Ben Bernanke, que pensar?

Da Thinkfn
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A principal história de o­ntem foi a nomeação de Ben Barnanke para próximo presidente da Reserva Federal (FED) a partir de 1 de Janeiro de 2006, em substituição de Alan Greenspan. Este evento foi por alguns tomado como positivo e como um dos catalisadores do mercado, pois Barnanke é visto como mais "suave" na sua visão da necessidade de subir taxas.

Porém, há também que referir que um dos perigos mais presentes nesta altura é a inflação, e a possível subida de taxas de juro de longo prazo daí decorrentes. E que Bernanke é especialmente conhecido pelas suas afirmações de que no combate à possível deflação (em 2002), o FED se necessário atiraria dinheiro de helicópteros. Além disso, Bernanke também referiu que os EUA "têm rotativas - ou hoje o seu equivalente electrónico - que lhe permitem produzir tantos dólares quanto necessários a custo essencialmente zero".

Um monetarista capaz de diluir o valor da moeda para próximo de zero se tal se tornar necessário não parece uma coisa muito positiva, especialmente após a criação de bolhas sucessivas na Economia americana, desde a das Acções ao Imobiliário, bolhas essas sustentadas no crédito (demasiado) fácil.

A nomeação de Barnanke é também vista como sendo uma nomeação política, e portanto menos independente.

No entanto, e tendo em conta que Bernanke deverá querer estabelecer uma imagem de imparcialidade e dureza, não será de espantar que a sua primeira acção consista em mais uma subida de taxas (nem que seja só uma).

Depois, bem, depois tudo aponta para que a política monetária americana venha a dar menos importância à inflação precisamente num momento em que a inflação mais parece ameaçar. Isto não obstante Bernanke ser um defensor dos "objectivos de inflação" quantificados.

Não espanta assim que embora os mercados accionistas tenham subido devido a esta visão "mais suave" de Bernanke, o Dólar tenha sofrido um pouco (com continuidade hoje), e as obrigações a 10 anos americanas se tenham novamente aproximado dos perigosos 4.50%, que se ultrapassados convicentemente devem produzir mais uma subida rápida das taxas de juro longas.

Autor

Incognitus, em 25/10/2005

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