Estudando bolhas

Da Thinkfn
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Devido a uma criação de dívida sem precedentes na História moderna, estamos a assistir à criação de bolhas sequenciais. A liquidez é brutal e quando um tipo de activos acaba de ser inflaccionado e estoira, logo outro tipo de activos se levanta. A procura de tendência está, uniformemente, a ser levada a extremos.

Neste ambiente, é interessante conhecer um pouco mais sobre a actuação do ser humano durante a formação de bolhas.

Dir-se-ia que o ser humano, racional, não seria apanhado facilmente duas vezes na mesma armadilha.

Porém, não é isso que nos diz a investigação. Num estudo conduzido pelo Dr.Vernon Smith, Nobel da Economia em 2002, este observou algo interessante.

O estudo consistia em um grupo de participantes transaccionarem uma acção que pagava dividendos, e cujo valor lhes era claramente transmitido. Invariavelmente, no curso de a transaccionarem estes participantes formavam uma bolha, despenhando-se de seguida a acção para o seu valor fundamental.

Seria de esperar que, se repetido o exercício com o mesmo grupo de participantes, e tendo estes sofrido perdas terríveis, isso não se repetisse. Mas eis que, quando tal experiência é feita, o mesmo volta a acontecer, apenas com a diferença de que a bolha se forma mais rápido e rebenta mais cedo.

Assim, o que se conclui, é que os participantes não aprenderam “especular não vale a pena” mas sim “é preciso vender mais rápido quando a bolha estoirar” ... ainda que isso se prove não funcionar.

Segundo Smith, os participantes invariavelmente reportam que ficaram surpresos com a velocidade a que o mercado virou, e o quão difícil é sair a um preço favorável após ele virar. Apenas quando a sessão é corrida pela terceira vez não se verifica a formação de uma bolha.


Autor

Incognitus, em 16/6/2005

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