Se um autarca tem umas festas que são perto da fronteira espanhola (por exemplo) e consegue cativar turistas estrangeiros que largam umas patacas deste lado, não tenho problemas em que se gaste na contratação de uns cantores.
E ainda assim faria mais sentido que aqueles que beneficiam desses eventos se reunissem e pagassem eles próprios as cantorias.
Não é muito ético obrigar o tipo da funerária ou do infantário a pagar concertos do qual não vão beneficiar (ou se beneficiarem é numa % muito inferior aquela que contribuíram).
A sério que eu entendo as tuas razões e sei que aquilo que eu defendo não é perfeito.
E tenho noção que com o tipo de governantes que temos (nacionais e regionais), com o tipo de fiscalizador/sistema de justiça que temos que o mais provável era continuar a existir ilícitos. Mas pelo menos era um começo, um ponto de partida, para controlar algo que hoje está completamente massificado. Seria uma tentativa de melhorar a situação actual.
O tipo da funerária está inserido na economia. Se o país estiver melhor economicamente, ele em princípio (se gerir bem as suas contas, prestar um bom serviço, etc) terá mais hipóteses de estar bem. É essencial, do meu ponto de vista, que seja capturado capital estrangeiro, seja pela agricultura, pela venda de madeira, por turismo estrangeiro (de curta ou longa duração), por estrangeiros que vêm cá pelos cuidados de saúde, pela venda de vinhos, pela venda de produtos (industriais ou não) com elevadas margens e de preferência com a utilização de matérias-primas e know-how nacional, por forma a maximizar a quantidade de capital que flui de fora para dentro do país.
Sei que não é fácil que isso aconteça e que não deve ser feito por acção massiva do governo. Mas também entendo que o governo não pode estar completamente à parte desse processo.
Mas sei que pode ser argumentado que é um processo muito discricionário e que isso será a base para o seu fracasso e para inúmeras situações de abusos, como as que temos comentado. E se calhar era mesmo isso que iria acontecer.
Mas é nessa capacidade de os dirigentes terem alguma seriedade e compromisso com medidas eficazes, que estamos à muita distância dos países mais evoluídos em termos democráticos.