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Autor Tópico: Passos Coelho - A Verdade a vir à Tona  (Lida 127282 vezes)

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Re:Passos Coelho - A Verdade a vir à Tona
« Responder #340 em: 2015-03-03 16:01:02 »
eu não vejo grande diferença
não exijo uma moralidade "superior" à minha a um PM (a minha é muito boa :) )


olhando para a história toda, parece-me é que ele fez o que dezenas de milhares de outras pessoas não fizeram nem pensaria fazê-lo (provavelmente agora não se coibem de criticá-lo)

mas ha uma enorme diferenca, um PM tem de dar o exemplo no respeito das leis da republica senao nao eh idoneo

sim é verdade, há diferença.

mas do que fui acompanhando respeitou a lei e fez muito mais do que a lei o obrigava, pagou algo que não devia

Incognitus

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Re:Passos Coelho - A Verdade a vir à Tona
« Responder #341 em: 2015-03-03 16:04:46 »
Antes de 2012 é quase certo que não sabia. Só um estúpido é que se candidata a PM sabendo que tem uma dívida à SS por pagar.

mas antes de 2012 nao teria recebido a tal carta nao-registada com a informacao ?

Isso não é garantido - é impossível saber.

Penso que é provável que não tenha recebido simplesmente porque já na altura era suficientemente público (ex-deputado, líder da JSD) para se preocupar alguma coisa com a imagem -- um valor que para ele já deveria ser superior aos 4000 EUR ou lá o que era.
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Zakk

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Re:Passos Coelho - A Verdade a vir à Tona
« Responder #342 em: 2015-03-03 16:12:00 »
Este caso da seg social está altamente. A minha esposa é trabalhadora independente e de vez em qundo é tambem trabalhadora dependente.

Ela no inicio de 2013 concorreu a um trabalho no estado e foi selecionada, para trabalhar foi-lhe exigido uma certidão de não divida à seg social e às finanças. Na seg social ela tinha uma divida de 1700€ que tava errada porque nessa altura (2009/2010) ela era trabalhadora dependente e independente, logo estava isenta de contribuições como trabalhadora independente. A maquina não teve capacidade para detetar o erro e ela teve que pagar o valor que não devia.
Ela nunca foi notificada da divida, só quando necessitou da declaração é que soube da divida e se não pagasse não trabalhava para o estado.

Só recebeu o valor na semana passada, ao fim de uma 8 reclamações.
A pergunta que faço é como é que a maquina não detetou que ele tinha a divida.
Não é necessario apresentar a declaração de não divida?

Uma coisa é certa a seg social deve ser dos organismos mais incompetentes que temos ou pelo menos tivemos no país.


O passos a beira da minha mulher não é nada, ela pagou uma divida que não tinha.
Isto deve dar para fazer parte da TROIKA. hehehehe

Zenith

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Re:Passos Coelho - A Verdade a vir à Tona
« Responder #343 em: 2015-03-03 16:21:01 »
Acho que o PPC se enterrou todo com as respostas que deu:
1) Não descontar para a SS. Andou convencido durante 5 anos que descontos para a SS eram opcionais!!
2) Não pagou em 2012 porque não se queria aproveitar da situção de PM e tencionava pagar quando deixasse de ser PM. Poranto se ganhasse proximas legislativas só tencionava pagar lá para 2019 ou 2020.
Fica-se a saber que no caso de dívidos é discipulo do Socrates. Dívidas são para se ir gerindo :-)
Como cidadão normal em 2012 podia invocar a prescrição, como politico  a gestão de imagem recomendava que ele liquidades tudo imediatamente.

vbm

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Re:Passos Coelho - A Verdade a vir à Tona
« Responder #344 em: 2015-03-03 16:38:09 »
Ninguém liga p. ao que eu digo ou sugiro!
Ele nunca percebeu sequer que não estava a trabalhar!

Recebia o dinheiro para prestação futura não tinha nada
que pagar imposto antes de trabalhar! Paga-se IRS sobre
empréstimos? Que eu saiba, não! Fica-se a dever e a pagar
com trabalho futuro. A inapreensão do estado quântico
de trabalhar e não trabalhar não é fácil. Nem sequer
para um físico de  partículas elementares!

Incognitus

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Re:Passos Coelho - A Verdade a vir à Tona
« Responder #345 em: 2015-03-03 18:26:17 »
Acho que o PPC se enterrou todo com as respostas que deu:
1) Não descontar para a SS. Andou convencido durante 5 anos que descontos para a SS eram opcionais!!
2) Não pagou em 2012 porque não se queria aproveitar da situção de PM e tencionava pagar quando deixasse de ser PM. Poranto se ganhasse proximas legislativas só tencionava pagar lá para 2019 ou 2020.
Fica-se a saber que no caso de dívidos é discipulo do Socrates. Dívidas são para se ir gerindo :-)
Como cidadão normal em 2012 podia invocar a prescrição, como politico  a gestão de imagem recomendava que ele liquidades tudo imediatamente.

O 1) não espanta, as regras da SS eram bem complexas sobre quem pagava, quem não pagava, etc. Repara que ele estava isento até que passou a ter que pagar. Sem ele tomar uma iniciativa qualquer ou sem ser informado dessa alteração, o normal seria não fazer ideia nenhuma do que teria acontecido.

A maior parte das pessoas não sabem em detalhe essas regras e não existe razão para o Passos Coelho ser diferente. Quando existe uma alteração tão radical (passar de isento a ter que contribuir) talvez fizesse sentido a SS informar as pessoas, em vez de só o fazer para notificar de dívidas já cheias de juros de mora.

O 2) é justo. Ele quis esquivar-se daquilo como qualquer pessoa faria face a uma coisa prescrita.
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Re:Passos Coelho - A Verdade a vir à Tona
« Responder #346 em: 2015-03-04 01:06:22 »
Isso era online ou em papel? Se era online, a coisa não dava erro na falta de preenchimento disso? Se era em papel, nas finanças não o avisavam que faltava algo?
 
Em ambos os casos seria pelos vistos perfeitamente possível a alguém passar sem preencher a coisa. Não é por existir um papel qualquer a dizer obrigatório isto ou aquilo, que as pessoas passam a saber de algo. Essa é uma visão informada por um espírito burocrático. Eu se preencher uma declaração qualquer com a qual quero passar o menos tempo possível, e a coisa não der erro nenhum e aceitar os dados, fico feliz em vez de ir ver se falta algo. Não dá erro, não falta nada.
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Re:Passos Coelho - A Verdade a vir à Tona
« Responder #347 em: 2015-03-04 07:51:14 »
Não dá erro, não falta nada.
E mais descansado ficas se durante 5 anos ninguém te notificar de nada
A lógica enraizada é que têm de ser os cidadãos ao serviço do estado e não o contrário. Precisávamos de uma forte mentalidade de nudging. Lembro-me de ter lido que em Inglaterra até criaram uma equipa para isso e tiveram resultados surpreendentemente positivos nalgumas coisas. Às vezes basta facilitar a vida as pessoas...

Zenith

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Re:Passos Coelho - A Verdade a vir à Tona
« Responder #348 em: 2015-03-04 10:11:05 »
Andar 5 anos na ignorância (99-04) é realmente muito tempo !!! O homem não falava com ninguém?
É evidente que ele sabia que tinha de descontar.  O anexo B tem um campo "contribuições obrigatórias para a SS". Ao ver a palavra obrigatória ele não pode invocar que pensava que era opcional, mas tinha de ter a certeza que no caso dele estava isento.
O caricato é que provavelmente nalguma das dezenas ou centenas de reunioes politicas dentro do PSD em que ele pode ter participado, é capaz de ter surgido assuntos para discussão tais como opção de descontar para privados e coisas do género.
É possivel que o fugir ao fisco nem fosse o móbil principal, mas como estava preocupado com altos designios essa coisa da SS era um problema de lana caprina com o qual ele não queria perder tempo nenhum. Que se lixe a SS.
Essa atitude se superioridade perannte os deveres exigiveis ao cidadão comum é generalizada na classe politica. Por exemplo o Soares achava normal ele poder andar a 200Km/h e há muitos outros exemplos
Agora um PM invocar ignorância durante 5 anos é obra. É caso para perguntar que mais coisas ele ignora que tem a ver com funcionamento do estado?
 Se calhar os conflitos sucessivos com o TC, advém de durante 4 anos ele ainda ignorar que país tem uma constituição  ;D
 

karnuss

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Re:Passos Coelho - A Verdade a vir à Tona
« Responder #349 em: 2015-03-04 11:01:33 »
Citar
Carlos Guimarães Pinto pergunta: Pode um homem que tenha falhado o pagamento de impostos no passado ser primeiro-ministro de Portugal?
A pergunta mais relevante seria antes: Pode um homem que na Assembleia da República impôs impostos aos outros, com pesadíssimas penalizações, fugir aos impostos e, enquanto primeiro-ministro, fazer da moralidade todo um programa político?


http://destrezadasduvidas.blogspot.pt/2015/03/re-pode-um-homem-que-tenha-falhado-o.html

Excelente questão. Embora eu acho que este caso é mais um fait-divers sem relevância política. passos devia ter dito logo, como veio a dizer, que "não é perfeito" e comete erros como toda a gente. Escusava de se ter enrolado em explicações trapalhonas.
« Última modificação: 2015-03-04 11:05:14 por karnuss »

karnuss

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Re:Passos Coelho - A Verdade a vir à Tona
« Responder #350 em: 2015-03-04 11:09:31 »
Outro texto muito bom:

Citar
Para mim não foi um mero esquecimento. Passos Coelho em 1999 não pensava que viria a ser primeiro-ministro. Nunca lhe passou pela cabeça que o PSD e o PS lhe proporcionassem essa oportunidade. Por isso, na altura fez aquilo que lhe dava mais jeito. Como quase todos, aliás, de acordo com um padrão comportamental que se instalou em Portugal e fez escola. É que, como bem se recorda, entre 1999 e 2004 o primeiro-ministro "era apenas trabalhador independente e, por essa razão, tinha de apresentar o modelo B da declaração de IRS e preencher o anexo H. Ora, nesses anos, no quadro 9 do anexo H os contribuintes tinham de preencher o valor pago em "contribuições obrigatórias para a Segurança Social". Obrigatórias."
Não quis assumir a sua opção, preferiu desresponsabilizar-se, alegar esquecimentos, enfiar os pés pelas mãos com explicações canhestras (desconhecia, não sabia que devia pagar, não fora notificado, esqueceu-se, estava convencido que era opcional, a culpa foi da Segurança Social, estava prescrita, só soube em 2012, pensou pagar quando deixasse o Governo, demorou mais três anos para pagar, o valor não bate certo, enfim...).
Para qualquer português teria sido muito mais compreensível que tivesse dito que ao tempo era normal que muitos procurassem "poupar" o que fosse possível com o Fisco e a Segurança Social, embora não fosse o mais correcto, e que ele não era diferente dos demais, acrescentando que se soubesse como teria sido o dia de amanhã teria declarado tudo e realizado os pagamentos como qualquer outro contribuinte. Não quis fazê-lo. Problema dele e de quem o julgará nas próximas eleições.
Nada do que se disse ou ficou escrito faz dele um vigarista ou um malandro. Que fique bem claro. Mas era-lhe exigível como cidadão e político que tivesse tido outra atitude? Era. Perguntar-se-á também se andou a gozar connosco? Andou. E quis fazer dos outros parvos? É claro que sim, pois que de outra forma não teria metido os pés pelas mãos.
Certamente que o que aconteceu e agora se conheceu não contribuirá para melhorar a sua imagem ou reputação, nem a do partido que lhe desculpa a inépcia. E que sendo primeiro-ministro agrava as suas responsabilidades e retira-lhe autoridade para exigir aos outros o que não impõe a si próprio. Paciência. Mas uma coisa é certa: da imagem de trapalhão, chico-esperto e desleixado não se livrará. Só que sendo primeiro-ministro num país de trapalhões, chicos-espertos e desleixados, onde toda a gente está sempre pronta a tolerar, desculpar e compreender as trapalhadas, "golpadas no sistema" e desleixos dos outros, porque também se habituou a ver os outros tirarem partido de um sistema que é por natureza injusto e desonesto para com os fracos e condescendente para com os poderosos, não sei se isso fará alguma diferença.
Quanto à campanha eleitoral que aí vem não antevejo nada de bom. A amostra dos últimos dias, o nível da argumentação a que se chegou, a repescagem de casos passados e há muito enterrados - não era o caso deste - como arma de arremesso político, a utilização das redes sociais para atirar pazadas de lama sobre os adversários políticos, tentando meter tudo no mesmo saco, desculpando erros próprios com os erros dos outros, trazendo permanentemente à baila os casos de outros trapalhões, alguns porventura mais do que meros trapalhões, alguns já julgados nas urnas e nos tribunais, outros entretanto entregues à justiça e com os arguidos já detidos, não augura nada de bom. Temo que a desinformação, a cegueira partidária, a desonestidade intelectual das camarilhas e a falta de honestidade ética e política dos actores continue a fazer o seu caminho. Como até aqui. Não até à vitória final, mas até à abstenção final. Ou, quem sabe, até que o desespero dos portugueses trabalhadores, honestos, sérios e que cumprem as suas obrigações sem esquecimentos, enquanto os trapalhões vão engrandecendo e comendo-lhes as papas na cabeça, os leve a dizer basta.   


http://delitodeopiniao.blogs.sapo.pt/nao-vale-a-pena-perder-mais-tempo-7198600

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Re:Passos Coelho - A Verdade a vir à Tona
« Responder #351 em: 2015-03-04 11:44:25 »
É evidente que ele sabia que tinha de descontar.  O anexo B tem um campo "contribuições obrigatórias para a SS". Ao ver a palavra obrigatória ele não pode invocar que pensava que era opcional, mas tinha de ter a certeza que no caso dele estava isento.
Tu és mesmo um pobrezinho Zenith. Achas mesmo que estes gajos sabem, sequer, a password do portal das finanças, quanto mais o que diz o anexo B ?  ;D

Agora fora de gozo, é bem provável que ele até tivesse algum contabilista para lhe preencher a papelada que supostamente o devia ter alertado. O estranho é, se ele sabia do erro que cometeu, não ter regularizado quando se decidiu candidatar a PM. Isto é coisa que ia aparecer mais tarde ou mais cedo (até era fácil ter aparecido na campanha eleitoral da altura uma vez que os serviços eram dirigidos por pessoas do PS).

Joao-D

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Re:Passos Coelho - A Verdade a vir à Tona
« Responder #352 em: 2015-03-04 12:03:19 »
Acho que não cola a comparação de Passos a Sócrates. O Passos errou, mas, pelo menos, já pagou. Não está envolvido em dezenas de casos de milhões de euros e não vai preso.
Falta saber se pagou a totalidade. É possível que sim. A SS pode ter perdoado os juros de mora, que me faz sentido tratando-se de uma divida já prescrita. Isso devia ser dito.
Não pagar à SS é grave, mas não acho que seja muito grave.
Acho que o Passos devia limitar-se a dizer que errou e que já corrigiu a situação, e não deve dar explicações que ninguém acredita.
No entanto, acho que vamos provavelmente ficar a saber também coisas do Costa pouco claras até ao fim da campanha eleitoral. É o meu palpite.



vbm

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Re:Passos Coelho - A Verdade a vir à Tona
« Responder #353 em: 2015-03-04 12:17:16 »
[ ] Por exemplo o Soares achava normal ele poder andar a 200Km/h e há muitos outros exemplos
[ ]

Eu acho anormal não poder andar sem limite de velocidade
com os carros que há e as autoestradas que temos!

Incognitus

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Re:Passos Coelho - A Verdade a vir à Tona
« Responder #354 em: 2015-03-04 13:09:34 »
Andar 5 anos na ignorância (99-04) é realmente muito tempo !!! O homem não falava com ninguém?
É evidente que ele sabia que tinha de descontar.  O anexo B tem um campo "contribuições obrigatórias para a SS". Ao ver a palavra obrigatória ele não pode invocar que pensava que era opcional, mas tinha de ter a certeza que no caso dele estava isento.
O caricato é que provavelmente nalguma das dezenas ou centenas de reunioes politicas dentro do PSD em que ele pode ter participado, é capaz de ter surgido assuntos para discussão tais como opção de descontar para privados e coisas do género.
É possivel que o fugir ao fisco nem fosse o móbil principal, mas como estava preocupado com altos designios essa coisa da SS era um problema de lana caprina com o qual ele não queria perder tempo nenhum. Que se lixe a SS.
Essa atitude se superioridade perannte os deveres exigiveis ao cidadão comum é generalizada na classe politica. Por exemplo o Soares achava normal ele poder andar a 200Km/h e há muitos outros exemplos
Agora um PM invocar ignorância durante 5 anos é obra. É caso para perguntar que mais coisas ele ignora que tem a ver com funcionamento do estado?
 Se calhar os conflitos sucessivos com o TC, advém de durante 4 anos ele ainda ignorar que país tem uma constituição  ;D

Essa posição não é de todo óbvia. Se ele não soubesse em 1999, facilmente não saberia em ano nenhum posterior. O IRS não altera isso - quer online quer presencial - pois se um e outro não avisarem para a falta de preenchimento de algo, uma pessoa que veja aquilo como uma chatice só quer é avançar. Passou, está bom.
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Re:Passos Coelho - A Verdade a vir à Tona
« Responder #355 em: 2015-03-04 13:14:39 »
Citar
Carlos Guimarães Pinto pergunta: Pode um homem que tenha falhado o pagamento de impostos no passado ser primeiro-ministro de Portugal?
A pergunta mais relevante seria antes: Pode um homem que na Assembleia da República impôs impostos aos outros, com pesadíssimas penalizações, fugir aos impostos e, enquanto primeiro-ministro, fazer da moralidade todo um programa político?


http://destrezadasduvidas.blogspot.pt/2015/03/re-pode-um-homem-que-tenha-falhado-o.html

Excelente questão. Embora eu acho que este caso é mais um fait-divers sem relevância política. passos devia ter dito logo, como veio a dizer, que "não é perfeito" e comete erros como toda a gente. Escusava de se ter enrolado em explicações trapalhonas.


Por acaso não é lá muito excelente. O que ficou em falta foi uma contribuição. E como o sistema está estruturado, nem é líquido que falhar essa contribuição leve a que o Passos Coelho retire daí um valor presente positivo. Ou seja, ao falhar pode até ter-se prejudicado a ele próprio.

Mas acima de tudo, é perfeitamente plausível que ele não tenha fugido à contribuição e sim e simplesmente que não tenha sabido que a tinha que fazer. Isto porque ele terá mudado automaticamente de isento para ter que fazer as contribuições sem que disso fosse informado. Só se a vida do Passos Coelho fosse andar a saber o que se passa com a sua situação na SS (o que duvido seriamente) é que ele TALVEZ tivesse sabido dessa alteração.

Nem acho que seja líquido que as dívidas desta situação tenham entrado logo na SS, diga-se (o que significa que MESMO que o Passos Coelho tivesse controlado pontualmente a sua situação na SS - o que duvido que tenha feito - poderia não ter ficado logo ciente da sua dívida). Digo isto porque EU CONTROLAVA frequentemente a MINHA situação na SS, mantendo os pagamentos (embora por vezes com atraso) e mesmo assim alguns anos depois apareceu-me uma dívida ANTERIOR aos meus pagamentos e que antes claramente não constava.
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Re:Passos Coelho - A Verdade a vir à Tona
« Responder #356 em: 2015-03-04 13:22:06 »
Outro texto muito bom:

Citar
Para mim não foi um mero esquecimento. Passos Coelho em 1999 não pensava que viria a ser primeiro-ministro. Nunca lhe passou pela cabeça que o PSD e o PS lhe proporcionassem essa oportunidade. Por isso, na altura fez aquilo que lhe dava mais jeito. Como quase todos, aliás, de acordo com um padrão comportamental que se instalou em Portugal e fez escola. É que, como bem se recorda, entre 1999 e 2004 o primeiro-ministro "era apenas trabalhador independente e, por essa razão, tinha de apresentar o modelo B da declaração de IRS e preencher o anexo H. Ora, nesses anos, no quadro 9 do anexo H os contribuintes tinham de preencher o valor pago em "contribuições obrigatórias para a Segurança Social". Obrigatórias."
Não quis assumir a sua opção, preferiu desresponsabilizar-se, alegar esquecimentos, enfiar os pés pelas mãos com explicações canhestras (desconhecia, não sabia que devia pagar, não fora notificado, esqueceu-se, estava convencido que era opcional, a culpa foi da Segurança Social, estava prescrita, só soube em 2012, pensou pagar quando deixasse o Governo, demorou mais três anos para pagar, o valor não bate certo, enfim...).
Para qualquer português teria sido muito mais compreensível que tivesse dito que ao tempo era normal que muitos procurassem "poupar" o que fosse possível com o Fisco e a Segurança Social, embora não fosse o mais correcto, e que ele não era diferente dos demais, acrescentando que se soubesse como teria sido o dia de amanhã teria declarado tudo e realizado os pagamentos como qualquer outro contribuinte. Não quis fazê-lo. Problema dele e de quem o julgará nas próximas eleições.
Nada do que se disse ou ficou escrito faz dele um vigarista ou um malandro. Que fique bem claro. Mas era-lhe exigível como cidadão e político que tivesse tido outra atitude? Era. Perguntar-se-á também se andou a gozar connosco? Andou. E quis fazer dos outros parvos? É claro que sim, pois que de outra forma não teria metido os pés pelas mãos.
Certamente que o que aconteceu e agora se conheceu não contribuirá para melhorar a sua imagem ou reputação, nem a do partido que lhe desculpa a inépcia. E que sendo primeiro-ministro agrava as suas responsabilidades e retira-lhe autoridade para exigir aos outros o que não impõe a si próprio. Paciência. Mas uma coisa é certa: da imagem de trapalhão, chico-esperto e desleixado não se livrará. Só que sendo primeiro-ministro num país de trapalhões, chicos-espertos e desleixados, onde toda a gente está sempre pronta a tolerar, desculpar e compreender as trapalhadas, "golpadas no sistema" e desleixos dos outros, porque também se habituou a ver os outros tirarem partido de um sistema que é por natureza injusto e desonesto para com os fracos e condescendente para com os poderosos, não sei se isso fará alguma diferença.
Quanto à campanha eleitoral que aí vem não antevejo nada de bom. A amostra dos últimos dias, o nível da argumentação a que se chegou, a repescagem de casos passados e há muito enterrados - não era o caso deste - como arma de arremesso político, a utilização das redes sociais para atirar pazadas de lama sobre os adversários políticos, tentando meter tudo no mesmo saco, desculpando erros próprios com os erros dos outros, trazendo permanentemente à baila os casos de outros trapalhões, alguns porventura mais do que meros trapalhões, alguns já julgados nas urnas e nos tribunais, outros entretanto entregues à justiça e com os arguidos já detidos, não augura nada de bom. Temo que a desinformação, a cegueira partidária, a desonestidade intelectual das camarilhas e a falta de honestidade ética e política dos actores continue a fazer o seu caminho. Como até aqui. Não até à vitória final, mas até à abstenção final. Ou, quem sabe, até que o desespero dos portugueses trabalhadores, honestos, sérios e que cumprem as suas obrigações sem esquecimentos, enquanto os trapalhões vão engrandecendo e comendo-lhes as papas na cabeça, os leve a dizer basta.   


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O texto não parece nada bom porque:
1) As contribuições em questão eram muito baixas. Só dão valores minimamente visíveis por se acumularem muitos anos. Seriam contribuições sobre 25% do SMN! Para o rendimento do Passos Coelho seriam basicamente irrelevantes e ele era já uma pessoa pública;
2) O esquecimento é perfeitamente plausível já que a mudança para ter que contribuir foi automática;
3) O IRS não muda nada porque ele pode até nem o ter feito e porque mesmo que o tenha feito quer online (se é que já existia) que offline, se não lhe colocaram entraves (erros) a entregar a coisa ele daria-a como "boa". Existem centenas de porcarias incompreensíveis naquela declaração (e na do IVA, diga-se);
4) Por fim, aquilo que o Passos Coelho falhou foi uma contribuição que alimenta a sua carreira contributiva. O que significa que nem sequer é líquido que ele retirasse um benefício em falhar a contribuição, dada a forma como o sistema está estruturado. Por exemplo, um funcionário público que por erro dos serviços falhasse as suas contribuições para a CGA estaria a ser prejudicado por esse evento e berraria como um animal para pagar o que estivesse em falta. O que mostra que "falhar contribuições" não é necessariamente uma malandrice "positiva para o próprio".
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Re:Passos Coelho - A Verdade a vir à Tona
« Responder #357 em: 2015-03-04 13:22:21 »
Andar 5 anos na ignorância (99-04) é realmente muito tempo !!! O homem não falava com ninguém?
É evidente que ele sabia que tinha de descontar.  O anexo B tem um campo "contribuições obrigatórias para a SS". Ao ver a palavra obrigatória ele não pode invocar que pensava que era opcional, mas tinha de ter a certeza que no caso dele estava isento.
O caricato é que provavelmente nalguma das dezenas ou centenas de reunioes politicas dentro do PSD em que ele pode ter participado, é capaz de ter surgido assuntos para discussão tais como opção de descontar para privados e coisas do género.
É possivel que o fugir ao fisco nem fosse o móbil principal, mas como estava preocupado com altos designios essa coisa da SS era um problema de lana caprina com o qual ele não queria perder tempo nenhum. Que se lixe a SS.
Essa atitude se superioridade perannte os deveres exigiveis ao cidadão comum é generalizada na classe politica. Por exemplo o Soares achava normal ele poder andar a 200Km/h e há muitos outros exemplos
Agora um PM invocar ignorância durante 5 anos é obra. É caso para perguntar que mais coisas ele ignora que tem a ver com funcionamento do estado?
 Se calhar os conflitos sucessivos com o TC, advém de durante 4 anos ele ainda ignorar que país tem uma constituição  ;D

Essa posição não é de todo óbvia. Se ele não soubesse em 1999, facilmente não saberia em ano nenhum posterior. O IRS não altera isso - quer online quer presencial - pois se um e outro não avisarem para a falta de preenchimento de algo, uma pessoa que veja aquilo como uma chatice só quer é avançar. Passou, está bom.

O IRS em 1999/2000 acho que era feito em papel e a lei que obrigava o Passos a pagar existe desde 1982.
Logo, não faz sentido ele alegar desconhecimento. As pessoas não acreditam nisso. 
Acho que ele devia simplesmente ter dito que errou e que corrigiu a situação.

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Re:Passos Coelho - A Verdade a vir à Tona
« Responder #358 em: 2015-03-04 13:24:45 »
Acho que não cola a comparação de Passos a Sócrates. O Passos errou, mas, pelo menos, já pagou. Não está envolvido em dezenas de casos de milhões de euros e não vai preso.
Falta saber se pagou a totalidade. É possível que sim. A SS pode ter perdoado os juros de mora, que me faz sentido tratando-se de uma divida já prescrita. Isso devia ser dito.
Não pagar à SS é grave, mas não acho que seja muito grave.
Acho que o Passos devia limitar-se a dizer que errou e que já corrigiu a situação, e não deve dar explicações que ninguém acredita.
No entanto, acho que vamos provavelmente ficar a saber também coisas do Costa pouco claras até ao fim da campanha eleitoral. É o meu palpite.

Já começou, ontem já existiam notícias de não ter pago contribuição autárquica ou lá o que era.
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Re:Passos Coelho - A Verdade a vir à Tona
« Responder #359 em: 2015-03-04 13:29:09 »
Mas acima de tudo, é perfeitamente plausível que ele não tenha fugido à contribuição e sim e simplesmente que não tenha sabido que a tinha que fazer. Isto porque ele terá mudado automaticamente de isento para ter que fazer as contribuições sem que disso fosse informado. Só se a vida do Passos Coelho fosse andar a saber o que se passa com a sua situação na SS (o que duvido seriamente) é que ele TALVEZ tivesse sabido dessa alteração.
Em termos de mau funcionamento do estado tem alguma semelhança com as pessoas que venderam carros há uma dúzia de anos, o estado nunca as notificou para pagar IUC, a sua situação aparecia como OK no portal das finanças e agora, de repente, aparecem coimas de coisas não pagas referentes a não-sei-quantos anos atrás.

O modus operandi é extraordinário.