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Política e Economia Política / Re: Da Europa para o Globo
« Última por Reg em Hoje às 00:50:32 »falar do 25 de Abril devia consistir em falar de tudo o que o tornou uma data que faz sentido celebrar numa democracia integrada na União Europeia e na NATO.
Por dever de ofício, ouvi os discursos, vi os documentários e li os suplementos. Não pude, por isso, concluir outra coisa: cinquenta anos depois, continuamos a não saber falar do 25 de Abril de 1974, nem da democracia.
O 25 de Abril de 1974 continua a ser deturpado por um folclore que fez do PREC de 1975 a sua essência. Já era tempo de termos aprendido alguma história. O 25 de Abril foi um golpe militar que libertou o país de uma ditadura que negava aos portugueses o tipo de vida pública da Europa ocidental, e que se metera num beco sem saída com as guerras em África.
Por isso, toda a gente aderiu, como se viu no dia 1 de Maio de 1974. Mas foi também um golpe militar que, em poucos meses, descambou na última revolução marxista da Europa, que trespassou as antigas colónias de África a novas ditaduras sanguinárias e corruptas e que pôs em causa, em Portugal, o Estado de direito, a liberdade e o desenvolvimento. Em 1975, o PIB afundara-se e havia mais presos políticos do que em 1974. Por isso, muita gente lhe resistiu, nas urnas e nas ruas.
Por isso, não falamos de democracia quando comparamos as estatísticas de 2024 com as de 1974, e louvamos a democracia pelas diferenças que nos agradam. Sim, a sociedade portuguesa mudou muito entre 1974 e 2024. Mas também tinha mudado muito entre 1924 e 1974. Os dirigentes do Estado Novo também, a esse respeito, se davam por muito satisfeitos:
Portugal era, em 1974, mais próspero, mais urbano, mais instruído, e mais saudável do que tinha sido em 1924. Mas é tempo de aprender que uma democracia não se justifica como uma ditadura, com umas quantas estatísticas.
continuam a nao saber o que e democracia
Por dever de ofício, ouvi os discursos, vi os documentários e li os suplementos. Não pude, por isso, concluir outra coisa: cinquenta anos depois, continuamos a não saber falar do 25 de Abril de 1974, nem da democracia.
O 25 de Abril de 1974 continua a ser deturpado por um folclore que fez do PREC de 1975 a sua essência. Já era tempo de termos aprendido alguma história. O 25 de Abril foi um golpe militar que libertou o país de uma ditadura que negava aos portugueses o tipo de vida pública da Europa ocidental, e que se metera num beco sem saída com as guerras em África.
Por isso, toda a gente aderiu, como se viu no dia 1 de Maio de 1974. Mas foi também um golpe militar que, em poucos meses, descambou na última revolução marxista da Europa, que trespassou as antigas colónias de África a novas ditaduras sanguinárias e corruptas e que pôs em causa, em Portugal, o Estado de direito, a liberdade e o desenvolvimento. Em 1975, o PIB afundara-se e havia mais presos políticos do que em 1974. Por isso, muita gente lhe resistiu, nas urnas e nas ruas.
Por isso, não falamos de democracia quando comparamos as estatísticas de 2024 com as de 1974, e louvamos a democracia pelas diferenças que nos agradam. Sim, a sociedade portuguesa mudou muito entre 1974 e 2024. Mas também tinha mudado muito entre 1924 e 1974. Os dirigentes do Estado Novo também, a esse respeito, se davam por muito satisfeitos:
Portugal era, em 1974, mais próspero, mais urbano, mais instruído, e mais saudável do que tinha sido em 1924. Mas é tempo de aprender que uma democracia não se justifica como uma ditadura, com umas quantas estatísticas.
continuam a nao saber o que e democracia