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Autor Tópico: Casos da nossa justiça, leis e polícias  (Lida 116000 vezes)

vbm

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Re: Casos da nossa justiça, leis e polícias
« Responder #260 em: 2015-06-17 07:27:11 »
A corrupção  está logo na polícia!
Refiro-me às coisas  por cá.

E agora com  as transferências
a € 500, vão ser outros € 500.

Lol

Hão de ir todos presos,
p'ra «aprofundar suspeitas»!
« Última modificação: 2015-06-17 07:27:51 por vbm »

Automek

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Re: Casos da nossa justiça, leis e polícias
« Responder #261 em: 2015-06-17 15:06:35 »
Sendo via inquérito tem pouca credibilidade.

A conclusão deveria ser antes "Portugal em 5º lugar em termos de percepção da corrupção". Quanto à corrupção em si, sabe-se lá. Mas já há muita coisa em Portugal que não é corrupta e é certamente mais corrupta, por exemplo, na Grécia.
é um tema difícil para ter estudos porque:
a) se basearmos em factos têm de ser processos judiciais concluídos. a justiça é lentíssima quando comparada com outros países e permite muita habilidade, além de prescrições (o que não quer dizer que o caso não fosse mesmo de corrupção)
b) se basearmos em inquéritos, ninguém (poucos) vão dizer que foram corrompidos
c) restam inquéritos de percepção (que valem o que valem)

Automek

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Re: Casos da nossa justiça, leis e polícias
« Responder #262 em: 2015-06-23 11:32:06 »
Como é que uma instituição pode ser alguma coisa de jeito em que pouco importa o mérito ? (sobre o novo estatuto da GNR)
Citar
Acabaram as promoções automáticas na esmagadora maioria dos postos e categorias da GNR. O novo estatuto profissional, apresentado anteontem pela ministra da Administração Interna e a que o i teve acesso, prevê, entre outras mudanças na carreira dos militares, que as promoções deixem de ser automáticas, por antiguidade, e passem a ser feitas por escolha das chefias. As únicas excepções são as subidas a primeiro-sargento e a guarda principal – que continuarão a basear-se nos anos de serviço.

Fonte: http://ionline.pt/396753?source=social

kitano

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Re: Casos da nossa justiça, leis e polícias
« Responder #263 em: 2015-06-23 11:35:02 »
As escolhas das chefias também abre a porta a todo o género de arbitrariedade...caso não sejam defenidas métricas objectivas...
"Como seria viver a vida que realmente quero?"

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Re: Casos da nossa justiça, leis e polícias
« Responder #264 em: 2015-06-23 11:39:23 »
A maior parte das chefias são de "intimidade política", por isso os concursos são criados de forma a contratar quem eles desejam.
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
Urmas Reinsalu

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Re: Casos da nossa justiça, leis e polícias
« Responder #265 em: 2015-06-26 13:14:20 »
Que boa noticia  http://www.publico.pt/local/noticia/assembleia-de-freguesia-leva-a-presidente-de-junta-de-carcavelos-a-tribunal-1700148

O presidente da assembleia de freguesia da União das Freguesias de Carcavelos e Parede entregou esta quinta-feira no Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra uma acção contra a presidente da junta com objectivo de anular o seu voto na sessão da Assembleia Municipal de Cascais que aprovou o plano de pormenor de Carcavelos-Sul.

Em causa está o facto de a presidente da junta, Zilda Costa Silva (PSD/CDS), ter votado favoravelmente, a 27 de Maio, a aprovação daquele polémico plano depois de a assembleia de freguesia a ter mandatado para votar contra. “Foi uma ilegalidade. Traiu as populações que a assembleia representa”, afirmou o presidente da assembleia de freguesia, Jorge Paulos (PS). A decisão de entregar esta queixa foi aprovada no passado dia 18, numa sessão extraordinária de assembleia de freguesia, com o voto favorável de todas as forças da oposição.

Segundo Jorge Paulos, a acção agora entregue em tribunal “tem como objetivo tornar nula a aprovação do plano de pormenor, que foi feita na assembleia municipal através do voto favorável da presidente da junta, uma vez que ela estava mandatada pela assembleia de freguesia para votar contra”.

Se a presidente da junta tivesse votado contra na assembleia municipal, o plano que permite a urbanização de uma vasta área contígua à praia de Carcavelos teria sido chumbado, já que foi aprovado com 19 votos a favor e 18 contra. “Esperamos que o tribunal chegue à conclusão de que a posição da presidente da junta é ilegal. Não pode votar ao contrário do que a assembleia de freguesia a mandatou”, acrescentou Jorge Paulos.

Apesar desta iniciativa dos partidos da oposição em relação ao plano de Carcavelos, Zilda Silva já tornou público que esta quinta-feira à noite voltará a votar na assembleia municipal contra uma deliberação aprovada pela assembleia de freguesia. Desta vez os deputados municipais votarão a proposta de revisão do Plano Director Municipal (PDM) aprovada pela câmara com os votos contra dos vereadores da oposição e que foi rejeitada pela assembleia de freguesia de Carcavelos e Parede.
 
Posições idênticas à de Carcavelos e da Parede foram tomadas por outras assembleias de freguesia que mandataram os seus presidentes de junta para votarem contra o PDM na sessão desta quinta-feira. A  tentativa de vincular os presidente de junta, que têm assento por inerência na assembleia municipal, às posição tomadas pelas assembleias de freguesia surgiu na sequência de um protesto organizado em Maio pelo PS, PCP, BE e movimentos de cidadãos do concelho contra a proposta camarária de revisão do PDM.

"O que se prepara para acontecer em Cascais é uma barbaridade, uma monstruosidade, porque prevê a destruição total das últimas estruturas verdes do concelho e não se consegue perceber o objectivo desta destruição e do aumento de zonas urbanizáveis”, acusaram nessa altura os adversários da proposta.

Em resposta, o PSD e o CDS-PP de Cascais emitiram um comunicado conjunto em que acusam os partidos da oposição de "a reboque do radicalismo antidemocrático do vereador da CDU" forçarem a votação de moções nas assembleias de freguesia "que tentam vincular e condicionar o voto contra a proposta dos presidentes de junta em sede de assembleia municipal”.

 No mesmo comunicado, os partidos que governam o município dizem que essas moções “não têm qualquer valor legal” e que se trata de uma “deturpação soviética das regras democráticas e do direito universal de cada homem e mulher livre ao seu voto”.

 


itg00022289

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Re: Casos da nossa justiça, leis e polícias
« Responder #266 em: 2015-07-01 15:30:28 »
Vamos ver se este "injustiçado" ainda não vai sacar mais uns dinheiros.
Este e o seu acessor Marco António Costa devem ter umas histórias a la Socrates

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Luís Filipe Menezes, ex-presidente da Câmara de Gaia e ex-líder do PSD, acusa vários jornalistas do Jornal de Notícias e do Correio da Manhã de crimes de difamação agravada, exigindo aos profissionais e às respectivas empresas uma indemnização de 943.600 euros por danos morais e patrimoniais, comum a todas as empresas e jornalistas visados.

Estes dois pedidos já deram entrada nos tribunais, mas o ex-autarca, que agora se assume como “empresário”, admite vir a alargar a reivindicação ao PÚBLICO e à revista Visão, contra quem já correm dois processos-crime no Departamento de Investigação e Acção Penal do Porto ainda não concluídos. 

As duas acusações particulares, que são acompanhadas pelo Ministério Público, surgem na sequência de várias notícias sobre negócios celebrados pela autarquia de Gaia durante os mandatos de Menezes que estão a ser investigados pela Polícia Judiciária e sobre o património que o ex-autarca acumulou nos últimos anos. Na altura, em Setembro do ano passado, a Procuradoria-Geral da República confirmou estar a investigar casos relacionados com o anterior mandato autárquico de Gaia, adiantando que o inquérito ainda não tinha arguidos.

Num dos processos, a que o PÚBLICO teve acesso, os representantes de Menezes garantem que as notícias “são falsas”, acusando os órgão de comunicação social de uma “campanha difamatória” que pretende afectar a credibilidade e honorabilidade do antigo presidente do PSD.

Menezes pede uma compensação 250 mil euros em danos morais e de 693.600 euros em danos patrimoniais. Estes reportam-se a rendimentos que o antigo autarca diz ter ficado privado na sequência das notícias. Para tal, apresenta três declarações de empresários, em que os mesmos afirmam que iriam contratar Menezes como consultor, tendo recuado na sequência das notícias.

Por exemplo, o presidente do conselho de administração da Soltrópico - Viagens e Turismo, Augusto Machado, assegura que tinha contratualizado com o actual conselheiro de Estado “uma assessoria, válida por um período de três anos”, que visava “acompanhar e aconselhar os procedimentos necessários à expansão das actividades deste grupo” em Portugal e no Brasil.

Os conselhos deveriam render a Menezes 4300 euros mensais. “Acontece que as notícias que de forma massiva, nos meses de Setembro e Outubro de 2014, colocaram em causa a sua honorabilidade recente como gestor público” aconselharam a adiar “a decisão sobre essa eventual colaboração”, justifica Augusto Machado, num documento anexado ao pedido de indemnização. Os advogados Castanheira Neves e Nuno Oliveira fizeram as contas e à conta desta assessoria exigem aos jornais e aos jornalistas 154.800 euros, que se juntam a uma parcela de 150 mil euros relativa a uma avença com a Empatias – Decorações de Interiores durante cinco anos.

“O motivo que nos leva a tomar esta posição que esperamos desde já compreenda, é que no presente momento e face a algumas notícias que têm saído na comunicação social a Empatias considera que o valor acrescentado que nos poderia trazer, neste momento não se aplica”, escreveu Isabel Santos, da Empatias, num outro documento. Uma justificação similar é dada por Paulo Dâmaso de Andrade, presidente do conselho de administração da KapaInvest- Hotelaria e Similares S.A. para cancelar o “serviço de aconselhamento” num projecto que envolvia “dezenas de milhões de euros” e que, ao longo de três anos, deveria ter rendido a Menezes 183.600 euros.

No pedido de indemnização, o ex-autarca garante ainda que tinha acordado com o Porto Canal um novo programa com início em Outubro de 2014, que decorreria às sexta-feiras em horário nobre. O antigo presidente da câmara diz que ficou assente que auferiria 50% das receitas de publicidade que o programa gerasse, o que estima em 10 mil euros mensais e 120 mil anuais. Para comprovar essa perda arrola como testemunha Adelino Caldeira, administrador da SAD do FC Porto, que controla o canal.

Entre os montantes reivindicados estão 43.200 euros que Menezes esperava receber com a colaboração mensal, por um período de três anos, com o Jornal de Notícias, uma das entidades a quem exige a indemnização e que diz “teve que suspender”.

Para sustentar os danos morais, o antigo líder social-democrata apresenta quatro relatórios médicos que dão conta da agudização de alguns problemas de saúde, na sequência de um estado de grande ansiedade cuja motivação não se encontra justificada. Em causa estão problemas digestivos, crises mais recorrentes de prostatites, insónias, cefaleias e depressão, entre outros.

No pedido cível, Menezes acrescenta que se sentiu “durante vários meses” inibido de sair à rua e de frequentar locais públicos, tendo passado várias noites sem dormir e sentindo “vontade de chorar”. Por causa das notícia, “milhares de pessoas formularam um juízo desonroso quanto à probidade, lealdade e rectidão da vida familiar do lesado que aliado à vertente familiar, profissional e política, o tornam num alvo perfeito à chacota popular, à especulação e à projecção negativa do homem público nos centros de poder e especialmente no partido político em que se insere”, argumentam os advogados de Menezes, que acusam os jornalistas de terem a intenção de ferir a honra, consideração, bom nome e dignidade do cliente.       
 

vbm

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Re: Casos da nossa justiça, leis e polícias
« Responder #267 em: 2015-07-02 09:10:03 »
É prender o menezes, mais o "acessor", «para aprofundar suspeitas».
Cuidado, não oferecer pulseira! É metê-los na choça, tout court.

itg00022289

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Re: Casos da nossa justiça, leis e polícias
« Responder #268 em: 2015-07-02 12:13:57 »
É prender o menezes, mais o "acessor", «para aprofundar suspeitas».
Cuidado, não oferecer pulseira! É metê-los na choça, tout court.
Sim estes 2 também são uns criminosos (a nível legal é outra conversa).
« Última modificação: 2015-07-02 12:23:11 por itg00022289 »

Automek

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Re: Casos da nossa justiça, leis e polícias
« Responder #269 em: 2015-07-02 12:20:40 »
Sabendo que tudo o que é político em lugar de destaque é malta que já vem dos grupos que andaram a colar cartazes, a conspirar nas concelhias, a dominar câmaras e serviços regionais, a trocar favores entre eles, etc. eu só fico admirado é como é que não temos muito mais isaltinos, sócrates, menezes, marcos costas, varas e companhia.
o sistema (estado grande, complexo e arbitrário) proporciona o aparecimento e favorece a ascensão deste tipo de gente.

itg00022289

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Re: Casos da nossa justiça, leis e polícias
« Responder #270 em: 2015-07-21 11:58:39 »
Uma teia de corrupção transatlântica
Lá como cá, há uma casta que se apoderou do estado e de empresas, usando-as para seu proveito.
O que a mim me impressiona é quanto destas pessoas são produzidas dentro dos partidos e várias são eleitas para os mais altos cargos do país (vide Sócrates, Lula).
Grosso modo, nós elegemos ladrões e criminosos para gerirem uma nação.

Tem que haver outra forma, os países um exército de pessoas melhores e mais decentes que esta cúpula mafiosa.


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Lava Jato em 5 gráficos. Como o caso brasileiro cruza vários processos em Portugal
21/7/2015, 6:40
Operação Marquês, Monte Branco, BPN. O escândalo brasileiro cruza vários processos nacionais. 5 gráficos para perceber a teia de ligações que a PGR vai ajudar o Brasil a investigar.


O ex-presidente brasileiro, Lula da Silva, é suspeito de tráfico de influência em transação comercial internacional, dentro do processo Lava Jato
Fernando Bizerra Jr./EPA

Autores

Maria Catarina Nunes  Email
Milton Cappelletti  mcappellettijr  Email
Tópicos

CASO SÓCRATESJUSTIÇAOPERAÇÃO MARQUÊSPROCESSO BPNPROCESSO LAVA JATO
Os negócios entre o Brasil e Portugal cresceram visivelmente nos últimos anos. Um dos responsáveis por esse crescimento foi inegavelmente Lula da Silva, o ex-presidente brasileiro, que valorizou as ligações a Portugal. Quando se descobrem casos suspeitos do outro lado do Atlântico é normal que alguns deles cheguem a Portugal. Mas o Lava Jato, o escândalo de corrupção que agora agita o Brasil (depois do Mensalão e do Petrolão) não se cruza apenas com um processo, mas sim com vários. Uma teia de relações entre empresas e pessoas que o Observador tentou simplificar em 5 gráficos.

No cruzamento de linhas do Brasil para Portugal (com passagens por África e Suíça), o Lava Jato entra pelo processo Operação Marquês dentro, pelo qual estão detidos José Sócrates (prisão preventiva), Armando Vara, ex-administrador da CGD, Joaquim Barroca, ex-administrador do Grupo Lena, e o empresário Carlos Santos Silva (todos em prisão domiciliária).  Toca também no caso Monte Branco, via Akoya, a empresa suíça gestora de fortunas representada em Portugal por Francisco Canas. É no âmbito deste processo que, entre muitos outros, é arguido Ricardo Salgado, que teve de pagar uma caução de três milhões de euros para aguardar julgamento em liberdade. E nem o BPN escapa, uma vez que o banco de Oliveira e Costa (que aguarda julgamento em prisão domiciliária) seria usado para a circulação de dinheiro.

Até Passos Coelho acabou por ser citado, alegadamente por ter recebido de Lula da Silva um pedido para interceder a favor da Odebrecht aquando da privatização da EGF. A construtora brasileira acabou por nem concorrer e Passos negou que Lula lhe tivesse metido qualquer “cunha” a favor de empresas brasileiras.

E ao mesmo tempo que se multiplicam as notícias e as ligações entre Lula da Silva, o processo Lava Jato, a empresa Odebrecht e os processos em investigação em Portugal, a Procuradoria-Geral da República portuguesa já confirmou ter recebido um pedido de ajuda das autoridades brasileiras e garantiu o seu apoio à investigação que acaba de incluir o próprio Lula da Silva. “Confirma-se a receção de pedido de cooperação judiciária internacional, através de carta rogatória”, diz a Procuradoria-Geral da República (PGR). Mas o caso parece ir muito além da simples suspeita de tráfico de influências do ex-presidente brasileiro como representante da construtora Odebrecht, quando deixou o cargo no Palácio do Planalto.

Comecemos pelo Brasil e pelas últimas notícias sobre o caso. São de sexta-feira, primeiro, quando se soube que Lula da Silva ia mesmo ser investigado. E depois de domingo, quando se conheceram alguns telegramas diplomáticos que envolviam o ex-presidente do Brasil em várias ligações que iam além do lobby a favor da construtora brasileira Odebrecht. O ex-presidente é investigado por suspeitas de tráfico de influência em transação comercial internacional.

A Odebrecht, uma das maiores construtoras do Brasil, está no centro de uma das maiores redes de corrupção no Brasil, a Operação Lava Jato. O seu presidente, Marcelo Odebrecht, está detido desde 19 de junho, juntamente com mais 7 executivos da empresa. São suspeitos de fraude, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, crime contra a ordem económica e organização criminosa. Na mesma investigação, diga-se de passagem, foram também detidos o presidente da Andrade Gutierrez e oito outras pessoas da empresa que esteve ligada aos negócios entre a PT SGPS e a brasileira Oi.

Voltando a Lula. Dois telegramas analisados pela Polícia Federal brasileira vieram sustentar a suspeita do Ministério Público do Brasil e o pedido de ajuda a Portugal. E porquê? A rede de ligações de Lula da Silva, e de empresários detidos no âmbito do processo Lava Jato, a empresários e altos quadros do Estado portugueses, que por sua vez estão envolvidos nos processos investigados em Portugal, começam a surgir, umas atrás das outras.

As viagens de Lula de Silva

Viagens de Lula da Silva

Lula da Silva terá utilizado as suas viagens pelo mundo para ajudar a construtora brasileira Odebrecht, da qual se tornou representante após deixar de ser presidente brasileiro, em várias frentes. Mas Lula terá ido além do simples lobby. Terá usado os seus conhecimentos para interceder a favor da empresa. Em Cuba e em países africanos, entre 2011 e 2014, terá colaborado para a angariação de novos contratos para a empresa. Essa é uma das razões para o ex-presidente ser suspeito de tráfico de influências em transação internacional dentro do processo Lava Jato.

Mas não só. Lula da Silva terá intercedido a favor da construtora para que o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES), ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, financiasse obras da empresa, mas fora do país. O aeroporto de Cuba é um exemplo. Em troca, a Odebrecht terá pago contrapartidas a Lula da Silva.

Quando se deslocou a Portugal, as viagens do ex-presidente terão sido pagas pela Odebrecht. Seis das deslocações, pelo menos, terão sido suportadas pela empresa brasileira. Numa dessas viagens, em 2013, Lula da Silva apresentou o livro de José Sócrates, “A Confiança no Mundo”. O presidente da Odebrecht Portugal, Fábio Januário, garantiu ao Expresso, que aquela viagem financiada pela construtora foi apenas para trazer Lula às comemorações dos 25 anos da empresa.

A apresentação do livro teria sido apenas um extra, justificado com a relação pessoal entre Lula e Sócrates.

Mas terá havido mais. Num telegrama diplomático, datado de 25 de outubro de 2013, o Ministério Público brasileiro encontrou suspeitas. No documento, o embaixador brasileiro em Lisboa comenta com o ministério dos Negócios Estrangeiros do Brasil a visita de Lula da Silva a Portugal, nos dias anteriores: entre 21 e 23 de outubro. O documento deixa claro que o convite da viagem partiu da Odebrecht Portugal e revela reuniões em Lisboa com empresários brasileiros ligados à construtora. Investiga-se agora com que propósitos.

Lula da Silva e as conversas com Passos Coelho

Lula da Silva e Passos Coelho

O atual primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, também vê o seu nome associado às notícias sobre o processo Lava Jato, por alegadas conversas com Lula da Silva.

De acordo com um relatório da Polícia Federal brasileira, o ex-presidente brasileiro terá contactado Passos Coelho para demonstrar o interesse da construtora Odebrecht no processo de privatização da portuguesa Empresa Geral de Fomento (EGF) e para lhe pedir que intercedesse a favor dos brasileiros.

O negócio de privatização da EGF foi anunciado no início de 2014 e fechado em novembro do mesmo ano. Recorde-se que a Suma, consórcio liderado pela Mota-Engil, foi a vencedora e comprou a EGF por 149,9 milhões de euros. Nenhuma empresa brasileira chegou a concorrer.

Mas um segundo telegrama diplomático investigado pelas autoridades brasileiras, trocado em maio de 2014, entre o embaixador brasileiro em Lisboa e o ministro brasileiro dos Negócios Estrangeiros, analisa a privatização da EGF. E nele, o embaixador Mário Vivalva destaca que as empresas brasileiras Odebrecht e Solvi, em parceria com o grupo português Visabeira, tinham interesse no negócio. A atenção teria gerado “simpatia dos formadores de opinião em Portugal”. É depois desta informação que “a ação direta de Lula em favor da Odebrecht” terá sido referida, avança o Globo.

Por causa destas notícias, e das alegadas conversas com Lula da Silva, Passos Coelho teve de fazer um desmentido claro esta segunda-feira: “A empresa brasileira que é referida não apresentou candidatura”. A garantia de negação foi mais longe e o primeiro-ministro decidiu mesmo utilizar vocabulário corrente “para que todos percebam de forma direitinha: o ex-presidente do Brasil nunca me veio meter nenhuma cunha”.

Operação Monte Branco e Caso BPN

Francisco Canas

Mais conhecido por Zé das Medalhas, Francisco Canas, antigo quadro do banco suíço UBS, é suspeito por ter montado uma rede para fugir ao fisco e branquear capitais. O esquema, considerado o maior caso de fraude fiscal e branqueamento de capitais em Portugal, surge dentro da Operação Monte Branco (o único caso pelo qual Ricardo Salgado foi constituído arguido, tendo de pagar uma caução de três milhões de euros).

Canas estaria ligado aos administradores da Akoya Asset Management, Michel Canals, Nicolas Figueiredo e José Pinto, que foram detidos em maio de 2012 no âmbito deste processo. É que, através daquela empresa gestora de fortunas, a rede (que funcionaria entre Portugal, Cabo Verde e Suíça) incluiria um esquema de lavagem de dinheiro para os clientes portugueses, utilizada por pessoas influentes. Canas faria com que dinheiro não declarado em Portugal chegasse à Akoya Asset Management, a tal empresa de gestão de fortunas. Daí, o dinheiro regressava a Portugal já sem pagar impostos, através do Banco Português de Negócios (BPN). Outro dos grandes casos em investigação em Portugal.

Segundo o DCIAP, o caso começou a ser investigado “tendo por base factos identificados na investigação do caso BPN”, tendo sido detetados fluxos financeiros, ocorridos entre 2006 e 2012, que atingem cerca de 200 milhões de euros.

É aqui que entra a Bento Pedroso Construções, sucursal portuguesa da Odebrecht. A empresa era cliente de Francisco Canas e, através deste esquema de lavagem de dinheiro, terá movimentado, pelo menos, 6,1 milhões de euros.

Também Duarte Lima, ex-deputado do PSD, que foi condenado a 10 anos de prisão no processo Homeland (um processo que nasceu de um certidão paralela à investigação do BPN), era cliente de Francisco Canas.

Operação Marquês e Armando Vara

Armando Vara

Também Armando Varas, o mais recente arguido na Operação Marquês – o processo que mantém José Sócrates em prisão preventiva – poderá estar ligado a negócios no processo Lava Jato.

Como se sabe, Vara foi administrador da Caixa Geral de Depósitos (CGD) entre 2005 e 2007, e é suspeito de ter intercedido no financiamento do resort de Vale do Lobo, negócio investigado na Operação Marquês, pelo qual o ex-ministro socialista estará em prisão domiciliária.

Mas o alegado conflito de interesses parece não ser único. E chega à Camargo Corrêa – nomeadamente ao ramo da construção.

Comecemos pelo princípio. Entre 2005 e 2007, a CGD adquiriu participações na cimenteira portuguesa CIMPOR: 1,21% em 2005 e 0,87% no ano seguinte. Em 2007, o banco público vendeu o total, 2,08%, que tinha comprado. A CIMPOR é propriedade da Camargo Corrêa, fazendo parte do ramo cimenteiro da empresa brasileira, desde 2012 (com o mesmo acionista de referência da construtora). Dalton Avancini, que era presidente da construtora brasileira, abandonou o cargo quando o seu nome saltou para o processo Lava Jato. O ex-presidente está em prisão domiciliária e a Camargo Corrêa é agora liderada por Artur Coutinho.

E é aqui que Armando Vara poderá estar, novamente, no centro das atenções por alegado conflito de interesses. Quando abandonou a CGD, o ex-ministro entrou para o Banco Comercial Português (BCP) como vice-presidente. Em novembro de 2009, quando foi constituído arguido no Processo Face Oculta (condenado a 5 anos de prisão efetiva, aguarda recurso), o ex-ministro abandona o cargo.

Mas no ano seguinte, Armando Vara é convidado para presidente do conselho de administração da Camargo Corrêa em África. O ex-ministro foi administrador da construtora entre 2010 e 2014. Dalton Avancini (ex-presidente da empresa, agora em prisão domiciliária) foi seu patrão durante essa época.

TGV e Operação Marquês

TGV
O projeto do TGV, aprovado no governo de José Sócrates, caiu com a chegada da crise e intervenção da troika

A Bento Pedroso Construções, sucursal portuguesa da Odebrecht, integrava ainda o consórcio ELOS, vencedor da construção do troço Poceirão Caia do TGV. Do ELOS, fazia ainda parte o Grupo Lena. Recorde-se que o controverso negócio do TGV ficou suspenso com a intervenção da troika em Portugal e foi chumbado pelo Tribunal de Contas.

O Grupo Lena tem aparecido ligado diversas vezes ao processo Operação Marquês. O seu ex-administrador, Joaquim Barroca, está em prisão domiciliária. Terá sido através da empresa de Leiria que o empresário amigo de José Sócrates, Carlos Santos Silva (também em prisão domiciliária), terá feito grande parte dos negócios suspeitos no caso pelo qual está detido o ex-primeiro-ministro.

Cabe agora às autoridades brasileiras, com a ajuda do Ministério Público português, conseguir unir as pontas de tantas linhas cruzadas. Que podem continuar a ser apenas isso: um emaranhado de ligações, cujo nexo está por provar.

http://observador.pt/2015/07/21/lava-jato-5-graficos-caso-brasileiro-cruza-varios-processos-portugal/

Automek

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Re: Casos da nossa justiça, leis e polícias
« Responder #271 em: 2015-07-27 12:01:00 »
Uma longa sentença a discorrer sobre se caral* é ofensa ou não.
http://www.dgsi.pt/jtrl.nsf/0/85e3b7ab708fb737802577dd00582b94?OpenDocument

vbm

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Re: Casos da nossa justiça, leis e polícias
« Responder #272 em: 2015-07-27 14:14:42 »
Uma teia de corrupção transatlântica
Lá como cá, há uma casta que se apoderou do estado e de empresas, usando-as para seu proveito.
O que a mim me impressiona é quanto destas pessoas são produzidas dentro dos partidos e várias são eleitas para os mais altos cargos do país (vide Sócrates, Lula).
Grosso modo, nós elegemos ladrões e criminosos para gerirem uma nação.

Tem que haver outra forma, os países um exército de pessoas melhores e mais decentes que esta cúpula mafiosa.

[ ]


Ora aí está um problema político verdadeiro, substancial:
- como impedir a ascensão ao poder de castas de ladroagem,
e priorizar a classe de pessoas honestas e com mérito.

Os regimes políticos são sempre uma certa combinação
de monarquia, aristocracia e democracia:

mono - pode de 'um só'
aristos - poder d'os melhores'
demo - poder do 'povo'
cracia - poder

Automek

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Re: Casos da nossa justiça, leis e polícias
« Responder #273 em: 2016-02-23 22:09:33 »
Citar
A PGR refere que, em causa, está o recebimento de contrapartidas por parte de um magistrado do Ministério Público (em licença sem vencimento de longa duração desde setembro de 2012) com a finalidade de favorecer interesses de suspeito, em inquérito cuja investigação dirigia.
Esta parte é inacreditável porque o tipo tirou licença sem vencimento para ir trabalhar para o BCP. Que maravilha. Fica com o emprego guardado e vai tentar outras coisas.  ::)

Lac_lunair

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Re: Casos da nossa justiça, leis e polícias
« Responder #274 em: 2016-04-24 21:00:02 »
Onde ´e que vocês estão a discutir os Panama Papers? ???
wild and free

Reg

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Re: Casos da nossa justiça, leis e polícias
« Responder #275 em: 2016-04-24 21:47:57 »
Onde ´e que vocês estão a discutir os Panama Papers? ???



http://economico.sapo.pt/noticias/perdao-fiscal-para-os-contribuintes-comeca-hoje_92113.html
O Governo seguiu o exemplo de vários países que implementaram o perdão fiscal, entre os quais os Estados Unidos, o Reino Unido e Itália...

estas 6 anos atrasada
« Última modificação: 2016-04-24 21:49:20 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

Lac_lunair

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Re: Casos da nossa justiça, leis e polícias
« Responder #276 em: 2016-04-24 22:01:42 »
Conveniente.... 8)
wild and free

Automek

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Re: Casos da nossa justiça, leis e polícias
« Responder #277 em: 2016-04-26 17:23:37 »
porque é que é cobardia da policia ? na notícia não diz que estavam ali polícias. só se vêm seguranças.

Automek

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Re: Casos da nossa justiça, leis e polícias
« Responder #278 em: 2016-04-26 19:15:14 »
em que minuto ? eu só vejo aos segundo 30 um gajo com farda parecida à da polícia mas que diz 'segurança' nas costas (é o que diz a locutora - seguranças da discoteca).

kitano

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Re: Casos da nossa justiça, leis e polícias
« Responder #279 em: 2016-04-26 20:02:22 »
São seguranças da discoteca em frente.

Um está meio indeciso e outro corre lá para o meio.

O tipo defendeu-se bem contra uma série de indivíduos que facilmente o podiam matar à pancada.
"Como seria viver a vida que realmente quero?"