um pequeno empurrão para capitular

hermes

  • Global Moderator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2836
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #9135 em: 2015-07-27 13:05:49 »
partidarismos não conseguem levar uma economia ás costas, está-se a ver o caso brasileiro o lula foi o maior enquanto o mercado foi a favor, 2001/2007 matérias primas em alta constante, depois seguiu-se a mesma politica e foi o que se viu e ve, e porque? porque as matérias primas estão em queda o ouro e o crude ainda teem segurado um pouco mas se continuarem a deslizar então instala-se o caos nos emergentes.

os gregos caso não mudassem de partido estavam praticamente na mesma assim como Portugal entre outros que estão na mesma situação, se sofrermos aqui um crash podemos nos preparar para o pior, pois num sistema já enfraquecido basta um pequeno empurrão para capitular

Lá que a tua análise económica esteja correcta isso não quer dizer que todos os problemas de Portugal sejam pregos económicos.

Na próxima crise cá teremos a troika outra vez. Desde que a crise venha do exterior a ajuda tb vem. Basta a Portugal facilitar a vida dos políticos da Europa do Norte dando a aparência de estar a cooperar, pois os eleitores desses países verão o problema como um acto da natureza que se abateu sobre um país ainda fragilizado e por sua vez os políticos desses países não querem ficar para a História como os destruidores do ideal europeu.
"Everyone knows where we have been. Let's see where we are going." – Another

vbm

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 13828
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #9136 em: 2015-07-27 13:43:02 »
:)

vbm

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 13828
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #9137 em: 2015-07-27 14:00:42 »
Citar
If the ECB tries to avoid depression in the deficit bloc (i.e., keeps its inflation rate at, say, 3%) and the deficit countries as a bloc (equivalent to about 2/3 of euro-area GDP) have to improve competitiveness by, say, 30%, over a five-year period,

then that would involve euro depreciation of 50% and (with1/3 passthrough into German Bloc CPI) a rise of 17% (almost 3½% a year) German Bloc price level, taking German Bloc inflation to around 6½% for five years.



Gostava de perceber a aritmética dos  cálculos a azul, mas não percebo!

Uma inflação (p) em 5 anos a 3% dá (1+p)^5 = 1.03^5 = 1.159;
que composta por uma elevação da competitividade (r) de 30% em 5 anos,
dá (face às outras zonas monetárias) uma desvalorização do euro, i.e.,
de valorização do  poder aquisitivo das outras moedas
de (1+p)^5 * (1+r)^5 = 1.159 * 1.300 = 1.507 = 1+50.7%.

Depois, parece atribuir 1/3 desta desvalorização da moeda ao bloco germânico
50.7% *1/3 = 16.9% -> 17%; que diz ser, em 5 anos, a desvalorização
acumulada de 3.5% ao ano:  1.035^5 = 1.188 > 1.17 [!?],

o que, afirma, elevaria a inflação nesse bloco
dos desejáveis 3% para 3%+3.5% = 6.5%...


Enfim, não percebo.

penso que o ganho de competividade seria em relação à alemanha.
quer dizer que a competitividade da alemanha subia zero.

como a alemanha já teria inflação de 3% devido ao BCE, teria que se lhe adicionar em inflação o que os outros países cresciam em competitividade.

L


Ainda ando à volta da questão, da "issue",
como dizem os europeus de expressão anglóide! :)
Talvez consiga perceber.

Mas, de facto o que observas parece-me o que é dito
no relatório: aumento da competitividade da zona euro,
pelo aumento da produtividade média em 5 anos,
+30%, e pela inflação, +3% p.a.
  • +3% p.a. -> (1.03)^5 = 1+15.9%.
Ou seja, a Euro-europa globalmente aumenta
a sua competitividade, valorizando
o pacote de divisas alheio
à zona euro em
  • 1.159*1.3 = 1.507 = 1.0854^5,
i.e., os países não-euro aumento o seu poder
de compra em euros em 8.5% p.a.


Mas preciso de perceber o 'breakdown' dos países euro, 1/3 e 2/3,
polo germânico, polo latino (ou não-alemão), em termos
de variação de competitividade e excedente
de inflação alemã, nos dois segmentos
económicos. Presumo ser
uma repartição simples.
Verei.
« Última modificação: 2015-07-27 14:07:13 por vbm »

itg00022289

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2332
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #9138 em: 2015-07-27 15:06:25 »
Um longo perfil do Varoufakis na "The New Yorker"

http://www.newyorker.com/magazine/2015/08/03/the-greek-warrior

Castelbranco

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 929
    • Ver Perfil
Re: Grécia - Tópico principal
« Responder #9139 em: 2015-07-27 15:09:59 »
partidarismos não conseguem levar uma economia ás costas, está-se a ver o caso brasileiro o lula foi o maior enquanto o mercado foi a favor, 2001/2007 matérias primas em alta constante, depois seguiu-se a mesma politica e foi o que se viu e ve, e porque? porque as matérias primas estão em queda o ouro e o crude ainda teem segurado um pouco mas se continuarem a deslizar então instala-se o caos nos emergentes.

os gregos caso não mudassem de partido estavam praticamente na mesma assim como Portugal entre outros que estão na mesma situação, se sofrermos aqui um crash podemos nos preparar para o pior, pois num sistema já enfraquecido basta um pequeno empurrão para capitular

Lá que a tua análise económica esteja correcta isso não quer dizer que todos os problemas de Portugal sejam pregos económicos.

Na próxima crise cá teremos a troika outra vez. Desde que a crise venha do exterior a ajuda tb vem. Basta a Portugal facilitar a vida dos políticos da Europa do Norte dando a aparência de estar a cooperar, pois os eleitores desses países verão o problema como um acto da natureza que se abateu sobre um país ainda fragilizado e por sua vez os políticos desses países não querem ficar para a História como os destruidores do ideal europeu.

pois...mas ao que parece toda a gente ignora o efeito dominó...ao cair a grecia a seguir será Portugal depois a espanha ou italia frança e assim por diante.....

Não te parece que o esforço da comunidade europeia para manter a grecia no euro foi demasiado elevado? e porque? foi precisamente para tentar evitar o desmoronamento imediato, através do contagio