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Autor Tópico: Polémica do Trump  (Lida 67411 vezes)

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Re: Polémica do Trump
« Responder #480 em: 2017-01-17 23:43:35 »
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Fasten Your Seatbelts

Published on January 10, 2017, linkedin

Allan Katz, Ambassador to the Portuguese Republic at U.S. Department of State 2010-2013

For many the impending prospect of the Trump presidency is still unimaginable. They have created false hope around recounts, faithless electors and last minute congressional Hail Mary's. I am sorry to report it is time to get a grip on reality.

What will happen is we will have a peaceful transition from one of the smartest and most gracious President's to one of the most ignorant and ungracious ones. Note I used the word ignorant. Trump may not lack the intellect, but what he apparently fails to understand is the unintended consequences of his moody tweets.

As long as people continue to act as if these tweets are more than his modern day mood ring, there will be much scurrying about and wringing of hands. What his aides have to deal with is, every day is a new day with Trump and his mood ring may be red when they thought it would be blue. On the other hand, since he is so ignorant about policy, both domestic and foreign, they can and probably will manipulate him to follow their script.

For example, when he roars (or tweets) about changing our trade policy, they can make minimal adjustments, get business leaders to praise his brilliance and he will never look back. He will choose to believe that which he thinks makes him look good since that is his only benchmark for success.

Now looking good is a normal political measure, but rarely is it the only one. When things don't work out, he will either deny they haven't worked (“dishonest media”) or blame his opponents (“losers”) who have undermined his ideas. We know right now he will never have a bad idea and no adverse developments will be his fault. It will be like the old story of a man caught with pictures of himself and another woman saying to his wife, "Who are you going to believe, me or your lying eyes?"

Buckle up! It’s going to be wild.

jeab

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Re: Polémica do Trump
« Responder #481 em: 2017-01-18 16:08:29 »
 :D


O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
O verdadeiro homem inteligente é aquele que parece ser um idiota na frente de um idiota que parece ser inteligente!

Vanilla-Swap

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Re: Polémica do Trump
« Responder #482 em: 2017-01-19 10:26:12 »

Mr. Me

No One Loves the 45th President Like Donald Trump

The hope that Donald Trump might become more presidential as his inauguration approached has proven misguided. The 45th president of the United States has shown that his own public image is his first priority.




http://www.spiegel.de/international/world/donald-trump-brings-uncertainty-and-nacissism-to-white-house-a-1129925.html

Automek

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Re: Polémica do Trump
« Responder #483 em: 2017-01-19 17:19:50 »
Política de classe mundial  :D

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...
Putin came to Trump’s defense himself on Tuesday. He said claims in the leaked dossier, such as Russia having a tape of the billionaire-turned-politician cavorting with sex workers in Moscow, are “obvious fabrications.”

“I find it hard to believe that he rushed to some hotel to meet girls of loose morals, although ours are undoubtedly the best in the world,” Putin said.
...
https://www.bloomberg.com/politics/articles/2017-01-19/kremlin-said-to-fear-trump-won-t-be-such-a-great-deal-after-all

Jsebastião

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Re: Polémica do Trump
« Responder #484 em: 2017-01-19 22:55:54 »
O Putin está a dar um cá um baile aos Estados Unidos...
«Despite the constant negative press covfefe,» - Donald

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Automek

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Re: Polémica do Trump
« Responder #485 em: 2017-01-20 14:08:50 »
O fim do mundo é já hoje às 17 ou ainda podemos gozar o fim de semana ? É só para saber o que hei-de fazer...

JoaoAP

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Re: Polémica do Trump
« Responder #486 em: 2017-01-20 14:27:32 »
O Trump precisa de um aliado para fazer frente à China, mas parece-me que se vai enganar.

Bem, as prostitutas Russas devem ser mesmo boas...segundo o Putin...

Automek

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Re: Polémica do Trump
« Responder #487 em: 2017-01-20 15:27:36 »
Afinal a Melania arranjou roupa para não ir nua à cerimónia. Deve ter ido à Primark ou à feira.

tommy

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Re: Polémica do Trump
« Responder #488 em: 2017-01-20 15:47:39 »
Afinal a Melania arranjou roupa para não ir nua à cerimónia. Deve ter ido à Primark ou à feira.

e nós preocupadíssimos  :D ;D

Automek

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Re: Polémica do Trump
« Responder #489 em: 2017-01-20 16:45:32 »
A Melania também promete grandes momentos. Se forem improvisados vão ser discursos tipo Miss Universo.
https://www.noticiasaominuto.com/mundo/726573/um-discurso-de-10-segundos-seguido-de-uma-situacao-constrangedora

Automek

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Re: Polémica do Trump
« Responder #490 em: 2017-01-20 16:59:03 »
Quem quiser comprar merchandising  ;D
https://www.trumpslastday012021.com/

Automek

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Re: Polémica do Trump
« Responder #491 em: 2017-01-20 17:04:37 »
Acabei de ver o juramento e apesar de achar isto trágico, não pude deixar de me rir, naqueles instantes, do brutal sapo que muitos devem ter engolido, ali na cerimónia e pelo mundo inteiro.

Zenith

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Re: Polémica do Trump
« Responder #492 em: 2017-01-20 21:30:36 »
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For many decades, we’ve enriched foreign industry at the expense of American industry,
...
We will follow two simple rules – buy American and hire American


e pensar que o Trump chegou a despertar simpatia nos neo-liberais do forum :-)

A ânsia de um messias autoritário que vergue os parasitas do welfare state turva o discernimento  :D

Reg

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Re: Polémica do Trump
« Responder #493 em: 2017-01-20 21:37:53 »
a clinton   e os media  e criaram simpatia pelo homem

deram porrada a mais no homem  ;)


para mim sempre foi berlusconi protecionista  com filha e mulher  muito eye candy



europeus sao engratos
A futura primeira dama americana é a segunda a não ter nascido nos Estados Unidos e a primeira com origem no continente europeu. É a terceira na casa Branca a ser modelo profissional, fala 5 Línguas (Esloveno, Alemão, Francês, Sérvio e Inglês) e, apesar de tudo, é a que tem piores taxas de favoritismo desde 1992 quanto a uma Primeira-Dama, segundo a Gallup.
« Última modificação: 2017-01-20 21:57:16 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

Smog

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Re: Polémica do Trump
« Responder #494 em: 2017-01-20 22:03:54 »
Agora que vinha comentar o discurso de posse do trump vejo que o inc apagou a minha mensagem neste thread... ???
Inc, estás com medo? A sério? >:(
wild and free

Jsebastião

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Re: Polémica do Trump
« Responder #495 em: 2017-01-20 23:01:14 »
Acabei de ver o juramento e apesar de achar isto trágico, não pude deixar de me rir, naqueles instantes, do brutal sapo que muitos devem ter engolido, ali na cerimónia e pelo mundo inteiro.

Receio bem que os maiores sapos ainda estejam por engolir.  :(  Até agora foram só girinos...
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Jsebastião

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Re: Polémica do Trump
« Responder #496 em: 2017-01-20 23:21:19 »
A futura primeira dama americana é a segunda a não ter nascido nos Estados Unidos e a primeira com origem no continente europeu. É a terceira na casa Branca a ser modelo profissional, fala 5 Línguas (Esloveno, Alemão, Francês, Sérvio e Inglês) e, apesar de tudo, é a que tem piores taxas de favoritismo desde 1992 quanto a uma Primeira-Dama, segundo a Gallup.

Pode parecer e saber muita coisa, mas à classe da Michelle nunca vai chegar. Nem mesmo recorrendo ao plágio...  :D
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Jsebastião

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Re: Polémica do Trump
« Responder #497 em: 2017-01-20 23:39:52 »
No Expresso:

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Trump e a “ameaça nuclear”. O que é que aí vem?


Entre declarações mais ou menos vagas e mais ou menos contraditórias, Donald Trump disse que os EUA deveriam expandir o seu arsenal nuclear. Mas porquê? Há quem concorde com o futuro Presidente e defenda que o país tem de estar preparado face à “ameaça nuclear” da Rússia, mas há também quem acredite que um reforço do arsenal nuclear poderá levar outros países a fazerem o mesmo, devido ao chamado “efeito-dominó”. Outros há, ainda, que nem sequer reconhecem na Rússia de Putin o inimigo nuclear que muitos apontam. O Expresso falou com três especialistas sobre este tema.

O comportamento errático de Donald Trump na rede social Twitter não se cinge aos tweets contraditórios sobre as armas nucleares, mas neste tema em concreto a sua “incoerência” e “inconsistência” têm sido particularmente denunciadas.

Durante a campanha eleitoral para as eleições presidenciais, quando questionado sobre a possibilidade de os EUA usarem armas nucleares no futuro caso ele viesse a ser eleito Presidente do país, Trump respondeu a John Dickerson, apresentador do programa “Face the Nation”, da CBS News, que é “preciso ser-se imprevisível”, embora sublinhando que só “em último caso” é que ponderaria recorrer a armas nucleares.

Ainda durante a campanha eleitoral, Trump terá, de acordo com Joe Scarborough, do programa “Morning Joe”, da MSNBC, questionado várias vezes os seus conselheiros de segurança e política externa por que razão os EUA, tendo armas nucleares, não poderiam usá-las. Mais tarde, a sua equipa veio desmentir estas alegações.

Alex Wellerstein: “É muito provável que Trump não se conheça a ele próprio”

Vários especialistas e analistas políticos têm criticado a atitude do Presidente dos EUA, que esta sexta-feira toma posse, em relação às armas e à ameaça nuclear, posição que consideram “inconsistente”. É o caso de Alex Wellerstein, especialista em história das armas nucleares e professor assistente de Ciências e Estudos da Tecnologia no College of Arts and Letters, no Stevens Institute of Technology, em Hoboken, Nova Jérsia.

“Não estou sequer certo de que Trump saiba qual é o seu próprio posicionamento nuclear. Ele parece não estar a agir de acordo com nenhuma filosofia coerente, estratégia ou ideologia sobre as armas nucleares”, diz o especialista em entrevista ao Expresso. “Receio que, por isso, não seja sequer possível tentar adivinhar o que planeia fazer. É muito provável que nem Trump se conheça a ele próprio”.

Alex Wellerstein diz ainda que falar sobre o tema das armas nucleares implica abordar “aspectos estratégicos, políticos e técnicos muito complexos” e que não teve “nenhuma evidência de que Trump esteja a par destas questões básicas, quanto mais de todas as nuances”.


Matthew Kroenig: “Rússia tem mais ogivas nucleares do que o estipulado pelos tratados internacionais”

Antigo conselheiro de segurança nacional do candidato republicano Marco Rubio, durante a campanha para as eleições presidenciais, e professor na Universidade de Georgetown, em Washington D.C. (é também membro do Brent Scowcroft Center on International Security do think tank Atlantic Council), Matthew Kroenig sublinha, em entrevista ao Expresso, que é “difícil avaliar os planos de um político com base em declarações que ele fez durante a campanha”.

“Quando Trump entrar em funções e a sua equipa estiver completamente formada, vamos ter uma noção mais clara de quais são os seus planos específicos para o país”, garante este especialista.

Matthew Kroenig, que foi também conselheiro de Mitt Romney nas eleições presidenciais de 2012 e um dos 100 membros do Partido Republicano que assinaram uma carta a condenar as declarações e opinião de Donald Trump sobre a política externa do país durante a campanha eleitoral, foi um dos poucos especialistas que saiu em defesa do Presidente eleito quando este escreveu na sua conta no Twitter que os EUA “devem fortalecer e expandir fortemente o seu arsenal nuclear”.

Num artigo publicado no “Politico”, intitulado “Trump said the U.S. should expand nuclear weapons. He’s right”, Matthew Kroenig defende que os EUA “precisam de uma força nuclear robusta, não para entrar em guerra com algum país, mas precisamente o oposto: para evitar que os seus potenciais adversários usem as suas próprias armas nucleares contra os EUA e os seus aliados”.

Um dos argumentos recorrentes contra as armas nucleares é o de que se os EUA reforçarem o seu arsenal nuclear isso poderá levar outros países a fazerem o mesmo, devido ao chamado “efeito-dominó”. É precisamente isso que teme Alex Wellerstein. “O receio é de que se os EUA começarem a desenvolver mais armas e deixarem de exercer a pressão que exercem no sentido de limitar os diferentes arsenais nucleares, outros países queiram fazer o mesmo”. O Japão, em particular, “pode transformar-se num estado com armas nucleares em poucos meses se assim o desejar – tem um poder nuclear e uma indústria aeroespacial muito desenvolvidos, por isso não seria muito difícil para eles”.

Mas o risco “mais real”, alerta o especialista, é que “os países comecem a abandonar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear [TNP, em vigor desde março de 1970], fazendo com que se torne muito mais difícil chegar a um consenso internacional em relação aos países onde a proliferação de armas nucleares pode ser verdadeiramente perigosa, como o Irão e a Arábia Saudita”. A proliferação, diz ainda Wellerstein, “tem tendência para resultar em mais proliferação, e se os países não desenvolvem bombas nucleares não é porque não tenham condições ou capacidades técnicas para isso, é porque há uma vontade política e diplomática, um acordo, e isso não pode ser quebrado”.

Matthew Kroenig, pelo contrário desvaloriza este cenário. “Essa é uma interpretação completamente errada da situação. Os EUA têm uma força nuclear superior à China desde os anos 1940 e Pequim nunca mostrou interesse em mudar isso. É a Rússia, agora, que está a modernizar e a expandir o seu arsenal nuclear e a fazer batota em relação às suas obrigações de controlo de armas. Ao reforçarem o seu arsenal, os EUA não vão dar início a uma corrida ao armamento, vão simplesmente responder às ações já iniciadas por Moscovo”, diz em entrevista ao Expresso o especialista, que não tem dúvidas da “ameaça nuclear” que representa a Rússia – e também a China –atualmente. “Espero que as armas nucleares nunca venham a ser usadas, mas um dos maiores riscos para os EUA de uma eventual guerra nuclear seria terem um arsenal fraco que levasse os seus adversários a acreditar que podiam usar as suas próprias armas e vencer”.

Evocando o tratado batizado de New Start (“New Strategic Arms Reduction Treaty”), assinado por Barack Obama e o então Presidente russo Dmitry Medvedev (atual primeiro-ministro do país), em abril de 2010, em Praga, e que veio limitar o arsenal nuclear dos dois países a 1550 ogivas nucleares operacionais – além de definir mecanismos de monitorização mais eficazes sobre os respetivos arsenais – e citando o departamento de Estado norte-americano, Kroenig diz que a Rússia possui atualmente mais 250 ogivas nucleares do que o permitido e que os EUA, pelo contrário, têm menos 200 ogivas do que o limite estipulado.

“Moscovo detém atualmente uma superioridade nuclear sobre os Estados Unidos de mais de 400 ogivas, o que é muito preocupante e levanta sérias dúvidas sobre se Moscovo tenciona ou não cumprir o acordo assinado”, aponta.

Sobre isto, Alex Wellerstein, que diz nem sequer gostar de “entrar na discussão dos números”, questiona: “Mas será que alguém acredita mesmo que a Rússia iria arriscar um ataque nuclear contra os EUA? Será que ter mais algumas centenas de ogivas faz assim tanta diferença?” Na opinião do especialista, mais do que “estarem preocupadas com números específicos, as pessoas deviam questionar-se até que ponto uma força nuclear robusta consegue mesmo evitar ataques. Entrar nesse jogo dos números é meio caminho andado para perder o rasto àquilo que importa”, diz. E depois acrescenta: “Moscovo deverá ter as suas razões para acreditar que uma ligeira superioridade numérica torna a Rússia um país mais seguro; se isso não nos tornar a nós menos seguros, eu estou disposto a deixá-los sentirem-se seguros”.

Os argumentos apresentados por Matthew Kroenig foram igualmente refutados por Steven Pifer, diretor do grupo de trabalho Arms Control and Non-Proliferation, da Brookings Institution, num artigo posterior publicado no “Politico”. Pifer, também membro do Center for 21st Century Security and Intelligence, da mesma instituição, acusou Matthew Kroenig de fazer uma leitura errada dos números, uma vez que “se olharmos atentamente para os dados percebemos que os EUA têm arsenal suficiente para deter eventuais ameaças”, e defendeu que “não por há por isso necessidade nenhuma de aumentar o número de ogivas nucleares”.

Confrontado pelo Expresso com esta resposta, Kroenig limitou-se a dizer que foi precisamente esse “julgamento errado que deixou os EUA mais fracos durante o mandato de Obama”, mas que “felizmente a era Obama terminou e está agora a caminho uma nova administração, que vai fazer o que está certo e garantir que os Estados Unidos têm capacidade para se defender a si próprios e aos seus aliados”.

“Só um pequeno sector da elite educada se preocupa com as armas nucleares nos EUA”

“Não votem em pessoas que têm, unilateralmente, o poder acionar armas nucleares”, escreveu Alex Wellerstein no seu blogue “Restricted Data: The Nuclear Secrecy Blog”, em novembro do ano passado, explicando depois que “tecnicamente, o processo eleitoral é o único meio de controlo do Presidente”, uma vez que “toda a ideia por trás do sistema de comando e controlo norte-americano é garantir que o Presidente e apenas o Presidente pode autorizar uma guerra nuclear quando quiser”, de forma “unilateral”, sem o aval seja do Congresso, seja dos tribunais.

É assim pelo menos desde 1946, quando o então Presidente Harry Truman aprovou, “ao fim de nove meses de audições no Congresso, o Atomic Energy Act, que transferiu o poder de usar a bomba atómica para as mãos do Presidente”, lembra o especialista, sublinhando o carácter “controverso” da lei redigida meses após os bombardeamentos nucleares em Hiroshima e Nagasaki.

Será que os americanos que votaram em Trump não sabiam qual era a sua opinião, coerente ou menos coerente, em relação às armas nucleares? Ou será que sabiam mas ainda assim decidiram confiar nele? “Infelizmente, a política de armas nucleares não é um assunto que interesse ao eleitorado americano neste momento, embora tenha havido outras alturas em que sim, em que o assunto interessava”, responde Alex Wellerstein.

“Atualmente, só um pequeno sector da elite educada se preocupa com isso, e mesmo assim preocupa-se com isso como se preocupa com muitos outros assuntos”. O historiador não considera que o tema não tenha sido suficientemente abordado durante a campanha eleitoral, “simplesmente as pessoas, no geral, estão mais preocupadas com outras áreas, como a economia, o ambiente, a segurança social e a saúde, áreas que as afetam diretamente”.

No primeiro dos três debates televisivos, antes das presidenciais, entre Donald Trump e a então candidata democrata Hillary Clinton (Universidade Hofstra, em Long Island, Nova Iorque), Trump foi confrontado por Lester Holt, apresentador da CBS responsável por moderar a conversa, com um artigo publicado pelo “Washington Post” que dizia que Obama poderia estar a ponderar, como medida a adotar numa fase final do seu mandato, alterar a política nuclear norte-americana e assumir o compromisso de “no first use” para o país.

Esse passo representaria, antes de mais, uma mudança inédita na o«posição nuclear dos EUA, mas também o cumprir de uma promessa de um Presidente que colocou o desarmamento nuclear no topo das prioridades da sua política externa, nomeadamente relançando negociações com a Rússia e tentando influenciar o tabuleiro internacional no sentido de pressionar duas das grandes potências nucleares, o Irão e a Coreia do Norte, e que além disso venceu o Prémio Nobel da Paz no primeiro ano do seu mandato (2009) pelos seus “esforços com a vista a um mundo sem armas nucleares”.

Confrontado, então, com essa hipótese avançada pelo “Washington Post”, Donald Trump garantiu que “não atacaria primeiro” nenhum outro país numa situação de conflito, porque “uma vez que o recurso a armas nucleares passe a ser uma realidade, está tudo terminado”, mas não excluiu a hipótese de vir um dia a usá-las. “Temos de estar preparados. Não posso descartar nenhuma hipótese”.

Foi também durante a campanha que Trump sugeriu que a Coreia do Sul, o Japão e a Arábia Saudita deveriam desenvolver as suas próprias armas nucleares para se protegerem das ameaças da Coreia da Norte em vez de dependerem dos EUA para isso, uma vez que o país que se prepara para liderar, e não pode continuar a ser “o polícia do mundo”, disse o próprio numa entrevista ao “New York Times”.

“Há de chegar o momento”, disse então Trump, “em que os EUA serão incapazes de continuar a suportar esses custos”, porque “já não têm o dinheiro que tinham nem são a nação rica que eram quando fez esses acordos de defesa”, além de que o arsenal nuclear norte-americano “está atualmente muito degradado e já ninguém sabe sequer se funciona”. Trump não deixou, porém, de sublinhar que “o maior problema do mundo é a proliferação nuclear” e que vivemos num “mundo nuclear assustador”.

Kingston Reif, diretor do programa de Desarmamento e Redução da Ameaça Nuclear da Associação para o Controlo das Armas dos EUA, considera esta sugestão/proposta de Trump “radical e altamente perigosa”, além de ser “totalmente inédita”. “Durante mais de 70 anos, os EUA, tanto sob administrações republicanas como democratas, tentaram evitar de forma muito ativa que os seus aliados e adversários procurassem meios de produzir bombas nucleares. E na maior parte dos casos conseguiram”. Por isso é que “78% dos republicanos, 73% dos democratas e 68% dos independentes defendem que prevenir a proliferação de armas nucleares está no topo das prioridades do país no que diz respeito à política externa”, diz o especialista, citando um estudo de opinião elaborado pelo Chicago Council on Foreign Relations em 2015.

“Se os Estados Unidos quebrarem o seu compromisso de defesa com o Japão e a Coreia do Sul e derem luz verde a esses países para desenvolverem as suas próprias armas nucleares, isso vai complicar e agravar a ameaça nuclear em toda a Ásia e, em última instância, também em território norte-americano.”
« Última modificação: 2017-01-20 23:40:57 por Jsebastião »
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Re: Polémica do Trump
« Responder #498 em: 2017-01-21 10:53:08 »
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e pensar que o Trump chegou a despertar simpatia nos neo-liberais do forum :-)

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Acho que nenhum neo liberal ficou contente com a eleição do Trump, sabendo que as suas promessa assentam, essencialmente, em proteccionismo e grandes gastos.
O que pode ter acontecido, e aí falo por mim, é haver gente que se riu ao ver a vigarista e criminosa HC, vencedora mais do que anunciada, a levar na boca, forte e feio, de um palhaço desbocado, beligerante e sexista, por quem ninguém dava nada (eu inclusivé), quando anunciou a candidatura.
E não só isso. Todas as reacções de incredulidade dos medias, dos intelectuais e dos borregos que seguem essas opiniões foram impagáveis. So isso já valeu a eleição do Trump.
Para não falar na classificação do povo americano como ignorante, o mesmo povo que quando elegeu o primeiro afro americano mostrou uma elevada sabedoria. Como as coisas mudam...

De resto, eu acho que os americanos arranjaram um sarilho nas nomeações ao afunilar em dois candidatos, qual deles o pior. Qualquer das soluções ia ser trágica. É esta. Agora é aguentar com ou sem vaselina.

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Re: Polémica do Trump
« Responder #499 em: 2017-01-21 19:53:34 »
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'I'm the king of the world'

por Henrique Monteiro, em 20.01.17