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Autor Tópico: Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal  (Lida 655077 vezes)

Incognitus

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2020 em: 2014-08-14 16:42:04 »
Deixem lá o futebol fora do Espírito Santo ... o que acontece no futebol é altamente irrelevante. Na realidade a única ligação potencial a este caso é que o BES financiava algumas das equipas e deve deixar de o fazer, talvez venham a miar as equipas também, incluindo o Benfica.
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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2021 em: 2014-08-14 16:48:02 »
Deixem lá o futebol fora do Espírito Santo ... o que acontece no futebol é altamente irrelevante. Na realidade a única ligação potencial a este caso é que o BES financiava algumas das equipas e deve deixar de o fazer, talvez venham a miar as equipas também, incluindo o Benfica.

O Benfica até está muito relacionado com este tópico.

Counter Retail Trader

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2022 em: 2014-08-14 17:01:09 »
Gostei do texto "dias de panico na bolsa"

Principalmente a parte  do "almoçava garoupa grelhada"  ou do bmw  .

Para acabar em beleza "Longe vão os tempos em que os títulos das empresas podiam ser consultados tranquilamente na praia ou à beira da piscina."  -------» Quando ?
« Última modificação: 2014-08-14 17:03:13 por Counter Retail Trader »

Pangloss

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2023 em: 2014-08-14 18:45:18 »

Novidades sumarentas sobre a questão do Papel Comercial. Até que ponto é que o BdP vai ser rigoroso com a análise custo-benefício?

Lisboa, Portugal 14/08/2014 17:15 (LUSA)
Lisboa, 14 ago (Lusa) – O Banco de Portugal disse hoje que o Novo Banco pode vir a reembolsar dívida emitida por empresas do Grupo Espírito Santo (GES) vendida aos clientes do BES, mas desde que esse pagamento não ponha financeiramente em causa a instituição.
Em comunicado hoje divulgado, o Banco de Portugal (BdP) afirma que quaisquer títulos de dívida “não emitidos pelo Banco Espírito Santo devem ser reembolsados pelos respetivos emitentes, uma vez que são estes os devedores dos créditos relativos a esses títulos ou obrigações”.
No entanto, o BdP acrescenta que, caso o Novo Banco queira reembolsar esses instrumentos, a instituição liderada por Vítor Bento pode fazer propostas nesse sentido, mas tem de “assegurar um impacto positivo ou neutro ao nível dos resultados, rácios de capital e posição de liquidez”.
“Eventuais propostas de tratamento dos clientes de retalho que detenham estes instrumentos, de que o Novo Banco não é devedor, e que se revelem importantes para a preservação da relação de confiança com os clientes, dependem de condições que têm de ser definidas pelo Conselho de Administração do Novo Banco”, lê-se na nota do BdP.
Nas deliberações hoje tomadas pelo Conselho de Administração do Banco de Portugal, pode ainda ler-se que o Novo Banco não pode fazer qualquer pagamento “sem que o Banco de Portugal aprecie o conteúdo de um inventário exaustivo” desses títulos e ainda por liquidar.
Diz ainda a entidade liderada por Carlos Costa que “qualquer pagamento a um determinado cliente de retalho deve ser precedido de uma avaliação do custo-benefício financeiro para o Novo Banco da proposta comercial”.
Além disso, só podem ser feitos pagamentos a investidores não qualificados e que tenham adquirido os títulos até 14 de fevereiro, já que a partir dessa data foi proibida essa comercialização pelo BdP.
O Banco de Portugal referiu ainda hoje que obrigações não subordinadas do BES “serão reembolsadas pelo Novo Banco na data do seu vencimento” e que caso o Novo Banco queira recomprar antecipadamente esses títulos tem também de “assegurar um impacto positivo ou neutro ao nível dos resultados, rácios de capital e posição de liquidez".
Já obrigações subordinadas, cujos credores não têm prioridade no reembolso, ficaram no ‘bad bank’.
Na terça-feira à noite, o BdP já tinha dito que o Novo Banco podia vir a assumir o pagamento de dívida emitida pelo GES até ao final do primeiro semestre deste ano, desde que documentalmente comprovada, apesar de a responsabilidade por esta ficar no 'bad bank'.
Nos últimos tempos, tem sido questionado a quem caberá reembolsar a dívida emitida por empresas do GES vendidas ao balcão do BES, com clientes do banco a virem a público afirmar que vão recorrer ao Tribunal para serem ressarcidos do dinheiro investido.
Nas contas do primeiro semestre do BES, em que o banco apresentou prejuízos históricos de 3,6 mil milhões de euros, é dito que a 30 de junho havia 3,1 mil milhões de euros de títulos de dívida emitidos por empresas do GES e subscritos por clientes do Grupo BES.
Destes, 2 mil milhões de euros tinham sido tomados por clientes institucionais e 1,1 mil milhões de euros por particulares.
IM// ATR
Lusa/Fim

Zenith

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2024 em: 2014-08-14 19:44:44 »
Estr processo de resgate tem sido do ponto de vista de comunicação péssimamente conduzido. O BdP umas vezes faz afiramções com muitas certezas que logo a seguir desmente como logo a seguir faz uso da ambiguidade.
Por exemplo
Citar
“assegurar um impacto positivo ou neutro ao nível dos resultados, rácios de capital e posição de liquidez”
o reembolso de papel comercia foi assumido e incluido nas provisoes, a injecção de capital foi feita para precisamente com todas as provisões e todas as exclusões verificar os racio (creio que de 9,5% para o core tier 1). Portanto se o papel comercial fosse reembolsado amanhã não havia degradação dos racio. Significa isso que outro tipo de dívida do GES pode ser considerado, ou que esta previsto reembolso do PC daqui a um ano e se banco perder metade dos clientes e isso resultar em prejuizo entao os racios ja estarao outra vez periclicantes e é melhor cancelar o reembolso de PC?
Ou então á maneira do que parece já era praticado no antigo BES, cliente vai ser reembolsado se se comprometer a subscrever dívida não do GES mas de outro grupo que tiver caído nas boas graças de Novo Banco?
Ja disse num post anterior que depois de ter assumido que ia pagar o PC ter consituido provisões para isso que levaram os prejuizos para 3577M€ ter usado esse prejuizo tão gigantesto como justificação para entrada no banco, resolver não pagar pode ser considerado como manipulação de contas destinadas a efectuar um golpe no BES ou manipular mercado.
A decisão de não pagar dívida de outras empresas tinha de ser assumida logo no início e nesse caso banco ainda podia tentar cativar esses clientes (pelo menos os que ainda tivessem ficado com alguma coisa) negociando DPs com mais uns pós percentuais ou menos uns pontos em emprestimos (claro que se estivermos a pensar em coisa á volta 1,5-2,5  pontos percentuais seriam precisos muitos anos para recuperar).

vbm

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2025 em: 2014-08-14 20:55:32 »
Citar
[ ] o reembolso de papel comercia foi assumido e incluido nas provisoes, a injecção de capital foi feita para precisamente com todas as provisões e todas as exclusões verificar os racio (creio que de 9,5% para o core tier 1). Portanto se o papel comercial fosse reembolsado amanhã não havia degradação dos racio. Significa isso que outro tipo de dívida do GES pode ser considerado, ou que esta previsto reembolso do PC daqui a um ano e se banco perder metade dos clientes e isso resultar em prejuizo entao os racios ja estarao outra vez periclicantes e é melhor cancelar o reembolso de PC?

Exactamente! Sem essa flexibilidade, a gestão do Novo Banco como geriria a clientela? E não precisa de propor o reembolso integral do papel! Pode ser um reembolso de parte dele, o que já é bem bom para o cliente, ficando o NB detentor da parte que reembolse. O facto de estar provisionado, não significa que não vale nada: tudo o que se cobre, desactiva, libera, a provisão em igual importância.

Citar
Ou então á maneira do que parece já era praticado no antigo BES, cliente vai ser reembolsado se se comprometer a subscrever dívida não do GES mas de outro grupo que tiver caído nas boas graças de Novo Banco?

Não, isso não tem lógica, nem é preciso. Já haverá  muito que fazer amortizando o papel comercial impingido anteriormente pelo BES.

Citar
Ja disse num post anterior que depois de ter assumido que ia pagar o PC ter consituido provisões para isso que levaram os prejuizos para 3577M€ ter usado esse prejuizo tão gigantesto como justificação para entrada no banco, resolver não pagar pode ser considerado como manipulação de contas destinadas a efectuar um golpe no BES ou manipular mercado.

Não importa. A provisão acautela o prejuízo potencial. Só deve pagar, se o cliente interessar e continuar com a sua tesouraria no NB. Se quer receber e logo escapulir-se, o NB não deve deixar-se enrolar com essa facilidade.

Citar
A decisão de não pagar dívida de outras empresas tinha de ser assumida logo no início e nesse caso banco ainda podia tentar cativar esses clientes (pelo menos os que ainda tivessem ficado com alguma coisa) negociando DPs com mais uns pós percentuais ou menos uns pontos em emprestimos (claro que se estivermos a pensar em coisa á volta 1,5-2,5  pontos percentuais seriam precisos muitos anos para recuperar).

Não. A  flexibilidade deve ser a  regra. Tudo negociado caso a caso.

Claro, pode recear-se a gestão do NB não ter essa aptidão de banqueiro,
como porventura, o BES teria... Mas ver-se-á. Victor Bento é confiável
mas  não tem  provas dadas como banqueiro...

Aliás, tenho curiosidade de ouvir como o R. Salgado
vai argumentar a posição que anunciou
de não se sentir culpado
pela queda do banco!
« Última modificação: 2014-08-14 20:57:35 por vbm »

Kin2010

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2026 em: 2014-08-14 21:15:55 »
Tantas coisas mal explicadas. E tanta falta de inteligência dos jornalistas.

Por ex, dizem que o NB está autorizado a reembolsar o PC se isso não tiver impacto nas suas contas... Alguém me explique como é isso possível. Se alguém me ordenar que eu tire alguns euros da minha carteira para dar a alguém, isso impacta as minhas contas, não?

E os jornalistas escrevem estas pérolas sem sequer tentarem perceber ou explicar.

Zenith

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2027 em: 2014-08-14 21:23:43 »
Essa pérola é do Banco de Portugal, eles apenas citaram.
http://www.bportugal.pt/pt-PT/OBancoeoEurosistema/ComunicadoseNotasdeInformacao/Paginas/combp20140814.aspx
Como fizeram provisões se reembolsarem impacto é neutro. Se não reembosaram como já tinham feito provisoes vão ter de registar como ganho extraordinário e coisas melhoram  ;D
O impacto pode ser negativo se ao reembolso acrescentarem uma indemnização de mais 50% por danos psicologicos devido a stress que possa ter sido causado  ;D


« Última modificação: 2014-08-14 21:26:03 por Zenith »

Kin2010

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2028 em: 2014-08-15 02:24:31 »
Bem, mas mesmo assim há impacto. Se não pagarem ficam melhor, provisionado ou não.

eagle51

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2029 em: 2014-08-15 10:38:47 »
Se não pagarem ficam melhor no imediato, mas pior a prazo com muitos clientes a irem depressa mais depressa. Pelo que percebo, este Novo Banco não está feito para apresentar lucro mas sim para ter as contas equilibradas para ser vendido. Quem quer comprar um banco sem clientes ou clientes descontentes ?

Pergunto-me é como vai o NB apresentar propostas aos clientes com PC. Com base num corte de x % para todos ? Com um acordo de "pagamos tudo ou x %, se o cliente garantir manter-se fiel durante y tempo" (não sei como se aplica isto, talvez comprando uma aplicação financeira que apenas se pode movimentar ao fim desse y tempo sem custos) ? Pagamos a 100 % e mais nada (as provisões dão para isso ?) ?

Incognitus

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2030 em: 2014-08-15 12:37:25 »
Bem, por um lado não devem ser tantos clientes assim, e por outro que género de cliente compra PC sem querer justificando pagar-lho? Não deve ser lá muito inteligente esse cliente nem deve ter grande capacidade de repor património para lá do PC.
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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2031 em: 2014-08-15 13:01:33 »
Bem, por um lado não devem ser tantos clientes assim, e por outro que género de cliente compra PC sem querer justificando pagar-lho? Não deve ser lá muito inteligente esse cliente nem deve ter grande capacidade de repor património para lá do PC.

Conheces a forma como o PC esta feito e distribuído pelas carteiras?

Incognitus

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2032 em: 2014-08-15 13:06:52 »
Não, mas sei que um cliente inteligente e capaz de criar mais património não compraria PC enganado, logo quem comprou não foi enganado ou tendo-o sido não tem capacidade de repor património pelo que não faz grande sentido pagar-lhe.
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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2033 em: 2014-08-15 13:10:49 »
Não, mas sei que um cliente inteligente e capaz de criar mais património não compraria PC enganado, logo quem comprou não foi enganado ou tendo-o sido não tem capacidade de repor património pelo que não faz grande sentido pagar-lhe.

Bela argumentação. Ja vi que sabes do assunto. Sendo assim nada a fazer.

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2034 em: 2014-08-15 13:17:35 »
Quando se fala agora no BES ou Novo Banco fala-se muito em confiança, e refere-se que a confiança é o activo mais valioso que um pode pode ter etc etc
No entanto esta história do PC parece estar a ser conduzida com o intuito de retirar confiança.
Legalmente o banco não tem nada que pagar dívidas de outros. Se quando os problemas da RioForte e ESI começassem a surgir alguém fosse perguntar ao banco "venderam-me isso como DP como é que vai ser?", e lhe fosse respondido "voce assinou que conhecia riscos banco é apenas intermediario não poderemos assumir isso", e BdP chamado a pronunciar-se dissesse "tanto quanto é do nosso conhecimento não houve coacção e posição do banco é correcta", não haveria nada a dizer.
Os lesados poderiam para tribunal e se fossem acções individuais um agricultor analfabeto talvez ganhasse, um professor de finanças com pos-graduação em direito economico teria algumas dificuldades em convencer o mais benévolo dos juizes que tinha sido enganado. Se fosse uma acção colectiva mais difícil prever o desfecho.
Moral à parte o banco poderia depois discricionariamente avaliar os pros e contras de pagar vs perder cliente e pagar aqueles que não quisesse perder e mandar á vida os que não lhe interessava (embora fosse perigoso pq se viesse a publico poderia influenciar processos a correr).
Agora o que aconteceu, foi que o BdP detectou falhas comportamentais, exigiu que clientes do PC fossem reembolsados tenho imposto constituição de uma provisão para isso (na verdade no ESFG e não no BES), que depois BES assumiu que resultou num empolamento dos prejuizos justificando intervenção. Depois disso o BdP vem surpreendemente dizer que não tem nada a ver com isso, banco que decida mas muito cuidadinho!!!

Se contassemos essa história a um potencial investidor estrangeiro o que iria pensara? "Se naquele país comportamento do supervisor é assim tão errático, nem quero imaginar o comportamento dos supervisionados. Qualquer reuniaõ com banco teria de levar 3 ou 4 advogados. Melhor esquecer um país com sistema bancário desses"

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2035 em: 2014-08-15 13:22:42 »
Não, mas sei que um cliente inteligente e capaz de criar mais património não compraria PC enganado, logo quem comprou não foi enganado ou tendo-o sido não tem capacidade de repor património pelo que não faz grande sentido pagar-lhe.

Bela argumentação. Ja vi que sabes do assunto. Sendo assim nada a fazer.

O pagar do PC vai ser uma decisão arbitrária - seria impossível justificá-la com a rendibilidade dos clientes favorecidos, porém, visto que é impossível de justificar 100% de uma coisa com comissões. Adicionalmente, os clientes onde justificar esse pagamento faria mais sentido - clientes bem informados capazes de multiplicar o património, logo fazendo com que as comissões possam ser menos de 100% de uma base mais alargada - são precisamente aqueles onde a probabilidade de terem sido enganados é menor.
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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2036 em: 2014-08-15 13:24:51 »
Quando se fala agora no BES ou Novo Banco fala-se muito em confiança, e refere-se que a confiança é o activo mais valioso que um pode pode ter etc etc
No entanto esta história do PC parece estar a ser conduzida com o intuito de retirar confiança.
Legalmente o banco não tem nada que pagar dívidas de outros. Se quando os problemas da RioForte e ESI começassem a surgir alguém fosse perguntar ao banco "venderam-me isso como DP como é que vai ser?", e lhe fosse respondido "voce assinou que conhecia riscos banco é apenas intermediario não poderemos assumir isso", e BdP chamado a pronunciar-se dissesse "tanto quanto é do nosso conhecimento não houve coacção e posição do banco é correcta", não haveria nada a dizer.
Os lesados poderiam para tribunal e se fossem acções individuais um agricultor analfabeto talvez ganhasse, um professor de finanças com pos-graduação em direito economico teria algumas dificuldades em convencer o mais benévolo dos juizes que tinha sido enganado. Se fosse uma acção colectiva mais difícil prever o desfecho.
Moral à parte o banco poderia depois discricionariamente avaliar os pros e contras de pagar vs perder cliente e pagar aqueles que não quisesse perder e mandar á vida os que não lhe interessava (embora fosse perigoso pq se viesse a publico poderia influenciar processos a correr).
Agora o que aconteceu, foi que o BdP detectou falhas comportamentais, exigiu que clientes do PC fossem reembolsados tenho imposto constituição de uma provisão para isso (na verdade no ESFG e não no BES), que depois BES assumiu que resultou num empolamento dos prejuizos justificando intervenção. Depois disso o BdP vem surpreendemente dizer que não tem nada a ver com isso, banco que decida mas muito cuidadinho!!!

Se contassemos essa história a um potencial investidor estrangeiro o que iria pensara? "Se naquele país comportamento do supervisor é assim tão errático, nem quero imaginar o comportamento dos supervisionados. Qualquer reuniaõ com banco teria de levar 3 ou 4 advogados. Melhor esquecer um país com sistema bancário desses"

Cria-se uma situação estranha. Mas também é diferente o BES pagar o PC quando ainda é uma entidade viável, de o fazer pagando a credores de terceiros quando já está a queimar credores próprios.
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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2037 em: 2014-08-15 13:30:43 »
Quando se fala agora no BES ou Novo Banco fala-se muito em confiança, e refere-se que a confiança é o activo mais valioso que um pode pode ter etc etc
No entanto esta história do PC parece estar a ser conduzida com o intuito de retirar confiança.
Legalmente o banco não tem nada que pagar dívidas de outros. Se quando os problemas da RioForte e ESI começassem a surgir alguém fosse perguntar ao banco "venderam-me isso como DP como é que vai ser?", e lhe fosse respondido "voce assinou que conhecia riscos banco é apenas intermediario não poderemos assumir isso", e BdP chamado a pronunciar-se dissesse "tanto quanto é do nosso conhecimento não houve coacção e posição do banco é correcta", não haveria nada a dizer.
Os lesados poderiam para tribunal e se fossem acções individuais um agricultor analfabeto talvez ganhasse, um professor de finanças com pos-graduação em direito economico teria algumas dificuldades em convencer o mais benévolo dos juizes que tinha sido enganado. Se fosse uma acção colectiva mais difícil prever o desfecho.
Moral à parte o banco poderia depois discricionariamente avaliar os pros e contras de pagar vs perder cliente e pagar aqueles que não quisesse perder e mandar á vida os que não lhe interessava (embora fosse perigoso pq se viesse a publico poderia influenciar processos a correr).
Agora o que aconteceu, foi que o BdP detectou falhas comportamentais, exigiu que clientes do PC fossem reembolsados tenho imposto constituição de uma provisão para isso (na verdade no ESFG e não no BES), que depois BES assumiu que resultou num empolamento dos prejuizos justificando intervenção. Depois disso o BdP vem surpreendemente dizer que não tem nada a ver com isso, banco que decida mas muito cuidadinho!!!

Se contassemos essa história a um potencial investidor estrangeiro o que iria pensara? "Se naquele país comportamento do supervisor é assim tão errático, nem quero imaginar o comportamento dos supervisionados. Qualquer reuniaõ com banco teria de levar 3 ou 4 advogados. Melhor esquecer um país com sistema bancário desses"

Cria-se uma situação estranha. Mas também é diferente o BES pagar o PC quando ainda é uma entidade viável, de o fazer pagando a credores de terceiros quando já está a queimar credores próprios.

Mais uma vez foi o BdP que tomou essa decisão. Em vez de chamar esses credores a ajudar na recapitalização preferiu manda-los dar uma volta!!!
« Última modificação: 2014-08-15 13:33:05 por Zenith »

johnpotato

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2038 em: 2014-08-15 13:39:15 »
Quando se fala agora no BES ou Novo Banco fala-se muito em confiança, e refere-se que a confiança é o activo mais valioso que um pode pode ter etc etc
No entanto esta história do PC parece estar a ser conduzida com o intuito de retirar confiança.

Também o vejo da mesma forma.
Esta arbitrariedade vai aumentar a percepção do risco sobre o investimento em Portugal.

Incognitus

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Re:Banco Espírito Santo (BES) - Tópico principal
« Responder #2039 em: 2014-08-15 13:53:23 »
Quando se fala agora no BES ou Novo Banco fala-se muito em confiança, e refere-se que a confiança é o activo mais valioso que um pode pode ter etc etc
No entanto esta história do PC parece estar a ser conduzida com o intuito de retirar confiança.
Legalmente o banco não tem nada que pagar dívidas de outros. Se quando os problemas da RioForte e ESI começassem a surgir alguém fosse perguntar ao banco "venderam-me isso como DP como é que vai ser?", e lhe fosse respondido "voce assinou que conhecia riscos banco é apenas intermediario não poderemos assumir isso", e BdP chamado a pronunciar-se dissesse "tanto quanto é do nosso conhecimento não houve coacção e posição do banco é correcta", não haveria nada a dizer.
Os lesados poderiam para tribunal e se fossem acções individuais um agricultor analfabeto talvez ganhasse, um professor de finanças com pos-graduação em direito economico teria algumas dificuldades em convencer o mais benévolo dos juizes que tinha sido enganado. Se fosse uma acção colectiva mais difícil prever o desfecho.
Moral à parte o banco poderia depois discricionariamente avaliar os pros e contras de pagar vs perder cliente e pagar aqueles que não quisesse perder e mandar á vida os que não lhe interessava (embora fosse perigoso pq se viesse a publico poderia influenciar processos a correr).
Agora o que aconteceu, foi que o BdP detectou falhas comportamentais, exigiu que clientes do PC fossem reembolsados tenho imposto constituição de uma provisão para isso (na verdade no ESFG e não no BES), que depois BES assumiu que resultou num empolamento dos prejuizos justificando intervenção. Depois disso o BdP vem surpreendemente dizer que não tem nada a ver com isso, banco que decida mas muito cuidadinho!!!

Se contassemos essa história a um potencial investidor estrangeiro o que iria pensara? "Se naquele país comportamento do supervisor é assim tão errático, nem quero imaginar o comportamento dos supervisionados. Qualquer reuniaõ com banco teria de levar 3 ou 4 advogados. Melhor esquecer um país com sistema bancário desses"

Cria-se uma situação estranha. Mas também é diferente o BES pagar o PC quando ainda é uma entidade viável, de o fazer pagando a credores de terceiros quando já está a queimar credores próprios.

Mais uma vez foi o BdP que tomou essa decisão. Em vez de chamar esses credores a ajudar na recapitalização preferiu manda-los dar uma volta!!!

Queimá-los é ajudar na recapitalização. Mas continua a ser estranho, depois disso acontecer, andar a pagar a credores de terceiros e não pagar aos próprios. Além do mais nem se pode usar o argumento de as coisas terem sido vendidas como DPs, pois se isso aconteceu no PC também aconteceu nas subordinadas. Basicamente não existe um argumento válido para pagar PC de outros e não pagar subordinadas, simultaneamente.
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