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Autor Tópico: Portugal falido  (Lida 3443503 vezes)

johnpotato

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Re: Portugal falido
« Responder #8360 em: 2014-09-01 23:03:16 »
portugal tem um problema cultural estranho, so sabemos dizer mal de tudo e vitimizamo-nos por coisa pouca sem nunca pensar no futuro

estava aqui a ver o noticiario sobre a reforma judicial, a acreditar no noticiario parece que a ministra esta a destruir o pais

Vi a reportagem na RTP1 e também achei o mesmo. Os jornais da RTP1 são um lixo.
Na reportagem nem se derem a trabalho de explicar o que é a reforma (mapas e comarcas não me dizem nada) nem quais são as vantagens/desvantagens. Agora falar nos coitadinhos dos trabalhadores e nos contentores não desperdiçam tempo.

PS: O Orelhas no Iraque também é genial. "Oh... que giro dar armas aos curdos (eles tb já deram ao ISIS... xiuuuu)... oh que giro Critões perseguidos (oh as bombas americanas já mataram milhares deles? xiuuuu)".

Luisa Fernandes

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Re: Portugal falido
« Responder #8361 em: 2014-09-01 23:05:55 »

A Justiça agora mora a quatro horas de viagem e é preciso partir de véspera


Os processos dos tribunais encerrados em Vila Real passaram para a capital do distrito, mas arguidos, vítimas e testemunhas não conseguem lá chegar. Para os julgamentos marcados de manhã, ou alugam um quarto num hotel para passar a noite anterior ou só chegam quando a sessão acabou.



Mas haverá quem diga que, pelo menos, as pessoas já não vão descalças.
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Zel

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Re: Portugal falido
« Responder #8362 em: 2014-09-01 23:10:56 »
por incrivel que parece aqui na suica ha algumas escolas a funcionar parcialmente em contentores coloridos, em portugal isso seria logo apontado como a razao do insucesso escolar das criancinhas e a razao por estarem atras nos rankings. quem quer desculpas para nao fazer nada ou para atrasar o pais com lamurias encontra sempre algo

cp

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Re: Portugal falido
« Responder #8363 em: 2014-09-01 23:14:50 »
Num país em que se liberta um individuo que usurpou 5 mil milhões por uma caução de 3 milhões, não existe justiça... são todos criminosos!!
http://multigestao.com

"Concentre-se nos pontos fortes, reconheça as fraquezas, agarre as oportunidades e proteja-se contra as ameaças."  (Sun Tzu, 500 a.C.).

Zel

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Re: Portugal falido
« Responder #8364 em: 2014-09-01 23:15:31 »

A Justiça agora mora a quatro horas de viagem e é preciso partir de véspera


Os processos dos tribunais encerrados em Vila Real passaram para a capital do distrito, mas arguidos, vítimas e testemunhas não conseguem lá chegar. Para os julgamentos marcados de manhã, ou alugam um quarto num hotel para passar a noite anterior ou só chegam quando a sessão acabou.



Mas haverá quem diga que, pelo menos, as pessoas já não vão descalças.



a parte mais gira da tua noticia eh esta:

"Descansa encostado a uma oliveira num pequeno terreno onde tem cinco vacas e uma égua com nome de pássaro. A Rola parece escutá-lo atentamente como os cinco cães que brincam à volta dele. “Vivo disto. De vez em quando, vendo uma vaca ou um vitelo. Às vezes dá 500 euros. Mas é raro. Tenho também um subsídio de cinco mil euros por ano para a criação de gado. "

« Última modificação: 2014-09-01 23:21:13 por Neo-Liberal »

Luisa Fernandes

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Re: Portugal falido
« Responder #8365 em: 2014-09-01 23:19:04 »
Citar
Estamos quase a comemorar as primeiras vinte e quatro horas do novo mapa judiciário. Trata-se de um conjunto de medidas coerente, se tivermos em conta o que tem sido feito na Educação e na Saúde: baixar os custos, recorrendo, sobretudo, à concentração de serviços.

A palavra “custos”, num mundo tão impregnado de economês, refere-se, apenas, ao dinheiro que se gasta e nunca às consequências que as decisões políticas podem ter na vida das pessoas, mesmo que o discurso oficial inclua expressões que transmitem a ilusão de que se está a servir as populações. Ora, não se pode planear um país sem se ter em conta todos os custos, sabendo-se, por exemplo, que poupar dinheiro pode originar problemas estruturais amanhã.

Não sendo um conhecedor dos meandros do mundo judiciário português, é com desconfiança que assisto àquilo a que a ministra da tutela chama uma “revolução”, a fazer lembrar a “implosão” prometida por Nuno Crato.

Ainda antes que o mapa judiciário complete as suas vinte e quatro horas de vida, já sabemos que houve uma falha no sistema informático, que não se conhece o destino dos tribunais encerrados (a escola mortuária poderá servir de inspiração), que ir a um tribunal pode demorar quatro horas (e a distância é dinheiro), que há funcionários que viram a vida virada do avesso e que há uma série de obras feitas por ajuste directo.

Noutros tempos, os mapas resultavam da descoberta de novas terras. Com o novo mapa judiciário, parece passar-se o inverso: as terras já conhecidas são apagadas. A cegueira é, agora, para além de uma virtude da Justiça, um defeito da ministra. Já não deve faltar muito para que a realidade seja mais disparatada que um disparate qualquer.

Aventar
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Re: Portugal falido
« Responder #8366 em: 2014-09-01 23:22:34 »
Ao que parece só 0,02% da população recorre aos tribunais.

johnpotato

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Re: Portugal falido
« Responder #8367 em: 2014-09-01 23:39:52 »

A Justiça agora mora a quatro horas de viagem e é preciso partir de véspera


Os processos dos tribunais encerrados em Vila Real passaram para a capital do distrito, mas arguidos, vítimas e testemunhas não conseguem lá chegar. Para os julgamentos marcados de manhã, ou alugam um quarto num hotel para passar a noite anterior ou só chegam quando a sessão acabou.



Mas haverá quem diga que, pelo menos, as pessoas já não vão descalças.


Típico, coitadinhos e aldrabões.

O jornalista procura os coitadinhos e muita vezes encontra é aldrabões mas também serve.
Não há transporte mas passa o autocarro.
Não há dinheiro mas recebem subsídios, têm 500€ em caixa, andam de táxi e o Ministério Pública para as despesas e no meio não há vizinho/amigo/familiar com carro para dar boleia.

Zenith

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Re: Portugal falido
« Responder #8368 em: 2014-09-01 23:47:11 »
Ao que parece só 0,02% da população recorre aos tribunais.

Mas ao mesmo tempo fala-se em milhões de processos, o que para esse nº de 0,02% resulta em milhares de processo por cada uma das pessoas desse grupo dos 0,02%.
Os nºs não batem muito certo.

Zel

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Re: Portugal falido
« Responder #8369 em: 2014-09-02 00:02:02 »

A Justiça agora mora a quatro horas de viagem e é preciso partir de véspera


Os processos dos tribunais encerrados em Vila Real passaram para a capital do distrito, mas arguidos, vítimas e testemunhas não conseguem lá chegar. Para os julgamentos marcados de manhã, ou alugam um quarto num hotel para passar a noite anterior ou só chegam quando a sessão acabou.



Mas haverá quem diga que, pelo menos, as pessoas já não vão descalças.


Típico, coitadinhos e aldrabões.

O jornalista procura os coitadinhos e muita vezes encontra é aldrabões mas também serve.
Não há transporte mas passa o autocarro.
Não há dinheiro mas recebem subsídios, têm 500€ em caixa, andam de táxi e o Ministério Pública para as despesas e no meio não há vizinho/amigo/familiar com carro para dar boleia.


diz que vende uma vaca por 500 euros mas so em subsidios recebe 1000 euros por vaca, nao parece bater certo

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Re: Portugal falido
« Responder #8370 em: 2014-09-02 01:54:16 »
Ao que parece só 0,02% da população recorre aos tribunais.


Mas ao mesmo tempo fala-se em milhões de processos, o que para esse nº de 0,02% resulta em milhares de processo por cada uma das pessoas desse grupo dos 0,02%.
Os nºs não batem muito certo.


Ouvi isso hoje da TLC no debate da sic notícias no Jornal das 9. Pode muito bem acontecer que a litigância esteja concentrada em um pequeno número de indivíduos/empresas. Confesso que  esse número surpreendeu-me por ser tão baixo.

http://sicnoticias.sapo.pt/opiniao/2014-09-02-teresa-leal-coelho-e-joao-soares-frente-a-frente (aos 16 min.)
« Última modificação: 2014-09-02 02:00:13 por Visitante »

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #8371 em: 2014-09-02 08:43:03 »
Os encerramentos são poucos apesar da visão apocalíptica. Se a distância é bastante, já o era antigamente. Ver o link dos encerramentos:
http://www.jornaldenegocios.pt/multimedia/infografias/detalhe/conheca_o_novo_mapa_judiciario_e_os_tribunais_que_vao_encerrar.html

Além disso houve a abertura de mais comarcas especializadas no interior.

Thunder

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Re: Portugal falido
« Responder #8372 em: 2014-09-02 10:03:49 »
Para mim o pior de tudo é que o actual presidente de Gaia culpa... os bancos, que não deviam ter emprestado tanto dinheiro a Gaia.
E Gaia, mais cedo ou mais tarde, terá que ir ao FAM, porque tem 60 M€ de dívida em processo judicial.

Mas uma das coisas boas disto tudo é que, nas autarquias que desbarataram dinheiro, os impostos locais terão que subir para o máximo, por isso as opções mais antigas terão consequências. O problema é que os portugueses não culpam os que gastaram mas os que foram obrigados a aumentar os impostos.

Na questão dos artistas eu até compreendo que sejam contratados por ajuste directo, até porque as pessoas que o Tony movimenta não se compara aos que leva a Rosinha. Tenho mais dificuldade nos ajustes directos de advogados.

Por exemplo, este ano a animação do Festival da Sardinha em Portimão foi pago pelo Continente. Se não fosse assim não havia musiquinhas porque a câmara não tem dinheiro para mandar cantar um cego.

Era excelente que as opções anteriores gerassem consequências, mas é muito provável que as pessoas critiquem o gajo que cortou os gastos nas festas populares, que não contratou cantores, que não gastou em fogos. O gajo que vem sanear as contas é que fica como o "mau da fita". Em geral, nós como população, ainda estamos muito mal preparados e informados para colocar uma democracia saudável a funcionar.

Como muitas coisas, o ajuste directo por si não é errado e eu não discordo da sua utilização. O  problema é que começa-se a distorcer algo que até tinha utilidade. Começam a ver um "filão", não há responsabilização, não há consequências judiciais, nem eleitorais, logo toca a explorar o filão até a exaustão. É contra isso que eu reclamo.
Se um autarca tem umas festas que são perto da fronteira espanhola (por exemplo) e consegue cativar turistas estrangeiros que largam umas patacas deste lado, não tenho problemas em que se gaste na contratação de uns cantores. Agora deve estar tudo às claras, com contas bem explicadas e públicas. E se as festas organizadas começam a ser um flop e só se cativa meia dúzia de gatos pingados, não há orçamento para ninguém.
Se houver um privado que contribua para a organização, não tenho problema nenhum, desde que depois não venha cobrar contrapartidas estúpidas por isso.
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Re: Portugal falido
« Responder #8373 em: 2014-09-02 10:12:28 »
Se um autarca tem umas festas que são perto da fronteira espanhola (por exemplo) e consegue cativar turistas estrangeiros que largam umas patacas deste lado, não tenho problemas em que se gaste na contratação de uns cantores.
E ainda assim faria mais sentido que aqueles que beneficiam desses eventos se reunissem e pagassem eles próprios as cantorias.
Não é muito ético obrigar o tipo da funerária ou do infantário a pagar concertos do qual não vão beneficiar (ou se beneficiarem é numa % muito inferior aquela que contribuíram).

Thunder

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Re: Portugal falido
« Responder #8374 em: 2014-09-02 10:15:49 »
Coisas como estas ajudam (e muito) a explicar a falência do país. 1000€ por 2h de almoço!!! Estes escritórios de advocacia "do regime", as suas negociatas e o dinheiro que retiram ao erário público são uma doença que urge curar. Por vias drásticas, se for a única solução.

Via Público

Citar
No dia 4 de Outubro de 2007, o embaixador Pedro Catarino sentou-se à mesa para um almoço, para o qual tinha sido convidado pelo seu velho conhecido, o advogado Bernardo Ayala, sócio da Sérvulo Correia & Associados. Foram duas horas de “amena cavaqueira”, na descrição do embaixador, que contaram com a presença de duas advogadas daquele escritório, Lisa Pinto Ferreira e Mafalda Ferreira.

Catarino presidia, desde Janeiro daquele ano, à Comissão Permanente das Contrapartidas (CPC), a estrutura estatal criada no âmbito dos ministérios da Defesa e da Economia, para acompanhar o desenvolvimento dos contratos que prometiam injectar várias centenas de milhões de euros, e resultavam de negociações entre os Estado e os vendedores de veículos e armamento para as Forças Armadas.

Bernardo Ayala e a suas colegas eram parte da equipa da sociedade de advogados que prestava assessoria à CPC desde 2003, quando começaram as contrapartidas a sério: no ano seguinte seria assinado o contrato dos submarinos, que previa o investimento de cerca de mil milhões de euros na economia nacional. Ayala fora, nessa altura, um dos principais arquitectos dos contratos, trabalhando com o Ministério da Defesa chefiado por Paulo Portas.

Dois meses depois do almoço, veio uma conta. A Sérvulo Correia & Associados enviou, como era prática corrente, as facturas do trimestre, para a entidade que pagava os gastos da CPC, a direcção-geral do Armamento e Equipamentos da Defesa (DGAED). Em Dezembro de 2007, Catarino foi chamado à direcção-geral para conferir. E não ia disposto a assinar de cruz.

No meio de “centenas de horas” de trabalho cobradas pela sociedade de advogados estava uma factura de “duas horas” vezes “três juristas”, com um valor de “1080 euros + IVA”. A data: 4/10/2007. Era a conta do almoço.

Da reacção imediata de Pedro Catarino não há registo. Mas uma carta do embaixador, de 9 de Janeiro de 2008, endereçada ao DGAED, Almirante Viegas Filipe, sintetiza o que o presidente da CPC pensava sobre aquela factura: “Um abuso e deontologicamente reprovável que a Sérvulo Correia venha pedir honorários pelas duas horas que os três juristas passaram comigo em amena cavaqueira.”

O Estado recusou pagar aqueles “1080 euros + IVA”, e disso deu nota ao escritório de advogados. A Sérvulo Correia & Associados reconheceu o “erro”. E fê-lo por carta. O problema é que a missiva enviada também tinha um preço: “quarenta e cinco minutos” de honorários pela sua escrita. O que deixou Pedro Catarino exasperado. Desta vez, o embaixador escreveu ao próprio ministro, Nuno Severiano Teixeira, dando conta de que cessara o contrato com a sociedade de advogados. Da substituição da Sérvulo Correia pelo Departamento Jurídico do MDN, no seu entender, “resulta uma considerável poupança para o orçamento do MDN e erário público”.

Este episódio tinha ficado encerrado, em Junho de 2008, com uma nova carta, de Catarino para o secretário-geral do Ministério da Defesa, pedindo uma lista detalhada com “os montantes despendidos com Sérvulo Correia por serviços prestados à CPC entre 2003 e 2008”.

E se hoje este caso é contado, pela primeira vez, no PÚBLICO, é porque causou alguma curiosidade nos deputados que integram a comissão de inquérito às contrapartidas militares. Há cerca de um mês, depondo na comissão de inquérito, Pedro Catarino revelou aos deputados que a CPC vivia na dependência de “escritórios de advogados”, que “tinham os arquivos, escreviam as actas, passavam as cartas para inglês.” Nessa ocasião, Catarino revelou que resolveu terminar o contrato com a Sérvulo Correia por “quebra de confiança”. Mas pediu aos deputados para que não o obrigassem a detalhar as razões, indicando que o fizera por carta para os responsáveis da Defesa da altura.

A Comissão, a pedido de João Semedo do Bloco de Esquerda, solicitou à Direcção-Geral das Actividades Económicas (que guarda o espólio da extinta CPC) essas cartas. Que chegaram há poucos dias a São Bento e já motivaram algumas reacções, quer do deputado José Magalhães, do PS, quer do próprio Presidente da comissão, Telmo Correia.

O PÚBLICO contactou Bernardo Ayala que, prontamente, pediu à Ordem dos Advogados que o libertasse do “dever de sigilo profissional” para comentar este caso, que protagonizou em 2007. Ayala confirma parte da história. E disponibilizou uma carta que enviou ao embaixador Pedro Catarino, no dia 10 de Janeiro de 2008. Aí, o advogado assume: “Tratou-se de um convite pessoal e, muito embora a conversa tenha tido cunho profissional, os interesses em causa eram sobretudo da Sérvulo Correia & Associados.”

A quantidade de situações destas que devem acontecer. Umas maiores, outras menores. Tudo somado não pode dar bom resultado.
Temos que melhorar em muito a fiscalização da utilização dos capitais públicos. Só que isso nunca acontecerá por iniciativa partidária.
A população como elemento que escolhe os seus representantes terá que pressionar nesse sentido, quer pela escolha de melhores representantes, quer pela diminuição do poder desses mesmos representantes, quer pela condenação judicial de actos ilícitos.
Só que a população (em termos de "massa crítica") está muito longe de ter essa capacidade neste momento (IMO).
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Re: Portugal falido
« Responder #8375 em: 2014-09-02 10:32:16 »
Se um autarca tem umas festas que são perto da fronteira espanhola (por exemplo) e consegue cativar turistas estrangeiros que largam umas patacas deste lado, não tenho problemas em que se gaste na contratação de uns cantores.
E ainda assim faria mais sentido que aqueles que beneficiam desses eventos se reunissem e pagassem eles próprios as cantorias.
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A sério que eu entendo as tuas razões e sei que aquilo que eu defendo não é perfeito.
E tenho noção que com o tipo de governantes que temos (nacionais e regionais), com o tipo de fiscalizador/sistema de justiça que temos que o mais provável era continuar a existir ilícitos. Mas pelo menos era um começo, um ponto de partida, para controlar algo que hoje está completamente massificado. Seria uma tentativa de melhorar a situação actual.

O tipo da funerária está inserido na economia. Se o país estiver melhor economicamente, ele em princípio (se gerir bem as suas contas, prestar um bom serviço, etc) terá mais hipóteses de estar bem. É essencial, do meu ponto de vista, que seja capturado capital estrangeiro, seja pela agricultura, pela venda de madeira, por turismo estrangeiro (de curta ou longa duração), por estrangeiros que vêm cá pelos cuidados de saúde, pela venda de vinhos, pela venda de produtos (industriais ou não) com elevadas margens e de preferência com a utilização de matérias-primas e know-how nacional, por forma a maximizar a quantidade de capital que flui de fora para dentro do país.
Sei que não é fácil que isso aconteça e que não deve ser feito por acção massiva do governo. Mas também entendo que o governo não pode estar completamente à parte desse processo.
Mas sei que pode ser argumentado que é um processo muito discricionário e que isso será a base para o seu fracasso e para inúmeras situações de abusos, como as que temos comentado. E se calhar era mesmo isso que iria acontecer.
Mas é nessa capacidade de os dirigentes terem alguma seriedade e compromisso com medidas eficazes, que estamos à muita distância dos países mais evoluídos em termos democráticos.
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Re: Portugal falido
« Responder #8376 em: 2014-09-02 10:36:07 »
Mais uns Liberais, Profissionais Do Encostanço.
Mas, depois, são estas criaturas que dizem que vivem do sector privado e que eles é que deveriam ser um exemplo, como empreendedores e coiso e tal.
Ai subsídios subsídios...

Não é por serem liberais ou não.... é por serem pouco sérios e não terem fiscalização nenhuma. Pelo ambiente de impunidade. E isso houve neste governo, como houve em anteriores.
E este governo não é liberal. É socialista (moderado, de centro, whatever) com pouca margem orçamental.
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Re: Portugal falido
« Responder #8377 em: 2014-09-02 10:40:49 »
Atenção que além do advogado homem em questão estavam mais duas advogadas mulheres, e pelo que me disseram, tenho amigos que referem que 1.000 euros por 2 horas ( foi o tempo do almoço ) dependendo da pessoa em questão pode valer a pena, então neste caso, duas, nem se fala disso :)

Se não for tudo muito bem fundamentado, o descrito na notícia só pode ter um nome: Roubo.
Não podemos alinhar com este tipo de situação.
Vão uns tipos almoçar. Na hora de fazer a facturação e no meio das outras contas todas tentam meter mais uns pozinhos para o "Zé" pagar. Isto nunca pode ser considerado "certo" a não ser que fundamentado sem sombra para dúvida.
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Re: Portugal falido
« Responder #8378 em: 2014-09-02 10:47:54 »
O tipo da funerária está inserido na economia. Se o país estiver melhor economicamente, ele em princípio (se gerir bem as suas contas, prestar um bom serviço, etc) terá mais hipóteses de estar bem.
Eu compreendo o teu argumento (na economia há o conceito de externalidades positivas mas que é abusivamente utilizado) mas não acho que o tipo da funerária fique melhor porque se o dinheiro não for para as cantorias, fica no bolso de quem as ia pagar e não se perde.

Ou seja, se ao pagar as cantorias, as pessoas deixarem de comprar um par de sapatos, estamos implicitamente a dizer que a indústria da música é superior (com que critério ?) à indústria de sapatos. É uma distorção do mercado que é muito discutível que beneficie o tipo da funerária.

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Re: Portugal falido
« Responder #8379 em: 2014-09-02 10:50:28 »
Prefiro diversidade cultural.
Então qual é a questão ? Tu preferes ler Ramalho Ortigão e outros preferem ver o Preço Certo. Queres melhor diversidade que essa ?  :D :D :D :D

Não podemos querer obrigar as pessoas a fazerem isto ou aquilo em termos culturais ou nos seus tempos livres.
E não nos podemos esquecer que há quem leia um livro dum autor clássico e conceituado e depois pode ver o Preço Certo ou uma novela.
A questão é que também não podemos enterrar a cabeça na areia e dizer que é tudo igual.
Como indivíduo a mim não me incomoda que a pessoa apenas veja o Preço Certo e veja a novela.
A questão é que a soma de muitos indivíduos acaba por compor a sociedade em que vivemos. Se esmagadora maioria apenas tiver esses hábitos e nunca ler sobre história, ciência ou outros assuntos relevantes, o mais certo é a democracia nesse local seja de má qualidade.
Os seus componentes (como maioria) quando forem expostos a soluções apresentadas (a nível político) não terão o discernimento para compreender minimamente essas medidas e serão facilmente arrebanhados por discursos demagógicos.
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