Incognitus e D. Antunes,
O meu ponto de vista, nesta situação, aproxima-se mais da de um ditador, reconheço-o, e vai mesmo no sentido de "obrigar democraticamente" toda a gente a contribuir. Algo que de resto não destoa muito das actuais ideologias políticas defendidas pelos dois partidos com maior representatividade em Portugal, creio. Há fundos do erário público que são destinados a essa ajuda. Eu (enquanto representante de Portugal) faria mais força "política" ainda para poder participar na ajuda e na procura de uma solução para o caso.
Inc. eu percebo a tua ideia da selectividade. A ajudar, então que se ajude quem mais necessita, mas penso que este caso dos refugiados é já de si tão grave e tão... dantesco... em todos os sentidos, não só do ponto de vista da catástrofe humanitária, a face mais visível e preocupante, como dos problemas directos e indirectos que podem advir para a própria Europa se não for encontrada uma solução conjunta (que passe pela cooperação entre todos os países da União, da Europa, e outros que eventualmente aceitem cooperar) que a escolha me parece evidente: tem de haver ajuda, e não é uma ajuda de "mínimos", tímida e voluntária, porque isso não chega. Este é um caso que para mim se coloca para além dos conceitos de comunidade e colectividade no que respeita a um país, ou a uma união de países. É algo maior do que isso. É uma catástrofe mundial. Temo que, preocupados com o nosso "bem estar" e nível de vida, um status quo a defender em primeiro lugar, não estejamos a prestar a atenção devida.
D. Antunes, não sei se há ou não muita gente disposta a ajudar voluntariamente. Admitindo que até há pouca, isso para mim seria mais uma razão para "obrigar democraticamente" todos a contribuírem. Com a caridade apenas não se pode contar, e estou a falar quer a nível do cidadão comum, quer a nível de um estado (dentro da União Europeia). Se todos contribuírem, por certo que a solução poderá ser muito mais eficaz e muito mais apropriada, enquanto que os seus custos seriam repartidos por todos.
Esses que não ajudam nada e ainda dizem que devemos ser mais solidários seriam então as primeiras "vítimas" dessa obrigação democrática, mas ao menos não se iam depois queixar da injustiça da obrigação.