Bem , vi finalmente o Steve Jobs, nada de novo..so afincou mais a sua personalidade que é algo anormal mas o mundo nao é perfeito....
Da a ideia que seria muito dificil a sua jornada sem pessoas intelectualmente e tecnicamente evoluidas no sector, se nao impossivel. Poderia ate ser apelidado de tontinho
Eu também o vi. Duas coisas:
* Acho o filme do Ashton Kutcher melhor. Ele é um Steve Jobs melhor.
* Este com tanta vontade de fazer um Steve Jobs realista, o homem parece mau quase em 100% do filme. Na realidade, não o poderia ser pois não teria cativado tanta gente próxima não obstante as suas explosões absurdas e todas as malandrices que fez.
A critica diz que o novo está mais realista que o anterior. No ultimo, a filha do Jobs e o colega dele foram ouvidos. As pessoas próximas do Jobs confirmam que ele era má pessoa, mas dizem que está algo exagerado e que tem diálogos que não aconteceram. Por exemplo, o colega dele tem diálogos com o Jobs no filme que não aconteceram na realidade, não porque as coisas que diz estejam erradas, mas porque diz que não teria coragem para as dizer pessoalmente.
Eu em todo o caso gostei de ambos. O Jobs neste último filme fica mais fácil de aceitar quando fica fisicamente mais parecido com o Jobs real (na segunda metade, já com o Jobs um pouco mais velho).
Vi o novo "Jobs há uns dias e considero-o muito melhor do que o anterior, actor principal incluído.
O primeiro não passa de um filme banal (banalíssimo, para todos os efeitos), com uma narrativa convencional, diálogos "normais" e um actor com algumas semelhanças físicas com o Jobs a esforçar-se para ter os mesmos trejeitos e expressões corporais. Nada de muito errado, até porque é um filme certinho e arrumadinho, mas não passa disso mesmo. A realização é rotineira e não oferece nada de particularmente atractivo para lá da encenação de uma história.
Já o novo é um animal cinematográfico de exepção. Admira-me que não esteja nomeado para melhor filme, face a outras coisas que para lá andam. Nem sempre gostei do trabalho do Danny Boyle, um realizador que ao longo do seu percurso tem sido bastante irregular, alguém bastante criativo e competente, mas que parece ter estado sempre dependente do momento de inspiração por que está a passar (o Trainspotting é muito bom, mas o Slumdog Millionaire é atroz) e do argumento que tem para trabalhar. Este Jobs não é excepção, e o facto de poder contar com um roteiro de um Aaron Sorkin em pico de forma ajuda imenso. Os diálogos são surpreendentes. Estão ao nível daquilo que esperaríamos ouvir da boca daquelas pessoas - e ainda assim conseguem surpreender-nos. A trave mestra do filme é mesmo essa, uma base que depois o Boyle aproveita da melhor maneira, em termos de gestão do espaço e do tempo. A filme passa-se em três curtos momentos da vida do Jobs, sempre nos minutos que antecedem o lançamento de produtos importantes perante uma plateia, aproveitando esses reduzidíssimos espaços de tempo para encaixar uma síntese perfeita da vida e da personalidade do Jobs. Há intensos confrontos verbais com pessoas que são chegadas ao Jobs (entre família e colaboradores próximos), intercalados milimetricamente na narrativa recorrendo a flashbacks de momentos chave, que evocam as origens e as causas das tensões. O filme está pejado de momentos emocionais fortíssimos, e a realização, dinâmica e criativa do Boyle, dá o enquadramento técnico necessário, literalmente falando, para que funcionem em cheio. Há uma sintonia evidente, um encaixe perfeito, entre o estilo de diálogos "rapid-fire" do Sorkin e a edição arrojada e estruturada do Boyle. E depois há elenco, que é todo um mimo. O Fassbender pode não se parecer fisicamente com o Jobs, mas rapidamente nos esquecemos desse pormenor, porque o poder da interpretração assenta noutras qualidades, não colocando de parte os maneirismos físicos. Mas é de uma subtileza e de uma eficácia a toda a prova - não se dá pelo esforço da interpretação, tal como sucedia no caso anterior com o Kutcher, em que sobressai mais o esforço de ele estar a tentar fazer de Jobs, do que uma personagem de carne e osso. Entre um e outro vai um universo de distância.
Roça a perfeição - é dos melhores filmes que saíram em 2015.