Não se lembram de, há alguns meses atrás – quando a hipótese da privatização da CGD andava no ar -, o Ricardo Salgado (esse mesmo) vir afirmar, do alto da sua posição e arrogância: “O Estado a gerir bancos é um desastre!”?
Os ideólogos situacionistas rejubilaram: “Vejam o êxito deste homem! Veja força do seu Banco!”, que é como quem dizia: “Entreguem a esta gente a CGD e verão!”.
Agora, esses ideólogos, uns andam calados como ratos sobre o assunto (o Raposo, p. ex.), outros contentam-se em apregoar (para ver se se convencem a eles mesmos e a mais alguém, como JMF) que “não teremos outro BPN”, outros ainda (como o impagável Rui Ramos) defendem a tese de que “quem vem a seguir é que paga sempre” (para ilibar este governo), querendo que nos esqueçamos que foram os amigos de Cavaco que arruinaram o BPN e que foi a desregulação sistémica (“virtuosa”, tese ultraliberal) que causou o terramoto financeiro que estamos a viver sob o nome genérico e desculpabilizante de “crise”.