Comboios de Alta Velocidade

Da Thinkfn

Já é conhecida a tendência dos nossos governantes para sentirem a necessidade de trocar de automóvel de 3 em 3, ou de 4 em 4 anos. Também já é conhecida a necessidade de os automóveis escolhidos serem de cilindradas elevadas (chegando a 4200 cc no caso do último modelo comprado para a Câmara Municipal de Lisboa). Isto não obstante existir um limite de velocidade legal de 120km/h (mas isso fica para depois).

O que começa a ser preocupante, é que esta necessidade de trocar para o último modelo mais potente e rápido parece agora alastrar a outras áreas ainda mais dispendiosas.

Sabem, é que há alguns anos atrás - embora poucos se lembrem - Portugal já escolheu entre diversos modelos de comboios de alta velocidade, e o escolhido foi um Pendular quase tão rápido como o TGV. Este pendular entrou ao serviço à cerca de 5 anos atrás, e embora não nas condições ideais para expor toda a sua velocidade, acabou por ser um sucesso comercial (embora seja difícil dizer com base nas estatísticas disponíveis se também terá sido um sucesso económico-financeiro – o que duvido).

Pois bem, mas se já escolhemos um comboio de alta velocidade há menos de uma década atrás, e se já o temos, porque raio é que agora queremos comprar outro? E mais ainda, porque é que queremos comprar um comboio que pelas infraestruturas que necessita, GARANTE que vai ser um fracasso económico-financeiro mesmo que seja um sucesso comercial?

Se se comprar o TGV, vão ser todos os Portugueses a pagar mais uma inutilidade dispendiosa, para a qual ainda por cima já comprámos alternativa há poucos anos atrás. No mínimo, a decisão sobre se é necessário ou não um NOVO comboio de alta velocidade deveria ficar para próximo do dia em que o que já temos se estivesse a tornar obsoleto.

Fica o protesto pelo despesismo desenfreado.

Ficam também dois artigos externos interessantes, sobre o tema:

http://urbi.ubi.pt/010522/edicao/68reg_tgv.html

http://www.sindefer.pt/nanoticia.asp?NoticiaID=738


Autor

Incognitus, em 10/10/2004

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