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Autor Tópico: Portugal falido  (Lida 3443995 vezes)

vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #9240 em: 2014-12-21 15:54:25 »
:))

Os liberais fingem não entender que são joguetes
dos interesses que permitem vinguem na sociedade
desprotegendo a dignidade de cada um, a condição
absoluta para o máximo desenvolvimento de todos!

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #9241 em: 2014-12-21 15:59:46 »


Os liberais fingem não entender que são joguetes
dos interesses que permitem vinguem na sociedade
desprotegendo a dignidade de cada um, a condição
absoluta para o máximo desenvolvimento de todos!

Só pode, porque a sociedade avança a pulos e saltos com a produção dos colectivistas, como se vê em todas as sociedades que adoptam agressivamente o modelo.

Para mais, interesses existem em qualquer modelo - mas apenas num deles esses interesses conseguem ser avançados sem a vontade voluntária da contraparte. Adivinha em qual? Adivinha em qual é possível tirar a todos para dar a alguns sem nada em troca?
« Última modificação: 2014-12-21 16:00:55 por Incognitus »
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vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #9242 em: 2014-12-21 16:08:24 »
Só pode, porque a sociedade avança a pulos e saltos com a produção dos colectivistas, como se vê em todas as sociedades que adoptam agressivamente o modelo.

Nas ocasiões em que o progresso civilizacional
dos povos seja realmente dependente e pilotado
pela iniciativa dos cidadãos mais empreendedores
e liberais concordo que liderem e governem;

não, porém, quando viram rentistas
acomodados, monopolistas,
meros exploradores
do povo;

ou quando envesgam completamente
as oportunidades e a aplicação dos recursos
de que depende o bem estar de todo um país!

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Re: Portugal falido
« Responder #9243 em: 2014-12-21 16:46:12 »
A Albânia é um exemplo do liberalismo levado ao extremo, e não é um paradigma de prosperidade, crescimento económico, igualdade e justiça. Os efeitos de uma república liberal extremista são os mesmos de uma república colectivista levada ao extremo. Ambos os regimes não servem, por isso a discussão dicotómica tomando partido por um ou por outro é pueril.



Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #9244 em: 2014-12-21 17:22:19 »
Só pode, porque a sociedade avança a pulos e saltos com a produção dos colectivistas, como se vê em todas as sociedades que adoptam agressivamente o modelo.

Nas ocasiões em que o progresso civilizacional
dos povos seja realmente dependente e pilotado
pela iniciativa dos cidadãos mais empreendedores
e liberais concordo que liderem e governem;

não, porém, quando viram rentistas
acomodados, monopolistas,
meros exploradores
do povo;

ou quando envesgam completamente
as oportunidades e a aplicação dos recursos
de que depende o bem estar de todo um país!

Os liberais não querem liderar e governar. Querem apenas que os deixem, tanto quanto possível, em paz.

Monopólios e afins quase sempre são coisas que emergem da acção do Estado. Os monopólios naturais são (mais) raros.
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Re: Portugal falido
« Responder #9245 em: 2014-12-21 17:32:23 »
A Albânia é um exemplo do liberalismo levado ao extremo, e não é um paradigma de prosperidade, crescimento económico, igualdade e justiça. Os efeitos de uma república liberal extremista são os mesmos de uma república colectivista levada ao extremo. Ambos os regimes não servem, por isso a discussão dicotómica tomando partido por um ou por outro é pueril.

Já tens uma bola de cristal para saber como a Albânia vai evoluir, ou esqueceste-te que a Albânia era comunista para aí até 1992? Que a Albânia é pobre toda a gente sabe, mas não ficou pobre devido a ser liberal. Se hoje espetassem com comunismo num país rico, também não seria poucos anos depois que esse país seria pobre, no entanto seria absurdo argumentar que esse país seria o resultado que mostrava a viabilidade do comunismo.

O GDP per capita da Âlbania bem como o GDP em dóalres têm andado da seguinte forma (não parece que a experiência liberal, se de facto existe, seja um falhanço tão óbvio assim):

(De notar que também não existe tal coisa como "liberalismo extremo", não existe liberdade "demais" se o próprio sistema inclui limites à liberdade própria - que consistem em respeitar a liberdade e direitos dos outros indivíduos)



« Última modificação: 2014-12-21 17:33:54 por Incognitus »
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Re: Portugal falido
« Responder #9246 em: 2014-12-21 17:50:37 »
Que espécie de bens compõem o produto do país a partir de 2004?
Investimentos estrangeiros de produção de coisas sem interesse nenhum?
Reexportáveis para alienados que as comprem? Pode ser, e oxalá, que não.

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Re: Portugal falido
« Responder #9247 em: 2014-12-21 17:54:46 »
O período liberal aconteceu logo após deixar de ser comunista na década de 90, foi o caos, com proliferação de esquemas ponzi, automóveis roubados a circular, criminalidade extrema e êxodo da população para os países vizinhos. Transformou-se numa sociedade tribal, até que houve uma rebelião armada nos finais da década de 1990 que pôs fim a essa anarquia. Curiosamente quem ocupou o poder foi um partido socialista, que estabilizou o país e o conduziu aos resultados mais recentes.

mibusiness

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Re: Portugal falido
« Responder #9248 em: 2014-12-21 18:09:23 »
O período liberal aconteceu logo após deixar de ser comunista na década de 90, foi o caos, com proliferação de esquemas ponzi, automóveis roubados a circular, criminalidade extrema e êxodo da população para os países vizinhos. Transformou-se numa sociedade tribal, até que houve uma rebelião armada nos finais da década de 1990 que pôs fim a essa anarquia. Curiosamente quem ocupou o poder foi um partido socialista, que estabilizou o país e o conduziu aos resultados mais recentes.

então nesse caso era anarquista e não liberal

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Re: Portugal falido
« Responder #9249 em: 2014-12-21 18:17:25 »
O período liberal aconteceu logo após deixar de ser comunista na década de 90, foi o caos, com proliferação de esquemas ponzi, automóveis roubados a circular, criminalidade extrema e êxodo da população para os países vizinhos. Transformou-se numa sociedade tribal, até que houve uma rebelião armada nos finais da década de 1990 que pôs fim a essa anarquia. Curiosamente quem ocupou o poder foi um partido socialista, que estabilizou o país e o conduziu aos resultados mais recentes.

Liberalismo é diferente de anarquia. Anarquia após o final de um período comunista, bem como uma implosão económica, são normais. Esquemas ponzi, automóveis roubados ou criminalidade também não têm nada a ver com liberalismo (porque a liberdade de uns acaba onde começa o nariz dos outros).

Enfim, se a Âlbania não foi nem é liberal, porque é que a apresentaste como um exemplo do liberalismo?

Poderias ter usado outros países do Leste Europeu (por exemplo, a Estónia), que efectivamente seguiram políticas liberais, e que por esta altura provavelmente já ultrapassarm Portugal economicamente não obstante partirem muito atrás ...
« Última modificação: 2014-12-21 18:21:16 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re: Portugal falido
« Responder #9250 em: 2014-12-21 22:12:15 »
A Albânia teve um período, a seguir ao pós-comunismo, de típico neo-liberalismo com abolição de leis e regras. O liberalismo do laissez faire que em muito pouco tempo conduziu à anarquia. Até originou na época a expressão "capitalismo albanês".

Agora, tu falas de outro liberalismo, do chamado liberalismo social, em que há um Estado forte com papel fundamental na promoção do acesso universal à educação e à saúde, e no combate às desigualdades. Com esse eu também concordo.
« Última modificação: 2014-12-21 22:14:03 por Visitante »

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Re: Portugal falido
« Responder #9251 em: 2014-12-21 22:50:29 »
Mais uma do troca tintas CAA.  :D
Será que mudou de convicções ou apenas enuncia uma mudança de posição destinada a cobrir necessidades tácticas mais recentes?




Um liberal confessa-se ( extrato da entrevista ao jornal Público)

Citar
O que falhou foi o sistema?
Há mensagens que estamos a mandar para o sistema. Como é possível aprovar um prospecto de aumento de capital de 100 páginas e escrever uma linha a dizer que o auditor encontrou algumas irregularidades? Colocando falaciosamente em pé de igualdade o investidor institucional com o dono de uma pequena oficina de automóveis que, por causa disso, perde todas as suas economias? Quem aprovou o prospecto não pode ter uma responsabilidade apenas formal…

Essa é a sua principal conclusão?
Também tiro lições a título pessoal. Toda a minha vida adulta andei a ler Hayek, Friedman, a escola de Chicago, o liberalismo político clássico. E depois da crise internacional, mas sobretudo neste mês muito intenso na comissão do GES, tudo isso abalou de uma forma muito profunda as convicções que eu tinha sobre o liberalismo.

Já não é um liberal?
Eu, neste momento, estou com mais do que suspeitas, com a convicção, de que a lógica do liberalismo económico tem uma contradição insanável com a natureza humana. O agente económico deve ter regras fortes e devem existir instituições que forcem a sua aplicação. Caso contrário, a ganância, a prevaricação, o instinto de fuga às regras… Se nós olharmos para o que aconteceu em 2007 nos EUA e aqui, houve uma margem de liberdade dada aos agentes económicos, sobretudo financeiros, que pura e simplesmente eles não mereciam. Não estavam à sua altura. Por isso vou fazer-vos uma revelação: eu já não sou liberal. Não chego ao ponto de dizer, como João Galamba, que quero o controlo público da banca…

Mas esse controlo público não está muito longe da realidade…
Sim, mas noutro sentido. Tem é de haver mais autoridade do Estado.

O Estado alemão tem 60% da banca…
Creio que uma supervisão verdadeiramente intrusiva ajuda a resolver o problema. O liberalismo económico, e o político, embora o económico seja sobrevalorizado - tudo o que é económico é sobrevalorizado - acredita que o comportamento natural dos homens tendem à boa composição das coisas. Foi um princípio que trouxe ganhos tremendos nos últimos 200 anos. Mas se não existir uma autoridade, com força, as coisas não resultam. Vejam o que aconteceu com Hank Paulson, que é o grande culpado da crise de 2008…

E essa ideia, que agora considera errada, não é também o que explica as falhas dos supervisores? Os reguladores pensavam exactamente da mesma forma que os banqueiros…
É exactamente essa constatação que me leva a dizer que já não sou liberal. E olhe que me custa dizer isto. Até estou comovido… Partilham o mesmo sistema de crenças. Mas eu não defendo uma regulação burocrática.

Defende que os bancos não devem ter, como existia no GES, uma área não-financeira? E que haja uma separação total entre banca de retalho e banca de investimentos?
A realidade entrou-nos de tal maneira pelos olhos dentro que tem de haver essa separação. Neste momento, em Portugal, mais do que de rótulos ideológicos, precisamos de aprender com a experiência. O Estado tem de ter força. Se o Estado não tiver força, é da natureza humana que surjam pessoas que vão prevaricar, vão iludir, vão enganar, vão dissimular, vão martelar contas e isto é mesmo assim. Temos de criar um sistema que torne estas derivas mais raras e pontuais. Por isso é que as minhas convicções liberais estão a desaparecer. E sou contrário a todas as práticas de ocultação.

Como os off-shores, os private equities?
A todas essas práticas. Nós temos de saber quem são os beneficiários…

Mas olhe que o Governo quer vender a TAP a um fundo de private equity.
(Risos) Pois… Isso é outra questão. É fundamental sabermos quem são as pessoas.

Mas sabia-se quem era Ricardo Salgado.
É verdade. É um excelente argumento. Mas a transparência vive do conhecimento. A questão das contas off-shore tem de se colocar. Ainda estou à espera que me expliquem, como a uma criança de cinco anos, quais as finalidades de uma conta off-shore que não sejam ilícitas… Todas as finalidades, vantagens e benefícios parecem-me ilícitas.

É isso que se pode esperar de si, nesta comissão?
Tenho consciência de que é uma tarefa complicada…O PSD é um partido de banda-larga, e essa é também a sua grande vantagem. Tem espaço para opiniões bastante à esquerda, para opiniões sem ideologia nenhuma, e para opiniões mais liberais, mais à direita, embora a direita em Portugal seja mais conservadora. Eu sempre me considerei um liberal. Às vezes até de uma forma ardorosa. Publiquei um livro, há largos anos, que se chamava É difícil ser um liberal em Portugal. De facto, é difícil, agora, para mim…


Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #9252 em: 2014-12-21 22:56:25 »
A Albânia teve um período, a seguir ao pós-comunismo, de típico neo-liberalismo com abolição de leis e regras. O liberalismo do laissez faire que em muito pouco tempo conduziu à anarquia. Até originou na época a expressão "capitalismo albanês".
Há uma permanente confusão nas pessoas que acham que liberalismo = anarco capitalismo. Nada mais errado.

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Re: Portugal falido
« Responder #9253 em: 2014-12-21 23:09:43 »
A Albânia teve um período, a seguir ao pós-comunismo, de típico neo-liberalismo com abolição de leis e regras. O liberalismo do laissez faire que em muito pouco tempo conduziu à anarquia. Até originou na época a expressão "capitalismo albanês".

Agora, tu falas de outro liberalismo, do chamado liberalismo social, em que há um Estado forte com papel fundamental na promoção do acesso universal à educação e à saúde, e no combate às desigualdades. Com esse eu também concordo.

O período de que falas no teu primeiro parágrafo tudo indica que foi uma coisa incrivelmente curta no final do comunismo, provavelmente anarquia desde o início. A Âlbania de hoje tb é dada como seguindo políticas liberais, no entanto.

O liberalismo mesmo não sendo esse liberalismo social, não tem que ser anarquia - pelo contrário, existem várias instituições Estatais necessárias, como as que dispensam justiça.
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Re: Portugal falido
« Responder #9254 em: 2014-12-21 23:10:20 »
Automek, não é confusão, é a evidência dos factos que leva a associar liberalismo, na forma que tem vigorado, a capitalismo selvagem. Enriquecem uns poucos à custa da destruição de muitos.

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Re: Portugal falido
« Responder #9255 em: 2014-12-21 23:25:41 »
Automek, não é confusão, é a evidência dos factos que leva a associar liberalismo, na forma que tem vigorado, a capitalismo selvagem. Enriquecem uns poucos à custa da destruição de muitos.

Logo essa cena é uma falácia (muitas vezes repetida, como se os capitalistas roubassem as pessoas rotineiramente). Podes explicar como é que a entrada voluntária num negócio que não seja uma fraude pode levar à destruição de muitos?

Até no pior dos casos, em que os investidores vão montar fábricas na índia e no Bangladesh, quem acede a essas fábricas para trabalhar faz isso voluntariamente porque acredita que a sua situação será MELHOR do que a alternativa! Mesmo quando vês essas pessoas exploradas e miseráveis, não estás a ver o quão MAIS miseráveis seriam na alternativa.
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Re: Portugal falido
« Responder #9256 em: 2014-12-22 02:19:56 »
Citar
Podes explicar como é que a entrada voluntária num negócio que não seja uma fraude pode levar à destruição de muitos?

Isso acontece devido à criação de desigualdade. Quem explica isso bem é o economista francês Thomas Piketty que diz que numa sociedade capitalista com taxas de retorno do capital superiores ao crescimento económico, o capital é melhor remunerado que o trabalho e isso leva ao acúmulo da riqueza nos 10% mais ricos criando desigualdade. Isso é uma característica do livre mercado e só pode ser frenado com intervenção do Estado por via de impostos e transferências socais. Se nada for feito, no limite resulta no rompimento da sociedade e do sistema democrático que suporta esse mercado livre. No fundo, o capitalismo deixado entregue a si próprio acaba por se auto-destruir.

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Re: Portugal falido
« Responder #9257 em: 2014-12-22 02:22:07 »
Citar
Podes explicar como é que a entrada voluntária num negócio que não seja uma fraude pode levar à destruição de muitos?

Isso acontece devido à criação de desigualdade. Quem explica isso bem é o economista francês Thomas Piketty que diz que numa sociedade capitalista com taxas de retorno do capital superiores ao crescimento económico, o capital é melhor remunerado que o trabalho e isso leva ao acúmulo da riqueza nos 10% mais ricos criando desigualdade. Isso é uma característica do livre mercado e só pode ser frenado com intervenção do Estado por via de impostos e transferências socais. Se nada for feito, no limite resulta no rompimento da sociedade e do sistema democrático que suporta esse mercado livre. No fundo, o capitalismo deixado entregue a si próprio acaba por se auto-destruir.

Mesmo nesse cenário de desigualdade, até os que ficam pior, ficam melhor. Ou não aceitariam voluntariamente o negócio, organizar-se-iam a si próprios, fariam outra coisa qualquer, etc.
 
Tirar, é que regra geral o capitalismo não tira.
 
Criar desigualdade não me surpreende, porém. O capitalismo é extraordinariamente produtivo - e aqueles que nele participam irão ver a sua produção explodir. Quem não esteja em condições de participar ou não queira participar verá a sua produção estagnada - a diferença entre uma produção a explodir e uma produção estagnada (ou mesmo zero) dá forçosamente numa desigualdade avassaladora.
« Última modificação: 2014-12-22 02:24:06 por Incognitus »
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Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #9258 em: 2014-12-22 02:24:41 »
Caramba, mas qual é o espanto e a injustiça em o Nabeiro ser milionário por ter passado a vida a vender café a quem voluntariamente lho comprou ?

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #9259 em: 2014-12-22 02:27:11 »
Diga-se que até é desejável que o sistema crie desigualdades, senão qual seria a motivação em alguém trabalhar e criar coisas para outros comprarem, se no final ficassem todos iguais ?